Praticar atividade física regularmente é essencial para a saúde física e mental, reduzindo o risco de várias doenças. Os benefícios são tantos que, de alguns anos para cá, diferentes exercícios passaram a fazer parte de protocolos de prevenção e tratamento de inúmeras doenças em praticamente todas as especialidades médicas.
A recomendação por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que uma pessoa não seja considerada sedentária é que sejam feitos pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física moderada por semana para a adultos, incluindo quem vive com doenças crônicas ou incapacidade, e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.
Toda atividade física é benéfica e pode ser realizada como parte do trabalho, esporte e lazer, mas também por meio da dança, brincadeiras e tarefas domésticas cotidianas, como jardinagem e limpeza.
Entre médicos e preparadores físicos, o consenso é de que a melhor atividade física é aquela que a pessoa faz com prazer, conseguindo assim uma regularidade importante.
A reportagem de A Gazeta conversou com o médico do esporte e fisiatra Fabrício Buzatto, com a cardiologista Rovana Agrizzi e com o educador físico da academia Razões do Corpo, Xande Mendes, a respeito de exercícios ideais para tratar as seguintes doenças crônicas: depressão, asma, diabetes e osteoporose.
Quando falamos desse tipo de doenças, vale frisar que alguns treinos oferecem mais benefícios do que outros, assim como é preciso ficar de olho na intensidade da prática de certas modalidades por segurança.
“Na maioria desses casos, a gente vai estar falando de um equilíbrio entre dieta, treinamento aeróbico e treinamento de força. Claro que com suas devidas proporções e cada caso é um caso. Por isso é preciso ter um profissional para avaliar e fazer a prescrição correta”, ressalta Xande Mendes.
A osteoporose é uma doença em que há a diminuição da massa óssea, o que faz com que os ossos fiquem mais frágeis, aumentando assim o risco de fraturas. Em grande parte dos casos, ela não leva ao aparecimento de sinais ou sintomas, sendo muitas vezes o diagnóstico realizado após um incidente com ocorrência de fraturas.
Tanto homens quanto mulheres podem desenvolver a doença, já que os hormônios que têm o papel importante na proteção dos ossos e tanto a testosterona como o estrogênio têm a produção reduzida após 50 anos.
Nas mulheres, por conta da menopausa, essa queda hormonal é mais abrupta, o que faz com que elas sejam as mais acometidas com a doença.
Treinos de fortalecimento, como funcional e musculação, são os mais adequados uma vez que exigem uma tração muscular, sendo essa tração que vai facilitar a síntese óssea. O exercício vai favorecer a manutenção da massa óssea, o que ajuda a prevenir o avanço da doença e melhorar o suporte e proteção dos ossos e articulações.
São recomendados ainda exercícios de impacto, com o suporte de peso, mesmo que o peso do próprio corpo, como corridas, musculação, crossfit, ginástica localizada, pilates, entre outros. O impacto aumenta a fixação de cálcio nos ossos. Porém, é importante avaliar o estágio da doença para realizar exercícios de forma segura.
A asma é uma inflamação crônica nos pulmões em que a pessoa apresenta dificuldades para respirar, falta de ar e sensação de pressão ou aperto no peito, sendo mais frequente em pessoas que têm histórico familiar ou tiveram infecções respiratórias na infância.
Tanto com os exercícios aeróbios quanto com o treinamento de força podem ajudar uma pessoa a ter menos queixas de falta de ar. São recomendadas atividades como caminhada, bicicleta, corrida e natação.
A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, é comum o sentimento de tristeza, pessimismo e baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
Vários estudos demonstraram que a prática de exercícios regulares, além dos benefícios fisiológicos, trazem benefícios psicológicos como sensação de bem estar, melhora do humor e da autoestima. Já atividades físicas em geral estimulam a liberação de hormônios, como a serotonina e a endorfina.
Tanto o treinamento de força quanto o aeróbico são indicados contra a depressão. Modalidades coletivas, seja um esporte em equipe, uma aula de dança ou uma corrida em grupo, por exemplo, podem ser benéficas por promoverem a socialização, criarem um senso de compromisso e aumentarem a motivação.
A diabetes é uma doença crônica em que o corpo não produz insulina ou não consegue utilizar a insulina que produz de forma satisfatória. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para a manutenção das células do nosso corpo.
Exercícios de força, como musculação e funcional, combinados com os aeróbicos, como caminhar e nadar, são ideais para controlar a diabetes, podendo até reduzir ou dispensar o uso de medicamentos, dependendo do caso e desde que com o acompanhamento médico.
“Tenho alguns casos de alunos diabéticos, principalmente do tipo 2, que é um tipo de diabete que em alguns casos é possível reverter o quadro. Muitas vezes quando a gente simplesmente quebra o sedentarismo, com treinamento resistido, ou seja, treinamento de força, ele tem uma resposta de melhora. Com redução de peso e diminuição de resistência à insulina”, afirma Xande Mendes.
A musculação induz a produção de uma proteína que melhora a captação de açúcar da circulação sanguínea para dentro dos músculos, enquanto os aeróbicos, que demandam energia imediata, baixam o nível de glicose de maneira rápida. Além de colaborar com a redução da pressão arterial e do colesterol, os exercícios ajudam a emagrecer, necessidades comuns principalmente no caso de diabetes tipo 2.
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