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Injeções e pílulas: 5 novos remédios para perder peso

Injeções e pílulas: 5 novos remédios para perder peso

Novidades para emagrecer são aliadas no tratamento da obesidade, mas médicos alertam que eles só devem ser utilizados com orientação de um profissional

Publicado em 18 de setembro de 2022 às 11:52

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Além de uma alimentação saudável e da prática de exercícios físicos, médicos podem receitar medicamentos para quem está no processo de perda de peso. E novos remédios, injetáveis ou em pílulas, prometem ajudar no tratamento, uma vez que aceleram o metabolismo, queimam gordura acumulada, diminuem o apetite e controlam as emoções relacionadas à alimentação. 

Alguns têm como finalidade inicial o tratamento de diabetes, mas, por contribuírem para o emagrecimento, passaram a ser muito adotados pelos médicos. Por isso, especialistas destacam que é importante que o uso dessas drogas seja feito somente com orientação de profissionais capacitados.

mulher usando remédio para diabetes
Remédios para a perda de peso podem ser injetáveis. (Shutterstock)

Medicamentos que possuem o receptor chamado GLP-1 já são indicados por especialistas devido a sua importância na perda de peso. Esse receptor é uma proteína encontrada nas células do pâncreas e nos neurônios que ajuda no controle do açúcar no sangue e na liberação de insulina.

Esse elemento ajuda a liberar um hormônio no intestino, após as refeições, e atua diretamente no cérebro ao controlar o apetite e, dessa forma, trazer  a sensação de saciedade. Agora, os novos remédios chegam para aumentar a efetividade dessa molécula.

“Quando falamos de medicamentos inovadores e usados por médicos, os remédios das classes semaglutida e liraglutida, estimulantes seletivos do GLP-1, são ainda mais efetivos no controle do apetite, pois ajudam na mobilização da gordura visceral e no tratamento de resistência insulínica e não dão efeito rebote. São medicações bem manejadas, extremamente viáveis para emagrecimento quando bem indicadas. Hoje, são com elas que mais trabalho”, disse a nutróloga Mariana Comério. 

A semaglutida oral é encontrada no mercado em medicamentos como o Rybelsus e é aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O medicamento, no formato de pílula, deve ser ingerido diariamente, de acordo com as orientações médicas. 

Esse remédio promove a saciedade, diminuindo a fome ao longo do dia e facilitando a perda de peso. No entanto, para se obter os resultados com o uso desse produto, é importante também manter uma dieta balanceada e praticar exercício físico regularmente.

Outro medicamento com a mesma substância ativa é o Ozempic, que só é aprovado no Brasil para tratamentos de diabetes tipo 2. Mas especialistas esperam que, em breve, seja feito um estudo científico sobre suas ações no tratamento da obesidade e ele seja autorizado para esse uso. No entanto, passou a ser indicado "off label" (fora da bula) por médicos. O remédio é injetável e, por isso, é  aplicado com a ajuda de uma caneta.

Já a substância liraglutida é o primeiro fármaco antiobesidade da classe dos incretinomiméticos, conhecidos como agonistas (estimulantes) do receptor GLP-1. Ele é vendido comercialmente com o nome de Saxenda, também na forma injetável, e é autorizado pela Anvisa para uso no tratamento de diabetes 2 e da obesidade. 

O Saxenda derivou-se do medicamento Victoza, usado exclusivamente para controle de diabetes tipo 2. Com novos estudos, a farmacêutica do remédio, Novo Nordisk, concluiu que doses mais altas fornecem melhores resultados na perda de peso em pessoas com obesidade. Assim foi criado o Saxenda, com doses ajustáveis para esses pacientes.

EQUILÍBRIO NA COMIDA E NAS EMOÇÕES

“Quais são as vantagens desses medicamentos? O paciente cria uma educação alimentar. Ele aprende a comer menos e a compensar menos a emoção na comida. Descobre que é possível sobreviver e viver bem com menos comida”, reforça Mariana.

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A medicação tira o comer por emoção. Com o tempo, quando se retira o medicamento, o corpo está adaptado a essa menor quantidade de comida

Mariana Comério
Nutróloga
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Ainda sem aprovação da Anvisa, mas que é uma promessa de uma nova era no tratamento da obesidade, o Tirzepatida é outro medicamento na lista de novos aliados contra a obesidade.

Ele atua assumindo a forma de dois hormônios intestinais: o GLP-1 e o GIP, que, em conjunto, induzem a uma perda de peso potente e por diferentes mecanismos, tanto cerebral quanto por via gastrointestinal. O remédio é aplicado por meio de uma injeção subcutânea semanal.

O laboratório Lilly já submeteu à Anvisa a solicitação de registro do produto e aguarda a liberação. A expectativa é que o Tirzepatida seja aprovado até meados do ano que vem.

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Esse medicamento tem uma ação muito importante no emagrecimento e é diferente dos outros. Estudos mostraram perda de até 25% do peso corporal

Sabrina Ribeiro França
Endocrinologista
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Já o Contrave, remédio em cápsula que trata compulsões alimentares, pode ser manipulado e comprado em farmácias. Contém duas substâncias na sua composição, a bupropiona e a naltrexona, que agem no cérebro reduzindo e controlando o apetite, além do desejo intenso por comida, o que leva a uma diminuição do consumo de alimentos. Além disso, o Contrave permite reduzir o perímetro da cintura, prevenindo diabetes ou doenças cardíacas.

USO SEM PRESCRIÇÃO MÉDICA PODE CAUSAR PROBLEMAS NOS PÂNCREAS

Apesar de o brasileiro ter o costume de se automedicar, o uso de medicamentos para perda de peso sem autorização ou orientação médica tem uma série de riscos, que podem levar o paciente até mesmo a se tornar insulinodependente, ou seja, que precisa da administração da insulina. 

"Por que falamos que a medicação precisa de orientação médica? Porque há o risco de pancreatite, que é uma falência do órgão pancreático, importante para produção de insulina, levando o paciente a ter uma pancreatite fulminante e a se tornar um diabético insulinodependente", destacou a nutróloga Mariana Comério.

Além disso, o uso sem acompanhamento médico pode levar a pessoa a tomar doses acima do necessário e ter enjoos, perder o apetite e, consequentemente, ficar com fraqueza.

"Tem uma recomendação de doses mínimas, mas cada paciente é individual. Então é preciso acompanhá-lo e orientá-lo, para que não passe mal, não tenha um quadro de constipação intestinal, que pode acontecer", alerta Mariana.

Ela acrescenta: "Além disso, há medicação que diminui a gastroparesia, que é o esvaziamento do intestino. Se não houver o manejo correto da medicação, pode ocorrer o desenvolvimento de hemorroidas.  É importante que o paciente entenda que o remédio é um pontapé para o início da qualidade de vida, mas com cuidados".

Para a endocrinologista Sabrina Ribeiro França, é necessário também acabar com o preconceito contra o uso de remédios para  tratar a obesidade.

"É preciso tirar o preconceito de que a medicação não pode ser usada. Cada paciente é individual e terá seu caminho estabelecido pelo médico durante o processo de emagrecimento. O medicamento tem que ser usado com responsabilidade, até porque são remédios caros."

SAIBA MAIS SOBRE OS NOVOS MEDICAMENTOS USADOS PARA PERDER PESO

Rybelsus é remédio de diabetes, em pílula, que tem trazido inovação no emagrecimento
Rybelsus é remédio de diabetes, em pílula, que tem trazido inovação no emagrecimento. (Divulgação)

Saxenda, remédio de diabetes que ajuda no emagrecimento
Saxenda, remédio de diabetes que ajuda no emagrecimento. (Reprodução/Novo Nordisk)

Contrave é um medicamento que tem sido usado para tratar obesidade
Contrave é um medicamento que tem sido usado para tratar obesidade. (Reprodução)

REMÉDIOS AINDA NÃO APROVADOS PELA ANVISA CONTRA A OBESIDADE

Tirzepatida é usado para emagrecimento e diabetes
Tirzepatida é usado para emagrecimento e diabetes. (Divulgação)

Ozempic, usado para emagrecimento e diabetes
Ozempic, usado para emagrecimento e diabetes. (Reprodução)

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