Nada de cajuzinhos, beijinhos, abraços e trocas de presentes, rituais e delícias típicas dos chás de bebês tradicionais. Em época de prevenção contra o avanço da pandemia da Covid-19, essas festas criadas para celebrar a chegada das crianças ganharam um novo formato.
Lógico que o carinho e a solidariedade (sentimentos imprescindíveis para os tempos em que vivemos) continuam intactos.
Foi assim, em um clima de amor, doçura e afeto, que o chá de bebê da fisioterapeuta Marcela Coronel de Tassis, de 36 anos, aconteceu na tarde deste sábado (25), em Praia de Carapebus, na Serra.
Inconformados com a impossibilidade de fazer um encontro presencial, amigos e familiares organizaram uma carreata para presenteá-la com fraldas, balões rosas e cartazes de incentivo.
A mamãe de Maite (que deve nascer até o final de maio), com lágrimas nos olhos, acompanhou tudo da calçada de sua casa, tomando todos os cuidados que a gravidez exige e sem manter contato com os "convidados" da festança.
"Não teve beijos ou abraços, mas senti o amor que essas pessoas sentem por mim. Foi mais emocionante do que se tivesse acontecido uma festa tradicional", descreve Marcela, revelando que recebeu cerca de 20 pacotes de fraldas. Entre os convidados, de acordo com a fisioterapeuta, estavam amigos mais próximos, seus pais, e membros da pastoral familiar Nossa Senhora da Penha, de Jardim Limoeiro, também na Serra.
Ah, sim: eles estão chamando o encontro pelo sugestivo nome de "Charreata". Autoexplicativo, pode ser traduzido como "chá de bebê em formato de carreata". Se essa moda pega!
"Já sou mãe de uma menina linda de seis anos, mas os momentos de incerteza, proporcionados pelo coronavírus estão me deixando insegura em relação ao parto, especialmente pelos cuidados que a minha filha precisa ter no hospital. Um carinho como esse aguça ainda mais meu instinto materno. Uma mãe faz de tudo para defender o filho. Essa força é o combustível para que consigamos sobreviver a isso tudo , responde, ainda muito emocionada.
Uma das organizadoras da "Charreata", a analista de planejamento Vívian Moschen, de 39 anos, revelou que a ideia nasceu da necessidade de oferecer suporte emocional para a amiga neste momento de quarentena e isolamento social.
"Reunimos cerca de 15 famílias. Uma de nossas colegas viu um chá de bebê nesse formato nas redes sociais e compartilhou. Fizemos orações e cantamos a música "Amigo Velho" do Falamansa", descreve, detalhando a importância da união do grupo.
"Ela sabe que pode contar conosco, mesmo não podendo estar fisicamente perto. Estamos sempre presentes em orações, pensamentos e atitudes. Vai dar tudo certo para ela e para a Maite, tenho certeza", complementa Vívian, com um suspiro digno de uma amiga fiel, como descreve a trilha sonora do chá de bebê improvisado.
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