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ES teve oito casos de Mpox neste ano; saiba como se proteger da doença

ES teve oito casos de Mpox neste ano; saiba como se proteger da doença

Nova variante da doença que está em alta na África Central começa a preocupar por ser mais agressiva e de fácil transmissão

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 16:34- Atualizado há 3 meses

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
mpox
Circulação de nova variante da Mpox em regiões do continente africano liga o alerta para órgãos de saúde. (Shutterstock)
João Barbosa
Repórter / [email protected]
Errata Correção
23 de agosto de 2024 às 12:01

A versão inicial desta matéria trazia informação da Secretaria de Estado da Saúde de que o Espírito Santo acumulava 48 ocorrências da Mpox em 2024. Entretanto, a informação estava errada. Na manhã de sexta-feira (24), o órgão divulgou nota retificando o dado, sinalizando que foram registrados oito casos após a coleta de 48 amostras. Título e texto foram corrigidos.

Com surto declarado pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, a Mpox, doença anteriormente chamada de “varíola dos macacos”, volta a ser ponto de atenção por conta de uma nova variante mais agressiva (Clado 1b) no continente africano, que já registrou mais de 14 mil casos e 450 mortos entre janeiro e a segunda quinzena de agosto deste ano.

No Espírito Santo, em 2024, foram notificados 577 casos, com oito confirmações da doença no mesmo período. Não há registro de mortes por conta da Mpox nem de circulação da nova variante no Estado e no restante do país. A nova cepa diferencia-se da anterior por conta da sua facilidade de transmissão, por estar atingindo principalmente crianças e por se espalhar por diferentes meios, não apenas por contato e proximidade prolongada.

Apesar de o vírus ser apontado como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), segundo a própria OMS, não é preciso alarmismo por não se tratar de uma nova Covid. Entretanto, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), é necessário ter alguns cuidados para evitar infecção.

No Brasil, a vigilância é considerada prioridade para o Ministério da Saúde, que conta com um Centro de Operações de Emergência (COE) para monitorar a evolução da situação da doença no país que, no momento, tem baixo grau de risco.

O que é a Mpox?

A Mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus mpox (MPXV). A transmissão para humanos ocorre principalmente por meio do contato próximo e prolongado, como abraços, beijos ou relação sexual, com pessoas infectadas e que apresentam lesões na pele, erupções cutâneas, bolhas, crostas ou fluidos corporais, como secreções e sangue. O compartilhamento de objetos recentemente contaminados com fluidos ou materiais de lesões infectantes também podem transmitir a doença.

Quais são os sintomas da Mpox?

  • Cansaço;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Dor de cabeça e dor no corpo;
  • Ínguas;
  • Bolhas ou feridas na pele.

O número de lesões da pele pode ser variável, sendo levemente elevadas e preenchidas com um líquido claro ou amarelado, algumas vezes formando crostas que secam e caem da pele. As erupções cutâneas podem ser observadas na face, boca, troncos, mãos, pés ou qualquer outra parte do corpo. A forma mais comum de transmissão é justamente pelo contato com as feridas, além do compartilhamento de objetos contaminados com fluidos corporais.

709 casos
Confirmados ou prováveis da doença no Brasil em 2024, nenhum da nova variante
8 casos
Confirmados no Espírito Santo em 2024, nenhum da nova variante

Como se prevenir?

  • “Caso haja suspeita da doença, o paciente precisa evitar o contato com outras pessoas e deve procurar imediatamente uma unidade de saúde para realização de exames e diagnóstico. O isolamento imediato é recomendado, e objetos pessoais, como toalhas e roupas de cama, não devem ser compartilhados”, informou a Sesa.

  • Se o contato for realmente necessário, como é o caso de cuidadores de pessoas com mobilidade reduzida ou profissionais da saúde, é indicado o uso de luvas, máscaras, avental e óculos de proteção. Lave regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada.

  • “Outro cuidado necessário é lavar roupas pessoais e de cama, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa com água morna e detergente. Limpe e desinfecte todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos, como curativos, de forma adequada”, recomenda o Ministério da Saúde.

O que muda com a nova variante

A observação das autoridades de saúde é que a variante (Clado 1b), que circula na África Central, é mais fácil de transmitir e está afetando principalmente crianças. Ela também pode se espalhar por meio de diferentes modos de transmissão e não apenas por contato próximo e prolongado.

O cenário epidemiológico da Mpox no Brasil não apresentou mudança, ou seja, há estabilidade no volume de casos, mas em razão do alerta emitido pela OMS, a vigilância da doença é uma prioridade.

A Mpox tem tratamento e vacina?

  • Não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da Mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas e prevenir sequelas a longo prazo. Já em relação à vacina, no momento, segundo o Ministério da Saúde, ela não está prevista como estratégia de contenção no país.

  • Em 2022, o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen-ES) realizou 1.953 exames para a detecção da doença, com 313 amostras positivas, que pertenciam a 159 pacientes que tiveram confirmação de MPox. Já em 2023, o caso de notificações em solo capixaba caiu para 497, com 36 confirmações.

  • No Estado, a pasta da saúde afirma que “está em alerta para a detecção de novos casos e, mantém ações de orientação e prevenção junto aos municípios”, realizando, por meio do Lacen-ES, o monitoramento de variantes nas amostras coletadas nos casos suspeitos da doença.

Errata Correção
26 de agosto de 2024 às 16:19

Após a publicação desta reportagem, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) publicou um comunicado com correção sobre os casos de MPox no Espírito Santo registrados em 2022. De acordo com a secretaria, anteriormente, foi divulgado o número de 313 casos confirmados para MPox naquele ano, mas esse dado se referia, na verdade, ao número de amostras positivas e não de pacientes. Isso porque, segundo a Sesa, para cada caso suspeito da doença, são coletadas diversas amostras do mesmo paciente, referentes aos locais em que existem lesões aparentes no corpo. Assim, em 2022, houve 159 casos confirmados de MPox no Estado e não 313, como publicado inicialmente. O texto foi corrigido.

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