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Entenda como a variante Delta age e quais sintomas ela causa

Entenda como a variante Delta age e quais sintomas ela causa

Segundo especialistas, variante Delta é mais transmissível, tem maior carga viral e apresenta mais resistência ao sistema imunológico. Sintomas podem ser confundidos com resfriado comum

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 10:36

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Novo coronavírus, causador da Covid-19
Novo coronavírus, causador da Covid-19. (Freepik)

Mais rápida em se espalhar, a variante Delta do novo coronavírus tem causado um novo boom de casos de Covid-19 em algumas cidades brasileiras e de outros países. E a forma de agir diferente da cepa original, que causou a pandemia que ainda enfrentamos, tem preocupado, principalmente por conta dos sintomas, que se parecem mais com de uma gripe comum, embora a doença seja tão perigosa quanto à Covid-19 tradicional.

Devido ao seu potencial agressivo, alguns países, como Estados Unidos, Israel, entre outros da Europa, retornaram com medidas de restrições, além da obrigatoriedade do uso de máscara mesmo nas pessoas que já foram vacinadas.

A nova cepa é tão contagiosa quanto a catapora, provavelmente provoca uma doença mais séria do que as anteriores e os casos entre vacinados podem ser tão transmissíveis quanto entre os não vacinados, segundo documentos dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Para o professor Daniel Gomes, doutor em Imunologia da Universidade Federal do Espírito Santo, a Delta pode piorar o cenário da pandemia não apenas no Espírito Santo, que apresenta queda de número de casos e de óbitos nas últimas semanas, mas em todo o Brasil.

“A Delta apresenta mutações que fazem com que ela tenha uma maior transmissibilidade até em ambientes abertos. Isso tem impacto nas atividades sociais. No momento, as pessoas organizam encontros com a justificativa de que estão em áreas abertas e ventiladas. Com essa variante, isso não adianta porque o risco de contaminação também existe”, explica.

CUIDADOS DEVEM SER MANTIDOS

Para conter o avanço da variante Delta no Espírito Santo e no país, o infectologista Lauro Ferreira Pinto, salienta que é preciso combinar a imunização completa com a manutenção dos cuidados básicos para evitar a Covid-19.

“A variante Delta é extremamente mais contagiosa e se transmite com muito menos contato. Por isso, o uso correto das máscaras, tampando a boca e o nariz, e evitar as aglomerações são fundamentais para conter a sua circulação. Também é preciso lembrar que as pessoas devem completar o seu esquema vacinal, com as duas doses da vacina, o que não vai evitar a contaminação pela doença, mas vai evitar que evolua para um quadro grave de Covid-19”, pontua.

PONTO A PONTO SOBRE A VARIANTE DELTA 

  • 01

    QUANDO SURGIU

    A Delta, uma das variantes do Sars-CoV-2, foi detectada pela primeira na Índia, em outubro de 2020, no estado de Maharashtra. A nova cepa, pertencente à linhagem B.1.617.2, apresenta mutações genéticas múltiplas que a tornam mais transmissível, e, desde então, já foi identificada em mais de 130 países, segundo a Organização Mundial da Saúde.

  • 02

    MAIS TRANSMISSÍVEL

    Segundo a professora doutora em Epidemiologia Ethel Maciel, a variante Delta é mais transmissível que todas as outras cepas já identificadas no Espírito Santo. “Quando uma pessoa está contaminada pelo Sars-Cov-2, ela transmite para uma ou duas pessoas. Com a variante Gama, que foi descoberta em Manaus, a transmissão ocorre em até quatro pessoas. A Delta, no entanto, tem a maior transmissibilidade: um infectado pode contaminar entre cinco e oito pessoas, por isso é tão preocupante”.

  • 03

    MAIOR CARGA VIRAL

    Segundo o professor Daniel Gomes, doutor em Imunologia, estudos mostram que pacientes infectados disponibilizam mais vírus no ambiente. “Dessa forma, temos pessoas com mais carga viral, expelindo o vírus, e tornando os locais onde elas estão com maior potencial de transmissão. A Delta precisa de pouquíssimo contato para infectar alguém, e por isso é tão transmissível. O fato dela ter maior carga viral vem contribuir para a sua alta transmissibilidade”, explica.

  • 04

    MAIS AGRESSIVA

    Um estudo inicial do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) já indicou que a variante Delta tende a provocar casos mais graves entre não vacinados, se comparada a outras variantes e à cepa original. Além disso, o professor Daniel Gomes também salienta que as mutações sofridas pela cepa indiana garantem maior resistência ao sistema imunológico. “A Delta também tem grande capacidade de manifestar a doença de forma mais grave em indivíduos vacinados com apenas uma dose. As pessoas do grupo de risco da Covid-19 também são mais suscetíveis a desenvolver um quadro mais grave da doença, caso não estejam com o esquema vacinal completo”, salienta.

  • 05

    SINTOMAS

    De acordo com o infectologista Lauro Ferreira Pinto, os principais sinais e sintomas são febre, dor de cabeça, coriza e dor de garganta. Com a variante delta, os casos têm menor ocorrência de tosse e perda de paladar e olfato." Esse quadro pode ser confundido com um resfriado comum, o que acaba levando muitas pessoas a não procurar atendimento e à possibilidade de contaminar outras sem saber que estão com covid. É importante fazer os testes de detecção para estabelecer o diagnóstico correto", pontua o médico. 

  • 06

    ESQUEMA VACINAL COMPLETO É EFICAZ

    As vacinas são capazes de abrandar a força dessa nova variante, no mínimo parcialmente. Todas elas conseguem evitar o aumento do número de casos graves, frisando a necessidade de aplicação da segunda dose —com exceção da vacina da Janssen, que é dose única. Segundo a epidemiologista Ethel Maciel, as pessoas que já receberam o esquema completo de vacinação e venham a ser contaminadas pelo vírus, tem maior chances de ter sintomas mais leves. “Por isso é fundamental acelerar o ritmo de vacinação em todo o país”, salienta.

  • 07

    CUIDADOS

    De acordo com o infectologista Lauro Ferreira Pinto, os cuidados são os mesmos em relação às demais variantes do Sars-Cov-2. “Usar máscara, lavar as mãos, passar álcool em gel, manter o distanciamento social e completar o esquema vacinal, de acordo com calendário, sem escolher fabricante são fundamentais para evitar novos surtos de Covid-19 causados pela variante Delta”.

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