A combinação de infecção pelo coronavírus (Sars-Cov-2) e vacina contra a Covid-19 propicia mais tempo de imunidade para as pessoas nessas condições, apontam estudos.
O resultado, porém, não deve servir de estímulo ao contágio deliberado, tampouco é uma autorização para dispensar outras medidas de proteção, como uso de máscaras e não aglomeração.
A vacinação continua sendo a principal estratégia de prevenção aos quadros mais graves da doença.
A infectologista Ana Carolina D'Ettores, da Unimed Vitória, afirma que estudos apontaram que pessoas com duas doses de vacina e infecção prévia apresentam uma resposta imunológica mais duradoura. Ela ressalta, porém, que as pesquisas são iniciais e feitas em modelos animais e em laboratório, em que se analisa apenas a produção de anticorpos.
Na vida real, frisa a médica, o universo de análise é maior e é preciso considerar fatores como a imunidade celular que varia entre os indivíduos. Além disso, mesmo que a proteção seja prolongada, ela é temporária.
Chamada imunidade híbrida, segundo o infectologista e professor Lauro Ferreira Pinto, a combinação é capaz de reforçar a defesa do organismo, porém o médico alerta que não se recomenda a infecção proposital porque, mesmo entre vacinados, a doença pode causar algum impacto.
Ana Carolina acrescenta que também pode haver repercussões, a longo prazo, na saúde das pessoas que contraíram o coronavírus, particularmente nas áreas cardiológicas, neurológicas e reumatológicas. Assim, deve-se evitar o contágio.
"O mais importante é reforçar a vacinação. A perda de eficácia com o passar do tempo não significa que a vacina não funcione. A vacina evita casos graves e óbitos e é eficaz, inclusive, para a Ômicron", sustenta a infectologista.
Dyanne Dalcomune, pneumologista da Rede Meridional, enfatiza que, na nova onda de casos de Covid-19 no Brasil e no Espírito Santo, a tragédia não é maior justamente porque, neste momento da pandemia, há mais pessoas vacinadas e, embora ainda estejam suscetíveis ao contágio, a possibilidade de desenvolverem um quadro grave da doença é menor.
É fundamental, reafirma a médica, a população completar o esquema de imunização com duas doses e o reforço para se proteger de maneira mais adequada contra a infecção.
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