A cena da destruição causada pelo incêndio no Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari, mostrada em imagens também é vista nos números: 40% dos 15 km² do local podem ter sido consumidos pelas chamas que começaram na última quinta-feira (22). A estimativa inicial é de que a área consumida seja de 600 hectares (6 km²) – equivalente a 600 campos de futebol, segundo o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Em entrevista à repórter Gabriela Martins, da TV Gazeta, o gerente do Iema, Rodolpho Torezani, afirmou que a medição oficial será feita durante a semana com o auxílio de um drone, que vai captar imagens do alto. Ele disse que o incêndio – que foi controlado na sexta-feira (23) e ainda toma parte do parque até esta segunda-feira (26) – é semelhante ao registrado no local em 2014. Na ocasião, 599 hectares foram consumidos pelo fogo.
A estimativa inicial divulgada pelo Iema nesta segunda-feira é de que quase a metade do parque foi tomada pelas chamas. É como se coubessem 1.500 campos de futebol profissional dentro do Parque Estadual Paulo César Vinha e, em poucos dias de incêndio, 600 campos foram queimados, restando uma área equivalente a 900 campos (9 km²).
Rodolpho Torezani
Gerente do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)
"É bem desastroso. Uma grande perda quando temos uma situação de incêndio"
De acordo com o gerente do Iema, 20 profissionais do instituto estão diariamente no Parque Estadual Paulo César Vinha tentando combater as chamas. O status de fogo controlado, no entanto, não significa que as chamas não sejam mais vistas.
Cronologia do incêndio:
- Quinta-feira (22): O incêndio teria começado durante a manhã. O Corpo de Bombeiros enviou equipe ao local. Às 21h, a corporação informou que os militares ainda atuavam no combate às chamas.
- Sexta-feira (23): O segundo dia de incêndio chamou atenção pelas imagens do fotógrafo de A Gazeta Vitor Jubini. A fumaça branca era vista também na Rodovia do Sol. À noite, o Corpo de Bombeiros informou que o fogo havia sido controlado.
- Sábado (24): Mesmo com o fogo controlado, a equipe do Corpo de Bombeiros voltou ao local. A ideia era continuar o trabalho de resfriamento do solo, tentando impedir que as chamas se alastrassem.
- Domingo (25): O Corpo de Bombeiros voltou a informar que equipes estavam no local atuando nos postos de rescaldo das chamas.
- Segunda-feira (26): O gerente do Iema considera o fogo controlado, mas aponta que as chamas estavam presentes na área de turfa – parte mais seca e sem lagoas.
Rodolpho Torezani afirmou à reportagem da TV Gazeta que a previsão é de que as chamas sejam combatidas por mais uma semana até que não haja mais fogo no local.
"A área alagada tem uma forte resistência, pode se recuperar naturalmente em até seis meses, dependendo do período de chuva", afirmou o gerente do Iema, chamando atenção para a destruição do parque.
Além das imagens de drone que devem apontar a real destruição, com a área exata queimada nos dias de incêndio, outra análise deve ser feita para entender por que o fogo começou. Em 40 dias, o Corpo de Bombeiros deve ter informações sobre a causa do incêndio.
Imagens do fotógrafo de A Gazeta Vitor Jubini mostram a destruição no Parque Estadual Paulo César Vinha, com a fumaça branca se estendendo por quilômetros.
Imagens aéreas do incêndio no Paulo César Vinha, em Guarapari
CASOS DE INCÊNDIO EM 2022 SUPERAM 2021, SEGUNDO DADOS
O Espírito Santo registrou 1.864 casos de incêndio em vegetações, de janeiro a julho deste ano. Comparado com o mesmo período do ano passado, quando houve 1.729 casos, o aumento é de 7%, de acordo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
Entre as causas para esse crescimento nas queimadas, segundo especialistas, estão o tempo seco, provocado pela falta de chuvas nesta época do ano, e a velocidade dos ventos. Com base no Mapa Monitor de Secas, a partir de julho houve a intensificação da seca no Estado, que passou de fraca para moderada no Centro e na parte Sul capixaba, em função dos indicadores climáticos. O monitoramento é feito pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
A explicação para o aumento das queimadas neste período, segundo o coordenador de Meteorologia do Incaper, Hugo Ramos, é que estamos em uma época do ano com meses menos chuvosos e de baixa umidade relativa do ar.
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