No primeiro semestre de 2023, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 292 chamados para engasgos em todo o Espírito Santo. Com os números crescentes, profissionais falam sobre os cuidados que pais e familiares devem ter em casos de emergências.
O médico pediatra Hudson Cacau explica que, principalmente em crianças menores, os pais devem estar atentos para identificar quando uma criança está engasgada. “A criança pode manifestar sintomas como de tosse, pode ficar com falta de ar, pode ficar roxinha ou ficar mole [...] Isso tudo são sinais e sintomas que demonstram que o caminho onde passa o ar está obstruída”, ressalta.
Ao identificar o problema, o primeiro passo é manter a calma para realizar a manobra de desengasgo. O profissional explica que é preciso apoiar o tronco no antebraço, analisar as costas e dar cinco pequenos tapas sem muita força. Em seguida, a criança deve ser reposicionada para que se faça cinco compressões com dois dedos na região do peito. “Lembrando que o nosso objetivo é sempre desobstruir a via aérea da criança [...] Se não desengasgar, eu posso repetir a manobra novamente”, enfatiza.
Em Cachoeiro de Itapemirim, os chamados ao samu de engasgos quase dobraram nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2022, passando de 8 para 14 registros. Na última quarta-feira (26), uma criança de dois meses morreu após se engasgar em Castelo, no Sul do Estado. Antonella Martins faccini sofreu uma parada cardiorrespiratória, em casa, após vomitar durante a amamentação e não resistiu.
O médico explica que, quanto mais nova for a criança, maior a probabilidade de uma emergência com o engasgo na amamentação. “O intestino da criança, o esôfago, o estômago, ele ainda tá passando por um processo de amadurecimento, então quanto menor for a criança maior o risco de o conteúdo que ela tá se alimentando, ou coloca na boca , ir para outro tipo de via que é a via aérea, aí acaba obstruindo a criança”, ressalta.
O profissional enfatiza que, mesmo com as técnicas, é fundamental levar a criança para o atendimento médico. “Quanto mais tempo essa criança fica sem receber os primeiros socorros, maior a chance dessa criança evoluir com sequelas”, enfatiza.
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