O Espírito Santo possui múltiplas riquezas naturais de Norte a Sul. E em cada região, há paisagens que proporcionam ao turista várias possibilidades de apreciar e interagir com a natureza. E para ilustrar as belezas naturais, especialmente as da flora, 14 alunas e duas professoras de faculdades de diversos Estados brasileiros realizaram uma expedição no Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, no distrito de Araraí, em Alegre, no Caparaó capixaba.
A expedição foi longa, durou oito dias – de 3 a 10 de novembro – e contou com a presença de ilustradoras de diversos lugares do Brasil, como Rio de Janeiro, Brasília, Santa Catarina e Curitiba.
O ponto de encontro foi a capital Vitória. As alunas passaram pelo município de Anchieta e seguiram pelo Litoral Sul, percorrendo diversas cidades até chegarem à Região do Caparaó.
Mais do que conhecer as belezas da região, a expedição permitiu que as ilustradoras observassem de perto a vegetação e aprendessem técnicas de coleta e improviso do trabalho em campo para desenho e pintura em aquarela de espécies de plantas.
Em um cantinho reservado no meio da mata, o trabalho científico que se confunde com a arte tomou vida. É a ilustração botânica. “A gente usa a técnica de arte para documentar espécies da natureza”, explicou a ilustradora científica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Dulce Nascimento.
Para a ilustradora Maria Isabel Frusca, é importante ficar sempre de olhares atentos para qualquer elemento da natureza que chame atenção. “Muita coisa para explorar, a cada região do Brasil tem a sua parte botânica, a sua fauna e flora muita rica”, comentou.
A professora Dulce, que tem obras expostas em diversas partes do mundo, transmite o conhecimento para as alunas ensinando o que há de mais nobre nesse trabalho artístico científico.
Dulce acredita que esse tipo de trabalho geram oportunidades, como aconteceu com ela. “Eu fui convidada para o cerimonial de Itamaraty, compraram quadro para dar aos reis e rainha da Inglaterra, Noruega e Espanha”, disse.
As ilustrações realizadas na expedição não tem um destino certo, mas são documentos com múltiplas possibilidades uso. “É muito comum essas ilustrações serem utilizadas em mostras didáticas, em museus, universidades, centros de visitação”, informou a professora de Botânica do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Alegre, Karla Maria Pedra de Abreu.
O Parque da Fumaça Foi escolhido para a expedição por estar no meio da Mata Atlântica, um dos principais biomas do Brasil. O local possui cerca de 20.000 tipos vegetais e, muitos são endêmicos, ou seja, só existem na região.
Segundo a professora de Botâica do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Alegre, apesar da quantidade de espécies, muitas são ameaçadas de extinção. “Então esse é um apelo muito grande para a conservação ambiental”, esclareceu Karla.
Logo, no coração ferido da Mata Atlântica, devido à destruição milenar, cada uma dessas mulheres constroem condições para que pessoas do mundo inteiro possam conhecer e atuar em prol desse bioma que é o mais diverso do Brasil; afinal, esse é um papel de todos.
Com informações do repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul.
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