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Entenda como o coronavírus se expandiu no Espírito Santo em 15 meses

Entenda como o coronavírus se expandiu no Espírito Santo em 15 meses

Segundo o Painel Covid-19, 502.887 pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus desde fevereiro de 2020, mês em que o primeiro caso foi confirmado

Publicado em 16 de junho de 2021 às 20:40

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500.000 contaminados COVID 19
ES registrou mais de 500 mil contaminados por Covid-19 nesta terça-feira (15). (Arte A Gazeta)
Autor - Isaac Ribeiro
Isaac Ribeiro
Repórter de Cotidiano / [email protected]

O Espírito Santo registrou 502.887 casos confirmados de contaminação por Covid-19 nesta quarta-feira (15), após ultrapassar a marca de meio milhão de infectados na véspera. O indesejável número foi alcançado 15 meses após a primeira notificação oficial, datada no dia 26 de fevereiro do ano passado, em Vila Velha.

Na opinião de Pablo Lira, membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE) e diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), os números refletem a agressividade da doença.

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Estamos falando, ao mesmo tempo, do Brasil se aproximando de 17,5 milhões de casos confirmados. É uma estimativa triste que nos possibilita ver o tamanho dessa grave ameça para população mundial, para os brasileiros e para os capixabas

Pablo Lira
Membro do NIEE
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Sobre os dados locais, Lira ressaltou que as confirmações estão relacionadas à capacidade de testagem de casos suspeitos no Estado. Segundo ele, o Espirito Santo realiza 373.701 testes para cada um milhão de habitantes. No Brasil, são 237.392.

"A gente tem que fazer uma ressalva de que o Espírito Santo é um dos estados que apresentam a maior taxa de testagem por um milhão de habitantes. Ou seja, tem estados que se encontram numa situação de subnotificação porque testa pouco", observou.

NÚMERO PODE SER SUPERIOR, DIZ PESQUISADORA

Por outro lado, a pós-doutora em Epidemiologia, pesquisadora e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, destaca que o número pode ser superior ao apontado no Painel Covid-19 nesta terça-feira (15).

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Muito provavelmente, nós já temos muito mais que 500 mil. Primeiro, a gente tem que pontuar que, lá no início, havia dificuldade de realizar teste diagnóstico. Nós tínhamos poucos testes no Brasil

Ethel Maciel
Epidemiologista
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Ethel destaca que no ano passado, com as definições de testagem por faixa etária, comorbidades e aparecimento de sintomas, muitas pessoas ficaram sem o diagnóstico positivo para Covid-19, sobretudo quando estavam assintomáticas. 

"Nós investimos pouco em prevenção. E a prevenção significa testar muito. Testar inclusive pessoas que não estão doentes, que não tem sintomas. E quando se investiga um caso, teria que, necessariamente, investigar todos os contatos. Ainda que o Espírito Santo seja um dos estados que mais esteja testando, ainda é muito pouco. Nós testamos basicamente as pessoas que chegam nas unidades de saúde e que apresentam algum sintoma", enfatiza a pesquisadora.

Como ações positivas, Ethel mencionou a realização dos inquéritos epidemiológicos, que apresentavam uma estimativa do índice de contaminação, e a criação do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que reúne especialistas do governo do Estado e da Ufes para analisar os dados e auxiliar na formação de políticas públicas para combater o vírus.

OS DADOS

Dados extraídos do Painel Covid-19 no início da tarde desta terça-feira indicam que as mulheres representam 53,98% das pessoas infectadas, os homens são 45,99% dos doentes. A faixa etária mais atingida é a de 30 a 39 anos, com 23,9% das ocorrências.

As cinco cidades com mais pacientes são SerraVila VelhaCariacicaVitória Cachoeiro de Itapemirim. Já os  bairros com mais casos são Jardim Camburi, Jardim da Penha e Praia do Canto, em Vitória, e Praia de Itaparica e Praia da Costa, em Vila Velha.

FASES DE EXPANSÃO NO ES

Desde o primeiro caso confirmado de Covid-19, oficializado pelo governo do Estado no dia 26 de fevereiro de 2020, o Espírito Santo já enfrentou três fases de expansão da pandemia nos municípios capixabas. Para analisar os diferentes momentos, Pablo Lira usa como indicador a média móvel de óbitos dos últimos 14 dias. 

Para evitar a chegada da quarta fase de expansão, Lira reafirma a importância da vacinação, do mapa e da matriz de risco, além da conscientização da população quanto ao uso de máscara, higiene das mãos e manutenção do distanciamento social.

"Percebemos que nessas três fases de expansão e na redução casos e óbitos, o mapa de risco foi o instrumento que orientou o comportamento da população, as ações do poder público e da iniciativa privada", disse.

  • 01

    PRIMEIRA FASE

    Considerando o primeiro caso confirmado, o pico da primeira fase de expansão da pandemia foi registrado no dia 21 de junho de 2020, quando a média móvel de óbitos (14 dias) era 37. Nesse período, a Covid-19 havia se estabelecido em Vitória e Vila Velha. Em seguida, se expandiu para os demais municípios da Grande Vitória e as cidades do interior. A redução foi entre julho e dezembro de 2020.

  • 02

    SEGUNDA FASE

    Aconteceu de outubro até o dia 29 de dezembro de 2020, quando o Estado teve o pico de 28,64 na média móvel de óbitos (14 dias). Nesta fase, o aumento do número de casos foi influenciado pelas pessoas infectadas nos municípios do interior. Foi quando a pandemia chegou, de fato, nas cidades de menor porte como Alfredo Chaves e São José do Calçado.

  • 03

    TERCEIRA FASE

    Pablo Lira é taxativo: "a terceira fase foi o pior do momento da pandemia no Estado e no Brasil". O crescimento passou a ser percebido a partir da segunda quinzena de fevereiro, teve o pico quando registrou média móvel de óbitos de 74,93 (14 dias), no dia 19 de abril. Os municípios da Grande Vitória somaram o maior número de casos. A chegada da variante inglesa, mais infecciosa e mais letal, aliada ao aumento de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), influenciaram no avanço da pandemia durante esse período. 

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