A pandemia do coronavírus já dura mais de dois anos e, apesar das várias ondas, variantes e milhões de casos registrados pelo mundo, há uma parcela da população que nunca foi infectada pela Covid-19 até o momento. Esse fato tem levantado questionamentos sobre as razões para alguns estarem, aparentemente, mais protegidos do agente infeccioso.
Em muitos casos, pessoas que dividem o mesmo espaço com infectados pela Covid não contraíram o vírus. O fato é é que há sim características individuais que determinam o grau de imunidade. Contudo, não devemos desconsiderar também outras medidas de proteção, como uso de máscara e isolamento.
Cientistas ainda procuram responder essa pergunta, sendo que alguns estudos já publicados começam a esclarecer essa questão. Uma das teorias, como mostrou a CNN, é a de que algumas pessoas são capazes de eliminar o coronavírus graças a anticorpos neutralizantes e células T de memória que têm no corpo em função de resfriados antigos.
Outra teoria é de que certos seres humanos são capazes de produzir substâncias dentro de suas células. São substâncias que não apenas destroem o vírus invasor, mas também destroem a célula infectada.
A pneumologista Dyanne Dalcomune observa que o organismo de algumas pessoas oferece uma resposta mais rápida quando é "atacado" pelo vírus.
Essa condição é o que, segundo a médica da Rede Meridional, também justifica o fato de idosos com mais de 90 anos que, mesmo antes de ter a vacina contra a Covid-19 e serem de grupo de risco pela faixa etária, sobreviveram à infecção, ao passo que pessoas bem mais jovens evoluíram com gravidade e morreram.
Dyanne frisa que, apesar de terem esse perfil, a vacina não deve ser dispensada. "Mesmo essas pessoas têm benefícios ao se vacinarem. Todos têm que se vacinar."
Ana Carolina D'Ettores, infectologista da Unimed Vitória, corrobora que se tratam de características biológicas individuais, o que também determina, por exemplo, como o organismo de cada pessoa responde à vacina. Um paciente com câncer ou outra doença, explica a médica, tem uma capacidade menor de resposta imunológica.
"Ouvimos muito falar que algumas pessoas ficam pouco doentes ou não fazem febre, são características do corpo humano. Mas, no caso da Covid, há outros campos que ainda não entendemos e vão ser descobertos", aponta Ana Carolina, acrescentando que esse traço biológico é muito específico e, por isso, há tanta diversidade nas manifestações da Covid-19.
Embora a melhor condição de resposta imunológica em determinadas pessoas ainda possa surpreender, o infectologista e professor Lauro Ferreira Pinto afirma que essa não é uma particularidade da Covid-19.
Além desse contexto, há que se considerar outra situação. Lauro Ferreira observa que a imunidade individual pode fazer com que algumas pessoas fiquem assintomáticas, ou seja, elas se infectam, mas não manifestam sinais gripais. É um indicativo de que têm resposta de anticorpos mais forte e menor suscetibilidade ao vírus - proteção que ainda pode ser adquirida com a vacina.
Como os assintomáticos também transmitem o coronavírus, é por essa razão que as autoridades sanitárias orientam que todos que mantêm contato com pessoas infectadas façam o teste para diagnóstico da doença. O resultado positivo exige isolamento social e, se em uma casa por ventura alguém não se contaminou, o uso de máscaras deve ser contínuo por todos os moradores.
* Com informações de Aline Nunes
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