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Publicado em 2 de junho de 2022 às 08:05
O Espírito Santo vem registrando um aumento sucessivo de casos de Covid-19 e um dos problemas para o Sars-Cov-2 (coronavírus) continuar circulando e contaminando é a baixa cobertura vacinal. Diante desse cenário, especialistas defendem a aplicação da 4ª dose - ou segunda de reforço - tanto entre as pessoas que já estão aptas a recebê-la (idosos e imunossuprimidos) quanto estender a outras faixas etárias. >
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) observa que a população com mais de 60 anos demonstrou, no início da campanha contra a Covid-19, grande aceitação pela imunização, alcançando mais de 90% de cobertura para D1, D2 e primeira dose de reforço (D3). Entretanto, ressalta o órgão, tem registrado baixa adesão desse público com a segunda dose de reforço. >
"Até o momento, segundo dados do Painel Vacina e Confia, 46% da população alvo a receber a segunda dose de reforço já foi imunizada, sendo pouco mais de 274 mil idosos. No Estado, 259.805 mil idosos já estão aptos a receber esta dose", completou a Sesa, em nota. >
Ana Carolina D'Ettorres, infectologista da Unimed Vitória, avalia que o momento é oportuno para estender a aplicação da 4ª dose para as pessoas de 18 a 59 anos, porém reforça a necessidade de ampliação da cobertura vacinal em todos os grupos. >
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"Entre os que já tomaram a terceira dose e estão aptos à quarta, ainda é baixa a cobertura. Entre os adultos jovens também é importante completar o esquema (com a terceira), assim como as crianças que ainda não se vacinaram. Essa parcela sem vacinação é um ponto de fragilidade. Enquanto houver pessoas não imunizadas, o vírus continua circulando. Quem não tomou a sua dose, tome. É preciso ser algo homogêneo na nossa comunidade", ressalta. >
A médica sustenta que é superválido ofertar a 4ª dose para outros grupos, mas reafirma que, enquanto houver uma parcela da população desprotegida porque não completou seu esquema vacinal, a circulação do vírus se mantém. >
Dados da Sesa indicam, por exemplo, que apenas 44% das pessoas de 18 a 59 anos tomaram a 3ª dose. Por isso, defende Ana Carolina, é importante que, além de estender o reforço para novas faixas etárias, o público-alvo das atuais doses também seja imunizado e, assim, a cobertura vai aumentar. >
O infectologista Lauro Ferreira Pinto também considera imprescindível alcançar mais idosos e imunossuprimidos com a 4ª dose, bem como ampliar a cobertura dos outros públicos com as demais doses, antes até de levar o novo reforço a mais grupos etários. >
Lauro Ferreira Pinto
InfectologistaEm todo o país, analisa Lauro, tem sido observado o aumento de casos, sem grande repercussão de hospitalização e mortes. O pico maior deve acontecer em junho, mas o infectologista diz que ainda não é possível estimar o tamanho. De todo modo, o fato de as pessoas que são alvo de vacinação não buscarem se proteger com as respectivas doses, particularmente as mais vulneráveis, pode levá-las a internações. >
"Temos uma proporção grande de brasileiros vacinados, mas se não tem o reforço e já tomou a última dose há mais de quatro, cinco meses, pode contrair uma Covid mais trabalhosa e eventualmente ir para o hospital", adverte. >
A Sesa, em nota, ressalta que estabeleceu, ainda em março deste ano, anteriormente à definição nacional, a imunização com segunda dose de reforço em toda população idosa, uma vez que naquele momento, apenas faixas etárias acima dos 80 anos estavam sendo vacinadas nos demais Estados.>
"A segunda dose de reforço é uma estratégia de saúde pública que se pauta como medida de proteção, visando a redução de casos graves, internações e óbitos, tendo em vista as questões científicas sobre a diminuição da resposta imune neste grupo, assim como os imunossuprimidos", diz a secretaria. >
Contudo, ainda não há previsão de ampliação da vacinação para outros grupos. A Sesa aguarda orientação do Ministério da Saúde para implementação de novas faixas etárias, enquanto o órgão federal, em nota nesta quarta-feira (1º), afirma que "a inclusão de novos grupos na campanha de vacinação contra a Covid-19 está em discussão pela Câmara Técnica Assessora em Imunizações. Qualquer eventual alteração será detalhada por meio de nota técnica.">
Para tentar ampliar a cobertura do público já apto a receber a 4ª dose, a Sesa aponta que realiza semanalmente reuniões junto às regionais de saúde e municípios para o fortalecimento das estratégias para a vacinação da Covid-19, como a ampla comunicação da importância desta dose aos idosos, a manutenção de estratégias extramuros, a otimização de doses, como a vacinação de Covid-19 e Influenza concomitantemente, além da realização mensal de um mutirão em cada cidade, junto à proposta estadual de intensificação para alcançar em três meses a cobertura de 90%.>
Sobre a influenza, Lauro Ferreira Pinto também recomenda que o público que não se vacinou contra a gripe procure as unidades de saúde para tomar o imunizante. Assim como a Covid, a cobertura vacinal contra a influenza está baixa no Espírito Santo. >
Os idosos são os que apresentam maior percentual de vacinação (55,42%), alcançando pouco mais da metade da população com mais de 60 anos nesta quarta-feira (1º), segundo a Sesa. Entre os trabalhadores da saúde, a vacinação chegou a 46,97% do público; em crianças até 5 anos, 35,34%; indígenas 31,77%; e, nos demais públicos (grávidas, puérperas e professores), menos de um terço foi vacinado. >
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