O desfecho do caso
Após oito longos dias ininterruptos de julgamento, seis pessoas acusadas de terem participado da morte de Milena Gottardi foram condenadas. O ex-marido da médica, Hilário Frasson, mandante do crime, foi condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Com os agravantes considerados pelo júri, como o fato de ter cometido o crime quando era policial e contra a mãe de suas filhas, a soma da pena de Hilário chegaria a 42 anos de reclusão, mas foi fixada na pena máxima permitida pela legislação brasileira: 30 anos de prisão. O juiz também determinou a perda do cargo público, embora ele já tivesse sido exonerado em setembro de 2020, e tirou dele o exercício do poder familiar, ou seja, o direito de ser pai de suas filhas. O pai de Hilário, Esperidião Frasson, também foi condenado como mandante, por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. A soma da pena chegaria a 34 anos e oito meses de prisão, mas também foi fixado em 30 anos. Dionathas Alves Vieira, o homem que atirou em Milena, pegou uma pena menor, de 18 anos e oito meses, por ter confessado e dado informações sobre o crime e o envolvimento dos demais réus. Um dos condenados, Bruno Broetto, que emprestou a moto para Dionathas no dia do crime, deve sair da cadeia nos próximos dias. Isso porque, como já cumpriu um sexto da pena de 10 anos e cinco meses, ele pode pedir a progressão para o regime aberto. Os intermediários, Hermenegildo Filho e Valcir Dias, pegaram 26 anos e 10 meses de reclusão por homicídio qualificado e fraude processual. Na sentença, o juiz Marcos Pereira Sanches fez uma homenagem à Zilca Gottardi, mãe de Milena, e às duas filhas da médica. O tempo que cada um dos réus ficará na prisão não equivale, necessariamente, ao que foi sentenciado. A depender da participação deles no crime, eles podem pedir a redução da pena. Os seis réus, juntos, terão que pagar R$ 700 mil em indenização para a família da vítima.
Desabafo emocionado do irmão de Milena Gottardi
"Justiça foi feita, mas coração fica magoado para sempre", diz Douglas Gottardi em vídeo emocionante.
Quem é quem na trama do crime e quais foram as condenações
Após a sentença da Justiça, confira quem são os condenados, por quais crimes e saiba quais são as penas de cada um.
Hilário é condenado a 30 anos de prisão
Ex-marido da vítima foi condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual.
Atirador é condenado a 18 anos de prisão
Dionathas Alves Vieira foi o primeiro que teve a condenação anunciada. O juiz considerou o fato de que ele confessou o crime e colaborou com a Justiça, fixando a pena em 18 anos e 8 meses em regime fechado.
As penas de prisão fixadas pela Justiça após votação do júri popular
Veja as penas fixadas pela Justiça para os acusados. - Dionathas Alves Vieira (executor do crime): condenado por homicídio qualificado e fraude processual, com reconhecimento da causa especial de redução de pena por colaboração com a Justiça. Pena de 18 anos e 8 meses de reclusão. - Valcir da Silva Dias (intermediou a negociação entre mandantes e executor): condenado por homicídio qualificado e fraude processual. Pena de 26 anos e 10 meses de reclusão. - Hermenegildo Palauro Filho (intermediou a negociação entre mandantes e executor): condenado por homicídio qualificado e fraude processual. Pena de 26 anos e 10 meses de reclusão. - Hilário Frasson (ex-marido de Milena e mandante do crime): condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Agravante por ser agente da lei e pai das filhas da vítima. Pena máxima: 30 anos de prisão. - Esperidião Frasson (ex-sogro de Milena e mandante do crime): condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Agravante por ser sogro da vítima e avô das filhas da vítima. Pena máxima: 30 anos de reclusão.- Bruno Broetto (deu apoio, fornecendo a moto usada no dia do crime): condenado por homicídio simples, com reconhecimento de menor participação no crime. Pena de 10 anos e 5 meses de reclusão.
Familiares e amigos de Milena se abraçam e choram após sentença
Zilca Gottardi e Douglas Gottardi, mãe e irmão de Milena, se abraçaram após o juiz encerrar a sessão. Amiga da médica e uma das testemunhas de acusação, Lívia Maia, também chorou bastante durante a pronúncia da sentença dos réus.
Réus terão que indenizar família de Milena em R$ 700 mil
Juiz determinou que os seis réus terão que indenizar, juntos, a família de Milena Gottardi em R$ 700 mil.
Condenados
Júri decide por condenar os seis réus pelo assassinato de Milena Gottardi. Juiz passa a dosar as penas. Hilário Frasson, Esperidião Frasson, Hermenegildo Filho, Valcir Dias e Dionathas Alves foram condenados por feminícidio, fraude processual e homicídio qualificado.
Irmão e mãe de Milena Gottardi estão no júri acompanhando a sentença
Abraçados, Douglas Gottardi, irmão da médica, e Zilca Gottardi, mãe da vítima, assistem à pronúncia da sentença.
Julgamento é retomado para o anúncio da sentença
Juiz Marcos Pereira Sanches já faz os agradecimentos a todos que fizeram parte dos oito dias de julgamento.
Espera pela sentença já chega a quatro horas
Conselho de sentença está reunido desde às 17h13 para definir o futuro dos seis réus acusados de matar a médica Milena Gottardi.
Conselho de sentença dos jurados já está reunido há três horas
Familiares dos réus, imprensa e outros jurados que não foram selecionados para este julgamento aguardam do lado de fora do salão do júri. Votação teve início às 17h13. Ao retornar, juiz já deve proclamar as sentenças dos acusados.
E... mais coincidências!
A atuação do MPES no Caso Milena começou com a participação dos promotores de justiça Paulo Panaro e Jerson Ramos, que já se aposentaram. Eles também atuaram na fase inicial do Caso Alexandre. Ao contrário do Caso Milena, os dez réus do Caso Alexandre foram julgados em separado. O júri de dois mandantes ocorreu 12 anos após o crime. O terceiro acusado de mando, o juiz aposentado Leopoldo Teixeira, será julgado no próximo dia 14 de setembro.
Mais coincidências
Os promotores de Justiça Bruno Oliveira, Rodrigo Monteiro e Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos, que atuaram no caso Milena, também fizeram a acusação do caso Camata. Um deles, Leonardo, também atuará no julgamento do juiz aposentado Leopoldo Teixeira, acusado de ser mandante da morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Neste outro caso, ele vai atuar com o promotor de justiça João Eduardo Grimaldi.
Há exatos seis anos, outro longo julgamento histórico era realizado no Estado
O julgamento dos acusados pelo crime da Milena Gottardi guarda semelhanças com outro julgamento de grande repercussão no Estado: trata-se do júri popular dos mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Os acusados eram o coronel da reserva Walter Gomes Ferreira e ex-policial civil Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, ambos começaram a ser julgados no dia 24 de agosto de 2015 e a sentença foi anunciada no dia 31 de agosto, à 00h20. No caso Milena, o julgamento teve início no dia 23 de agosto de 2021 e a sentença também será anunciada 8 dias depois, nesta segunda-feira (30).
Advogados do caso já fizeram parte de outros processos famosos no Judiciário capixaba
Alguns dos advogados que fazem parte do processo já atuaram em outras ações que ficaram conhecidas no Espírito Santo. O advogado Renan Sales, por exemplo, que é assistente da acusação e foi contratado pela família de Milena Gottardi, também atuou como assistente da acusação no julgamento do assassinato do ex-governador Gerson Camata. Já os advogados Leonardo Gagno e Patrick Berriel, responsáveis pela defesa do réu Hilário Frasson, também atuaram em outro júri de grande repercussão: o julgamento dos mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Eles representaram o ex-policial civil Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, que foi absolvido das acusações. O júri popular foi realizado em 2015.
Advogados de Hilário fazem crítica ao papel da imprensa no caso Milena Gottardi
Um dos advogados de Hilário, Patrick Berriel fez críticas ao papel da imprensa durante a argumentação da defesa. Segundo ele, Hilário e os demais réus foram execrados a medida que os detalhes do processo e as acusações do MPES eram revelados. "Entramos em um julgamento em que já havia uma condenação pela opinião pública. É como dizem, 'quando a imprensa entra no Tribunal, a Justiça sai pela janela", afirmou.
Como votam os jurados em um júri popular?
Neste momento, o juiz Marcos Pereira Sanches faz aos jurados cada uma das 88 perguntas sobre o crime e o envolvimento dos réus. Após cada pergunta, um servidor do Judiciário passa com uma caixa, em que os jurados votam em "sim" ou "não" para cada questão. Este processo será repetido 88 vezes. Já chegamos a duas horas de reunião dos jurados.
"Hilário virou suspeito por ser arrogante, soberbo e problemático", disse advogado de defesa
O advogado Leonardo Gagno sustentou que a personalidade de Hilário motivou que ele se tornasse suspeito do caso, no início da investigação. Ele alegou, contudo, que as provas não demostram a autoria dele no crime e que narrativa foi construída por conta de "falsas memórias" das testemunhas, a partir do temperamento do acusado. Leia mais, clicando aqui.
Curiosidade: advogado da banca de Hilário era estagiário do fórum no início do processo
Durante a argumentação da defesa de Hilário Frasson, o juiz Marcos Pereira Sanches chamou a atenção para um fato curioso: o advogado Rodrigo Bandeira de Mello, que faz parte da defesa de Hilário, atuava como estagiário do Fórum Criminal de Vitória quando o processo começou a tramitar, em 2017. Segundo o magistrado, foi Bandeira de Melo que fez a numeração das milhares de páginas do processo. "O processo começa de verdade na numeração das páginas e foi dr. Rodrigo, quanto era estagiário nosso aqui, quem fez. Fico feliz que tenha escolhido o Direito Criminal. Quase que eu pedi suspeição, quando vi que ele ia ser advogado neste caso", brincou o juiz.
Apreensão no lado de fora do salão do júri
Neste momento, familiares dos réus e jurados de outros casos (que tiveram a entrada para acompanhar o julgamento do caso Milena Gottardi) aguardam do lado de fora do salão do júri. Comentário geral é de que este foi um dos julgamentos mais longos do Fórum Criminal de Vitória, após oito dias de julgamento. "O padrão em júri popular é que dificilmente passe para o dia seguinte, a não ser em casos de grande comoção".
Hilário e Esperidião sofreram "linchamento moral", dizem advogados
Advogados do ex-marido e do ex-sogro de Milena Gottardi disseram que seus clientes já entraram no Tribunal linchados moralmente pela acusação.
Fim da argumentação da defesa de Hilário; jurados estão reunidos para votar
Com o fim da fase de debates, sem o pedido para réplicas entre a acusação e a defesa dos réus, o julgamento entra agora na fase de votação dos jurados. Eles vão responder a 88 perguntas, sobre os seis réus do caso. A previsão é de que o julgamento retome até às 19h.
Defesa de Hilário usa entrevista de advogado de Dionathas à imprensa em que ele nega que réu atirou em Milena
Patrick Berriel, advogado de Hilário, usou em sua exposição uma matéria de jornal em que o advogado de Dionathas, Leonardo Souza, afirma que seu cliente não atirou em Milena, mas, sim um comparsa. Tese usada pela defesa de Hilário é que Dionathas mudou depoimento no início do processo para envolver Hilário no crime. Advogado de Dionathas nega informação e afirma que desde o primeiro depoimento, o atirador não negou ter feito os disparos contra a médica. Houve bate-boca durante o julgamento e o juiz Marcos Pereira Sanches teve que interceder.
"E-mail de Milena não é falso", diz advogado de Hilário
Leonardo Gagno argumentou que Milena, como médica, era acordada durante a noite, em plantões, para atender casos de emergência, e sustentou que ela poderia, sim, ter acordado às 4h da manhã para escrever um email para Hilário, dizendo que ainda o amava, no dia em que saiu da casa em que eles moravam com as filhas. "Hilário e Milena se falavam de três a quatro vezes por dia, os extratos de telefone mostram isso. Ele fazia a feira e levava para Milena depois de separados, ele buscava as filhas em casa para levar à escola e depois levava de volta para casa. Eles conversavam sobre as crianças e sobre o lar. Douglas, irmão de Milena, falou como o dia em que Milena saiu de casa foi como uma fuga, uma noite de terror na cabeça dela. Será que ela conseguiria dormir uma noite inteira depois de tudo que aconteceu? Por que ela não poderia ter escrito o email? Por que não poderia ter criado uma outra conta dias antes, já que ela dizia ter medo que Hilário tinha todas as senhas dela? Quem após uma crise no casamento consegue dormir uma noite inteira? O que a impede?", questiona o advogado.
"Defenestraram a honra de Hilário, mas ignoraram um casamento de 23 anos sem registros de problemas", alega defesa
Segundo Patrick Berriel, um dos advogados de Hilário a narrativa criada pelo MPES se constrói em torno de fatos que não se consumaram. "Tentaram desconstruir Hilário, disseram que ele passou a andar armado após entrar na polícia, mas não destacam que desde 2002 ele tinha arma de fogo e até então isso não era problema. Usaram a separação e o drama vivido por um casal, mas não mostraram que foi um casamento de 23 anos, que nunca havia dado problema. Isso não mostraram. Era fundamental que nós trouxéssemos essa narrativa. A acusação teve quatro anos, seis dias e seis horas e meia defenestrando Hilário e não mostraram provas concretas do envolvimento de Hilário", diz advogado.
"Arrogância de Hilário levou ele a ser primeiro suspeito", diz advogado de Hilário
Leonardo Gagno afirmou que após Hilário ter ido a delegacia, no dia que Milena Gottardi teve sua morte declarada, ele já saiu com seu telefone grampeado. ´"O cônjuge é o primeiro suspeito quando alguém é morto, isso é um padrão em investigações, ainda mais uma pessoa como Hilário, arrogante, soberbo, problemático. 'É esse', disseram os investigadores e passaram a construir uma relação em torno disso", contou.
"Dionathas apanhou na delegacia para confessar o crime", afirma advogado
Segundo Leonardo Gagno, em um dos vídeos gravados pela polícia, sobre o primeiro depoimentos de Dionathas após a prisão, é possível ver a marca de três dedos no rosto dele, o que indicaria que ele apanhou da polícia para confessar o crime. “Sua memória foi extraída com tapas na cara e ele não teve coragem de dizer em seu interrogatório porque quer se beneficiar com redução da pena por confessar o crime”, apontou.
"'Grande encontro' entre Valcir, Dionathas e Hilário em posto na Serra não aconteceu", diz advogado
Leonardo Gagno sustenta que as antenas ERB, que detectam sinais emitidos pelos celulares, não constataram proximidade entre os aparelhos de Valcir, Hilário e Dionathas, que segundo o MPES, teriam se encontrado em um posto de combustível na Serra. "Tentaram provar que aconteceu um encontro entre Valcir, Hilário e Dionathas na Serra, "O grande encontro", mas o celular de Dionathas, que disse aqui que estava conversando com a mãe de seu filho no banco de trás da caminhonete de Hilário, não foi detectado. Hilário passou por este local porque estava a caminho de Fundão, para visitar os pais", afirmou.
"Usaram o acesso de Hilário a pornografia para demonizá-lo", diz advogado de Hilário
O advogado de Hilário Frasson, Leonardo Gagno, dá início à sustentação oral da defesa do principal acusado. Para ele, durante seis horas da argumentação do MPES, os promotores criaram um discurso de ódio para demonizar a figura de Hilário. "O MPES trouxe aqui que Hilário consultou pornografia, que estava em busca de mulheres após a separação, que era arrogante. Fizeram várias ilações, mas enxergaram uma prova direta que constasse o óbvio, que ele mandou matar Milena?", questiona o advogado.
"Ligação feita por Espiridião para intermediários era para perguntar sobre cavalos", aponta defesa
O advogado de Esperidião alega que a ligação feita por Esperidião para Valcir, poucas horas antes do crime, não indica que ele deu aval ou que teria avisado que Milena estava no hospital, como sustentou o MPES. Ele apontou que o horário em que Esperidião ligou para Valcir, o intermediário e Hermenegildo já estavam nas dependências do hospital. "Além disso, o MPES não comprova o teor dessa conversa. O que o Esperidião me disse e que as testemunhas comprovam é que a conversa era sobre um cavalo que estava no sítio e ele pergunta a Valcir, que era empregado, se o cavalo era de raça. O animal existe, está comprovado. Essa ligação foi apresentada ontem como uma prova insuperável do envolvimento de Esperidião"
"Não há participação de Esperidião em nenhuma das fases do crime", diz defesa
"Esperidião furtou moto? Cedeu moto? Guardou moto? Deu fuga a quem quer que seja? Foi ao lugar do crime? Falou com o executor? Cedeu ou escondeu arma ou munição? Entregou algum dinheiro ou bem de valor? Esperidião teve contato ou conhecia o executor? Manteve alguma relação de dependência com os envolvidos? Não, se ele for suprimido dessa hipótese dos fatos traçada pelo MPES, não fará qualquer diferença a narrativa apresentada", justifica o advogado.
"Esperidião tentar intervir na separação de Milena e Hilário não é motivação para o crime", afirma defesa do sogro da vítima
O advogado de Esperidião também ressaltou que a motivação sugerida pelo Ministério Público, de que o réu tentou intervir na separação de Milena e Hilário, não é suficiente para dizer que ele decidiu matar a médica. "Sustenta-se que a motivação seria a não aceitação em relação a Esperidião do divórcio, porque ele considerava uma desonra para a família. Mas eu pergunto, foi apenas Espiridião que interveio? Amigas de Milena também não pediram para ela não se separar de Hilário? Para inferir que em razão dessa intervenção ele matou Milena, é preciso de mais provas", argumenta.
"Prisão de Dionathas, que envolveu Esperidião no crime, foi feita sem ordem judicial", aponta advogado
O advogado de Esperidião destacou que a prisão de Dionathas Alves, atirador que matou Milena, foi feita um dia antes da decisão judicial com a ordem de prisão do executor. Ele também destacou que, em depoimento, Dionathas sugeriu o envolvimento de Esperidião, mas não fez uma afirmação concreta. "Estou destacando que a prisão de Dionathas foi ilegal para mostrar com Esperidião chegou aos fatos. Quem leva Esperidião ao processo é Dionathas. Mas, Dionathas já estava preso quando saiu a ordem. Não se prende alguém a não ser que seja em flagrante ou por ordem judicial. Além disso, no interrogatório do Dionathas, ele afirma que 'pelo o que o interrogando entendeu, pela conversa com Valcir, foi em razão de Esperidião ter pagado faculdade para Milena que ele queria que ela fosse morta'. São palavras do interrogatório do Dionathas, ele entendeu isso a partir de uma conversa com Valcir, é um achismo, não uma prova", disse Davi Pascoal, advogado de Esperidião.
"Fama de matador de Esperidião é fake news criada em Fundão", diz advogado
Davi Pascoal afirma que a má fama que Esperidião tinha entre os moradores de Fundão é baseada em um boato de que ele teria arrastado uma pessoa pelo cavalo. O advogado afirma que não há registros que o caso seja verdadeiro, já que não se sabe quem era a vítima e nem processo penal contra ele. "Se ele fosse tão bravo, ele não teria tido a casa assaltada em Fundão. Eu procurei e perguntei às testemunhas, se sabiam quem era que foi arrastado, quando aconteceu, mas ninguém sabe, ninguém viu, é tudo por ouvir dizer. Ou seja, é uma fofoca, o que hoje chamamos por fake news, mas estava na primeira representação contra Esperidião", afirmou.
Hilário e Esperidião Frasson estão sofrendo "linchamento moral", diz advogado de Espiridião
O advogado Davi Pascoal destaca que o julgamento tem foco na causa, ou seja, na acusação do crime contra Milena, e não para um "julgamento moral dos indivíduos". "Estamos assistindo neste caso um linchamento moral, principalmente dos apontados como mandantes. O Código de Processo Penal traz que os jurados não estão aqui para julgar o indivíduo, estão aqui para julgar a causa. Engana-se quem pensa que no Júri Popular acontece como era no passado, onde coisas mirabolantes. São juízes de fato, do fato aqui apresentado e não juízes das vidas dos réus", afirma.
Retomado o julgamento
Neste momento, o advogado Davi Pascol Miranda, que representa Esperidião Frasson, inicia a defesa do réu, apontado como mandante do assassinato de Milena Gottardi.
Julgamento suspenso para almoço
O julgamento foi suspenso para o almoço e deve retornar, segundo o juiz, às 13h45. Os próximos passos são as defesas a serem feitas pelos advogados de Esperidião Frasson e Hilário Frasson, apontados como mandantes do crime. A defesa de cada um dos réus terá uma hora e quinze minutos para expor seus argumentos.
Fim da defesa feita pelo advogado de Hermenegildo
O advogado David Passos encerrou a apresentação da defesa de Hermenegildo Filho. Julgamento, agora, vai entrar nas defesas dos mandantes, Esperidião Frasson e Hilário Frasson. Neste momento, juiz fez um intervalo rápido para os jurados.
Defesa de Hermenegildo: “não vou pedir absolvição para crime de emboscada”
Advogado de Hermenegildo contesta versão apresentada por Dionathas, que o seu cliente teria entregue a arma para o executor no dia do crime. Segundo o advogado, Hermenegildo apenas estava no hospital quando Milena foi morta. "Não vou pedir absolvição de crime de emboscada. Dionathas diz que Hermenegildo entregou a arma. Entendemos que a participação de Hermenegildo foi de menor importância, ele só foi ao hospital no dia do crime. Se os jurados optarem por condenação, a tese é: se ele (Dionathas) tivesse cometido o crime, se tivesse recebido por isso, que não seja estendido ao Hermenegildo a imputação de crime de feminicídio", afirmou.
Hilário faz sinal da cruz após sino da Catedral de Vitória, próximo ao fórum, marcar o meio-dia
No salão do júri do Fórum Criminal de Vitória, Hilário fez um gesto atípico até aqui, nestes oito dias de julgamento. Quase sempre fazendo anotações, ele fez o sinal da cruz assim que soou o sino da Catedral de Vitória, marcando o meio-dia. O réu ficou de cabeça baixa com a mão no rosto, como se estivesse rezando. Ele está sentado em uma cadeira ao lado do pai, Espiridião Frasson, que também é réu. Defesa de Hermenegildo permanece com a palavra.
Hermenegildo, ao ser preso, não foi informado do seu direito de ficar em silêncio
De acordo com o advogado de defesa, David Passos, seu cliente, Hermenegildo Filho, ao ser preso em 2017, acusado de participar do crime, não apanhou e nem foi mal tratado pela polícia. No entanto, ele não teria sido informado sobre seu direito de ficar em silêncio e, na delegacia, depôs sob pressão. "Só o fato dele estar diante da polícia, numa delegacia e com informações passadas pela autoridade policial do que seria a verdade contada pelo demais réus, dá medo. Já o deixou com medo. De fato, não foi dito ao senhor Hermenegildo na delegacia que ele tinha o direito de ficar em silêncio", destacou.
Defesa de Hermenegildo: “evitem um ritual de vingança contra os réus”
Ao iniciar sua apresentação, o advogado David Marlon Oliveira Passos, que faz a defesa de Hermenegildo, pede que os jurados se abstenham das informações divulgadas pela mídia, das informações externas, e o julguem pela justiça da lei. “Considerem o que está no processo, não olhem os réus como “o mal”. Saiam do discurso do ritual de vingança, do bem contra o mal. Os réus precisam ser julgados pelas provas. Pelo ritual de vingança eles já estão mortos”, diz, assinalando que o crime foi bárbaro e que, com a divulgação das fotos do réus, eles já estão condenados pelo clamor social.
Justiça bloqueia os bens de Hilário Frasson
O juiz Marcos Pereira Sanchez atendeu a um pedido do advogado da família de Milena Gottardi, Renan Sales, para bloquear os bens de Hilário Frasson. Mesmo sendo acusado de ter sido o mandante do assassinato da médica – e ainda que fosse condenado pelo feminicídio – Hilário tem direito a metade do patrimônio da ex-mulher, já que o casamento era por comunhão universal de bens. Segundo o juiz, o bloqueio é para garantir uma futura reparação por danos morais e materiais em favor da família. Entre os bens bloqueados está o apartamento adquirido pelo casal, na Praia do Canto.
Advogado dá início à argumentação da defesa de Hermenegildo
Apontado como um dos intermediários do crime, Hermenegildo esteve no estacionamento da Hucam junto com Valcir no dia em que Milena foi morta. Mensagens trocadas entre os demais réus também demonstram, segundo o MPES, a participação dele no feminicídio. A defesa é sustentada pelo advogado David Passos.
“Registros do Hucam não são confiáveis”, destaca advogada
Sobre a prova apresentada pelos promotores de justiça, de um ofício do Hucam negando a existência de um paciente de nome Valdemar, a quem Valcir teria visitado no dia do crime, ela lembrou do depoimento do médico Tarciso Fávaro, ao argumentar que esta prova não é válida. O médico, que foi testemunha de defesa de Hilário, informou em seu depoimento que os registro de pacientes do hospital não são confiáveis. "O senhor Tarciso Fávaro esteve aqui e disse que os registros do hospital são uma bagunça. Ele mesmo trouxe isso", pontuou Marli Batista. Ela encerrou sua apresentação pedindo aos jurados que “aquietassem o coração e não se deixassem levar pelo clamor popular”.
Sanidade mental de Dionathas é questionada por advogada
A advogada Marli Batista põe em questionamento a sanidade mental de Dionathas. “Uma pessoa que ataca o caráter de uma pessoa como a médica Milena, eu conheço a importância de uma médica oncologista como Milena, e diz que ficou com ela? Uma pessoa dessas é normal? Como você é contratado para cometer um crime se você não tem nenhuma arma? O advogado dele disse em entrevista logo após a prisão de que o cliente precisava de R$ 2 mil para fazer uso de drogas porque era viciado. Como que uma pessoa dessas está bem de suas faculdades mentais? Como isso não foi questionado durante o processo?”
“Que Valcir seja inocentado”, pede advogada
A advogada Ilsa pede aos jurados que Valcir seja inocentado das acusações e, caso não seja possível e ele seja condenado, que isto não aconteça por feminicídio mediante paga. “Ele não recebeu nada. É um homem simples”, destaca
Contradições no depoimento de Dionathas: “ele falou que era amante de Milena”, diz advogada
A advogada mostra vídeo da segunda parte da reconstituição do crime, feita pela Polícia Civil, onde Dionathas aparece contando sobre a fuga de Valcir e Hermenegildo para Timbuí, após Milena ser morta. A advogada diz que há contradições no depoimento de Dionathas, destacando que algumas informações sobre o crime só foram repassados pelos réus Valcir e Hermenegildo em depoimento à polícia e que não teria como Dionathas saber de tais detalhes. “No primeiro depoimento de Dionathas à policia ele disse que era amante de Milena e que por isso, teria cometido o crime. Depois, ele mudou a versão do primeiro depoimento e contou como o crime foi tramado e quem encomendou a morte de Milena”. Para a advogada Ilsa estas contradições no depoimento de Dionathas revelam que as falas dele são mentirosas. "Se Valcir ficava vigiando os passos de MIlena, como foi dito pelos promotores de justiça, porque ele precisou que Hilário avisasse a ele sobre a localização exata de Milena no dia do crime? São contradições que não batem", questiona.
Advogada diz que polícia destruiu casa de Valcir
Segundo a advogada, Valcir não tinha amizade íntima com Hilário. “Não teve o mesmo tratamento entre Valcir e os demais réus. Entraram na casa dele três vezes... quebraram tudo. Quebraram o guarda-roupas da mãe dele. A única coisa que encontraram com ele foi um celular que não passava de R$ 100", relata. Ela pontua: "Um homem que tem a vida voltada para o crime, que tem atividade mercenária como foi dito, e não tem um carro, uma moto, roupas caras, não tem um celular..."
Advogada diz que Valcir “não tem estudo”
Advogada relata que Valcir é um homem sem estudo, que viveu trabalhando no campo, onde trabalha desde os 10 anos de idade. "Ele conseguiria passar pela vida inteira sem uma curva na vida? Este homem não tem dentes, não tem posses e nem bens. Nem mesmo uma bicicleta. Em todo o seu tempo de história, ele viveu para ajudar sua mãe e sua família. Quando peguei essa causa eu sabia quem era a família de Valcir. Estou dizendo por conhecimento de causa que não existe nada na história de Valcir que o coloque neste Tribunal. Ele não é um mercenário como foi pintado. Não foi encontrado um extrato sequer que comprove que este homem recebeu dinheiro, que é um mercenário”, disse.
Defesa diz que Valcir passou a vida sem responder a nenhum crime
A advogada Ilsa Maria Ângela Ribetti informa que Valcir passou a vida toda sem responder a nenhum crime, que não tem nenhum registro de conduta criminosa. Pede que jurados não se deixem levar pelo clamor social e pelo que foi mostrado na mídia. Disse que somente os jurados podem julgar. “Espero que não cometam o mesmo erro de julgar assim como Jesus foi julgado e condenado injustament”, disse, citando que Barrabás e Jesus foram julgados por erros do clamor social "Reflitam, perguntem. Não saiam daqui com nenhuma dúvida e não se deixem levar pelo clamor social".
Debate é retomado
Familiares de Valcir e Hermenegildo estão presentes, além dos réus. A advogada Ilsa Maria Ângela Ribetti, que faz a defesa de Valcir da Silva Dias, abriu os trabalhos agradecendo colegas advogados, juiz, MPES e plateia.
Família de Milena Gottardi acredita na condenação dos 6 acusados e espera pena máxima
O advogado Renan Sales, que representa a família da vítima, disse que a expectativa é que os réus sejam condenados à pena máxima de 30 anos. "A família de Milena está confiante na condenação dos 6 réus. Não há dúvida alguma pra gente que todos são responsáveis pela morte da doutora Milena. As provas colhidas durante todo processo demonstram isso, as testemunhas ouvidas nessa audiência, os próprios interrogatórios, todos — com exceção do Dionathas — todos foram desmascarados durante esses dias. O próprio interrogatório do réu Hilário Frasson foi completamente desmascarado quando comparado com todo o conjunto probatório do processo. Acho que na manifestação da acusação nós conseguimos demonstrar isso de forma cabal e acredito, sinceramente, que os jurados viram o quão foi mentiroso aquele depoimento, aquelas lágrimas, o quanto ele mentiu quando se manifestou no seu interrogatório. Acho que os jurados, em razão de tudo isso , vão condená-los e, acredito sinceramente, à pena máxima: 30 anos, é o que a gente espera."
Advogado de Dionathas rebate "estratégia previsível das demais defesas"
Questionado sobre as defesas dos demais réus tentarem colocar a culpa do crime unicamente em Dionathas Alves Vieira, o executor do assassinato, por ele ser réu confesso, o advogado Leonardo da Rocha Souza afirma que essa é uma "estratégia previsível", mas rebatida. "Desde o início já percebemos a estratégia de desconstruir as afirmações do Dionathas, mas, como muito bem afirmado pela acusação ontem, as informações que foram trazidas pelo Dionathas foram informações iniciais determinantes e importantes, mas que também foram confirmadas pelos demais elementos das provas dos autos. Portanto, a colaboração do Dionathas foram importantes para o esclarecimento dos fatos, mas essas informações foram corroboradas por todos os outros elementos constantes nesse processo e que levaram ao oferecimento da denúncia e a convicção da acusação no que diz respeito a participação de cada um dos acusados"
Advogado dos réus fala sobre as expectativas para esta fase
Leonardo da Rocha Souza, advogado de defesa de Dionathas Alves Vieira e de Bruno Broettom, fala das perspectivas para esta fase do julgamento. "Hoje é a oportunidade das defesas dos demais acusados apresentarem suas teses. A expectativa agora é verificar se o Ministério Público, em face de tudo o que foi dito que foi levantado pelas defesas, se eles virão na réplica ou não, no contra-ataque do que foi apresentado. Se caso não vierem no contra-ataque, será feita então a votação e a apresentação dos quesitos ao jurados e a conclusão deste julgamento que já dura oito dias — um desgaste físico, psicológico, para todos nós, tanto advogados, acusação e principalmente para os jurados que estão isolados há oito dias"
Volta do debate
O debate conduzido no julgamento do assassinato de Milena Gottardi será retomado nesta segunda-feira (30) com a apresentação dos argumentos da defesa de Hermenegildo Palauro Filho e Valcir da Silva Dias, apontados como intermediários no crime; e Esperidião Frasson e Hilário Frasson, acusados de serem os mandantes do feminicídio.
Julgamento suspenso. Trabalhos serão retomados nesta segunda (30)
O julgamento foi suspenso neste domingo (29), às 22h34. Os trabalhos serão retomados nesta segunda-feira (30), às 9 horas, com a apresentação dos advogados de Hermenegildo Palauro Filho, Valcir da Silva Dias, Esperidião Frasson e Hilário Frasson. Cada um deles terá um tempo de 1h15 para fazer a defesa de seus clientes.
“Não permitam que uma injustiça seja cometida”, pede defesa de Bruno Broetto
Leonardo da Rocha Souza pede aos jurados que analisem com atenção o caso de Bruno Broetto. “Não permitam que uma injustiça seja cometida com este rapaz”. Destaca que quando ele foi preso, tinha acabado de arrumar um emprego formal em uma empresa que trabalhava na expansão do Aeroporto de Vitória. “Estou muito envolvido emocionalmente, com este caso, preocupado que uma injustiça possa ser cometida. Da mesma forma de que a sociedade tem interesse na punição dos culpados, tem interesse também em que um inocente não seja condenado.”
Bruno acompanha atento a apresentação de sua defesa
O réu Bruno Broetto, apontado como a pessoa que forneceu a moto utilizada no dia do crime, acompanha com atenção a apresentação de sua defesa, feita por Leonardo da Rocha Souza. Em alguns momentos, chega a balançar a cabeça, concordando com pontos levantados por seu advogado.
"Não basta saber, tem que ter a intenção", aponta advogado
Para o advogado de Bruno Broetto, é necessário que o réu tenha a conduta individualizada. Ele alega que a ação dele não pode ser "tratado em combo". ”Combo é bom lá no Mc’Donalds, não aqui”. Ele destaca que para a lei, não basta a pessoa ter conhecimento do crime, ela precisa ter a intenção de matar para ser condenado pelo crime. “Se ele não tivesse fornecido a moto, o crime teria acontecido de qualquer maneira”, argumenta.
"O crime teria ocorrido sem a moto fornecida por Bruno?", questiona advogado
O advogado de Bruno, Leonardo da Rocha, questiona se na cadeia de ações, se o réu não tivesse fornecido a moto, o crime teria ocorrido.Ele assegura que sim, baseado no depoimento do executor da médica. “O Dionathas confirma que sim, e que ele já estava até arrumando outra moto porque o serviço precisava ser feito. Então o fornecimento da moto não foi a causa determinante para o crime”. Assim, segundo o advogado, Broetto não pode ser responsabilizado pelo homicídio da médica.
Bruno Broetto não sabia que a moto seria utilizada em homicídio, diz advogado
O advogado de defesa Leonardo da Rocha questiona: “Se o próprio executor não sabia que era para a morte da Milena, o que ele só soube após o crime, como Bruno Broetto poderia saber que era para o homicídio da médica?” O advogado explica ainda: "As motivações para ele dizer não podem ser muitas, queria fazer uma média com a sogra, com o cunhado. Não sei". E lê parte da conversa entre Bruno e uma pessoa conhecida apenas como "Zé do Pão", que foi usada pela acusação para mostrar que Bruno sabia do crime que seria cometido. Na conversa Bruno fala: "falta de conselho não foi. Eu falei. Mas ele não ouviu", disse. Mas ele acrescenta que falta nexo causal, na ação de Bruno, por não existirem provas de que ele sabia que a moto que passou a Dionathas seria usada para matar uma pessoa e que, a vítima seria a médica Milena Gottardi.
Eugênio Ricas se posiciona após ser citado em depoimento de Hilário
No último sábado (28), o ex-policial civil Hilário Frasson disse que o atual superintendente da Polícia Federal, Eugênio Ricas, foi o amigo que o indicou a uma pessoa para instalar câmeras no apartamento em que Milena morava. Neste domingo (29), o superintendente informou, que "jamais passou qualquer tipo de orientação sobre câmeras ou qualquer outro assunto que seja a Hilário Frasson". Explicou que em determinada ocasião, Hilário solicitou a indicação de um detetive particular, sem esclarecer sua motivação. "Foi indicado um policial federal aposentado, disse Ricas, acrescentando que na ocasião da morte de Milena, de forma espontânea e imediata, informou tal fato ao então Secretário de Segurança, ao Delegado presidente do inquérito e, posteriormente, ao advogado assistente de acusação, Renan Sales. "Tais fatos, inclusive, foram juntados aos autos do processo que busca a condenação de Hilário Fasson pelo bárbaro homicídio de Milena Gotardi, pelo advogado Renan Sales", disse Ricas, em nota.
MPES avalia que imputação de feminicídio é válida para Dionathas
O promotor de justiça Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos explicou que a imputação de crime de feminicídio para Dionathas está correta. "Isso porque ele matou Milena sabendo que o motivo da execução foi o fato dela querer se separar de Hilário. E assim ele aderiu à vontade de Hilário", justificou.
Advogado pede que Dionathas não seja condenado por feminicídio
O advogado argumenta que Dionathas decidiu praticar o crime por dinheiro. "Foi feito a ele uma proposta de pagamento de R$ 2 mil, que não se efetivou", lembrou. Ele explicou ainda aos jurados que Dionathas não tinha ligação doméstica e íntima com Milena e que não a matou porque tinha desprezo pela mulher. Por isso, segundo o advogado, ele não teria praticado o crime de feminicídio, que é um crime contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. "Não deve ser condenado por feminicídio. E como contribuiu para o esclarecimento dos fatos, ao assumir o crime, e o próprio delegado diz aqui que até a prisão dele não havia a identificação dos demais acusados, ele colaborou e, em função disto, sem nenhum juízo de moral, o comportamento como o de Dionathas deve ser estimulado para que a Justiça seja feita. Sem a participação dele, os outros não seriam acusados, o que tornou a caminhada dele muito mais dura", alega.
"Dionathas foi ameaçado"
Leonardo Souza destacou que a confissão de Dionathas e o relato do crime, envolvendo os demais réus, o levou a ser ameaçado e coagido a trocar de advogado. "Queriam que ele trocasse de advogado porque disseram que eu estava ferrando todo mundo. Dionathas foi ameaçado e não está inventando nada. A historia foi toda confirmada pela acusação. Aqui não tem advogado querendo prejudicar a ninguém, informo aos demais réus. Estou exercendo o meu papel. Não tenho nada contra nenhum dos demais acusados e se forem condenados que cumpram as suas penas e voltem para suas famílias", falou.
"Dionathas não tem como deixar de assumir", diz advogado
O advogado de Dionathas sustenta que o réu poderia ter escolhido outros caminhos, mas optou por contar a verdade e conduziu a investigação aos demais réus. "Dionathas não tem como deixar de assumir os fatos, ele não poderia trabalhar com meia verdade. Não existe meia verdade, não poderia dizer que matou para roubar o celular. Ele poderia não ter participado, ter ficado em silêncio ou mentido, sentado aqui e contado uma história mentirosa ou modificar o seu depoimento, já vi isto acontecer. Quem foi que contou tudo? Dionathas! Quem falou que queimou a roupa, que indicou como tudo ocorreu? Ele em nenhum momento se furtou a contar toda a verdade. Toda. Mesmo sabendo da dimensão do ato grave que cometeu", afirma.
Advogado cantou louvor sobre confissão de pecado
Leonardo da Rocha Souza resolveu cantar um trecho do louvor "Enquanto eu calei", da cantora Milad. É o louvor que o advogado de Dionathas canta para a filha e que o ajudou a refletir, na manhã de hoje, enquanto se preparava para o julgamento, sobre o que falar sobre a situação de Dionathas."Enquanto eu calei o meu pecado. Envelheci, eu sei. De tão cansado,porque a tua mão pesava sobre mim e o meu vigor chegou ao fim. O meu pecado, então, eu não mais ocultei do meu Senhor e Rei. Assim eu confessei o meu pecado e pelo sangue de Jesus eu fui lavado", diz a letra da música.
"Não vamos pedir clemência para Dionathas", diz advogado
Advogado de Dionathas, Leonardo da Rocha Souza, disse que o réu não se isenta da responsabilidade de ter atirado na médica Milena Gottardi. "Não vamos pedir clemência. Dionathas sabe da gravidade de sua conduta, da necessidade de ser responsabilizado pelo que fez. Não é um sentimento de vingança que nos move, mas de justiça. Justiça também é responsabilização. Dionathas vai colher o que plantou, nos limites da nossa lei. Fiz Dionathas entender que nem sempre a defesa é a negativa de autoria", disse aos jurados.
Julgamento retomado
O julgamento foi retomado e, agora, é a fase em que a defesa dos réus vão expor os seus argumentos. Quem dá início é o advogado de defesa de Dionathas Alves Vieira e Bruno Broetto, Leonardo da Rocha Souza. Ele terá duas horas e 30 minutos para falar aos jurados, uma hora e 15 minutos para cada réu.
Julgamento suspenso para lanche
Uma pequena interrupção foi feita para um lanche.
Leitura de carta de Milena encerra apresentação do MPES
Os promotores de justiça e o assistente de acusação encerraram a sua apresentação de 7h28 com uma leitura da carta deixada por Milena. “Ela começou esta apresentação e vai encerrá-la”, informaram. Agradeceram aos jurados pedindo punição para os réus. Os familiares de Milena, que acompanhavam a apresentação choravam, emocionados. Familiares do réus também choravam.
Filhas são as que mais sofrem
Renan Sales, assistente de acusação: “Não foi morta só a Milena. Foi assassinada a esperança de várias crianças. A esperança de uma mãe de viver com as filhas, a esperança de duas meninas. Elas nunca mais vão conseguir viver com a mãe. Os réus falaram do sofrimento de suas famílias, mas quem está sofrendo são as filhas de Milena com esta covardia”.
Réus praticaram fraude processual
O assistente de acusação, Renan Sales, explica que os réus são acusados também de estelionato processual, que é a tentativa de enganar a justiça. “Os réus cometeram o crime de fraude processual ao tentar forjar o crime de latrocínio. Dionathas, único corajoso neste plenário, contou a verdade sobre esta empreitada criminosa, contou que a orientação foi de que ele executasse o crime nos moldes que levasse a polícia a acreditar que foi um latrocínio. Ele disse aqui que a ordem foi clara: deveria pegar o celular da Dra.Milena. E ele o fez. Depois se livrou do aparelho".
“Choro falso em plenário”, diz promotor
Para os promotores, o choro de Hilário durante o interrogatório era falso. “Dias após o encontro em um posto, na Serra, com Valcir e Dionathas, onde combinaram detalhes do crime, ele tentou contato com várias mulheres”. E mostra diversos registros de ligações interceptadas em que ele marca encontro com outras mulheres, informa que está separado há quatro meses. Para conquistar uma delas, ele pede apoio de amigos, para que viabilizem um encontro ou contato. “Este Hilário do interrogatório, choroso, não existe”, diz o promotor Leonardo.
Hilário foi a apartamento de Milena no dia do seu enterro
No dia do enterro da médica, Hilário foi ao apartamento em que Milena morava e sai do prédio com um envelope. Eles já estavam separados e Hilário não morava mais no apartamento. Promotores destacam que Hilário tinha solicitado a um técnico para instalar câmeras em cima da cama e na sala do imóvel. “O objetivo era constrangê-la. Não há como comprovar que ele instalou as câmeras ou que as retirou. Mas Milena disse várias vezes que se sentia vigiada, que era refém em sua própria casa. Conversava na varanda da casa, como relatou a sua prima em depoimento”, disse o promotor Rodrigo.
Em áudio, amigo chama Hilário de psicopata
Valmir Pandolfi chegou a depor como testemunha de defesa de Hilário na fase inicial do processo do caso Milena. Em áudio interceptado ele revela: “Hilário matou a mulher que cuidava de crianças doentes, uma mulher que não precisava dele. Ele não queria perder a mamata. É um psicopata. Queria poder”.
Declínio de Hilário começa quando ele sai do TJES e Milena pede a separação
O promotor Rodrigo relata que o declínio financeiro de Hilário começa quando ele deixa o emprego de assessor no Tribunal de Justiça do Espírito Santo e entra para a Polícia Civil, com renda menor. Na sequência Milena pede a separação. “Ele trabalhando na polícia, ganhando menos, não poderia mais manter os seus gastos com coisas caras. Começou o declínio de Hilário”, explica
"Dionathas tinha medo de morrer", diz promotor
Promotores relatam que Dionathas não revelou os nomes dos mandantes, em oitiva na delegacia, por medo de morrer. “Quando mostraram fotos, ele ficou com medo. Ele lembrou do encontro no posto, com Valcir e Hilário, e que Hilário estava com camisa da Polícia Civil, arma da Polícia Civil, e que disse que polícia não prende polícia. E quando ele foi interrogado pelo delegado Janderson, achou que Hilário participava das investigações e que iriam matá-lo”, explica o promotor Leonardo.
Carta de Milena: “Me senti mal quando a li pela primeira vez”, diz promotor
O promotor Rodrigo Monteiro relata que se sentiu mal quando leu a carta deixada pela médica Milena pela primeira vez. “O que aconteceu foi um misto de covardia versus ousadia. Nunca vi nada tão covarde em minha vida, é de espantar. Ousadia de achar que não seria punido, como se nada tivesse acontecido, por ser polícia, amigo de juízes, desembargadores, empresários”, relata.
Hilário pediu ajuda ao juiz Farina para conseguir guarda das filhas
Em troca de mensagens com o juiz Alexandre Farina, Hilário pede: “Irmão, vou precisar de sua ajuda para conseguir a guarda das minhas filhas”. Farina responde: “Conte comigo irmão”. E Hilário agradece: “Eu sabia”. E Farina continua: “Júlio César (juiz desembargador) me disse que o juiz Vitor Pimenta já deferiu a liminar". Hilário responde: "Agiram na covardia". Farina responde: "Já constitui advogado agora. Calma!" Promotor acrescenta que era por isto que Milena tinha tanto medo. “Era este Judiciário que ela temia”. A troca de mensagens ocorreu em 24 de abril de 2017, segundo o MPES.
Troca de mensagens entre juízes e Hilário
Promotores revelam ainda novas troca de mensagens entre juízes e Hilário. Parte delas já haviam sido divulgadas durante a Operação Alma Viva, com o afastamento dos juízes Alexandre Farina e Carlos Alexandre Gutmann. Nas mensagens com o juiz Alexandre Farina, ele diz que o "desembargador Júlio César" descobriu que foi o juiz Vitor Pimenta que havia deferido a liminar autorizando Milena a sair de casa com as filhas. Em outra mensagem, do juiz Marcelo Loureiro, no mesmo dia, às 4h da madrugada, o magistrado responde sobre a liminar: "Nossa". Promotor explica que o juiz Farina foi preso na operação Alma Viva por venda de sentença, que foi intermediada por Hilário. Em mensagens, Farina diz que não havia a menor necessidade disso, ao comentar a sentença sobre a guarda das filhas de Hilário.
E-mail apresentado por defesa de Hilário como sendo de Milena é falso, diz MPES
O e-mail anexado ao processo pela defesa de hilário na semana anterior ao julgamento é, segundo o MPES, falso. A mensagem foi enviada no dia 6 de abril de 2017, às 4h da madrugada, após Milena ter deixado o apartamento onde morava com Hilário. Foi recebido por fiorotfrasson@hotmail, email de Hilário. O promotor destaca que o nome da médica é Milena Gottardi Tonini Frasson, mas o que aparece no e-mail está escrito como Milena Tonini Gotardi, grafado só com um ‘t’. “A médica errou o seu próprio nome?”, questiona o promotor. Diz ainda: “Tudo o que foi mostrado no processo, diante deste e-mail, não condizia com a verdade.”
Promotores mostram imagem de Milena após o tiro
Os promotores mostram aos jurados uma foto de Milena Gottardi, no hospital, após as cirurgias, com a cabeça envolta em curativos. Pedem aos jurados que o crime não fique impune. “Não deixem este crime impune. O povo capixaba quer justiça”, destaca o promotor Bruno Noya.
Réus fizeram várias tentativas para viabilizar o crime, diz MPES
Pelas interceptações telefônicas, os promotores revelaram as várias tentativas de se matar Milena, entre os dias 5 de março e 14 de setembro. Nas ocasiões, Hilário ligava para Milena tentando localizá-la. Há ainda ligações na sequência para Valcir e também para Esperidião. Só conseguiram executar o crime em 14 de setembro.
Valcir pensou em colocar o filho para assumir culpa pelo crime, revela áudio
Áudio encontrado em celular revela conversa entre Valcir e Hermenegildo, onde falam que Hilário estava arrumando um advogado para eles e que Valcir ainda considerava colocar o filho para assumir o crime. Eles também tentavam vender uma carreta para pagar Dionathas, para que ele mudasse o depoimento e livrasse o nome dos demais envolvidos no assassinato da médica.
CNH de Valcir não estava vencida
Promotoria mostra documento que contradiz versão apresentada por Valcir Dias. Segundo ele, sua CNH estava vencida e por isto convidou Hermenegildo para dirigir seu carro até o Hucam. Documento do Detran apresentado por promotor mostra que a carteira de habilitação de Valcir tinha sido renovada em 3 de março daquele ano.
"Milena estava aflita e sabia que ia morrer”, diz promotor
"Vídeo mostra bem Milena olhando para trás o tempo todo, para os cantos. Ela estava aflita. Sabia que ia morrer. Sabia que tinha chegado o fim para ela. Pensem, senhores jurados, no que essa mulher passou!", ressalta o promotor Bruno Noya e acrescenta: "O depoimento de Dionathas bate com o que foi dito pela médica que estava com Milena no dia. Então, a versão apresentada pelos réus é um embuste, um engodo, chegando a indicar que tudo não passa de um grande complô, inclusive, com pretensões políticas". Renan Sales, assistente de acusação, acrescenta: "Além de ladrões de vida, eles estão querendo roubar as dignidades de vossas excelências", diz.
Intermediários receberiam recompensa pelo crime
"Mataram por quê? Por uma relação de amizade? Ninguém entra em uma treta desta para não ganhar nada. Tenham certeza de que ofereceram a eles, intermediários, algo atrativo", afirma o promotor.
Hilário quis montar o "crime perfeito" e tinha planos para matar Dionathas, afirma promotor
Segundo os promotores, o crime foi organizado por Hilário, um investigador que fez escala de plantão na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que usou esta experiência para tentar apagar os vestígios de autoria do crime. "Vocês têm dúvidas de que se Dionathas tivesse aceito a carona dos intermediários, ele estaria vivo hoje?", questiona promotor. O atirador falou que os intermediários insistiram para dar uma carona a ele para Timbuí. Dionathas disse ter recusado a oferta, pois desconfiou que seria morto pelos comparsas.
Nota de hospital desmonta argumento utilizado pelos intermediários
Intermediários argumentaram que estiveram no Hucam, na semana que antecedeu o crime e no dia do crime, para visitar um amigo que estava doente, chamado Valdemar, que teria morrido e sido enterrado no mesmo dia que a Milena. Ofício do hospital nega a internação de paciente com este nome na semana antes do crime.
Promotores mostram vídeo com os últimos momentos de Milena
Neste momento os jurados assistem a um vídeo divulgado pela Polícia Civil em 2017, quando foi concluído o inquérito que apurava o crime. Nas imagens é possível ver que um carro passa pelo local. Nele estavam Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho. É o momento, segundo as investigações, que a dupla mostrava ao executor, Dionathas Alves Vieira, quem era a médica que seria morta. Logo depois, eles deixam o hospital.
"Cavalo na baia", escreveu intermediário para Hilário ao se referir à Milena
No dia do crime, o atirador e os dois intermediários estavam de tocaia no estacionamento do Hucam à espera de Milena. Ao avistar a médica no local, Valcir enviou uma mensagem para o celular de Hilário. "Cavalo na baia", ao se referir que a vítima estava no hospital. Baia é o local utilizado em chácaras e sítios para manter o cavalo recolhido.
Promotores exibem aos jurados vídeo com Dionathas fazendo a reconstituição do crime
O vídeo, gravado em 2019 por policiais, mostra Dionathas no estacionamento do Hucam, fazendo a reconstituição do crime que matou a médica Milena Gottardi. Segundo os promotores, o atirador e os dois intermediários ficaram de 17h34 até às 19h. Veja o vídeo abaixo.
Julgamento é retomado
Quem está com a palavra agora é o promotor Bruno Noya. Ele afirmou que vai focar, nesta parte do debate, nos intermediários do crime, Hermenegildo Filho e Valcir Dias. "O depoimento da mãe de Dionathas prova que a declaração dos réus de que não conheciam Dionathas e Bruno é uma grande mentira, pois viviam com o filho dela", afirma o promotor.
Julgamento segue interrompido
O sétimo dia de julgamento do assassinato da médica Milena Gottardi segue na pausa do almoço, anunciada às 13h40. Em breve, o júri deve ser retomado. Quer ficar ciente de tudo que aconteceu nos últimos seis dias? Clique aqui.
Julgamento interrompido para almoço
O sétimo dia de julgamento foi interrompido para o almoço. A pausa anunciada é de 1 hora. O retorno está previsto, portanto, para acontecer às 14h40.
“Queria ter paz”, disse Milena em mensagem
Os promotores mostram mensagens enviadas por Milena para Hilário. “Se eu chegasse todos os dias e encontrasse paz, eu teria vontade de ficar com você”, escreveu a médica. Logo em seguida, eles apresentam outra mensagem, desta vez de Hilário: “Estou pronto para o que der e vier”.
Promotor: "o que foi feito com Milena foi covardia"
“Se não está satisfeito, separa. O que foi feito com Milena foi uma covardia. Não podemos permitir que outras Milenas sejam mortas”, desabafa o promotor Rodrigo Monteiro.
Filhas sofrem alienação parental, diz promotor
Promotores revelam conversa de Hilário com a filha mais velha, na qual ele diz que “está sofrendo”, que “está triste com a separação” e orienta a filha a mostrar as mensagens para mãe (Milena). “Hilário colocava as filhas no meio do conflito, colocando as crianças contra a mãe, que estaria provocando a separação. Imagina como está a situação desta menina hoje? As filhas ainda sofrem o mal causado pelos réus para o resto das vidas ao lembrar desta situação”, pondera o promotor Leonardo dos Santos.
"Milena participa de julgamento", diz promotor
O promotor Leonardo dos Santos informa que este processo é peculiar pela participação de Milena Gottardi. “Vamos mostrar um áudio dela relatando a situação que vivia. Ela conta, em desespero, para os sogros, em uma reunião na própria casa. Foi a partir desta reunião, que Hilário e o pai arquitetam e planejam o crime”, diz o promotor Rodrigo Monteiro. O áudio pode ser escutado nesta matéria.
Vídeo de hilário atirando é exibido
Em seguida, os promotores exibem um segundo vídeo de Hilário, atirando. “Para uma pessoa que está fragilizada psicologicamente, recebe vídeos como este, o que ela podia pensar?”, destaca o promotor Rodrigo Monteiro.
Promotores exibem vídeo de Hilário
Os promotores passam um vídeo de Hilário, veja abaixo:
Promotores: Hilário pesquisou por pornografia
Sobre o conteúdo pornográfico acessado por Hilário dias após a morte da esposa, os promotores disseram que abriram os sites acessados. "É uma vergonha. A esposa em uma mesa fria do DML (Departamento Médico Legal) e ele acessando este tipo de site. Ele relata que se despediu da Milena na funerária, dizendo 'Meu amor, vai com Deus'. Quem fala isso e pesquisa site de conteúdo pornográfico?”, questiona Leonardo dos Santos. Em seguida, Rodrigo Monteiro relata termos buscados por Hilário, tais como: "esposa", "gostosa" e "casada". “Ele não acessou um link recebido em grupo, como ele declarou. Ele fez pesquisas no Google”, garante.
Mensagens trocadas entre Hilário e prostituta
O promotor Rodrigo Monteiro destaca o relatório da Polícia Civil que indicou o contato entre Hilário Frasson e uma prostituta, no dia 19 de setembro de 2017, cinco dias após Milena ser baleada, e quatro após a médica ter a morte declarada. As mensagens trocadas entre o ex-policial e a garota de programa podem ser vistas nesta matéria.
Promotor: "ele queria monitorá-la o tempo todo"
O promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos mostra uma mensagem de Hilário, na qual ele diz para a empresa que quer rastrear o carro de Milena "agora". A empresa responde que não é possível, porque a loja estava fechada, por ser um domingo. “Isso mostra que ele queria monitorá-la o tempo inteiro”, argumenta.
Promotores apontam contradições de Hilário
Os promotores mostram provas de que Hilário tinha acesso ao carro de Milena. Ele que levou o automóvel para revisão, aproveitando para instalar o rastreador. Depois, ele recebe uma comunicação da empresa de rastreamento dizendo que o serviço estava liberado para acompanhamento somente para o número do celular dele. O material apresentado mostra contradição no interrogatório de Hilário, que disse que Milena foi junto para colocar o rastreador.
Hermenegildo e Dionathas pronunciados por pistolagem
O promotor Rodrigo Monteiro cita também que Hermenegildo (intermediador) e Dionathas (executor) foram pronunciados por crime de pistolagem, em Laranja da Terra, no Noroeste do Espírito Santo. A denúncia narra que no dia 7 de julho de 2017, na localidade de Ribeirão, os dois mataram Sílvio Camargo Dias, mediante pagamento e promessa de recompensa.
Promotor cita outros processos de Esperidião
Na volta à manifestação, o promotor Rodrigo Monteiro cita um processo em que o Esperidião (mandante e ex-sogro de Milena) é acusado de ter arrastado uma pessoa, amarrada em um cavalo, só pelo fato de ela ser homossexual. Há ainda referência à morte de Lindonésia dos Santos Frasson, cunhada dele, que quis se separar do marido. Ela foi morta por disputa de terras. Na época, Esperidião foi pronunciado com outros réus, mas o processo foi declarado prescrito por causa da idade dele.
Julgamento retomado
Após dez minutos de intervalo, o sétimo dia de julgamento é retomado.
Intervalo no julgamento
O sétimo dia de julgamento foi suspenso às 11h52 para um pequeno intervalo.
Extração do telefone de Hilário tem 9 mil páginas
O processo tem 17 volumes, 4 mil páginas impressas e 30 mil páginas de documentos em mídia. A extração do telefone de Hilário Frasson tem 9.309 páginas, com várias informações. Algumas delas foram utilizadas na Operação Alma Viva, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que resultou na prisão de várias pessoas, incluindo empresário e juízes.
Promotor ironiza anotações de Hilário
Hilário faz anotações – o que é permitido por lei para que possa se comunicar com os advogados – e o promotor Rodrigo Monteiro destaca a atitude, dizendo que ele agiu assim durante todo o tempo em que esteve no salão do júri. “Uma pessoa culta, com doutorado, que foi coordenador de uma faculdade. Suas anotações poderiam ajudar de forma acadêmica”, diz cinicamente.
Promotor Rodrigo Monteiro inicia fala
O promotor Rodrigo Monteiro começa a fala agradecendo às mulheres do plenário e depois estende o cumprimento aos homens.
Promotores mostram foto de Milena sem aliança
Os promotores mostram uma foto da Milena em um seminário, na qual ela aparece sem aliança. “Tenho certeza de que foi a partir de 5 de abril de 2017”, diz o promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos. Os advogados de defesa dos réus afirmam que a médica continuou usando aliança.
Promotor: "esperança ultrapassou a morte"
As outras duas virtudes ressaltadas pelos promotores são a caridade e a esperança. Sobre a primeira foi destacada o trabalho da médica junto a crianças com câncer. “A esperança dela ultrapassou a morte. Ela confiou nas autoridades ao fazer um pedido para as autoridades, mostrou esperança de que olhassem para as filhas dela e que deixassem as filhas com o irmão e a mãe”, afirma o promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos.
"Não pensaram em Deus", destaca promotor
Os promotores e assistente de acusação destacam as sete virtudes da "pessoa de bem", as quais Milena possuía todas, segundo eles. Após citarem prudência, justiça, temperança e coragem, eles chegam à fé. "(Os réus) falaram de Deus, mas não pensaram em Deus ao planejarem, executarem e plantarem mentiras no processo, ofendendo a memória da médica, suas filhas, familiares e a inteligência dos jurados. O processo é a prova clara de que nem todos os que falam de Deus entram no reino dos céus”, afirma o promotor Rodrigo Monteiro.
"Ela tomou nojo e repulsa", diz promotor
O promotor Rodrigo Monteiro destaca uma mudança de comportamento de Milena a partir do período entre 5 e 6 de março, quando ela teria sido violentada. "Neste dia, ela tomou nojo, repulsa. Não queria ver mais a cara dele (Hilário). Não acontece uma mudança brusca sem um acontecimento brusco. Ela não tinha raiva dele, mas nojo, que é pior, porque, com ele, você despreza totalmente a pessoa. Em dado momento, ela está tão convicta de que ela quer a liberdade, que ela para de responder as mensagens de Hilário. Ele passa a utilizar o celular da filha mais velha”, diz.
"Perverso demais", afirma promotor
Promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos: "Para nós este processo é perverso demais: perseguição, alienação parental, influência para tentar, pelos poderes, cercar Milena para que ela não conseguisse a sonhada paz, ameaças...."
Família da médica deixa salão do júri
A mãe e o irmão de Milena, Zilca e Douglas Gottardi, deixam o salão do júri. A família da médica ficou emocionada com as descrições feitas pelo assistente de acusação, Renan Sales.
"Cavalo está na baia" era código usado por réus
De acordo com o assistente de acusação Renan Sales, o código “cavalo está na baia” foi utilizado em mensagem entre os réus para indicar que a médica estava no Hucam, no dia 14 de setembro. O advogado ressalta que, no dia seguinte, seria a data de assinatura do divórcio entre Milena e Hilário.
Sobre o dia do assassinato de Milena
Assistente de acusação, Renan Sales: "Ao contrário do que Valcir e Hermenegildo (intermediadores) declararam, Dionathas não esteve antes (do dia da morte da médica) no Hucam (Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes) para visitar a irmã doente. A irmã de Dionathas estava internada no Hospital Jayme (dos Santos Neves). Dionathas só foi ao Hucam, como ele disse no interrogatório, no dia do crime, para matar a médica."
Acordo tentava não "deflagrar fúria de Hilário"
"Na ação do divórcio constava um acordo de 90 dias para acalmar Hilário e fazer o divórcio tranquilamente, para ele se acostumar com a ideia. Ela (Milena) tinha medo dele. Hilário disse em interrogatório que ela titubeou, mas o objetivo era não deflagrar a fúria dele", relata Renan Sales, assistente de acusação. Em seguida, ele apresenta e-mail no qual o advogado de Hilário à época confirma o recebimento do acordo.
Milena teria sido violentada
"Não há como provar, mas Douglas (irmão de Milena) disse que ela foi violentada na noite entre 5 e 6 de março. Ninguém vivia mais com a Milena do que o Douglas. Ela tinha uma relação linda com o irmão", comenta o assistente de acusação Renan Sales, durante manifestação.
Advogado questiona choro de Hilário
Assistente de acusação, Renan Sales: “Dona Zilca, a senhora é um exemplo de fortaleza, viveu e vive a pior dor que um ser humano poder viver. Não existe dor pior. Para Douglas, Shintia: eu acredito no choro de vocês, que é de verdade. Não o que vi aqui ontem”, diz sobre o interrogatório de Hilário Frasson, que chorou em alguns momentos do depoimento.
Assistente de acusação diz ter sido ameaçado
Assistente de acusação, o advogado Renan Sales relata que foi ameaçado por Hilário Frasson durante a fase de audiências iniciais do processo, mas que o caso acabou prescrevendo.
Silêncio no plenário
Durante a exibição do vídeo de A Gazeta, silêncio no plenário. Familiares de Milena assistiram à gravação de cabeça baixa, emocionados. Alguns choraram.
Debate é aberto com vídeo de A Gazeta
Um vídeo produzido por A Gazeta foi utilizado pelos promotores de justiça na abertura da fase de debates no caso da Milena Gottardi. Trata-se de uma gravação na qual a jornalista Patrícia Vallim lê a carta deixada pela médica. O documento foi escrito em 5 de abril de 2017 e registrado em cartório no dia seguinte. Ela tomou a iniciativa logo após contratar uma advogada para cuidar do processo de separação. O documento foi encontrado por familiares, entre os pertences dela, logo após o crime, ocorrido em 14 de setembro de 2017. Veja o vídeo:
Tempo para manifestação
Na abertura do sétimo dia de julgamento, o juiz explicou que cada parte terá 1h15 para se manifestar. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), portanto, terá direito a até 7h30 de manifestação.
Acompanham o julgamento
Familiares da vítima, a mãe e o irmão de Milena, Douglas e Zilca Gottardi, além de prima e tio da médica. Também estão presentes os familiares Dionathas, Bruno, Valcir e Judinho. Não há familiares de Hilário e Esperidião Frasson no salão.
Iniciado julgamento
Começa o sétimo dia de julgamento.
Réus presentes
Todos os réus já foram levados para o salão do Tribunal do Júri. Com a mudança realizada na estrutura, todos ficaram do mesmo lado, mas Dionathas Alves Vieira e Bruno Broetto estão separados dos demais (Hilário Frasson, Esperidião Frasson, Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho) por policiais militares.
Veja os principais momentos do julgamento
Com o julgamento mais longo que o previsto inicialmente, a reportagem de A Gazeta preparou uma matéria com os principais momentos dos últimos seis dias. A matéria de Vilmara Fernandes, Geraldo Campos Jr. e Caroline Freitas está disponível clicando aqui.
Juiz explica mudanças aos jurados
O juiz Marcos Pereira Sanches, que preside o Tribunal do Júri, explica aos jurados as mudanças que estão sendo realizadas. Como neste caso são muitos réus, todos acompanhados dos advogados de defesa, desde o primeiro dia os jurados foram posicionados em outro ponto do salão, em frente ao magistrado. Nesta posição, ficariam distantes do telão no qual vão ser reproduzidos os vídeos. Assim, os equipamentos estão sendo reposicionados, para facilitar a visualização.
Preparativos
Antes de iniciar o julgamento na manhã deste domingo (29), está sendo realizada a instalação de equipamentos para a reprodução de vídeos para os jurados, material que será apresentado pelos promotores de justiça durante a fase de debates que se iniciará dentro de alguns minutos.
Sétimo dia de julgamento
O júri deste domingo (29) estava marcado para começar às 9h. No entanto, até o momento, o sétimo dia de julgamento ainda não teve início.
Dia de debates
Neste domingo (29) serão realizados os debates, momento do júri em que os promotores do caso são ouvidos. Esta etapa deve durar o dia todo. A expectativa, segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), é que o julgamento termine nesta segunda-feira (30) ou terça-feira (31).
Julgamento encerrado
O julgamento foi encerrado às 21h15. O júri volta a se reunir neste domingo (28), a partir das 9h, já na fase de debates.
Bruno confirma que namorou filha de Valcir
Bruno, em seu novo depoimento, confirmou que namorou a filha de Valcir na adolescência. Valcir, mais cedo, disse que não sabia desse relacionamento. Bruno confirmou o fato e disse que na época nem conhecia Valcir.
Dionathas nega que esteve no Hucam para ver irmã
Os réus anteriores falaram que Dionathas estava no Hucam para acompanhar a irmã que estava em tratamento de câncer, mas Dionathas negou e disse que ela estava em outro hospital, em Vila Velha. Ele já tinha confessado que estava no Hucam para executar Milena. Após rápidos esclarecimentos, seu novo depoimento foi encerrado.
Retomado interrogatório de Dionathas e Bruno Broetto
Os réus Dionathas Alves Vieira e Bruno Broetto vão ser interrogados novamente para confrontar pontos que foram apontados no interrogatório dos demais réus.
Termina o interrogatório de Hilário
Depoimento de Hilário é encerrado.
Hilário fala sobre suposto e-mail enviado a ele por Milena
Hilário afirmou, já encerrando o depoimento, que recebeu um e-mail de Milena que mostra que os dois ainda se amavam. "Quero dizer que eu recebi um e-mail muito especial da Milena. Ele foi um marco de tudo o que eu falei aqui, a certeza de que o amor ainda estava entre nós". Esse e-mail foi anexado pela defesa do réu no processo, como mostrou A Gazeta.
Hilário relata que se despediu de Milena após sua morte
Questionado qual foi o seu último contato com Milena, Hilário relatou que foi no hospital após ela ter sido baleada. Ele ainda disse que se despediu dela na funerária. "Quando cheguei ao hospital ela já havia entrado em cirurgia, liguei para alguns médicos, inclusive o Tarciso e chegaram várias pessoas. Houve uma notícia atravessada de que ela tinha falecido e eu estava desnorteado, perdi o chão. Uma médica espírita me disse: 'neste momento você reflita porque a alma dela está deixando o corpo'. Tomei uma medida de muita lucidez: peguei a minha arma e pedi que sumissem com ela da minha frente. Minutos depois veio a informação de que ela ainda estava na sala de cirurgia e ficamos esperando. Tarciso falou comigo: 'pode ser que ela viva ou não'. A partir daquele momento, não saí do lado da Milena. Claro que fui ver minhas filhas, mas voltava para ela. Realizei o último desejo dela que era a doação de órgãos e não poderia deixar de fazer isto por ela. Dali fui tomar banho na casa do Tarciso e fui para o DML, até que a coloquei na funerária. Não queria me separar dela, e ainda assim, naquele momento, ao lado do rapaz na funerária, tive a honra de me despedir da Milena, pegando em sua mão, e falando: 'Esteja com Deus meu amor. Um dia estarei lá com você'", disse.
Hilário admite discussões acaloradas com Milena
Questionado pelo seu advogado de defesa e teve discussões acaloradas com Milnea durante a separação, Hilário confirmou. "Digo com franqueza, tivemos discussões e desentendimentos, ocorria troca de palavras, mas eu sei que ela nunca quis fazer. Tudo aconteceu dentro de um momento em que estávamos passando, em que estávamos vivendo, não há como negar, era verdade".
Compra de apartamento na Praia do Canto
Hilário relatou como foi a compra do apartamento do casal na Praia do Canto. "Vendemos o apartamento de Jardim Camburi, usei a rescisão da faculdade para mobilizar o apartamento de Jardim Camburi e vendi por R$ 150 mil. Conseguimos realizar nosso sonho de morar em uma casa em Jardim Camburi por R$ 300 mil. Vendi um Corola e Milena colocou R$ 15 mil e financiamos um empréstimo no Santander. Depois, por decisão dela, vendemos a casa por R$ 750 mil, quitamos o financiamento e compramos à vista o apartamento (na Praia do Canto). Recordo que Milena recebeu uns R$ 40 mil, do pai. Parte foi gasta para indenizar pelo roubo de um carro, que estava conosco quando foi roubado, e só sobrou R$ 10 mil".
Milena nunca reclamou de dinheiro, diz Hilário
Hilário afirmou que ele era o provedor da família. "Milena nunca reclamou de dinheiro comigo. Ela tinha mais receio em gastar, como eu que gostava de me vestir bem, como as pessoas do meu ciclo de amizade, mas não tivemos atrito por causa de dinheiro. mesmo ela ganhando mais a gente continuou pagando as contas juntos e fazendo as coisas junto, em família".
Hilário fala quem foi a autoridade que o sugeriu instalar câmeras
Hilário foi questionado pelo promotor de Justiça sobre quem foi o amigo que teria indicado a ele uma pessoa para instalar câmeras no apartamento. Em resposta, o ex-marido da vítima, em um primeiro momento, disse que se tratava de “uma autoridade de idoneidade inabalável” e que preferia não citar o nome. Na sequência, quando o promotor informou que ele poderia falar o que desejasse para garantir a sua defesa, Hilário informou que o nome da pessoa já era conhecido, porque já constava no processo. Disse então o nome do amigo: “Foi o doutor Eugênio Ricas, atual superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo”. Segundo Hilário, o contato para a instalação das câmeras na sala e quarto do apartamento, acabou não sendo efetivado, para evitar “custos desnecessários”.
Milena e Hilário se conheciam desde a infância
Hilário afirmou que conhecia Milena desde pequeno. "Tinha proximidade porque a mãe dela e a tia eram minhas professoras", contou.
Julgamento é retomado
Após o intervalo para o lanche, o julgamento foi retomado. Continua o interrogatório de Hilário Frasson, que agora responde aos questionamentos dos seus advogados de defesa.
Hilário aguarda retomada do julgamento monitorado por PMs
Durante a pausa para o lanche, Hilário permanece sentado na cadeira onde responde ao interrogatório, monitorado por policiais militares. Enquanto isso, seus advogados estão em frente fazendo uma pequena reunião.
Julgamento é paralisado; faltam questionamentos dos advogados de defesa
Após as perguntas do juiz, do Ministério Público e do assistente de acusação contratado pela família de Milena ao réu Hilário Frasson, o julgamento foi paralisado para um lanche. Ainda faltam questionar o réu seu advogado de defesa e os defensores dos outros réus. O interrogatório vem sendo realizado na presença dos réus Valcir, Hermenegildo e Esperidão. Já Dionathas Alves e Bruno Broetto não estão presentes no salão do júri.
Último contato com Milena foi para avisar que tinha pegado as meninas na escola
Hilário disse que, no dia do crime, o último contato que fez com Milena foi para informar, pelo WhatsApp, que já tinha pego as crianças na escola e que seguiria para a Maçonaria. Depois foi passear com as filhas e, ao levar elas de volta para a casa, recebeu a notícia. "Eu estava perto de casa quando recebi a ligação do crime", disse.
Durante anos trabalhamos no encontro de casais da igreja, diz Hilário
O ex-policial foi questionado se Milena era de muita fé. Ela respondeu: "Eu ainda sou e ela, onde está, também é de muita fé. Durante anos trabalhamos no encontro de casais na igreja Santa Rita".
Hilário sugere interferências políticas nas investigações do crime
Hilário segue respondendo perguntas do Ministério Público. Em um dado momento, apontou sobre a possibilidade de interferência política e de toda a repercussão do caso nas investigações. "Algumas autoridades se manifestando sobre o episódio (crime) eram candidatos a deputado federal, estadual, e não entendi a relação, os motivos. Seria interessante para a investigação? O dr. Janderson (delegado que conduziu o inquérito) disse aqui que para ele não houve interferência da mídia, embora inúmeros volumes se tratam de reportagens, de manifestos de políticos e autoridades públicas, me chamou a atenção isso".
Hilário admite conhecer juiz
Neste momento, Hilário responde a perguntas dos representantes do Ministério Público. Ele admitiu, em uma das respostas, conhecer o juiz Alexandre Farina. Para o Ministério Público, é ele quem seria o "juiz amigo" que Hilário se referiu em mensagens dizendo que poderia ajudar caso o crime fosse na Serra, como as investigações apontaram que era o planejamento inicial.
Hilário: "a dor é muito forte"
Hilário fez um desabafo aos jurados: "É tudo muito sofrido, a dor é doída demais, muito forte, é incalculável pela perda da minha minha saudosa esposa Milena. É inimaginável. uma dor que vai aumentando quando me vem, todas os os dias, a memória das nossas anjinhas, filhas, das quais eu estou temporariamente afastado fisicamente".
"Não mandei matar Milena e nem mandaria", diz Hilário
Último dos réus a depor no julgamento sobre o assassinato da médica Milena Gottardi, o ex-marido da vítima, Hilário Frasson, afirmou que não mandou matar a ex-esposa e negou qualquer participação na trama. Veja aqui.
Hilário admite ter entrado em contato com prostituta após o crime
Questionado, Hilário falou sobre a pesquisa por sites pornográficos dias após o crime, além de ter entrado em contato com uma garota de programa, como apontou a polícia. Sobre os sites afirmou: "Eu participava de diversos grupos, com pessoas de idades diversas. Sou analfabeto digital. Sempre abria todas as mensagens e em algumas destas, acabei clicando em algum link. Não fiz pesquisa pornográfica. Não fiz e não faria, principalmente naquele momento". Já sobre o contato com uma prostituta, ele narrou: "Dias após o ocorrido, tentando digerir tudo o que aconteceu, e na companhia de uma pessoa amiga, que me estimulou a procurar a companhia de outra pessoa. E, num momento em que estava extremamente desnorteado, de extrema fraqueza, eu procurei. Realmente entrei em contato, mas não concretizei este ato. Não cheguei até o fim".
Hilário conta sobre a hora do crime e como teria ficado sabendo
No dia em que Milena foi baleada, Hilário tinha buscado as crianças na escola. Ele relatou sobre o momento no tribunal: "Peguei as crianças, coloquei elas no carro, fui a uma sorveteria, tomamos sorvete, compramos um para levar para Milena, e passamos a passear pela Praia do Canto com a intenção de comprar uma blusa para Milena. Wu estava separado, mas mesmo depois deste desentendimento que estávamos passando nunca deixei de amar minha esposa, nunca desisti de manter o casamento. Queria comprar uma blusa para ela, mas não achamos uma que pudesse agradar Milena e as lojas já estavam fechando, já era quase 19h. Segui para o nosso apartamento e próximo recebi a ligação de um médico, Thanos, me pedindo para ir para o Hucam que a Milena levou 4 tiros. Eu falei: 'Não fala isso'. Liguei para o celular da Milena e ela não atendia", narrou em fala ao júri.
Hilário fala sobre ligações para Milena e para o pai no dia do crime
Questionado sobre ligações feitas para Milena no dia do crime, Hilário respondeu: "Às 10h30 liguei para Milena, era o horário em que ela estava mais livre. Liguei e disse: 'bom dia, você sabe que te amo, estou ligando porque me deu mais uma vez vontade de dizer para continuarmos tentando, quero voltar para casa, viver em família'. Eu nunca desisti de tentar, e ela, todas as vezes… a gente se tratava por amor, ela disse que não dava, pediu para esperar um pouco, e pediu para não conversar por telefone", disse. Hilário continuou: "Já por volta das 14h ou 14h30 ela me ligou e disse: 'amor você pode pegar as crianças? infelizmente cheguei um pouco tarde no hospital hoje'. Eu disse: 'Milena, tenho reunião na Maçonaria às 19h, com o desembargador Ney, mas vou buscar as minhas filhas'. Cheguei às 17h40 na escola. Eu não estava agitado. Enquanto esperava, liguei para a Milena e depois liguei para o celular do meu pai para avisar que não iria para a casa do meu pai levar roupa para lavar. E aproveitei para falar com meu pai sobre a venda do cavalo do médico Tarciso, uma venda difícil".
Hilário nega que tenha ido a escola das crianças armado
Testemunhas apontaram no julgamento que Hilário, por vezes, ia na escola das filhas armado, o que inclusive provocava medo nos professores. No interrogatório, ele negou. " Nunca fui com arma para fora na escola e sem uniforme. Isto não aconteceu e nem aconteceria porque tenho consciência da minha postura. Não mostraria arma para minhas filhas ou para outras crianças".
Hilário diz que Milena o ajudava com R$ 1 mil por mês após separação
O ex-policial afirmou aos jurados que, após a separação, fez um acordo com Milena sobre a pensão alimentícia das filhas. "Ela disse que eu não precisava pagar pensão e falou 'sei que você esta ganhando menos do que eu'. Eu fque teria que ter uma contribuição simbólica e paguei R$ 600. Ela, muito sensibilizada, depositava R$ 1 mil na minha conta, inacreditavelmente", disse chorando. Hilário continuou: "Não consigo compreender porque ela estava tão sensibilizada, pelo respeito que a gente mantinha entre a gente. Mantivemos como prioridade o cuidado com as nossas filhas até este infeliz acontecimento (o crime)".
"Meu pai tentou que nós continuássemos casados", diz Hilário
Questionado sobre como o pai, Esperidião Frasson, via o relacionamento com Milena, Hilário afirmou que ele tentou manter o casamento. "Meu pai sempre tentou que nós continuássemos casados, assim como eu. Sempre falava comigo para que tentasse tudo para manter o casamento, a família, porque nunca tivemos isto na nossa família. Ele sempre nos ajudou de maneira incondicional, de várias formas".
Hilário diz que nunca esteve com Valcir e nega ter apagado contato do celular
Hilário respondeu sobre a relação com Valcir: "Nunca estive pessoalmente com o senhor Valcir. Nunca estive no Hucam, com a Milena e com Valcir", disse. Sobre a afirmação da polícia de que Hilário apagou o contato de Valcir do celular um dia antes do crime, ele negou: "Não apaguei e não tinha razão de apagar".
Ligação para Valcir foi para tratar de venda de cavalos, diz réu
A polícia apontou a existência de ligações telefônicas entre Hilário e Valcir. O ex-policial admitiu ter feito o contato, mas para tratar da venda de cavalos, segundo ele. "Quando residi na casa do Tarciso Favaro, que foi quando eu estava separado e fora de casa, o Tarciso queria investir em cavalo, algo que eu gostava muito, e convenci Favaro a comprar alguns animais em um haras em Meaípe. Ele comprou alguns potros e eu também comprei um potro. Levei os potros para a casa de um médico em Aracruz. mas Tarciso não queria ter despesa com os animais e decidiu vender. E vendemos um para Rio Bananal, o outro deu problema de saúde e doamos para uma clínica veterinária, e o outro ficou na propriedade do meu pai, onde tentei vender com meu pai. por indicação do meu pai, que falou que Valcir era a saída para eu consegui vender o cavalo. Foi assim que fizemos contato, mas só para este assunto. Isto foi em maio de 2017", afirmou.
Hilário nega encontro com Dionathas ou Valcir
Hilário negou que tenha se encontrado com Dionathas (executor confesso da médica) e Valcir (apontado como intermediário do crime). Dionathas chegou a relatar que encontrou com os dois em um posto de gasolina na Serra. O ex-policial, porém, disse no depoimento que não conhecia o atirador. "Nunca me encontrei com Dionathas ou com Valcir para qualquer tipo de reunião. Uma ou duas vezes vi o Dionathas aqui (no julgamento) e não sabia da existência dele. Conheço o Valcir, tenho lembrança dele de quando eu era adolescente, porque ele trabalhou com meu pai na roça, era amigo do meu pai, mas não tive convivência com ele, nem na roça, nem em Timbuí ou em qualquer outro lugar".
Hilário diz que cogitou instalar câmeras no apartamento, mas para ver filhas
Ainda sobre o monitoramento de Milena, Hilário falou sobre as câmeras instaladas no apartamento. Ele admitiu que isso aconteceu em um momento em que ele não aceitava a separação, mas disse que o objetivo era ver as filhas. "Em um momento de maior inaceitação da separação, tive a ideia de colocar a câmera na sala do nosso apartamento para uma única e exclusiva finalidade, que era para tentar ver as minhas filhas o máximo que pudesse, porque sou muito apegado a elas. E cheguei a cogitar essa possibilidade, consultando amigos, e cheguei a conclusão da desnecessidade disto. Tanto pela desnecessidade quanto pelas despesas desnecessárias, e isso não foi efetivado"
Rastreador no veículo foi para segurança, diz réu
Após vários relatos de testemunhas de que Hilário rastreava e monitorava Milena, ele afirmou, em depoimento, que colocou um rastreador no carro para, principalmente, dar segurança. "Fomos orientado por um amigo, onde compramos nossos veículos, e ele nos orientou sobre o lugar onde colocar o rastreador. Primeiro por dar segurança em caso de assalto e furto do veiculo, para logo localizar. A outra situação é que influencia no valor do seguro do carro. Isso que nos levou, em comum acordo, a ir a loja juntos e a proceder a instalação primeiro no veiculo da Milena. E a cobrança sempre chegava em nosso endereço. A instalação foi quando já estávamos vivenciando um pequeno desentendimento".
Hilário: tivemos desentendimentos, mas sempre nos respeitamos
Segundo Hilário, apesar dos desentendimentos enquanto eram um casal, ele e Milena sempre se respeitaram. "Vivi muitos anos com a Milena e sobretudo com a família dela. Sempre fomos muito respeitosos, muitos amigos, sinceros, sempre buscamos a felicidade, viver em família, um ajudar ao outro, incentivar os projetos que tínhamos na vida, sempre nos respeitamos da melhor forma possível que um casal possa ser respeitar. Tivemos desentendimentos ideológicos, de trabalho ou no convívio dentro de casa, mas com toda sinceridade nada que ultrapasse a rotina de um casal mediano, uma família mediana".
"Foi uma surpresa para mim", diz Hilário sobre saída de Milena de casa
Hilário relatou sobre a saída de Milena de casa. "Exatamente no dia 6 de abril (de 2017), quando cheguei em casa, eu não a encontrei com as crianças. Foi uma grande surpresa para mim. No domingo estávamos em casa, com as crianças, e a tarde chegou o Douglas e a Luana, nos reunimos na tentativa de manter a família, seguir a vida adiante, e após uma hora de conversação chegamos a este acordo. Foi um domingo antes dela sair de casa", disse. Após isso, ele narrou que as coisas pareciam normalizadas entre o casal, tanto que na segunda levou as crianças na escola. "Na terça, quando cheguei, fui surpreendido e sequer tive conhecimento do que estava sendo preparado (o processo)".
Hilário: na época do crime estávamos passando por um desentendimento
Hilário Frasson falou da relação com Milena na época do crime. "Nesta época nós já estávamos passando por um pequeno desentendimento, um desgaste no casamento, como era de conhecimento. Já tinha saído de casa para ela ficar com as crianças. Saí em comum acordo com ela. Fizemos um acordo judicial idealizado por nós e levamos aos advogados para que pudessem formalizar. Foi proposto por ela com guarda compartilhada, para que ela ficasse no conforto do nosso lar".
Não mandei matar Milena e nem mandaria, diz Hilário
Hlário inicia depoimento negando qualquer envolvimento no crime: "Nego qualquer tipo de participação a cerca da imputação de ter mandado matar a Milena. Não mandei e nem mandaria".
Hilário entra no plenário chorando e inicia depoimento
O réu Hilário Antonio Fiorot Frasson, ex-policial e ex-marido de Milena Gottardi, já entrou no plenário para depor chorando. De blazer, camisa coral e calça jeans, ele é o último dos acusados a ser interrogado. Hilário é acusado de ser o mandante do assassinato da ex-mulher.
Termina interrogatório de Esperidião
O interrogatório de Esperidião Frasson foi concluído às 15h33 e o julgamento teve um intervalo. O próximo e último a depor é Hilário, ex-marido de Milena.
Chorando, Esperidião diz que não se conforma com morte de Milena
Esperidião Frasson afirmou, chorando, que não se conforma com a morte da ex-nora. "Queria que isto nunca tivesse ocorrido na minha casa. Fiquei apaixonado (no sentido de arrasado). Não me conformo da Milena ter sido morta, por alguém que não sei, nem por qual motivo".
Esperidião nega ser mandante de crime
Sobre a acusação de ser mandante do crime, Esperidião negou: "Não sei onde acharam de me colocar nesse trem. Sempre quis ajudar e não sei o que acharam para me colocar no meio disto".
Hilário falava que o casamento não poderia acabar, diz pai
Pai de Hilário, Esperidião disse que o ex-policial afirmava que o casamento com Milena não poderia acabar. "Hilário falava que o casamento não poderia acabar, chorava muito, reclamava comigo... Eu como pai aconselhava para ele ter calma, dizia que era assim mesmo, que uma hora tudo se acertava, mas acabou e nunca mais deu certo".
Esperidião: contato com Hermenegildo era no leilão na igreja
"A família do Hermenegildo é tradicional na região. Sei que ele tinha um açougue. Encontrava com ele na cidade mesmo. O contato nosso era no leilão da igreja que a gente ia pegando as doações nas propriedades, recolhendo os animais para o leilão", afirmou Esperidião ao júri.
Esperidião fala sobre ligação de Hilário e Valcir no dia do crime
Questionado sobre as ligações ocorridas no dia do crime que foram apontadas pela polícia, Esperidião disse que Hilário ligou para ele para avisar que não iria levar roupas para a mãe lavar. "Hilário me ligou dizendo que não ia levar roupa para a mãe lavar porque ia numa reunião de Maçonaria. Eu perguntei se Valcir tinha conseguido alguém para comprar o cavalo dele, mas Hilário falou que não sabia. Foi então que liguei para Valcir".
"Milena trocou o miolo das chaves e eu achei correto"
Esperidão relatou que, após Milena sair de casa, disse a ela que quem deveria sair de casa era Hilário. "Perguntei: 'o que é isso, Milena?' Eu disse: 'se alguém tem que sair é Hilário, não você com minha netas. Ele sai e você fica'. Depois de dois ou três dias, estava na rua e o telefone tocou, Milena me disse que estava dentro de casa outra vez. Nesse intervalo liguei para o Hilário e ele disse que ia para a casa do Tarciso (amigo). E Milena trocou o miolo das chaves e eu achei correto".
"Não tinha mais aquele amor e convivência de casal"
Questionado sobre a convivência com Milena após a separação, Esperidião respondeu: "Estive na casa dela umas duas ou três vezes. Os dois estavam separados, em quartos separados, mas eles não se falavam dentro de casa. Não tinha mais aquele amor e convivência de casal entre eles".
Esperidião diz que nunca teve arma de fogo e que não deu arma para matar Milena
Esperidião, acusado de ser um dos mandantes do crime e apontado como quem teria cedido a arma para matar Milena, negou a acusação. "Nunca tive arma de fogo. Nunca mexi com arma. Não cedi arma para os demais réus".
Réu não vai responder perguntas do juiz e de promotores
Como os demais interrogados deste sábado (28), o réu Esperidião Frasson afirmou que só vai responder as perguntas do advogado de defesa e dos jurados. Ele informou que não responderá perguntas do juiz, dos promotores e dos advogados dos demais réus.
Esperidião fala de doação de dinheiro para Milena
Esperidião Frasson: "Antes Milena tinha um Celta, mas na ida para São Paulo (para fazer residência), ela vendeu para ter um dinheiro para iniciar o curso. Ela voltou de São Paulo com uma dívida alta. Eu vendi um pedaço para a minha terra e doei um dinheiro para eles. Nós tínhamos um carro e, na época, Milena ia para o serviço a pé ou de táxi quando Hilário não podia levá-la. Eu peguei um empréstimo para ela comprar o carro, depois ela fez um empréstimo de dinheiro e eu paguei com a doação que fiz para ela. Eu passei para eles, em dinheiro, depois que pagou as dívidas, uns R$ 17,5 mil que sobrou. Mas a doação total para Milena foi de R$ 150 mil, depois que vendi minha terra".
"Era como uma filha para mim", diz Esperidião sobre Milena
Ao ser questionado se Milena tinha medo dele, Esperidião Frasson afirmou: "Não, ela tinha toda a liberdade de conversar comigo, nunca teve receio nenhum. Eu perguntava se estava tudo bem, ela dizia que sim, quando ela ia fazer alguma coisa sempre me ouvia. Era como uma filha para mim".
Esperidião diz que tinha bom relacionamento com Milena
Esperidião Frasson iniciou o depoimento falando do seu relacionamento com Milena Gottardi. "O relacionamento com a Milena era muito bom, ela era uma pessoa muito importante para mim", disse chorando. "Além de ser minha nora, era muito educada, muito trabalhadora", complementou.
Julgamento recomeça com Esperidião Frasson
Às 14h07 o julgamento recomeçou com o interrogatório de Esperidião Frasson, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Milena Gottardi.
Julgamento suspenso para almoço
Interrogatório de Hermenegildo Palauro Filho termina e julgamento é suspenso para almoço.
“Não sabia que a moto usada no dia do crime era roubada”, diz Hermenegildo
Hermenegildo relatou que a moto utilizada no dia do crime foi guardada em sua casa, pelo executor. “Dionathas me pediu para deixar a moto na minha casa porque não tinha condições de deixar na casa dele. Eu falei que ele podia deixar no meu terreiro, e ela ficou lá por uns 15 dias, mais ou menos. Como estava preocupado com a moto lá, então a levei para o sítio (a chave estava nela). Depois vim embora. Não sabia que a moto era produto de furto e roubo. Dionathas me disse só que iria deixar ela lá porque estava com a documentação atrasada e faltando umas prestações para pagar. Um dia Dionathas me procurou dizendo que precisava da moto para trabalhar. Levei ele no sítio, ele pegou a moto e saiu. Estava em Castelo quando Dionathas me ligou perguntando se podia guardar a moto de novo lá no sítio, de novo. Depois é que fui saber o que Dionathas tinha feito pela imprensa”.
“Vi um alvoroço no dia do crime”, diz intermediário
Hermenegildo: "No dia do crime, vi as pessoas correndo, meio que um alvoroço. Achei que fosse um acidente. Até tentei ver o que estava acontecendo, mas estava no sinal e ele abriu... segui meu caminho. Não conheci a Milena".
"Eu estava no Hucam no dia do crime", diz Hermenegildo
Hermenegildo informou que estava no Hucam, em Vitória, no dia em que a médica foi morta. “Estive no hospital onde o crime aconteceu. Não estive lá em nenhum outro dia antes. Valcir chegou na minha casa pedindo para eu levar ele no hospital porque um conhecido nosso, Valdemar, estava internado com câncer, nas últimas. Valcir insistiu para eu levá-lo para ver Valdemar. Disse que estava com a carteira vencida e com problemas na vista, por isso não poderia dirigir. Chegando lá, o Valcir foi ver o Valdemar, eu não fui porque não estava me sentindo bem. Saí para urinar e depois voltei para o carro, escutando umas modas de viola, que eu gosto. Acho que Valcir ficou por cerca de uma hora. Ele voltou com uma garrafa de água na mão e eu agradeci. Eu não estava me sentindo bem porque tomei um remédio para pressão. Na volta, troquei de lugar com o Valcir porque não estava em condições de dirigir. Dionathas passou por nós pelo estacionamento. Ele tinha uma irmã que fazia hemodiálise lá, por isso nem estranhei. Não falei com ele lá em nenhum momento. Não entrou no meu carro também não”, contou.
Hermenegildo relata medo após prisão
No retorno para Vitória, após a prisão, Hermenegildo relata que teve momentos de medo: “Em Baixo Guandu, os policiais trancaram a caminhonete comigo dentro e foram tomar café. Fiquei sozinho, algemado. Ninguém me disse que eu tinha o direito de ficar em silêncio. Nesta hora passa muita coisa na cabeça da gente..." Diz ainda que não teve envolvimento em crime. "Nunca tive problema com ninguém. E fiquei com medo de ser preso".
Hermenegildo fala da prisão e de agressões psicológicas
O réu Hermenegildo tinha se escondido em Alto Capim, em Minas Gerais, onde foi preso. “Me surpreendi com a chegada da polícia. Não estava armado, pois não uso arma. Acordo muito cedo e vi quando chegaram duas caminhonetes. Vi primeiro o delegado, que me tratou super bem e perguntou se eu tinha arma. Disse que não e ele mandou eu entrar e procurar. Procurei, mas não tinha nada. Me algemaram com as mãos para trás, me colocaram na caminhonete e me levaram para a delegacia. Vim no banco de trás, algemado. Vieram conversando comigo e disseram que todo mundo já tinha sido preso e só faltava eu. Vieram trabalhando meu psicológico, tentando colocar palavras na minha boca. Saímos de lá por volta das 6h e chegamos na delegacia às 14h. Não me deixaram ligar para minha família. Foram narrando os fatos para mim da história e dizendo que aquela versão era a correta, tentando me convencer a confirmar tudo sobre o crime”.
Intermediário diz que se encontrava ocasionalmente com Esperidião
Hermenegildo informa em seu interrogatório que conhecia Valcir. “Ele comprava animais e eu vendi alguns para ele. Temos um relacionamento, moramos na mesma região”. Quanto a Hilário, disse que o conheceu na adolescência, aos 14 anos. “Ele ia ao meu açougue, em Timbuí. Depois que começou a estudar fora, não tive mais vínculo com ele. Sabia que era casado, mas não sabia que era com uma médica. Hilário dificilmente passava por dentro de Timbuí”, relatou. Quanto a Esperidião, informou que era pai de Hilário e que o encontrava, eventualmente, em uma casa de produtos veterinários, e nos leilões da igreja. “Quando a gente lida com animais, sempre precisa de produtos e eventualmente encontrava com nesta loja, ou na rua, e só o cumprimentava. Sou católico e ajudava na igreja, recolhendo os animais doados para o leilão da igreja, que era encabeçado pelo Esperidião”. Ele também conhecia Bruno Broetto. "Fui fazer uma revisão em uma moto que tinha e encontrei com ele na oficina. Foi só este contato", disse.
“Conheci Dionathas ainda criança”, relata o réu Hermenegildo Palauro Filho
O interrogatório de Hermenegildo Palauro Filho, apontado como um dos intermediários do assassinato da médica Milena Gottardi começou às 11h50. Ele relatou que conheceu o executor do crime, Dionathas Alves Vieira ainda criança. “Conheci o Dionathas ainda criançs, com uns 8 ou 10 anos, ele ia para minha casa, com o irmão, sempre à tarde, após a escola, porque gostavam de mexer com animais. Após uma certa idade ele parou de ir lá em casa. Depois Dionathas veio para Vitória e sempre oferecia uma moto, um carro, mas não tinha vínculo. Em um lugar pequeno, todo mundo se conhece”, disse.
Termina interrogatório de Valcir
O interrogatório de Valcir é encerrado às 11h34. A pedido da advogada, o juiz e os promotores não puderam fazer perguntas. Somente jurados interrogaram o réu.
"Não sabia que Hilário era policial", diz Valcir
Valcir conta em seu interrogatório que não sabia que Hilário era policial civil. “Conheço ele desde pequeno, mas depois que se formou ele saiu da cidade e nunca mais soube da vida dele. Fui reencontrar com ele aqui, na cadeia. Hilário me ligou algumas vezes porque estava querendo comprar um cavalo, nossas conversas foram só sobre isso. Também não sabia que Hilário era policial. Soube depois que fui preso”. Ele também negou conhecer Milena Gottardi. “Nunca encontrei nem a esposa dele, nem sabia que ela era médica”, disse.
Valcir diz que foi agredido por delegado em sua prisão
Valcir relata em interrogatório que foi agredido pelo delegado Janderson Lube logo após ter sido preso. “Quando me prenderam, na viatura fui atrás com dois policiais. Chegou na BR eles ligaram o whatsapp e gravaram. Eu disse que falaria com a minha advogada e eles começaram a me bater. Um deles era o delegado que estava aqui (Janderson Lube). Achei que ia morrer. Na delegacia o delegado falava: ‘Agora o canarinho canta’”.
Relação com o réu Esperidião
Valcir dia que sempre trabalhou com o Esperidião. “Minha relação com ele era essa. Meu pai trabalhou para família dele...trabalhava para a família desde os 10 anos Eu e ele fazíamos negócios direto com a venda e troca de animais”. Disse ainda que soube que no depoimento, o réu Bruno Broetto relatou que namorou a sua filha. “Não conhecia e nem era amigo dele. Minha filha tinha 16 anos...nem sabia que ela namorava”, disse
“Fui ao Hucam visitar um amigo”, diz acusado de intermediar crime
Valcir informa que no sábado, dia do enterro de Milena, estava no cemitério para o enterro de um amigo de nome Valdemar. “Foi quando os policiais foram na minha casa, na primeira vez. Eu não tinha motivos para fugir e me esconder”. Relata que foi algumas vezes ao Hucam, com Hermenegildo, para visitar o amigo Valdemar, que estava internado com câncer. “Não fui dirigindo ao hospital porque minha carteira estava vencida e eu estava com um problema nas vistas. No dia que fui visitar o Valdemar pedi ao Judinho (Hermenegildo) para me levar. Por isso, estávamos lá no hospital”. Disse que no dia 14, dia do crime, viu Dionathas no local. “Na visita do dia 14 eu vi o Dionathas, não foi estranho porque ele sempre estava por lá por causa da irmã que fazia hemodiálise. Não sou amigo do Dionathas”, contou.
Valcir nega participação no crime
Em interrogatório, Valcir relata que trabalhava na roça, nos finais de semana, e ainda em uma empresa na Serra durante a semana. Que também trabalhava com a compra e venda de animais. “Fui surpreendido quando soube que a polícia estava à minha procura. Comecei a buscar um advogado para me apresentar, mas a polícia me prendeu antes. Eu não devia nada e minha mãe falava pra eu não ir à delegacia porque eu não devia nada”, contou.
Fim da violência contra as mulheres
Amigos de faculdade de Milena Gottardi acompanham, em frente ao fórum, julgamento dos acusados pelo assassinato da médica. Protestam pedindo o fim da violência contra as mulheres. Veja depoimento de Priscila Rabello:
Começa o sexto dia de julgamento
O sexto dia de julgamento começa com o interrogatório de Valcir da Silva Dias, apontado como intermediário no assassinato da médica Milena. Por orientação de sua advogada, ele não deverá responder as perguntas dos advogados dos demais réus.
Assistente de acusação informa estar confiante na condenação dos seis réus
O advogado Renan Sales, que atua como assistente de acusação no processo do crime da médica Milena Gottardi, representando a família da vítima, informa que está confiante na condenação dos seis réus. Confira o vídeo:
Amigos protestam em frente ao fórum
Em frente à Corte, onde ocorre o julgamento dos acusados de matar Milena Gottardi, amigos e familiares da médica protestam contra o feminicídio e alertam sobre quantas mulheres serão assassinadas para a população acordar sobre crimes de ódio contra o gênero feminino.
Réus chegam ao fórum para sexto dia de julgamento
Com julgamento previsto para recomeçar às 10 horas da manhã deste sábado (28), os seis réus, acusados de participar da trama que assassinou a médica Milena Gottardi, em setembro de 2017, já estão no Fórum Criminal de Vitória. A expectativa é que sejam interrogados quatro acusados: Valcir da Silva Dias, Hermenegildo Palauro Filho, Esperidião Frasson e Hilário Frasson, que era marido de Milena. Ele deve ser o último a falar em juízo sobre as denuncias envolvendo o assassinato.
Advogado crê na absolvição de Bruno
O advogado Leonardo da Rocha Souza, que defende Dionathas Alves e Bruno Broetto, deixou o julgamento nesta sexta-feira (27) satisfeito com o interrogatório dos dois clientes. "O depoimento do Dionathas, depois do delegado, foi na minha opinião o mais importante deste julgamento. Além dele assumir sua responsabilidade, de trazer detalhes de como que aconteceu esse crime bárbaro, ele trouxe informações preciosas sobre participação de cada um dos acusados neste crime, informações essas que foram corroboradas com todas as outras provas do processo. Na opinião da defesa, portanto, ficou muito claro que ele está falando a verdade e vamos pedir que ele seja julgado dentro dos limites daquilo que a lei brasileira prevê em casos graves como esse. Já quanto ao Bruno eu estou feliz, mas ao mesmo tempo angustiado. O Bruno é inocente, e as provas produzidas neste processo estão claras neste sentido.. Quem acompanhou o depoimento dele sentiu verdade no que ele disse, esclareceu tudo, deixou de forma cristalina a ausência de toda e qualquer indício de participação dele nesta trama criminosa. Portanto, estou bastante esperançoso e confiante que no julgamento ele saia absolvido e retorne para sua casa".
Promotor diz que absolvição de qualquer réu é ofensa ao bom senso
O promotor de Justiça Rodrigo Monteiro avaliou o quinto dia de julgamento: "Os interrogatórios dos réus Dionathas e Bruno não fugiram nada daquilo que a gente esperava. Eles confirmaram, sobretudo o Dionathas, toda a dinâmica do processo. O Bruno confirma que de fato cedeu a moto para a prática de um crime, mas afirma que não sabia que era para matar a dra. Milena. Para nós, porém, é irrelevante se ele cedeu a moto para matar João, Pedro ou a dra. Milena. A questão é que quando ele cedeu a moto para o Dionathas ele tinha o dolo, a intenção e o prévio conhecimento que essa moto seria usada para a prática de um homicídio. Então temos convicção, de acordo com a prova do processo, que conseguiremos obter a condenação de todos os réus. Falar em absolvição de qualquer réu é uma ofensa ao bom senso, uma ofensa a verdade do processo. Acreditamos que sairemos daqui com uma sentença de condenação dos todos os réus para fazermos justiça pela dra. Milena, para suas filhas, sua família, para os pacientes dela, seus amigos, e para toda a sociedade do Espírito Santo".
Interrogatório de quatro réus neste sábado (28)
O julgamento do caso Milena Gottardi vai entrar no sexto dia neste sábado (28) com o interrogatório de quatro réus: Valcir da Silva Dias, Hermenegildo Palauro Filho, Esperidião Frasson e Hilário Frasson, todos acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi. Os trabalhos começam às 10 horas.
Julgamento encerrado
Chega ao fim o quinto dia de julgamento dos seis acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi. Os trabalhos foram encerrados às 20h52.
Bruno diz que soube da morte médica quando foi preso
Bruno Broetto relatou que, ao chegar em casa, sua mãe falou que estava sendo velada na escola em que ela era coordenadora, uma mulher que tinha sido morta em Vitória. “Ela estranhou. Mas eu só fiquei sabendo que era a médica Milena Gottardi quando fui preso”. Disse que tem medo dos demais réus. “Não tem nada que comprove a má fama deles, nunca fizeram nada contra mim, mas tenho medo deles”, disse.
“Me arrependo de ter cedido a moto”, diz réu
Bruno Broetto relatou “estar arrependido” de ter tomado conhecimento da moto, de não ter procurado saber no que ela seria utilizada e de a ter cedido para Dionathas, executor da médica. Disse ainda que só responde na Justiça a um processo, junto com Dionathas, por receptação de baterias furtadas. Contou que foi a sua namorada que ligou para ele contando sobre a prisão do executor. “Ela me ligou chorando e me pediu para ir para casa, tomei banho e fui me encontrar com ela. Minha namorada era irmã de Dionathas”. Em casa ficou sabendo que era procurado pela polícia. Sua família questionou os motivos. “Falei que na segunda iria à delegacia prestar depoimento”. Ainda no sábado, após o crime, ele foi preso. “Eles falaram que era para prestar esclarecimentos, mas estou preso até hoje”, disse.
Filha do réu Valcir foi namorada de Bruno Broetto
Durante o interrogatório, Bruno Broetto confirmou que namorou a filha do réu Valcir da Silva Dias. “Foi bem antes de começar a namorar a irmã de Dionathas”, disse ao se referir ao executor da médica Milena Gottardi. Também relatou que era amigo do filho de Valcir, cuja casa visitou algumas vezes. “Mas nunca tive contato direto com ele”.
Bruno Broetto: Entreguei a moto para Dionathas, mas não sabia que seria utilizada em um homicídio
Bruno Broetto começa a ser interrogado. Ele é acusado de ter fornecido uma moto que foi utilizada no dia do crime da médica Milena Gottardi. Informou que Dionathas, o executor da vítima, tinha solicitado a moto para fazer um “serviço”, sem dar detalhes. Dias depois ele começou a ficar desconfiado da situação ao ver Dionathas em várias reuniões e visitas à casa de Valcir, encontros ainda com a presença de Hermenegildo. “Valcir e Hermenegildo são pessoas temidas na região (Fundão) e quando eles conversavam com Dionathas, até na rua, e a gente se aproximava, eles paravam de falar”, contou. Acrescentou que chegou a perguntar a Dionathas no que a moto seria utilizada, mas foi orientado a “ficar tranquilo”. Assinalou ainda que não conhecia a médica Milena.
Jovem que forneceu moto utilizada no dia do crime começa a ser interrogado
Bruno Broetto, que foi apontado como a pessoa que forneceu a moto utilizada no dia do crime, iniciou seu depoimento às 19h36. Ele não responderá as perguntas da defesa de Hilário, Esperidião, Valcir e Judinho.
Bruno Broetto é o próximo réu a ser interrogado
O próximo a prestar depoimento é Bruno Broetto, que foi apontado como a pessoa que forneceu a moto utilizada no dia do crime.
Executor de médica não responde a perguntas dos advogados dos demais réus
Dionathas Alves Vieira, executor da médica Milena Gottardi, concluiu seu depoimento. Ele exerceu o seu direito de não responder a nenhuma pergunta dos advogados de defesa de Hilário, Esperidião, Valcir e Hermenegildo. Seguiu a orientação do seu advogado, Leonardo da Rocha Souza.
Interrogatório encerrado
Após mais de cinco horas, o depoimento do executor de médica, Dionathas Alves Vieira, foi encerrado.
Impasse resolvido
O juiz Marcos Pereira Sanches autorizou que as defesas de Hilário, Esperidião, Valcir e Hermenegildo tenham acesso aos seus clientes, com o argumento de que não pode ocorrer cerceamento da defesa. E caso a defesa de Dionathas e Bruno avalie necessário uma complementação do depoimento, pode pleitear ao juiz um tempo extra, ao final. Esta tese foi apresentada pelo advogado de defesa do Esperidião e também recebeu o parecer favorável dos promotores de justiça. O julgamento será retomado após o lanche.
Discussão e julgamento suspenso
Julgamento suspenso para lanche e houve discussão entre advogados de defesa. As defesas de Hilário, Esperidião, Valcir e Hermenegildo querem aproveitar o tempo para conversar com os réus. A defesa de Dionathas e Bruno pediu ao juiz que não permita, para evitar que relatem partes do depoimento de Dionathas para os demais réus, com o argumento de que isto os favoreceria. Os demais advogados argumentam que eles possuem direito de ter acesso a seus clientes. O debate ocorreu em um tom de voz mais acalorado, com advogado ameaçando abandonar o plenário, o que poderia inviabilizar a continuidade do julgamento. O juiz pediu calma e tenta encontrar uma solução.
Dionathas pretendia assumir toda a culpa do crime por medo de Hilário
O advogado questionou porque Dionathas não citou o nome de Hilário no momento em que foi preso. Dionathas disse que iria assumir tudo pois estava com medo de acontecer algo com a sua família, uma vez que Hilário era policial e poderia estar na investigação do caso. Dionathas diz que até hoje o teme.
Hilário antecipou dia do crime por “não aguentar mais” olhar para Milena
Em seu depoimento, Dionathas Alves, executor confesso de Milena, relatou que o assassinato da médica estava sendo programado para acontecer no município da Serra, mas foi antecipado pelo ex-marido da vítima, Hilário Frasson, porque ele “não aguentava mais olhar na cara da mulher”.
"Pensei em me matar", revela atirador
"Pensei em me matar porque não estava aguentando. Posso sair da cadeia hoje, amanhã, ou depois, mas não vou conseguir tirar o peso das costas porque não vou conseguir trazer Milena de volta", afirmou Dionathas Alves em seu depoimento. Ele é o executor confesso da médica Milena Gottardi.
Depoimento de atirador já dura quatro horas
O depoimento de Dionathas Alves, executor confesso da médica Milena Gottardi, começou às 13h54 e já dura quatro horas.
Dionathas revela ter medo dos comparsas
"Confirmo que tenho medo do pai (Esperidião), filho (Hilário), Valcir e Judinho. Se mandaram fazer isto com uma mulher, podem mandar fazer qualquer coisa comigo. No presídio tem muita gente ruim", desabafou Dionathas, durante depoimento.
"Pediram para queimar a roupa", conta atirador
O executor confessor de Milena explicou que, após o crime, foi pedido que queimasse a roupa que usava. Ele pediu ao caseiro do sítio um isqueiro, e colocou fogo na camisa que usava em frente ao galpão onde a moto roubada, utilizada na fuga, estava guardada.
Moto utilizada na fuga foi deixada em sítio
"A moto deixei na casa de Judinho, no sítio, dentro de um galpão. 'Larguei ela' lá. Antes ele tinha perguntado se podia ficar na minha casa e disse que não tinha lugar. Ele falou para deixar na casa dele, mas não falar para ninguém porque ela era roubada", relatou Dionathas.
Executor de Milena Gottardi temia ser alvo de "queima de arquivo"
Dionathas Alves, executor confesso da médica, avaliou que poderia ser morto pelos comparsas após o crime. No dia do crime, Dionathas voltou para a casa de uma tia, onde estava morando na época, em Maria Ortiz. Segundo ele, Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho, o chamaram para ir até Timbuí, mas ele negou, mesmo com a insistência dos réus, que são apontados como intermediadores. "Eu não fui, fiquei pensando que ali poderia ter acontecido alguma coisa comigo no caminho, que eles poderiam me matar", revelou.
"Como tive coragem?": atirador chora e pede desculpas por matar Milena
Dionathas se diz arrependido e chora ao falar sobre Milena Gottardi.
Hilário dizia que mataria uma mulher que ele ajudou a pagar a faculdade
Ainda sem saber que iria matar Milena Gottardi, Dionathas Alves contou que pelo o que Hilário conversava com Valcir, ele iria matar Milena porque estava com raiva por "ter ajudado ela a pagar a faculdade" e ela estava pedindo a separação. "Depois que eu fui entendendo melhor o que tinha acontecido. Mas lembro do Hilário falando que não conseguia mais olhar na cara dela porque ela tinha chutado a bunda dele. Pelo o que consegui entender, pelas conversas deles, ele tinha ajudado na faculdade dela, para ela viajar, ir morar em outro lugar para concluir faculdade e logo após, não sei quanto tempo, eles se separaram. Foi aí que a raiva aumentou, por eles, Hilário e Esperidião ajudarem a vítima a ser o que ela era", comentou.
Atirador aceitou encomenda para 'matar uma mulher' dois meses antes
A encomenda pela morte de Milena começou a ser tratada com Dionathas Alves dois meses antes do crime, quando Valcir ligou para ele e perguntou se aceitaria um serviço para matar uma mulher.
"Meu chão caiu quando soube que matei uma médica que curava crianças", diz Dionathas
Dionathas Alves disse que ficou ainda mais arrependido pelo crime quando soube que Milena Gottardi cuidava de crianças com câncer. "Ela cuidava de crianças com problemas de saúde, isso me fez me perguntar como eu tive coragem de fazer isso. Eu tenho filho sei como é, mas meu chão caiu quando soube que matei alguém que curava crianças. Vi as fotos das filhas delas, ainda na prisão, passando na televisão, e comecei a pensar no que eu tinha feito. Foi aí que fiz um compromisso com Deus que eu falaria a verdade", afirmou.
Galho foi usado para marcar carro de Milena
Segundo Dionathas, intermediário usou um galho para marcar para o atirador qual seria o carro da médica Milena Gottardi.
Dionathas acredita que Valcir e Hermenegildo iriam matá-lo após o crime
No dia do crime, Dionathas voltou para a casa de uma tia, onde estava morando na época, em Maria Ortiz. Segundo ele, Valci e Hermenegildo o chamaram para ir até Timbuí, mas ele negou, mesmo com a insistência dos réus. "Desde que Valci e Judinho me ligaram para eu ir embora para Timbuí, e eu não fui, fiquei pensando que ali poderia ter acontecido alguma coisa comigo no caminho, que eles poderiam me matar", revelou.
Ameaças no presídio e novas ofertas para o silêncio
Dionathas falou que no presídio, na cela em que pernoitou no início do processo, ouviu a voz que lhe pareceu com a de Judinho para que eu livrasse eles do crime. "Os inspetores colocaram a gente no CDP2, junto com o Judinho, mas ele estava em uma outra cela. Ele disse para eu livrar eles, que ajudariam minha família. Na volta para o fórum, eu falei com meu advogado e pedi para que eu ficasse separado, porque eu não estava aguentando aquela pressão dos outros acusados, porque eu estava com medo. Eu sou de uma família humilde, tenho medo que eles estejam correndo risco também", contou Dionathas.
Dionathas diz que durante o processo recebeu oferta de R$ 100 mil para assumir a culpa sozinho
Dionathas contou que no início do processo, Valcir, Esperidião, Judinho e Hilário ofereceram a ele entre R$ 50 mil a R$ 100 mil para que ele assumisse a culpa do crime sem envolver os demais réus. "No fórum, durante a audiência de instrução, estavam Valcir, Judinho e Esperidião na cela, o Hilário tava sentado do lado de fora e eu ouvi o Hilário falar com Judinho e Valcir para oferecer dinheiro para a minha família. Desde que eu cometi o crime, eu estou assumindo o erro, mas eles me ofereceram de R$ 50 mil a R$ 100 mil para retirar o nome de todos acusados. Eles falaram que o meu advogado, o Leonardo, não queria ver o meu bem e que era para eu tirar ele da causa. Falaram que colocariam o Homero Mafra para me defender e ofereceram R$ 50 mil ou R$ 100 mil e uma carreta, uma Scania azul, para eu assumir o fato e tirar os outros", contou Dionathas.
Dionathas diz que Bruno não sabia o porquê do pedido pela moto
O atirador que matou Milena, Dionathas disse que procurou Bruno pois precisava de uma "moto errada", ou seja, com documentação irregular, para ser usada na área rural. "Ele disse que iria conseguir e me ligou um tempo depois falando que já tinha a moto. O Valcir também me ligou, falando para eu ir buscar a moto na rua do Bruno. Ele sabia que eu ia fazer um corre, um serviço que envolvia crime, mas não sabia que era para a morte da Milena", afirmou.
"Eu não estou sozinho nesse crime, quem tem culpa tem que ser punido também", diz Dionathas
"As pessoas olham para mim de um jeito diferente, todo mundo sabe o que aconteceu. Mas eu não estou sozinho nesse crime, quem tem culpa tem que ser punido também. Eu me arrependo muito. Hoje eu olho e fico pensando como e tive coragem de fazer isso com alguém que cuidava de crianças doentes. Eu peço perdão, o ser humano é falho, mas permanecer no erro é burrice. Não sou santo, mas estou arrependido. Se eu tivesse cometido sozinho, eu assumiria, mas não foi assim. Eu tenho filhos e sinto muita saudade deles, tento pensar no que as filhas da Milena também sentem. Minha mãe, nem a mãe de ninguém tinha que estar passando o que todos estão passando", contou Dionathas.
Valcir e Hilário se encontraram com Dionathas em um posto em Laranjeiras
Dionathas disse que se encontrou com Hilário em um posto de gasolina em Laranjeiras. "Eu tinha ido no hospital e estávamos voltando para Timbuí, eu dirigindo o carro do Valcir e ele no carona. O Valcir recebeu uma ligação e pediu para parar. Fizemos um retorno e paramos em um posto, onde tinha uma caminhonete. O Valcir desceu primeiro e entrou na caminhonete, eu fui depois. Eu tomei um susto quando vi um colete da Policia Civil, mas o Hilário disse que estava tranquilo. Ele mostrou para gente o celular, mostrou que o carro era rastreado e disse que 'aquela filha da puta tinha que descansar", que 'o que ele fez para ela não justificava o que ela tava fazendo com ele'. Depois disso, Hilário disse que conseguiria uma arma para o Valcir, mas que ainda não tinha apreendido nenhuma ainda na polícia", contou Dionathas.
"Valcir foi com Hilário até o Hospital das Clínicas para saber quem era Milena", afirma Dionathas
Dionathas disse que os intermediários não diziam quem seria a vítima e nem quem eram os mandantes, mesmo após ele perguntar. "Eu soube que o Valcir tinha ido uma semana antes ao hospital, a pedido de Hilário, e viu ele conversando com Milena. Depois, ele me mostrou quem era que eu deveria matar", falou.
Dionathas foi orientado a fugir após a repercussão do crime
"O Valcir ficava me ligando, falando que era para eu fugir para Minas Gerais, mas eu disse que ficaria em Timbuí, distrito de Fundão. Tinha sido divulgada uma foto, mas que não tinha nada a ver comigo. Mesmo assim, eles falavam que era para eu meter o pé, que a coisa estava ficando feia", afirmou Dionathas.
Intermediários marcaram carro de Milena com um galho
Dionathas não conhecia Milena, ele contou que soube o carro que Milena ia embarcar por conta de um galho que foi colocado por Valcir, na vaga em que a médica havia estacionado, no Hospital das Clínicas. "Eles me orientaram, falaram onde eu tinha que colocar a moto e me falaram que pegariam um galho no mato e iam deixar no lugar onde o carro da médica estava parado. Me falaram como ela era, que era branca, loira e estaria de salto alto e um jaleco branco", afirmou Dionathas.
"Fui pressionado a matar Milena", diz atirador que matou a médica
Segundo Dionathas, Valcir e Hermenegildo o pressionaram a matar Milena o quanto antes. "Eles falaram que era preciso resolver logo, porque tinha uma pessoa sofrendo muito por conta daquilo. Eu disse que era preciso jogar mais pra frente, porque eu estava trabalhando, mas eles disseram que tinha que ser logo. Eles me pressionaram, então eu disse que faria logo".
Dionathas chora ao lembrar do dia do crime
O atirador chorou e pediu ao juiz Marcos Sanchez para esperar alguns segundos para se recompor. Ele disse que foi procurado por Valcir Dias dois meses antes do crime, por telefone, que o perguntou se ele faria um serviço para matar uma mulher. "Eu estava trabalhando em Maria Ortiz, em Vitória, como ajudante de pedreiro, quando ele me ligou. Me perguntou se eu mataria uma mulher, eu disse que sim. Ele me pediu então que eu aguardasse que ele daria mais detalhes".
Iniciado o depoimento de Dionathas, atirador que matou Milena
Dionathas Alves, que confessou ter atirado em Milena Gottardi, será o primeiro réu a ser ouvido. O advogado dele, Leonardo Souza, disse que ele irá responder a todas as perguntas feitas pela acusação e pelos jurados, mas foi orientado a permanecer em silêncio caso haja perguntas dos advogados de defesa.
"Hilário era como se fosse da família", relata desembargador que o contratou no TJES
O desembargador aposentado Arnaldo Souza, que contratou Hilário para atuar em seu gabinete quando atuava no TJES, disse que ele era tratado como um membro de sua família, assim como os demais servidores que atuavam com ele.
Julgamento foi suspenso a pedido da defesa de Dionathas
Finalizada a fase dos depoimentos das testemunhas, o julgamento foi suspenso. O juiz atendeu a um pedido da defesa de Dionathas Alves Vieira, réu confesso, que atirou contra Milena Gottardi no Hospital das Clínicas, em setembro de 2017. O advogado sustentou que Dionathas não acompanhou boa parte dos depoimentos das testemunhas de acusação e que será necessário dar a ele informações sobre os elementos apresentados durante as oitivas. O julgamento deve ser retomado às 13h. A ordem prevista pelo juiz, que pode ser ajustada a depender das solicitações dos advogados, é que Dionathas seja o primeiro a depor; seguido de Bruno Broetto, apontado como a pessoa responsável por fornecer o veículo utilizado para a fuga de Dionathas; em seguida Valcir Dias e Hermenegildo Filho, acusados de serem intermediários entre os mandantes e o executor; logo depois, serão ouvidos Espiridião Frasson e Hilário Frasson, acusados de serem os mandantes.
Apicultor de Timbuí fala sobre relação entre Espiridião, Valcir e Hermenegildo
José Campanholi disse ser apicultor em Timbuí, distrito de Fundão, e que Espiridião, Valcir e Hermenegildo são pessoas conhecidas da comunidade. Ele contou que Espiridião é dono de um sítio em que produz café e tem algumas cabeças de gado. Valcir, de origem mais humilde, segundo ele, prestava alguns serviços para Espiridião, como trabalhador rural. Já Hermenegildo, o Judinho, ele contou que ele é conhecido pela venda de animais na região. "Eles são pessoas boas, lá em Timbuí todo mundo se conhece. Nunca ouvi falar de envolvimento deles com nada estranho". Valcir e Hermenegildo são apontados como intermediários entre Espiridião e Hilário e o atirador que matou Milena, Dionathas Alves.
Última testemunha de defesa a ser ouvida
O próximo a ser ouvido é José Campanholi, testemunha arrolada pela defesa de Espiridião Frasson, pai de Hilário e apontado como um dos mentores do crime. Campanholi estava agendado para ser ouvido na quinta-feira, mas passou mal e precisou de atendimento médico.
Fim do depoimento do desembargador aposentado Arnaldo Souza
O desembargador aposentado Arnaldo Souza terminou seu depoimento, que durou pouco mais de 25 minutos. Ele contou que não teve nenhum fato que tenha presenciado de Hilário que sinalizasse um perfil violento. Também disse que nunca o viu embriagado em festas de confraternização do gabinete, em que ele e Hilário trabalhavam. Souza também citou um encontro que teve com Espiridião, no sítio da família de Hilário em Fundão. Ele afirmou que tinha conhecimento, por meio de Hilário, que Espiridião respondia a uma ação penal em Fundão, mas não sabia o teor do processo.
Hilário não aceitava a morte de Milena Gottardi
Segundo um amigo que trabalhou com Hilário no Tribunal de Justiça e que o acompanhou no DML para liberar o corpo de Milena, o então policial civil não aceitava a morte da ex-companheira e aparentava desespero.
Desembargador diz que Hilário não ostentava arma quando trabalhou no TJES
Questionado pelos advogados da defesa de Hilário, o desembargador aposentado Arnaldo Souza afirmou não ter conhecimento de que Hilário Frasson tinha porte de arma de fogo desde 2002. A informação de que Hilário gostava de ostentar armas foi apresentado pelas testemunhas de acusação. "Até onde eu tinha conhecimento, nunca vi ele com arma. Também não sabia que ele tinha porte de arma. Na contratação dele, no Tribunal, inclusive, nós fizemos uma investigação social e não notamos nada que comprometesse", contou.
Hilário era carinhoso com a filha mais velha, diz testemunha de defesa
"Me lembro que em confraternizações do gabinete, dos servidores que atuavam comigo, Hilário sempre estava com a filha e com a Milena. Também os via bastante na Igreja de Santa Rita de Cássia, na Praia do Canto. Assim como outros funcionários do gabinete, o tratamento que eu tinha com eles era como se fossem da minha família", contou o desembargador Arnaldo Souza.
Desembargador aposentado depõe, como testemunha de defesa de Hilário
O desembargador aposentado Arnaldo Souza é o primeiro a ser ouvido nesta sexta-feira (27). Ele contratou Hilário para atuar em seu gabinete, quando atuou no Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Ele depõe por videoconferência. Curiosidade: ele é a primeira testemunha a ser ouvida de forma remota no tribunal de júri do Fórum Criminal de Vitória. "Hilário era muito cordial com os colegas do Tribunal e comigo também. De vez em quando, Milena ia no gabinete com a filhinha. A primeira filha, a mais velha, via ele tendo muito cuidado com ela", afirmou o desembargador.
Depoimento de atirador é o mais aguardado do dia
Além das duas testemunhas que devem depor hoje. O depoimento do executor de Milena Gottardi, Dionathas Alves, é o mais aguardado desta sexta-feira. Ele deverá ser o primeiro a depor após as testemunhas de defesa. A expectativa é que seu testemunho dure entre cinco e seis horas. Dionathas já confessou o crime. Segundo seu advogado, Leonardo Souza, ele vai trazer novos elementos para o processo. "Dionathas é o réu que está mais cristalino neste processo. Ele admite sua participação neste crime e quer ajudar a fazer justiça neste caso tão triste", afirmou.
Réus já estão no Fórum Criminal
Há a expectativa que hoje também seja iniciada a fase dos depoimentos dos próprios réus sobre o crime. Eles já estão no Fórum Criminal de Vitória. Chegaram sob a escolta de agentes da Secretaria de Justiça (Sejus), como tem sido de praxe.
O que esperar do quinto dia de julgamento
Nesta sexta-feira (27) o julgamento entra em seu quinto dia. A previsão é de que se inicie às 9h. Primeiro será ouvido o desembargador aposentado Arnaldo Santo Souza, por videoconferência e, na sequência, será a vez de José Ferreira Campanholi, pela defesa de Esperidião Frasson.
Defesa de Hilário: testemunhas da defesa ajudam a desconstruir imagem criada do réu
Advogado Rodrigo Bandeira de Melo, que faz a defesa de Hilário Frasson, sobre o quarto dia de julgamento: "Mais uma vez um dia muito importante de depoimentos. Hoje entramos em uma nova etapa, com testemunhas de defesa, que também conviviam de perto com Hilário e Milena, e por isso têm a capacidade de nos auxiliar a desconstruir essa imagem, que ao nosso ver é equivocada, a respeito de Hilário como marido, como pai, e como pessoa."
Promotor destaca depoimento forte do irmão na vítima no 4º dia de júri
Rodrigo Monteiro, promotor que atua no caso, sobre o quarto dia de julgamento: "Foi um dia muito produtivo, creio que o mais produtivo desde o início do julgamento. Tivemos um depoimento forte do irmão da vítima, relatando detalhes fundamentais sobre a personalidade de um dos envolvidos no crime (Hilário), da perseguição. Foi um depoimento forte e esclarecedor. Ao final desse depoimento tivemos várias testemunhas de defesa, com depoimentos curtos, que ajudaram a dar uma dinâmica no dia, e amanhã vamos começar com duas testemunhas de defesa pela manhã e depois iniciaremos os interrogatórios, que devem ocorrer amanhã e com chance de extensão até sábado, quando iniciaremos os debates."
Júri será retomado às 9h desta sexta-feira (27)
O julgamento do caso Milena Gottardi vai entrar no quinto dia nesta sexta-feira (27) com o depoimento das duas últimas testemunhas de defesa. Primeiro será ouvido o desembargador aposentado Arnaldo Santo Souza, por videoconferência e, na sequência, será a vez de José Ferreira Campanholi, pela defesa de Esperidião Frasson.
Julgamento encerrado
Chega ao fim o quarto dia de julgamento dos seis acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi. Os trabalhos foram encerrados às 21h28 e serão retomados nesta sexta-feira (27), às 9 horas.
Manutenção de amizade será avaliada no futuro
Desde que Hilário foi preso, João Guilherme Souza Pelição não teve mais contato com ele. Relata que por atuar na área criminal, preferiu se afastar e evitar as visitas para manter a isenção. Na sequência informou que todas as pessoas merecem respeito, independente do que praticaram. “Espero a decisão deste processo para decidir se vou continuar com a amizade”, assinalou. Ao ser questionado sobre as roupas usadas por Hilário, se eram adequadas ao local de trabalho, respondeu que sim, informando ainda o motivo de não utilizar as mesmas marcas. “Excelência, para o meu orçamento era uma roupa muito cara. Eu prefiro uma mais barata.”
Reunião difícil em escritório de advogada
João Guilherme Souza Pelição relata que acompanhou Hilário no escritório da advogada Rowena. "Não foi uma reunião muito boa. Foi difícil porque ele tentava contratá-la e ela não mostrava interesse, e ela pode ter ficado com medo porque Hilário estava usando, naquele momento, a arma de serviço. Ele também usava a camisa da Polícia Civil”, relatou. Rowena era sócia de Ana Paula Morbeck, que na época acabou sendo contratada por Milena Gottardi.
Hilário não aceitava a morte de Milena, diz amigo
A quarta testemunha a depor, convocada pela defesa de Hilário Frasson, é João Guilherme Souza Pelição. Ele é assessor do desembargador Ney, e ficou amigo de Hilário quando ele foi convidado para trabalhar no mesmo gabinete. “Tínhamos uma convivência harmoniosa. Fui amigo íntimo dele enquanto estava no TJES, mas perdemos o contato após a prisão. Era um bom profissional, escrevia bem, mas não se destacava nem para cima e nem para baixo. Pouco conversava sobre o processo de separação. Quando Milena saiu de casa ele me ligou e estava muito emocionado”. Conta ainda que estava com Hilário no dia do crime. “Ele estava muito desesperado, tentou invadir o centro cirúrgico. Depois recebemos a notícia do falecimento. Ele aparentava não aceitar a morte. Também o acompanhei ao DML para o reconhecimento do corpo”, disse.
Réus acompanham depoimento de testemunha
Os seis réus apontados como responsáveis pelo assassinato de Milena Gottardi acompanham o depoimento de Rodrigo Alves Alver, do assessor do Tribunal de Justiça, amigo e testemunha de defesa de Hilário Frasson. Durante o depoimento de algumas testemunhas eles foram retirados do Salão do Júri.
Amigo que trabalhou no Tribunal de Justiça é a terceira testemunha de Hilário
A terceira testemunha convocada pela defesa de Hilário Frasson começa a depor. Rodrigo Alves Alver relata que o conheceu em 2008, quando atuava como assessor no Tribunal de Justiça do Estado (TJES) e que passaram a frequentar a casa um do outro. “Era uma família querida e a minha esposa ficou muito amiga da Milena”, conta. A percepção dele era de que Hilário era um pai que gostava das filhas. “Mas não era muito afetuoso, era zeloso”. Explicou ainda que o convívio diminuiu quando Hilário saiu do TJES e que na ocasião o salário dele, como assessor nível 2, oscilava entre R$ 10 a R$ 12 mil.
Hilário marcou encontro em apartamento de médico
Em 11 de setembro, três dias antes de Milena Gottardi ser assassinada, Hilário Frasson enviou uma mensagem ao ortopedista Tarciso Fávaro, em cujo apartamento estava hospedado desde que se separou de Milena. O texto de Hilário informava: “Não apareça hoje, quarto cheio. Gata no pedaço. Liguei o ar e pago a conta”. O ortopedista informou em seu depoimento que não se lembrava da mensagem, mas que, provavelmente, naquele dia, estava na casa de um outro amigo.
Médico diz que foi surpreendido pela gravidade dos ferimentos de Milena
Tarciso Fávaro contou que, em 14 de setembro de 2017, recebeu de Hilário uma mensagem para que ajudasse a socorrer Milena. “Eu pensei que ela tinha sofrido um assalto, mas quando cheguei lá, fui surpreendido. Ela tinha sido baleada. Fui direto ao centro cirúrgico, porque o tiro foi na cabeça, e sou cirurgião de coluna e queria saber se poderia ajudar. Saí do hospital já de madrugada, sabendo da gravidade do trauma da Milena. A gente sempre espera por um milagre. Encontrei com Hilário e tive uma conversa muito dura com ele. Disse que ele tinha me pedido para ficar em meu apartamento, mas que gostaria que ele deixasse o local, que entregasse a chave na portaria, o que não aconteceu. Troquei a fechadura. Dei toda a liberdade para ele, que me foi apresentado por Milena, e fiquei muito abalado com a morte dela. Senti que aquilo era o fechamento da amizade”, disse.
Testemunha de videoconferência é dispensada
A testemunha Maria Arlinda Bermudes Palauro, solicitada pelo advogado de defesa de Esperidião Frasson, e que prestaria seu depoimento por videoconferência, foi dispensada na tarde desta quinta-feira (26). Mas foi confirmado para a manhã desta sexta-feira (27) o depoimento, também por videoconferência, do desembargador aposentado Arnaldo Santos Souza, testemunha de defesa de Hilário Frasson.
Testemunha de Esperidião passa mal e é levada a Pronto Atendimento
José Ferreira Campanholi, a última testemunha de defesa do réu Esperidião Frasson, não pode prestar depoimento na tarde desta segunda-feira (26). Após apresentar um mal estar enquanto aguardava a sua vez de depor, Campanholi foi conduzido, por um oficial de Justiça, a um Pronto Atendimento, onde foi medicado. Segundo informações do Juizado da Primeira Vara Criminal de Vitória, a testemunha está bem, foi levada para um hotel, e deverá prestar depoimento na manhã desta sexta-feira (27). Das cinco testemunhas de Esperidião, duas foram dispensadas e outras duas já prestaram depoimento.
Ortopedista amigo de Milena e Hilário presta depoimento
O julgamento é retomado com a segunda testemunha de defesa de Hilário Frasson, que relatou ter tido 20 anos de convivência com o casal e que também foi professor de Milena Gottardi. Explicou que nunca conversou com o casal sobre os problemas de relacionamento, embora tenha ficado sabendo do processo de separação. “Hilário chegou a pedir para pernoitar alguns dias em meu apartamento, em decorrência da separação. Relatou que, com incentivo da Milena, tinha deixado de ser um funcionário em um emprego instável, para um estável, e que com isto perdeu rendimentos”.
Interrupção no julgamento para horário de lanche
O julgamento dos seis acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi foi interrompido para um horário de lanche. A parada foi realizada logo após o depoimento de Moisés da Silva Soares, testemunha de Hilário Frasson.
Porteiro de prédio de Milena pede para depor sem a presença de Hilário
A primeira testemunha de Hilário Frasson é o porteiro do prédio onde ele residia com a médica assassinada, Milena Gottardi. Moisés da Silva Soares pediu para prestar depoimento sem a presença do réu no Salão do Júri. Relatou que há 13 anos trabalha na função e que nunca viu ou ouviu falar de brigas do casal. Na fase em que Hilário deixou de morar no apartamento, contou que ele passava no prédio, às vezes, para deixar “uma feira”, disse ao se referir a frutas e verduras, que eram deixadas na portaria ou recolhidas pela empregada do apartamento.
Funcionário de Esperidião presta depoimento
Começou o depoimento da segunda testemunha de Esperidião Frasson. Valdemir Nascimento Lima trabalhou como meeiro de café no sítio por 13 anos. Informou que nunca ouviu falar do envolvimento do patrão em crimes e que ele sempre foi “tranquilo”. Contou que viu Milena Gottardi poucas vezes, no sítio, e que nunca presenciou nenhuma discussão entre a médica e seu patrão. Contou ainda que Esperidião era a pessoa que “gritava o leilão da igreja” nas festas da cidade.
Testemunha de Espiridião fala de cuidado de Hilário com filhas
A testemunha Paulo Renato, chamado pela defesa de Espiridião Frasson, relatou que pela convivência com a família de Hilário Frasson, observava o cuidado de Hilário com as filhas. “Difícil ver um pai que cuidava tão bem das filhas como o Hilário fazia. Difícil um outro pai agir como ele”, disse. Ele contou ainda que soube que Esperidião vendeu um alqueire de terra por R$ 500 mil, e que deu R$ 300 mil para Hilário, e R$ 150 mil para a Luciana Frasson, e que Esperidião ficou com R$ 50 mil para manter os custos do sítio. “Na época disseram que a venda era para ajudar Milena, que estava fazendo residência em São Paulo, e que precisava de ajudar para se manter”.
Tem início o depoimento das testemunhas arroladas por Espiridião
Marido da sobrinha de Espiridião Frasson, Paulo Renato Magvski é a primeira testemunha dele a ser ouvida. A previsão segundo o TJES é que a defesa dele coloque quatro pessoas para serem ouvidas.
Nova fase: os próximos passos do julgamento
Com o fim dos depoimentos das testemunhas de acusação, agora vão ser ouvidas as testemunhas de defesa. Já foram ouvidas quatro testemunhas, duas delas indicadas por Bruno Broetto, acusado de emprestar a moto utilizada no dia do crime pelo atirador, e outras duas pessoas arroladas por Dionathas Alves Vieira, que fez os disparos contra a médica. Elas se limitaram a dizer, que ficaram chocadas com a notícia do envolvimento dos dois com os crimes e que eles não tinham histórico de violência que fosse de conhecimento das pessoas mais próximas.
Amiga de Dionathas é quem depõe agora
A quarta testemunha de defesa, que começa a depor agora é uma amiga de Dionathas Alves Vieira. Juliana Pábula afirma conhecer ele há cinco anos. Ela foi questionada se Dionathas tinha fama de pistoleiro na região, o que ela negou. "Foi uma surpresa para todo mundo. Só acreditamos quando ele confessou o crime. Ele sempre trabalhou, por isso foi uma surpresa maior".
Dionathas chora com o depoimento da prima dele: "irmã tinha câncer, a família dependia dele"
Quem depõe agora é a prima de Dionathas, Diana Aparecida Pereira. Ela falou que o envolvimento de Dionathas no crime chocou bastante a todos da família, que não esperavam esse comportamento do primo. "A gente ficou bastante surpreso, não esperávamos isso dele. Ainda mais naquele momento, a irmã dele estava com câncer no pulmão, a mãe dele estava precisando do apoio dele. Ninguém esperava que ele pudesse se envolver no crime". Dionathas chorou quando falaram da irmã.
Promotor avalia depoimentos das testemunhas de acusação
"As testemunhas de acusação fortaleceram que a condenação é necessária. Elas ainda trouxeram mais elementos que não constavam nos autos, como a agressividade que aumentou à medida em que Milena era mais firme em relação a separação. Um ponto que se destaca foi o relato do irmão sobre a repugnância de Milena em relação a Hilário, e que isto ganhou força na noite entre os dias 5 e 6 de março de 2017, após uma festa de aniversário de Milena em que Hilário bebeu muito. Algo grave aconteceu naquele dia e a partir dali ela passou, como foi declarado, a ter nojo de Hilário. Não há uma mudança brusca sem um acontecimento brusco. Pode ter ocorrido um estupro ou uma tentativa. E a partir deste momento, a vontade de Milena pela separação se tornou avassaladora. Outro ponto é que o irmão de Milena rechaça o suposto e-mail que a defesa de Hilário anexou ao processo. Douglas Gottardi, ao informar que aquele e-mail não era o que Milena utilizou para se comunicar com o irmão", afirma o promotor Leonardo dos Santos.
Atirador que matou Milena Gottardi entra no júri
Testemunhas a serem ouvidas agora são aquelas arroladas pela defesa de Dionathas Alves Vieira, réu confesso, que atirou em Milena Gottardi no estacionamento do Hucam, em 14 de setembro de 2017.
Colega de trabalho de homem que emprestou moto a atirador depõe
A segunda testemunha de defesa a depor é um colega de trabalho de Bruno Broetto, acusado de fornecer o veículo que deu fuga ao atirador que matou Milena Gottardi. Douglas Miranda Santana trabalhou com Bruno em uma oficina de motos e em um material de construção. "Eu não esperava isso não. Me pegou de surpresa". O depoimento dele também foi breve, durou sete minutos.
Cinco testemunhas foram dispensadas
Cinco testemunhas que faziam parte da defesa de Bruno Broetto e Dionathas Alves Vieira foram dispensadas do júri. Cada um deles, vão ter duas testemunhas falando a seu favor.
Início dos depoimentos da defesa
As primeiras testemunhas a serem ouvidas serão aquelas arroladas pela defesa de Bruno Broetto, responsável por emprestar o veículo que deu fuga ao atirador, que disparou contra Milena. A primeira a depor foi uma coordenadora da escola em que ele estudou. Claezi Demonel dos Santos contou que ele não era considerado um aluno problemático e a notícia de seu envolvimento no crime que vitimou Milena a surpreendeu. O depoimento dela durou apenas cinco minutos. Ela já foi dispensada do júri.
Fim do depoimento de Douglas Gottardi
Considerado um dos depoimentos mais importantes do julgamento, Douglas Gottardi encerra sua partipação no júri. Ele foi consolado pelo advogado contratado pela família de Milena, Renan Salles. Com isso, está encerrada a fase das testemunhas de acusação. Agora serão ouvidas seis testemunhas de defesa. O juiz ainda vai definir qual será a ordem para as testemunhas de defesa fazerem seus depoimentos.
Padre pediu para que Milena tivesse cuidado com o processo de separação porque Hilário estava "transtornado"
Em uma das tentativas de Hilário para tentar evitar a separação com Milena Gottardi, ele marcou com um padre de Fundão, que realizou a cerimônia de casamento deles, para uma conversa com casal. Milena exigiu que ela e Hilário conversassem individualmente com o padre. Segundo Douglas Gottardi, Milena contou o que o padre disse a ela. "Ela me falou que o padre pediu para que Milena tivesse muito cuidado no processo de separação, porque o Hilário estava muito transtornado. Nessa fase, o Hilário estava muito abalado com a separação".
Mãe de Milena volta a deixar júri
Ao ter início as perguntas do advogado de Hilário Frasson, Zilca Gottardi voltou a deixar o júri.
Defesa de Hilário faz perguntas a Douglas Gottardi
Nesta fase do depoimento de Douglas Gottardi, o advogado de Hilário, Leonardo Gagno, faz perguntas para a testemunha. "Durante a fase do namoro e do casamento, eu e Hilário tínhamos um bom relacionamento. Saíamos juntos e confraternizavámos juntos. Eu sou padrinho da filha mais velha deles, após ser convidado por Milena, e Hilário é meu padrinho de casamento".
Filhas de Milena frequentam casa da mãe e da irmã de Hilário
A defesa de Esperidião Frasson questionou Douglas Gottardi quanto a relação da família de Hilário com as filhas do casal. "Geralmente, eles entram em contato comigo e, se não tiver nenhum compromisso, eu libero para eles ficarem com as meninas. A minha mãe não gosto muito e eu também não fico muito confortável, mas na separação, Milena expressou a vontade de que as filhas continuassem tendo contato com os primos e os avós. Eu tento respeitar isso e entendo que é importante para elas".
Mãe de Milena acompanha depoimento do filho ao lado de sobrinho
Zilca Gottardi, mãe de Milena, voltou a acompanhar o julgamento ao lado do sobrinho Marcos Gottardi.
Defesa faz perguntas a Douglas Gottardi
Após pausa para almoço, advogados dos réus fazem perguntas a Douglas Gottardi. Defensor de Dionathas Alves Vieira e Bruno Broetto, Leonardo Souza, lamentou a morte da médica e pediu desculpas, em nome dos seus clientes, para os familiares de Milena. Ele disse que espera que a Justiça seja feita. Dionathas é réu confesso no caso.
Irmão de Milena chora ao falar da filha mais nova da médica: "ela chamava o tempo todo pela mãe"
O momento mais emocionante do depoimento de Douglas Gottardi até aqui foi quando ele falou sobre a relação com a filha mais nova de Milena, hoje com cinco anos e dez meses. Segundo ele, é ela quem mais o preocupa em relação aos traumas que o processo todo gerou. "No dia em que a gente saiu 'fugido', praticamente, para não correr o risco de Hilário ir atrás da gente, quando a mãe delas já tinha sido morta, ela chorou muito durante a noite e chamava o tempo todo pela mãe. Ela não parava de chorar e só parou um pouco quando mostramos vídeos para elas. Muito complicado lidar com isso tudo, a mais velha fica com medo quando vê qualquer discussão com minha esposa, pergunta se nós vamos nos separar ou pergunta se eu vou deixar elas quando ela fizer 18 anos. A mais nova quando ouvia a campainha corria, achando que era a mãe voltando do trabalho. Isso maltrata muito a gente".
"A gente fica revoltado", diz irmão de Milena sobre dividir herança com Hilário
Douglas Gottardi disse que a família de Milena ficou bastante revoltada ao saber que Hilário Frasson terá metade da herança deixada pelo pai de Milena, mesmo se for condenado por matar a médica. O patrimônio é referente a um terreno e uma casa em Fundão. Isso acontece porque Milena e Hilário se casaram em comunhão universal de bens, o que dá ao acusado o direito de ser dono de metade de tudo que ele e a ex-esposa adquiriram antes e depois do casamento. "Quando a gente ouve uma coisa dessa do advogado a gente fica muito revoltado. Por mais que a gente entenda que é o que diz a Justiça, a gente se pergunta como alguém que matou uma pessoa vai ficar com herança do pai de quem ela matou. Ela não sabia disso ao assinar o pacto pré-nupcial, ela só assinou em regime de comunhão universal de bens porque Hilário induziu ela isso. Ele dizia que como ele tinha dado entrada em um apartamento antes de casar, onde eles iriam morar, se eles se separassem, ela não teria direito ao apartamento. Foi só por isso que Milena aceitou dessa forma, mas ela não achava justo. As meninas recebem a pensão da mãe, eu também trabalho para elas terem tudo, mas a gente não sabe o dia de amanhã. Isso pode fazer falta para elas".
Douglas afirma que suposto email enviado por Milena a Hilário é falso
Douglas teve acesso durante o julgamento ao email que teria sido enviado por Milena Gottardi para Hilário no dia em que ela saiu de casa, no dia 5 de abril de 2017. O email foi apresentado pela defesa de Hilário e anexado ao processo poucos dias antes do início do julgamento. A mensagem foi enviada por volta das 4h da manhã. Segundo Douglas, Milena estava com ele neste dia, dormindo no mesmo cômodo e que em nenhum momento pegou o notebook ou o celular. "A casa estava toda bagunçada com a mudança e sequer tinha internet. Não foi ela que mandou esse email. Como uma pessoa que diz ter nojo da outra, que estava aliviada por ter saído de casa, ia enviar um email dizendo que "ainda te amo". O sobrenome dela no email estava escrito da forma errada. Não foi ela que enviou".
Familiares de Milena foram orientados a se esconder até Hilário ser preso
Douglas Gottardi estava na Espanha quando Milena foi morta e voltou para o Brasil assim que soube do crime. Ele afirmou que após o enterro, um amigo que atuava na Polícia Civil o avisou que Hilário não demoraria a ser preso e o aconselhou que ele fosse para um lugar que ninguém pudesse encontrar. Ele temia que familiares de Milena pudessem ser mortos. Douglas contou que foi para Santa Teresa, na casa de um militar aposentado, junto com a mãe de Milena e as duas crianças. Lá, eles ficaram durante alguns dias, até que Hilário e Esperidião fosse preso.
Filha de Milena disse que Hilário teve comportamento estranho na hora do crime
No dia em que Milena foi baleada no estacionamento do Hucam, por volta das 19h do dia 14 de setembro de 2017, Hilário havia ido até a escola das filhas para levá-la para casa. Segundo Douglas, a menina mais velha, que tinha nove anos de idade na época do crime, contou a ele que o pai agiu de forma estranha após buscar elas na escola. "Ela me chamou no quarto uma vez, depois que tudo já tinha acontecido, e disse que queria contar uma coisa. Ela falou que depois que o pai buscou elas na escola, ele ficou dando voltas com o carro na Praia do Canto, durante muito tempo. Ela disse que perguntou a ele por que ele não ia para casa e Hilário falou que estava procurando uma loja para comprar um presente. Só depois que ele recebeu um telefonema e soube que Milena tinha sido baleada, é que ele foi para casa, sem entrar em nenhuma loja".
Dias depois do crime, Hilário entrou com pedido para receber pensão de Milena
Douglas falou durante o depoimento que Hilário, após a morte de Milena, pediu a uma prima da médica a carteira de trabalho da vítima, alegando que precisava do documento para liberar o corpo. "Depois a gente descobriu que na segunda-feira de manhã, depois do enterro da Milena, Hilário foi até o hospital, para dar baixa na carteira de trabalho de Milena e logo depois foi até o INSS para dar entrada no processo para receber pensão de Milena. Quem nos avisou foram funcionários do Hucam, que estranharam ele fazer esse pedido tão cedo. No dia que ele foi liberar o corpo de Milena, ele já tava pensando no dinheiro da pensão".
Filha mais velha de Milena ainda tem medo de ter que ficar com o pai
Douglas Gottardi, que hoje tem a guarda das filhas de Milena e Hilário, contou que poucos dias antes do julgamento, a filha mais velha dos dois teve uma crise de ansiedade na escola e, em conversa com a diretora da escola e com a psicóloga, disse ter medo de que, caso Hilário seja solto, ela tenha que ficar sob a guarda do pai.
Hilário quis convencer filha mais velha que "Milena tinha destruído a família"
"Durante o processo de separação, Alice não queria sair com Hilário, depois que elas já tinham saído de casa. Ele ficava dizendo para ela: 'sua mãe está querendo acabar com o casamento', tentando convencer a menina, na época com nove anos. Até hoje ela se culpa, porque ela acha que pode ter ficado a favor do pai em algum momento desse processo todo. Isso vai ficar eternamente na cabeça dela", disse Douglas Gottardi.
Milena não queria que Hilário ficasse com herança do pai
De acordo com Douglas Gottardi, Milena estava disposta a qualquer coisa para se separar de Hilário. Ele disse que a irmã aceitaria pagar pensão para o ex-marido, a deixar o apartamento que o casal tinha comprado, ao carro, mas que era resistente a dividir com Hilário a casa e o terreno que o pai havia deixado como herança para ela. "No final, ela já estava até abrindo mão de qualquer coisa para se separar dele. Ela queria separar logo, mas ele ficava insistindo em continuar. Ela decidiu então esperar três meses para ele se acalmar. Ela estava disposta a aceitar deixar tudo para ele para que tivesse paz. A única coisa que ela tinha resistência era sobre a herança do meu pai. Era um terreno na roça em Fundão e a casa da mãe na sede de Fundão. Ela não queria abrir mão disso, não queria dividir com Hilário. Milena sempre falava que não achava justo dividir isto com Hilário". Entenda por que Hilário tem direito à metade do patrimônio de Milena Gottardi.
Douglas teve medo de Hilário matar ele e Milena em dia que ela saiu de casa
Douglas Gottardi contou que o dia em que Milena obteve autorização da Justiça para sair de casa junto com as crianças, foi um dia bastante intenso para ele e para a irmã. "Hilário não queria sair de casa. Milena pedia para ele sair, mas ele não saía. Ele ficava dormindo no sofá, e ela dormia no quarto com as crianças. Ela dizia que aquilo estava fazendo mal para ela, que ela não aguentava ficar em casa e olhar para Hilário. Ela entrou na Justiça para que pudesse sair de casa com as crianças. Milena me perguntou se eu ajudava ela a encontrar uma casa. No dia 5 de abril, quando saiu a sentença que permitiu ela sair de casa com as crianças, ela me ligou e começamos a providenciar a mudança. Ela estava apavorada no dia que a sentença saiu, com medo de Hilário descobrir antes e impedir ela de sair. Minha mãe e a empregada começaram a colocar as roupas e brinquedos em sacos de lixo, antes que Hilário chegasse. Pedi meu tio para ir lá também. Eu ligava para o meu tio para ele ir rápido para lá. Eu comecei a ficar desesperado, com medo que Hilário chegasse e matasse todo mundo. Meu tio chegou, enchemos os carros de coisas e fomos pegar as crianças no colégio. Era como se estivéssemos fugindo".
Milena odiava arma e brigou com Hilário sobre levar pistola para casa
"Eu lembro que Milena brigava muito com Hilário por conta da arma. Ela dizia para ele que não gostava de arma, porque nosso pai tinha morrido por conta de uma arma. Ele comprou uma arma quando trabalhava no Tribunal de Justiça, ela não gostava que ele ficasse com ela em casa, então Hilário deixava a arma no carro ou em outro lugar. Hilário sempre gostou de ostentar a arma, andava com ela na cintura, com a camisa por dentro, de modo que todos vissem a arma. Eu o aertava sobre o risco, mas ele não ouvia", contou Douglas.
Pai de Milena tinha má impressão de Hilário
Douglas também contou em depoimento no júri que o pai de Milena, enquanto ela e Hilário ainda eram namorados, se preocupava como seria o tratamento que a filha receberia do namorado, caso se casasse com ele. "Meu pai sabia que Hilário batia o carro embriagado, que brigava com as pessoas na rua, que bebia muito e era agressivo. Ele tinha medo de como Hilário iria tratar Milena. Ele via os dois brigando ainda durante o namoro. Eu nunca ouvi ele falar que era contra o casamento. Mas, depois que Milena morreu, um primo que era próximo do meu pai, contou que papai falava que tinha medo de como iria ser no casamento".
Irmão de Milena acredita que Hilário tentou fazer sexo à força com a irmã
Douglas contou, que em 5 março de 2017, após a comemoração do aniversário de Milena, Hilário havia bebido demais. No dia seguinte, ele ligou para Douglas e disse que Milena saiu para trabalhar e disse para que ele saísse de casa. Em uma conversa em que Douglas e a esposa estavam reunidos com Milena e Hilário, a médica relatou que "sentia nojo" do ex-marido e que "não conseguia mais olhar para a cara dele". "Eu sabia que algo tinha acontecido, em uma noite do aniversário, em um dia que Hilário tinha bebido muito, algo que foi muito marcante para Milena a ponto dela passar a sentir nojo de Hilário. Ela dizia isso na frente dele. O modo como ela falou dele, com tanto nojo, fez com que eu e minha esposa passássemos a cogitar a hipótese que Hilário tentou fazer sexo à força com ela enquanto estava bêbado. Eu perguntei a ela o que tinha acontecido neste dia, mas ela não falava. Mas lembro de que em uma discussão Milena disse a Hilário "Você não percebe que eu não gosto mais de você quando a gente faz sexo?"
Hilário ligava diversas vezes para familiares de Milena para pedir que ela reatasse
"Depois que ela saiu de casa é que piorou. Hilário ligava mais de dez vezes por dia para a família toda para pedir que a gente fosse conversar com Milena. E o Esperidião, pai de Hilário, culpava muito a minha mãe, chegou a falar que tinha acontecido o que ela queria. Ele ligava para ela muitas vezes, ao ponto de eu ter que ir ao sítio do Esperidião pedir que ele parasse de ligar para minha mãe. Durante um período o Esperidião respeitou isto e só me ligava", contou Douglas Gottardi.
No início do casamento, Milena tentou se separar duas vezes
Douglas relatou que Milena chegou a pedir para que Hilário saísse de casa por duas vezes. A primeira vez foi em uma festa na Mata da Praia, no apartamento de um casal de amigos, em que Hilário havia bebido muito e, mesmo assim, dirigiu embriagado até Jardim Camburi, onde ele e Milena moravam na época. No dia seguinte, Milena tirou a aliança de casamento do dedo e pediu para que ele saísse de casa. Douglas contou que Hilário o chamou até a casa, para conversar com os dois. Milena acabou aceitando Hilário de volta. Já na segunda tentativa, quando a primeira filha já era nascida, a família foi até um casamento em que eles dormiriam em um hotel. Novamente, Hilário ficou bêbado e vomitou na cama, de modo que Milena e a filha tiveram que dormir no chão. Ao chegar em casa, Milena pediu para ele sair de casa e Hilário aceitou. Os pais de Hilário foram conversar com Milena, com a promessa que o filho passaria a fazer tratamento psicológico. Eles reataram, mas Hilário interrompeu o tratamento após a reconciliação.
Réus deixaram o salão do júri a pedido de familiares de Milena
Durante o depoimento de Douglas Gottardi, os réus não ficam presentes no salão de júri. A mãe de Milena Gottardi, Zilca Gottardi, também acompanha no auditório o depoimento do filho. A pedido dos familiares da médica, os acusados de matar a vítima ficam em uma sala separada no Fórum Tribunal.
Hilário já teve que fugir do pai, que ameaçava matar a mãe
Douglas Gottardi, irmão de Milena, contou que Hilário disse a ele que quando morava com os pais teve que passar algumas noites "no mato", junto com a mãe para se esconder do pai. Segundo ele, Hilário dizia que quando o pai chegava bêbado em casa, queria matar a mãe. "Ele dizia que ficava no mato com a mãe até a cachaça do pai passar".
Hilário gostava de contar história sobre assassinato em que pai se envolveu em Pancas
Segundo Douglas Gottardi, Hilário falava abertamente com amigos e conhecidos sobre um crime em que o pai, Esperidião Frasson, se envolveu quando ele e o filho moravam em Pancas. "Hilário contava uma história de que o tio descobriu que estava sendo traído pela esposa. Então o tio de Hilário e Esperidião mataram a esposa e o amante. Esperidião respondeu durante um tempo um processo por conta deste caso. Hilário gostava de contar essa história para mostrar que o pai era bravo e que eles tiveram que fugir de Pancas, porque estavam sendo ameaçados por familiares das vítimas."
Hilário era agressivo com a filha mais velha
Douglas Gottardi contou que Hilário era um pai cuidadoso com as duas filhas, mas "sempre muito rígido e bruto com a filha mais velha. Qualquer coisa que ela derrubava no chão, ele logo pegava o chinelo para bater. Era sempre muito bruto com as crianças. A forma dele corrigir a filha mais velha era muito excessiva, ao meu ver."
Existiam dois Hilários, segundo irmão da médica
O irmão da Milena afirma que existiam dos Hilários: um fora de casa, que brincava, era expansivo, com todo mundo na rua; e outro dentro de casa, que era mal humorado e agressivo. Segundo Douglas, Hilário tratava bem os amigos influentes, como delegados e juízes. Ele relata ainda que, segundo a mãe dele e de Milena, quando Hilário chegava em casa parecia chegar também uma nuvem de tempestade, com as crianças mudando e com ele sendo agressivo com todos.
Hilário reclamava da sogra
Segundo Douglas, Hilário mandava mensagens no WhatsApp reclamando quando a sogra ia a casa de Milena. Ele diz que quando isso acontecia passava na casa da irmã para buscar a mãe. As queixas eram às vezes colocadas em grupos com outros parentes.
Irmão diz que Hilário queria afastar Milena da mãe
O irmão de Milena, Douglas Gottardi, começa a responder as perguntas do juiz sobre como era o relacionamento da médica com Hilário Frasson. Ele relata as dificuldades do casal e as divergências após o nascimento da primeira filha em que o marido não aceitava que Milena recebesse ajuda da família. Douglas afirma, em seu depoimento, que Hilário queria afastar a Milena da mãe. Segundo ele, a situação piorou quando o casal se mudou de bairro. Nessa ocasião, Hilário ficou mais agressivo.
Julgamento recomeça
Meia hora depois do previsto, o julgamento do caso Milena é retomado. Quem vai testemunhar nesta quinta (26) é o irmão da médica Douglas Gottardi. A participação dele é um dos mais aguardados até agora.
Julgamento pode ir até segunda
A complexidade do caso e os longos depoimento das testemunhas de acusação até aqui podem prolongar o julgamento até a próxima segunda-feira (30. A previsão inicial do Tribunal de Justiça era de que a ação penal tivesse um desfecho até esta sexta-feira (27).
Todas Elas faz cobertura especial
A página do Todas Elas, programa criado por A Gazeta para combater a violência contra a mulher, tem reunido todos os conteúdos sobre o julgamento do caso Milena Gottardi. O site também traz conteúdos especiais sobre o feminicídio, um dos mais emblemáticos do Espírito Santo. Confira aqui.
Réus chegam ao fórum
Os acusados de serem mandantes, intermediários e o executor da morte de Milena chegaram por volta da 8h30 ao fórum, na Cidade Alta, em Vitória, para o quarto dia de julgamento. Confira aqui reportagem especial que detalha o papel de cada um no crime que tirou a vida da médica há quatro anos.
Delegado depôs por quase 11 horas
A quarta-feira (25) foi tomada pelo depoimento do delegado Janderson Lube, que presidiu o inquérito que indiciou os seis réus acusadas de tramar a morte da médica. Foram 10 horas e 40 minutos de depoimento, o mais longo até aqui no julgamento. Lube detalhou as técnicas usadas nas investigações. O nome da operação que apura o feminicídio, inclusive, foi inspirado em Sherlock Holmes. Segundo o delegado, que foi possível descobrir que Hilário ligou para a esposa minutos antes do crime, dando subsídio para o executor ao informar a localização da vítima. A perícia no telefone do suposto mandante levou à dinâmica da trama criminosa para matar a médica. As investigações também apontaram para o consumo de pornografia pelo marido de Milena horas após a morte dela. Em suas buscas na internet, segundo o delegado, Hilário sempre pesquisava pelos termos "esposa" e "loirinha". Além disso, ele contratou seis dias após o crime uma garota de programa. Lube disse que Hilário tinha ódio de Milena, o que gerou protestos da defesa do acusado.
4º dia de julgamento tem irmão de médica como testemunha de acusação
Nesta quinta-feira (26) entraremos no quarto dia do julgamento do assassinato da médica Milena Gottardi. Está previsto para este dia o depoimento do irmão da médica, Douglas Gottardi, a última testemunha arrolada pela acusação dos réus, formada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e os advogados da família de Milena. Douglas foi quem ficou com a guarda das filhas de Hilário e Milena, por indicação feita pela própria médica antes de morrer.
Júri será retomado às 9h desta quinta-feira
O julgamento do caso Milena Gottardi vai entrar no quarto dia nesta quinta-feira (25) ainda ouvindo as testemunhas de acusação. Falta depor, pela parte acusadora, o irmão de Milena, Douglas Gottardi, que deve ser o primeiro a falar na sessão desta quinta, que será iniciada às 9h.
Julgamento encerrado
Após mais de 10h30 de duração, o depoimento do delegado Janderson Lube foi finalizado e o julgamento encerrado nesta quarta-feira (25) às 22h41.
Uso ostensivo de armas por Hilário
Em alguns depoimentos, testemunhas de acusação relataram que Hilário usava armas de forma ostensiva, até na escola das filhas, o que amedrontou professores. O tema voltou ao debate quando um dos advogados de Hilário questionou o delegado se existe alguma orientação para não portar arma de fogo ostensivamente. Janderson Lube respondeu: "Geralmente quando a gente carrega de forma ostensiva é quando a gente está com uniforme e identificado como policial. Tem porte de arma, mas a prática é usar roupas descaracterizadas e com arma velada. De forma visível não é no dia a dia".
Polícia não encontrou garota de programa que Hilário procurou
O advogado de Hilário questionou se a garota de programa que o ex-policial procurou dias após a morte de Milena foi encontrada pela polícia. "A informação que tive foi que os policiais tentaram encontrar a garota, mas não conseguiram", respondeu o delegado Janderson Lube.
Depoimento completa dez horas de duração
O delegado Janderson Lube está depondo há dez horas. Testemunha de acusação, ele presidiu o inquérito sobre a morte de Milena. O depoimento se iniciou às 10h05, havendo uma interrupção de uma hora para almoço, e ocorre até o momento.
Advogado de Hilário: "É normal um filho ligar para um pai?"
Delegado Janderson Lube segue sendo questionado pelos advogados de defesa de Hilário Frasson, ex-marido da vítima. Em uma das perguntas, o advogado Patrcik Berriel questionou se é normal um filho ligar para o pai, em referência a ligação feita por Hilário para Esperidião Frasson, que por sua vez ligou para Valcir, intermediador do crime, e na sequência Milena foi morta. O delegado respondeu: “Normal não é o filho ligar para o pai e o pai ligar para o intermediador do crime na hora”.
Advogados de Hilário questionam delegado
Após uma rápida pausa, o julgamento foi retomado às 20h27. Ainda depõe o delegado Janderson Lube, que agora está sendo questionado pelos advogados de defesa de Hilário. O depoimento já supera nove horas de duração.
Advogado solicita exibição de vídeo com depoimento de Esperidião
Advogado de defesa de Esperidião pede a exibição de vídeo com o depoimento para a Polícia Civil. A intenção é mostrar que no início da oitiva não foi informado a Esperidião o direito dele de ficar em silêncio. Delegado Janderson Lube diz que conduziu a prisão de Esperidião em Fundão e que informou a ele sobre os seus direitos.
Nome da operação que investigou morte de Milena foi inspirado em Sherlock Holmes
Delegado deu o nome de Conan Doyle à operação de investigação do assassinato da médica Milena Gottardi, em homenagem ao escritor criador do detetive Sherlock Holmes. Ele explicou que é normal batizar as operações policiais e que na época das investigações estava lendo um livro do escritor.
"Sigo confiante de que a justiça será feita e que Bruno será absolvido"
Em relação a Bruno Broetto, o advogado de defesa, Leonardo da Rocha Souza, pontuou que o depoimento do delegado esclareceu que o rapaz não roubou a moto utilizada por Dionathas no dia do crime. O roubo teria sido praticado por outra pessoa. "Ele explicou ainda que a convicção da culpa de Bruno para o indiciar pelo crime foi pautada apenas na relação familiar com o Dionathas, de quem é cunhado, e nas ligações para Valcir, que não conseguiu nem precisar quando ocorreram, em uma quebra de sigilo de nove meses. Mas sigo confiante de que a justiça será feita e que Bruno será absolvido, visto que da mesma forma que há o interesse da sociedade de que todos os culpados sejam condenados, também é de interesse da sociedade que não haja condenação de um inocente apenas pela gravidade ou repercussão de um crime", declarou o advogado.
"Dionathas confessou o crime e tem ajudado a esclarecer os fatos", diz advogado
“O delegado informou que o depoimento de Dionathas, para a polícia, ajudou a esclarecer os fatos, de que ele não só explicou a participação dos demais réus, como forneceu até o telefone deles. Informou ainda que foi um depoimento coerente. Dionathas confessou o crime e tem ajudado a esclarecer os fatos e a nossa expectativa é de que ele receba uma pena de acordo com o previsto em lei", relatou o advogado de defesa de Dionathas Alves Vieira, Leonardo da Rocha Souza.
Depoimento já ultrapassa sete horas
O depoimento do delegado Janderson Lube, que presidiu o inquérito que apurou a morte da médica Milena Gottardi, já dura mais de 7 horas Os trabalhos desta quarta-feira (25) começaram às 10h05, havendo uma interrupção de uma hora para almoço, e ocorrem até o momento. Desde o início da sessão, ele é a única testemunha a depor neste terceiro dia de julgamento. Ainda falta depor, pela acusação, o irmão de Milena, Douglas Gottardi.
Entenda por que Hilário tem direito à metade do patrimônio de Milena Gottardi
Reportagem de A Gazeta explica o por que Hilário terá direito à metade do patrimônio de Milena Gottardi mesmo se for condenado pela morte da ex-mulher. Até parte da herança que Milena recebeu do pai deve ficar com o ex-policial civil.
Delegado relata cerco a Hermenegildo em Minas Gerais
"Fizemos um cerco razoável, com cuidado para chegar cedo, já estava o sol nascendo. Identificamos o local, fizemos o cerco. A única apreensão de Hermenegildo foi o telefone. Foi no carro comigo, na mesma viatura. Ele não veio no cofre. A gente avalia cada situação, não seria humano uma viagem de volta para o Espírito Santo no cofre. A gente evita. Como foi feito com o réu Esperidião. Era uma estrada de chão. Tudo depende da situação de cada diligência", relatou o delegado Janderson Lube. Hermenegildo foi preso na zona rural de Aimorés, em Minas Gerais.
Defesa de Valcir questiona participação do réu
Questionado pela advogada Ilsa Ribetti, que faz a defesa de Valcir da Silva Dias, se ficou comprovado que ele estava no hospital para indicar a médica, o delegado respondeu: “Eles (intermediários) estavam no local, mantiveram contatos telefônicos, se organizaram e as circunstâncias, o horário, mostra que (Valcir) auxiliou na execução.”
Advogado pede exibição de vídeo
Advogado Leonardo da Rocha pede que seja apresentado o vídeo da prisão do Dionathas e do Bruno, feito pela Polícia Civil. É o primeiro vídeo a ser mostrado neste julgamento. O delegado já havia explicado em seu depoimento que as prisões, diligências e oitivas foram filmadas.
Irmão da vítima aguarda para prestar depoimento
Douglas Gottardi, irmão de Milena, é a última testemunha de acusação que irá prestar depoimento no julgamento dos seis acusados pelo crime. Ele aguarda a conclusão do depoimento do delegado Janderson Lube em uma sala anexa ao Salão do /tribunal do Júri
Familiares de Hilário não comparecem ao julgamento
Os familiares de Hilário e Esperidião Frasson não tem comparecido ao julgamento pelo crime de assassinato da médica Milena Gottardi, ex-mulher de Hilária. A informação é de que as roupas usadas por eles no julgamento foram entregues por seus advogados de defesa.
Hilário e Esperidião sinalizaram localização de Milena ao atirador
O delegado Janderson Lube, que presidiu o inquérito sobre o assassinato da médica Milena Gottardi, disse em meio ao julgamento do caso, nesta quarta-feira (25), que o ex-policial Hilário Frasson ligou para a ex-esposa minutos antes do crime e, ao encerrar a ligação, telefonou para o pai, Esperidião Frasson, para que ele avisasse ao atirador que a vítima estava saindo do hospital.
Leitura do processo gera discussão entre advogados
Defesa de Dionathas Alves Vieira (executor confesso) e Bruno Rodrigues Broetto pede para jurados lerem a parte do processo em que o delegado cita a participação do Bruno no crime. A defesa de Hilário Frasson protestou e disse que a defesa de Dionathas e Bruno, feita por Leonardo da Rocha, estava formando a convicção dos jurados. Os protestos foram registrados em ata. Promotores falaram que era um direito dos jurados de consultarem o processo e do advogados mostrarem peças do processo, que já tinham sido apresentados para a testemunha.
Réu que forneceu moto para fuga não parecia saber quem seria vítima do crime
Segundo relato do delegado, Bruno Rodrigues Broetto sabia da execução do crime, mas não existem nas provas informações de que ele sabia como seria executado o crime. A moto e o vínculo associativo com ele e Dionathas Alves Vieira (executor confesso) permitia que ele soubesse qual seria o objetivo da moto, que seria praticado um homicídio com o uso do veículo. "Mas não há provas de que ele sabia como o crime seria feito e que seria da médica Milena", explicou.
Delegado explica detalhes técnicos da investigação
Delegado Janderson responde a perguntas do advogado Leonardo da Rocha Souza, que faz a defesa de Dionathas Alves Vieira, executor da médica, e Bruno Broeto, que forneceu a moto utilizada no dia do crime. Informa detalhes técnicos da investigação, sobre como se deu a participação de cada um deles, momentos em que os celulares dos réus aparecem nas interceptações eletrônicas
Julgamento retomado
O depoimento do delegado Janderson Lube foi retomado às 15h14, após intervalo para o almoço.
Pausa na audiência
O julgamento foi interrompido para o intervalo de almoço, e será retomada em breve.
Hilário tentou obter ajuda de juízes
Em seu depoimento, o delegado Janderson Lube relatou que Hilário Frasson, ex-marido de Milena, enviou alertas a juízes em uma tentativa de obter ajuda dos magistrados. "Na época dos fatos eu não tinha visto, não tinha me atentado para isto. Permaneci com os extratos das gravações. E, a partir da Operação Alma Viva, eu voltei a consultar este material e vi, que realmente, há uma tentativa de Hilário tentar influenciar, mandando alertas para alguns juízes, como o juiz Farina e o juiz Julio Cesar. Isto foi após a Milena ter obtido uma liminar judicial para conseguir sair de casa."
"Como você ama uma pessoa, ela morre, e você acessa conteúdo pornográfico?"
"Ele passou por um processo de desvalorização da Milena, ele dizia que a amava, mas passou a desvalorizá-la. Como você ama uma pessoa, ela morre, e você acessa conteúdo pornográfico? Acho que já não nutria sentimentos pela Milena a não ser o ódio", pontuou o delegado, em seu depoimento. Após a declaração, julgamento chegou a ser interrompido por conta de discussões jurídicas entre os advogados e os promotores. O depoimento do delegado só foi retomado depois que todos fizeram seus comentários.
Interceptação de linhas telefônicas produziu provas consistentes
Questionado sobre o que levou a pedir a interceptação telefônica das linhas telefônicas utilizadas pelos réus, o delegado explicou que era uma tentativa de entender o que tinha ocorrido entre as pessoas envolvidas no caso. "Com elas (interceptações) houve um esclarecimento do crime, só possível com esta prova. Permitiu análises dos vínculos entre cada um, identificar os contatos entre cada um dos réus. Na hora em que bati o olho no resultado vi que eram informações consistentes, as ligações mostravam como foram os contatos para viabilizar o crime. Foi uma linha de investigação segura que colocava os réus no contexto do crime."
Conluio mesmo após a prática do crime
"Observamos contatos entre Valcir e Dionathas, Valcir e Hermenegildo, o que mostrou que a associação entre eles antecedeu o crime, permaneceu durante o crime e também após o crime. Seja para planejar, oferecer arma e até para a fuga, até orientação do Esperidião para não utilizar o celular. Esperidião deixou de usar o telefone após crime", relatou o delegado.
Indícios de que Hilário queria entender dinâmica de investigação
É a segunda vez que Lube comenta sobre o pedido de Hilário para cumprir uma escala especial na DHPP. Mais cedo, ao tocar no assunto, o delegado destacou: "Causa estranheza em vista dos fatos, de ter feito isto. Estranho a questão dele querer estar nas equipes, em todos os locais de crime, para entender a dinâmica da investigação. Ele estava em gabinete, onde trabalhava, não ouvi falar de outro policial que esteja na mesma posição que tenha se voluntariando a fazer escala na DHPP."
Hilário pediu para cumprir escala especial na DHPP
O delegado Janderson Lube explicou que Hilário Frasson, que era policial, solicitou uma escala especial na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) antes do crime. "A escala especial é uma escala extra, que pode ser voluntária, que pode fazer em uma outra repartição da polícia. No caso de Hilário, tenho muitos anos de DHPP, e esta situação foi excepcional, até conversei com delegados mais experientes, como José Lopes, e esta é uma excepcionalidade".
"Afastamentos de sigilo telefônico não deixam dúvidas do que aconteceu"
Questionado sobre como foi trabalhar no caso do assassinato de Milena Gottardi, o delegado declarou: "A pressão foi grande, a mídia presente, não nos deixamos levar pelas expressões externas, a gente acaba sendo conduzido pelas provas que vão sendo produzidas. Os afastamentos de sigilo telefônico não deixam dúvidas do que aconteceu. Provas técnicas... A gente tenta trabalhar com elas, que dão mais segurança. As oitivas que foram realizadas, os exames realizados, foram nos dando segurança, amadurecimento em relação a situação de cada réu. Chegamos a um material probatório mais robusto para o indiciamento."
Familiares acompanham audiência
Além da família de Milena, os familiares dos réus Dionathas Alves Vieira, Bruno Rodrigues Broetto,, Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho (Judinho), estão presentes. A mãe de Milena, Zilca Gottardi, não acompanha o depoimento, por causa da presença dos réus. Ela não quer estar no mesmo lugar que eles. O tio de Milena participa em seu lugar.
Homenagem ao Dia do Soldado
O juiz que preside o caso fez uma rápida homenagem ao Dia do Soldado, celebrado nesta quarta (25), e parabenizou, nominalmente, os militares que estão fazendo parte da equipe, auxiliando no julgamento. "Muito obrigado a todos eles", disse o juiz Marcos Pereira Sanches. Todos os advogados acompanham o juiz.
Hilário usa roupas de marca no julgamento
Os seis réus estão presentes durante o depoimento do delegado. O ex-policial e ex-marido de Milena, Hilário Frasson, está usando uma camisa preta, de marca Hugo Boss. Em todo o processo, o gosto por roupas caras, entre outras extravagâncias, tem sido apontado por testemunhas, que citam que ele gastava muito com roupa e que Milena tinha que bancar estes gastos.
Esperidião cobrava morte de Milena
Em seu relato, Lube apontou que Esperidião Frasson cobrava a execução da nora, Milena, informação que veio a partir da oitiva do intermediário Valcir da Silva Dias. "A localização do próprio Valcir indica que eles podem ter tentado cometer o crime em outra oportunidade. As interceptações telefônicas comprovam e foi corroborado com as informações do Valcir."
Hilário pesquisou pornografia no dia da prisão do pai
Além de buscar por conteúdos pornográficos com as palavras "esposa" e "loirinha", o delegado relatou que Hilário também buscou por outros conteúdos problemáticos. "Chama a atenção nestes acesso um link escrito 'peladinha com o papai', além do conteúdo com 'esposa', no dia 16 e no dia 21, prisão do pai."
Hilário quis instalar câmeras para observar filha mais velha
Em seu depoimento, o delegado Janderson Lube apontou que Hilário Frasson quis instalar câmeras na casa para observar a filha mais velha, hoje adolescente. Na época do crime, a garota tinha nove anos de idade. "Os profissionais estiveram na residência, chama a atenção o fato deste contato ser feito num momento em que já estava em processo de separação. Mas os profissionais não instalaram as câmeras. Mas no dia 16, as câmeras do edifício da Milena, tem imagens de Hilário saindo do prédio com envelopes."
Audiência é retomada
Após interrupção, promotor retomou as perguntas ao delegado Janderson Lube, que presidiu o inquérito acerca do assassinato de Milena.
Julgamento é interrompido após declaração de delegado
O julgamento dos seis réus acusados de planejar e executar o assassinato da médica Milena Gottardi foi pausado após o delegado declarar que Hilário Frasson, que estava em processo de separação de Milena, odiava a médica. Fala foi questionada e gerou uma discussão entre os advogados.
Familiar de criança com câncer, tratada por Milena, foi quem indicou localização de Hermenegildo
Conforme apontou o delegado, a prisão do intermediador Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho, requeria cuidado, porque ele já estava em outro Estado. Uma equipe se deslocou em caminhonetes descaracterizadas, e foi até Alto Capim, na região de Aimorés, em Minas Gerais, onde uma pessoa passou a informação da localização do Hermenegildo. "A pessoa teria uma criança com câncer e tratava com a Milena no Espírito Santo. Esta história da Milena emociona muito. A informação deu mais segurança para irmos ao local fazer a prisão. O que a gente busca nestas diligências é ir ao local com mais segurança o que foi possível graças a informação que foi passada."
Hilário se recusou a falar antes de ter acesso aos autos
"Vendo a soma de provas presentes, além das oitivas das testemunhas, algumas falando de Hilário, naquele momento, já com a investigação bem mais madura, pedimos a prisão de Hilário, que foi deferida, e os policiais da corregedoria o prenderam", explicou o delegado, contando que Hilário foi preso e ouvido em oitiva, com defesa e corregedoria acompanhando, mas disse que só falaria quando tivesse acesso aos autos do processo.
Valcir confirmou participação de Hilário
Foi o lavrador Valcir da Silva Dias, apontado como intermediário do crime, que confirmou a participação de Hilário Frasson na morte da médica Milena Gottardi.
Esperidião doou R$ 100 mil a Hilário
Durante a oitiva do Esperidião Frasson, chamou a atenção a venda do terreno dele e a doação de R$ 100 mil para Hilário, "para custear despesas, porque Milena estava em São Paulo. Esperidião disse que não usava celular", explicou o delegado.
Esperidião fazia café no momento da prisão
O delegado conta que a equipe se programou para cumprir os mandados de prisão contra Valcir da Silva Dias, Esperidião Frasson e Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho. Quando foram até a casa do sogro de Milena, Espiridão, o encontraram fazendo café. "Pedi informações a um colega que conheci a área e nos mostrou a entrada do local do sítio e efetuamos a prisão de Esperidião. Esperidião já estava acordado, fazendo café. Tratamos todos com tranquilidade, não encontramos o celular dele, mas o da neta dele, terminaram o café, tomei café com eles, informaram sobre doenças e remédios que precisava. Permitimos ter uma despedida da família, em reciprocidade ao tratamento."
Hilário pesquisou conteúdos pornográficos com os nomes 'esposa e loirinha'
No sábado, após o crime, e antes de ir ao Departamento Médico Legal (DML) Hilário fez acesso a conteúdos pornográficos. "A esposa tinha morrido 48 horas antes. Chama a atenção da pesquisa pelos conteúdos, sempre com a palavra 'esposa' e 'loirinha'", relatou o delegado.
Contato de intermediário foi apagado de celular
O delegado reafirmou o que havia sido relatado pelo investigador na terça-feira (23). Hilário realizou uma ligação para Milena, antes do crime. Em seguida, ligou para o pai, Esperidião, que liga para Valcir, que estava no local do crime. Também houve contato entre Valcir e Hermenegildo e Hermenegildo e Dionathas. "Percebemos que hilário apagou o contato do Valcir do celular um dia antes do crime."
Dionathas mostrou os detalhes do crime
"Dionathas mostrou os detalhes do crime — ninguém melhor do que o próprio réu para indicar os locais —, o que foi gravado pelos policiais", conta o delegado. Confira o vídeo da reconstituição:
"No sábado, já estava claro como crime tinha sido praticado", diz delegado
Penúltima testemunha de acusação a depor, o delegado Janderson Lube, que presidiu o inquérito que apurou a morte de Milena Gottardi, contou que, no sábado, após a morte da médica, foi possível identificar como o crime aconteceu. "Posteriormente em oitiva, Bruno falou que a moto foi entregue a Dionathas. Pedimos a prisão de Bruno, Hermenegildo, Valcir, e Esperidião. No sábado já estava claro como o crime tinha sido praticado, o executor, apoio, intermediadores e mando. Domingo fomos cumprir as prisões."
A partir da prisão de Dionathas, peças começaram a se encaixar
"A partir da prisão de Dionathas foi possível esclarecer a questão de quem matou, dos intermediadores, a dinâmica do crime, o fornecimento da arma. Após a execução, o encontro no posto de gasolina e o retorno de Dionathas para o Bairro Maria Ortiz. Depois segue para o posto e queima as roupas. Falou também de Esperidião como mandante", relatou o delegado.
Moto usada por Dionathas para escapar estava guardada há mais de 15 dias
O delegado explicou que o proprietário do sítio onde Dionathas estava era cunhado de Hermenegildo e confirmou que tinha visto o rapaz queimando roupas. "Com as informações do caseiro foi possível ter informações mais apuradas, a moto estava lá, guardada, pelo réu Hermenegildo, há mais de 15 dias. Um adolescente Pedro roubou a moto, entregou a Bruno, inclusive ligou várias vezes para Dionathas, e foi a moto utilizada no crime."
Oitivas permitiram chegar ao executor
"Voltei para a delegacia, fiz a oitiva da Marcelle, e surgiram outras informações do executor. As informações davam uma possível localização do executor, local onde estaria, não sei se já tinha a qualificação dele. Dali, os policiais diligenciaram e lá localizaram o Dionathas e ele confessou e informou onde estava a moto, das pessoas que guardaram, o caseiro falou inclusive que tinha queimado as roupas", relatou o delegado Janderson Lube.
Hilário atrasou entrega de celular
Segundo Lube, foi solicitado pelo delegado de plantão que o ex-policial civil e ex-marido de Milena, Hilário Frasson, entregasse o celular na sexta-feira, 15 de setembro, dia em que a morte da médica foi constatada. Ele disse que apresentaria o aparelho, mas não o fez. Somente no sábado, 16, o celular foi apreendido. "Fizemos contato com a corregedoria, em função das circunstâncias que envolvia um PC, e solicitamos a estes policiais para que no sábado (recolhessem). Eu cumprimentei o Hilário, eu apreendi o celular, pedi a senha e ele forneceu."
Delegado inicia depoimento
Teve início, às 10h05, o depoimento do delegado Janderson Lube, que presidiu o inquérito que apurou a morte de Milena Gottardi. Ele é a primeira testemunha do dia a depor, e penúltimo representante de acusação.
"Testemunhas de hoje vão confirmar trama criminosa"
Em fala feita na chegada ao fórum, para acompanhar o terceiro dia de julgamento, o advogado da família de Milena, Renan Salles, afirmou que as testemunhas que foram ouvidas na data de ontem confirmam toda tese acusatória, que de fato os seis réus são responsáveis pela morte da médica, e que isso deve se confirmar com os demais depoimentos. " A gente acredita que hoje as duas testemunhas indicadas pela acusação que faltam ser ouvidas vão ser no mesmo sentido. Digo isso exatamente pelos depoimentos anteriores dessas testemunhas. Doutor Janderson, que participou desta investigação desde o início, com certeza confirmará ricos detalhes dessa trama criminosa."
"Hilário tinha comportamento sociopata", diz advogado da família de Milena
O advogado da família de Milena, Renan Salles, também afirmou que o depoimento do delegado Janderson Lube será um dos mais importantes do caso. A fala foi feita nesta quarta (25), ao chegar ao fórum para o terceiro dia do julgamento. "A verdade é uma só. Esses depoimentos de hoje confirmam toda a prova produzida no processo, de que Hilário e seu pai, contrataram os demais réus para ceifar a vida de Milena. Hilário não aceitava de forma alguma o fim do casamento, era um sociopata, que não queria perder o seu 'objeto' que achava que tinha posse. Em razão da escolha de Milena de se divorciar foi tramado esse cenário de horror que acabou com a vida dela."
Depoimento de delegado é aguardado com expectativa
Também chegaram os advogados de defesa. O advogado Leonardo da Rocha Souza, que defende o Dionathas Alves e Bruno Rodrigues Broetto, disse que hoje a expectativa maior é com o depoimento do delegado Janderson Lube, responsável pelo caso. "Hoje teremos um depoimento importante que é o do delegado, a pessoa que tem todas as provas e elementos utilizados para indiciar os réus e vão poder fornecer esses detalhes mais objetivos, agudos e diretos para os jurados que não tiveram a oportunidade de ler os 16 volumes do processo."
Irmão de Milena e delegado prestam depoimento
Faltam depor, pela acusação, Douglas Gottardi, irmão de Milena, e o delegado Janderson Lube, que conduziu as investigações. Os depoimentos deles devem abrir a sessão desta quarta-feira (25).
Chegada dos réus
Os seis acusados pela trama e pelo assassinato da médica Milena Gottardi, em 14 de setembro de 2017, chegaram ao Fórum por volta das 8h40, escoltados por policiais penais. A terceira fase das audiências está prevista para começar às 9h.
Sentença pode ser emitida apenas na segunda-feira (30)
A previsão inicial do Tribunal de Justiça era de que o julgamento prosseguisse até a próxima sexta-feira (27), mas, por conta de atrasos no início do júri na segunda (23) e da longa duração dos depoimentos, agora a análise do caso e a emissão da sentença pode ser concluída somente no domingo (29) ou até mesmo na segunda-feira (30).
Veja o que aconteceu até agora no julgamento
O julgamento das seis pessoas apontadas como as responsáveis pelo assassinato da médica Milena Gottardi teve início na segunda-feira (23), quando quatro testemunhas de acusação prestaram depoimentos. Outras quatro pessoas falaram nesta terça (24), dentre elas, a amiga da médica que presenciou o crime.
Irmão de Milena depõe nesta quarta (25)
Faltam depor, pela acusação, Douglas Gottardi, irmão de Milena, e o delegado Janderson Lube, que conduziu as investigações. Os depoimentos deles devem abrir a sessão desta quarta-feira (25).
Julgamento suspenso
Os trabalhos desta terça-feira (24) foram suspensos às 19h50. O julgamento será retomado nesta quarta-feira (25), às 9 horas.
Termina depoimento de prima
Ás 19h50 foi encerrado o depoimento da testemunha Shintia Gottardi, prima da médica assassinada.
Familiares acompanham depoimento
Os familiares de Dionathas Alves Vieira, e de Bruno Broetto, acompanham o depoimento, assim como os familiares de Milena Gottardi.
Familiares de Milena esconderam crianças após enterro da médica
A prima de Milena, Shintia Gottardi, conta que a família fugiu para outra cidade após o enterro da médica. "Ficamos escondidos. Depois fomos para outra cidade, um local ainda mais longe, com medo de Hilário pegar as crianças."
Hilário incluiu novo sobrenome após começar namorar Milena
Segundo a testemunha, Hilário Antônio Fiorot Frasson não tinha o sobrenome Fiorot. Ele o incluiu no nome depois de começar a se relacionar com Milena. "Achamos estranho. Milena teve um ex-namorado que se chamava Luciano Fiorot, antes de começar a namorar Hilário."
Prima de Milena conta sobre a comunicação da morte à filha da médica
"No dia dos tiros, a gente falou que ela (Milena) tinha sofrido um acidente. No outro dia, a gente começou a conversar, devagar, até contar que a mãe tinha morrido, o que tinha acontecido. Ela começou a chorar, saiu correndo desesperada do quarto, foi no armário de Milena, pegou a camisola, gritava na janela que não acreditava que a mãe tinha sido morta. Ela ainda guarda a camisola até hoje", relatou Shintia Gottardi.
Filha viu conversa estranha no celular de Hilário
Shintia conta que, no mês de abril, a filha mais velha de Milena, que, na época, tinha 9 anos de idade, pegou o celular do pai e reparou nas conversas de Hilário com um estranho. Diante disso, Milena relatou que achava que ele estava contratando alguém para matá-la. "Depois desconversou."
Hilário sugeria que pai podia ser violento
"Tenho muito medo do Hilário e do senhor Esperidião, do jeito que são. Hilário falava do pai, assim: você não deveria falar com meu pai. Eu não faço nada, mas meu pai…”, relatou a prima de Milena, Shintia Gottardi. Ela é a quarta testemunha de acusação a depor nesta terça.
Hilário criou grupo no WhatsApp para convencer Milena a não deixá-lo
A prima de Milena, Shintia Gottardi, conta que Hilário tentava de todas as formas convencer a esposa a não se separar. Além de ameçar suicidar-se, criou até um grupo no WhatsApp (Em nome do amor), onde incluiu vários amigos da Milena, para pedir que ajudassem-no a ficar com a médica. "Muitos amigos saíram, e falaram com Hilário para ele desistir da Milena."
Milena tentou se separar diversas vezes
A testemunha relata que sempre alertou Milena sobre o relacionamento, que Hilário era possessivo, mas que a primeira vez em que a prima quis se separar dele foi quando a filha mais velha nasceu. "Falei para ela pedir uma medida protetiva, mas ela se assustou Tentaram outras vezes se separar e sempre ela voltava atrás Mas em 5 de março (de 2017), aniversário dela, ela tomou a decisão e não voltou atrás. No dia 6, o Hilário me ligou, falando: 'Fiz besteira de novo e Milena quer que eu saia de casa'. Eu falei: 'De novo Hilário?'."
Depoimento de prima de Milena é adiantado
Shintia Gottardi, prima de Milena, é a quarta testemunha a depor nesta terça (14). O depoimento dela não estava previsto para hoje, mas foi antecipado porque o pai está hospitalizado e ela precisa retornar para casa.
Promotor avalia depoimentos do dia
O promotor de Justiça do Ministério Público, Leonardo Augusto de Andrade Cezar, afirmou que o teor dos depoimentos prestado nos dois primeiros dias de julgamento reafirmam que há provas cabais do crime e que a expectativa é de o júri acabe o mais rápido possível. Ele não descartou, entretanto, a possibilidade de que a sentença fina só seja emitida no domingo (29), ou na segunda-feira (30). "Os depoimentos de hoje foram todos coerentes com o que o Ministério Público vem defendendo e demonstrando no autos de toda a autoria dos envolvidos, principalmente o depoimento da Maria Isabel, que foi a testemunha presencial, foi muito rico e muito detalhado sobre os momentos finais da Milena."
Réus não acompanharam depoimento de advogada
O depoimento da advogada Ana Paula Morbeck, que era advogada de Milena no processo de divórcio, terminou às 17h28. Ao contrário das duas primeiras testemunhas do dia, os réus não acompanharam o depoimento da advogada, que pediu para não prestar depoimento na frente deles. Como os réus não estavam presentes, a mãe de Milena, Zilca Gottardi, acompanhou o depoimento de Ana Paula. Desde ontem, ela tem se ausentado do Salão do Júri quando os réus estão presentes.
Mesmo se for condenado, Hilário tem direito a 50% do patrimônio de Milena
A advogada relatou que o processo de divórcio entre o casal foi marcado por tensão, e que Milena ficou muito triste de saber que teria que dividir a herança do pai com Hilário, que é meeiro de todo o patrimônio dela. Ela achava que a comunhão de bens tinha sido só para comprar o apartamento da Praia do Canto, em Vitória, não imaginava que fosse atingir o patrimônio. No regime que eles casaram, foi feito um pacto, onde Milena disse que era necessário por causa da compra do apartamento. Com a morte de Milena, Hilário passou a ter metade de tudo o que ela tinha e não perde nada nem se for condenado. Ele tem direito, mesmo condenado, a 50% do patrimônio da Milena.
Advogada conta sobre leitura da carta
No dia seguinte ao crime, uma prima de Milena entrou em contato. A advogada explicou que havia um documento deixado pela médica, e, após procura, a carta foi encontrada pela prima. "Marcamos às 7h em meu escritório. Eles me pediram para ler, porque não tinham lido ainda, e todo mundo chorou junto. Aquele momento foi de muita emoção, ela dizer que temia pela vida dela, que queria que as filhas ficassem com o irmão...A carta tinha mais informações sobre a relação dos dois do que ela conseguiu verbalizar em meu escritório Entendi que ela se sentia ameaçada."
Milena tinha medo por histórico da família de Hilário
A advogada de Milena, Ana Paula Protzner Morbeck, contou que quando encontrou a médica pela primeira vez, Milena relatou que havia histórico de violência na família de Hilário, e que uma cunhada que queria se divorciar foi morta. "Ela temia que o mesmo acontecesse com ela. Disse que o pai do Hilário e um tio que teriam matado a cunhada. Milena contava que toda vez que se fazia algo que ele não concordava, ele regia com agressividade". O mesmo comportamento já estaria sendo adotado com a filha mais velha do casal, que, na época, tinha nove anos.
Milena acreditava que divórcio seria litigioso
"Ela (Milena) disse que Hilário estava seguindo os passos dela, que a ameaçava, e que ela queria o divórcio e que achava que seria litigioso", contou a advogada. E acrescentou: "Na quinta, recebi um contato falando que Milena tinha sido baleada. Procurei o doutor Helio para saber se ele tinha enviado o acordo e ele falou que na sexta eles iriam se reunir para assinar. "
Hilário pediu para que Milena não se divorciasse
Na reunião, Hilário pediu que Milena não se divorciasse, queria uma chance. A média teria respondeu que daria tempo para ele se acostumasse com a ideia, mas não para que a reconquistasse, e disse que o relacionamento estava acabado, conforme relatou a advogada Ana Paula Protzner Morbeck. "Ele estava muito nervoso, mas a Milena estava calma, como sempre. Saí de lá (reunião) com este acordo para protocolar. A gente pedia por 90 dias para concretizar o divórcio."
Reunião para realização de acordo foi marcada por tensão
Uma reunião para a realização do acordo foi marcada. "Na reunião, Hilário estava muito inquieto, era agressivo na fala, batia na mesa, fazia gracinhas ofensivas para o meu lado - 'este documento não vale nada, que palhaçada é esta?'. Neste momento pedi ao doutor Helio Beloti que contivesse o seu cliente", relatou a advogada.
Ex-policial intimidou advogadas
A testemunha relatou que Milena dizia que Hilário a ameaçava, andando armado. Conta ainda que ele foi até o escritório onde ela e a sócia atendiam. "Ele, Hilário, foi ao nosso escritório e minha sócia Rowena disse que não poderia atendê-lo. Ele foi bem agressivo, estava armado. Foi agressivo desde a recepção. Também ficamos amedrontadas com a forma do Hilário agir". relatou a advogada de Milena, Ana Paula Protzner Morbeck.
Hilário queria acordo
"Milena voltou a me procurar, dizendo que Hilário queria um um acordo, que ela poderia voltar para casa. Ela queria retornar para casa, mas sem Hilário", explicou a advogada Ana Paula Protzner Morbeck, contando que Milena informou que um amigo de Hilário estava intermediando o acordo. "
Médica avisou que registraria documento em cartório
A advogada relatou que Milena tinha medo de Hilário, que a ameaçava, dizia que ela não teria o divórcio, e que ele se recusava a sair de casa. "Nós falamos que poderíamos conseguir uma decisão judicial com liminar para ela poder sair de casa. Milena concordou". E acrescentou: "Ela disse que faria um documento em cartório para caso acontecesse algo com ela, para que a família ficasse com as filhas."
Milena tinha medo de perder a guarda das filhas
A advogada Ana Paula Protzner Morbeck é a terceira a depor nesta terça (24). Ela relata que Milena procurou sua sócia Rowena, mas Rowena já tinha sido procurada por Hilário, e indicou a Milena os serviços de Ana Paula. No dia em que a médica foi atendida, Ana Paula relata que ela estava muito nervosa, chorando muito, falando que tinha medo de perder a guarda das filhas. “Nós acalmamos Milena e marcamos um horário no dia seguinte."
Audiência é retomada
Após intervalo de aproximadamente uma hora, julgamento foi retomado às 15h30, com o depoimento da terceira testemunha de acusação do dia, a advogada de Milena, Ana Paula Protzner Morbeck.
"Objetivo é mostrar a verdadeira imagem de Hilário", diz advogado
Rodrigo de Melo, advogado de defesa do ex-policial civil e ex-marido de Milena, Hilário Frasson, declarou que os depoimentos colhidos nesta terça (24) serão de grande importância para esclarecer os fatos, e que o objetivo da defesa é ajudar a mostrar a verdadeira imagem de Hilário. "O nosso objetivo principal até o dia dos debates é simplesmente aclarar os fatos, construir, mostrar a verdadeira imagem do Hilário, descontruir muita coisa que vem sendo equivocadamente construída durante todo esse tempo e estamos conseguindo extrair boas informações dessas testemunhas", afirmou.
Intervalo de uma hora
O julgamento foi suspenso às 14h16 e está previsto para retornar em uma hora.
Conversas entre réus começou meses antes do crime
A testemunha relata que, no período de janeiro a setembro de 2017, foram verificadas 68 chamadas entre Esperidião e Valcir; 42 chamadas entre Dionathas e Hermenegildo (Judinho); 63 chamadas entre Hilário e Valcir; e 310 chamadas entre Valcir e Hermenegildo (Judinho).
Hilário se encontrou com garota de programa
O crime aconteceu no dia 14 de setembro, uma quinta-feira, e Milena teve a morte declarada no dia 15, sexta. A testemunha relata que no sábado, dia 16, Hilário faz vários acessos a sites pornográficos e se encontra com uma garota de programa. "Nos surpreendeu que Hilário faz acesso a pornografia e se encontra com uma garota de programa. Nos passou a ideia de uma falta de sentimento em relação à morte da médica", relatou o investigador.
Réus conversavam entre si com frequência
Após a escuta, foram reforçando as tratativas para o crime. Segundo o investigador, Valcir tinha contato com todos os demais réus e eles falavam muito entre si. Depois veio a prisão do Dionathas, confirmando Valcir e Judinho como intermediários. "Em relação ao Hilário, um dia antes do crime ele apagou do telefone o número do Valcir, o que chamou a nossa atenção", relatou o investigador.
Milena recebeu ligação de Hilário antes de ser assassinada
O investigador Igor de Oliveira Carneiro relatou que o ex-policial civil e ex-marido de Milena, Hilário Frasson, ligou para a médica antes do crime. Ele fez uma ligação para Milena e, na sequência, para o pai, Espiridião Frasson. Em seguida, Espiridião ligou para Valcir da Silva Dias, o intermediário do crime, que já estava no Hucam. Na sequência, Milena foi assassinada. Foi essa interceptação que deu início à investigação e norteou a participação dos réus no crime.
Investigador conta sobre interceptações telefônicas
O investigador Igor de Oliveira Carneiro é a segunda testemunha de acusação a prestar depoimento nesta terça-feira. Ele participou das investigações, principalmente das interceptações telefônicas dos réus. As interceptações telefônicas foram feitas de janeiro a setembro de 2017 e por meio delas conseguiram constatar os contatos e vínculos entre os acusados.
Réus acompanham depoimentos
Hoje os réus não foram retirados da sala do júri, estão presentes durante os depoimentos das testemunhas de acusação — diferente do dia anterior, quando eles foram retirados para as testemunhas prestarem depoimento. A mãe de Milena, Zilka Gottardi, ficou do lado de fora, para não ter nenhum contato com os réus.
Pessoas comentaram que não parecia um assalto
Na noite do crime, ao relatar para outras pessoas o que havia acontecido, Maria Isabel Lima dos Santo explicou que colegas não acreditaram tratar-se de um assalto. "Eu falava: nós fomos assaltadas, mas a gente não reagiu, e atiraram. O rapaz assalta, manda a gente entrar no carro, atira e depois entra em uma moto. Não achei sentido nisto. Várias pessoas comentavam que não era um assalto. Depois que li a carta, fez mais sentido."
Antes da morte, Milena contou que estava se separando
Maria Isabel Lima dos Santos contou que a amizade com Milena era profissional, mas no dia do crime, Milena contou que estava se separando. "No caminho para o estacionamento, ela disse que entregaria as coisas que estavam na casa dela, mas não disse o motivo. Falou dos 13 anos em que estava casada, falou que o marido era detalhista, que as crianças brincavam e colocavam as coisa fora do lugar e ele brigava e isto machucava ela muito". O depoimento de Maria Isabel chegou ao fim por volta das 11h40.
Vídeo mostra caminhada de Milena até seu executor
Um vídeo divulgado pela Polícia Civil em 18 de outubro de 2017, quando o inquérito que apurava o crime foi concluído, mostra o caminho de Milena até seu executor. Nas imagens é possível ver que um carro passa pelo local. Nele estavam Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho. É o momento, segundo as investigações, que a dupla mostrava ao executor, Dionathas Alves Vieira, quem era a médica que seria morta. Logo depois, eles deixam o hospital. Milena então segue para o estacionamento com a amiga, e lá encontra Dionathas, que em um assalto simulado atira na médica e foge do local, em uma moto. Confira:
Pedido para que Hilário não fosse informado
Maria Isabel Lima dos Santos conta que Milena foi socorrida para o Hucam, onde foi pedido para que não ligassem para informar Hilário sobre o que havia acontecido com a ex-mulher. "Cinco minutos depois do crime, lá dentro algumas pessoas disseram para não ligar para o marido dela."
Amiga gritou pedindo ajuda
"Eu sacudi o braço dela, dizendo: Milena, pode se levantar. Mas ela não se mexeu. Comecei a gritar pedindo ajuda. Não apareceu ninguém. Fui para a rua e comecei a gritar por socorro na frente do Hucam. Uma amiga reconheceu minha voz, desceu correndo", relatou Maria Isabel. Ela conta que a amiga constatou que Milena ainda estava viva, mas bastante ferida. "Tinha muito sangue no chão. Quando a virei, o rosto dela estava ensanguentado e nós a levamos para dentro do hospital."
"Achei que ela tivesse deitado para se proteger"
Maria Isabel Lima dos Santos conta que, ao ouvir o som do distanciamento da moto em que o suposto assaltante estava, olhou para trás e percebeu que Milena estava no chão. "Ela estava esticada nos meus pés,. No início, pensei que ela tivesse deitado para se proteger."
Amiga ouviu três tiros
"Não falamos nada", Maria Isabel Lima dos Santos relatou, contando que, após o anúncio de assalto, Dionathas pediu que ela e Milena entrassem no carro. Quando a amiga passou por ela, Maria Isabel escutou o som de tiros. "Ele deu um tiro, vi uma fumacinha, e veio outro tiro. Peguei minha cabeça, pensei que viria na minha testa. Veio um terceiro tiro e, naquele momento, vi como era cruel. A gente não fez nada, a pessoa assalta e atira sem a gente fazer nada. Ele subiu na moto, que ainda não tinha visto, ele acelerou, passou do meu lado e desceu a ladeira para o portão."
Dionathas anunciou assalto e pediu que entrassem no carro
A amiga de Milena, Maria Isabel Lima dos Santos, primeira testemunha a depor nesta terça (24), conta que fizeram um caminho curvo até o carro. Milena guardou uma bolsa e quando fechou o porta-malas, o rapaz, agora identificado como Dionathas Alves Vieira, chegou por trás e anunciou um assalto. "Ele falou: passa o celular e a chave do carro. Eu disse que não tinha celular e ela (Milena) esticou a mão e entregou o celular e a chave do carro. Milena, na hora, ficou olhando para mim, e a sensação era de que ela estava com medo e de que sabia que aconteceria alguma coisa. Dionathas falou: para dentro do carro."
Milena estranhou rapaz no estacionamento
Maria Isabel Lima dos Santos relatou que Milena estranhou um rapaz parado no estacionamento, a uma certa distância. Elas pararam a caminhada e observaram por cerca de 15 minutos, mas ele apenas mexia no celular. "Aparentemente não tinha nada que demonstrasse medo. Fiquei uns 15 minutos observando, e falei para ela: Milena, não tem perigo, pode ser um funcionário do Hucam, ou namorado de alguém. Acho que podemos ir para o carro. Quando a gente passar, não fica olhando,"
Amiga afirma que Milena parou carro em área escura
"Eram 19h. Perguntei onde tinha deixado o carro estacionado, ela explicou, falei que era um local escuro. Falei assim: vou te levar até o carro. Ela disse: você faria isto por mim?", relatou Maria Isabel Lima dos Santos, a médica que estava com Milena na hora em que foi morta.
Testemunha do crime é primeira a falar
O julgamento teve início às 10h05. Maria Isabel Lima dos Santos, a médica que estava com Milena na hora em que foi morta, é quem está depondo.
Mudança: testemunhas ficarão de frente para os jurados
Foi realizada uma mudança na estrutura física do júri. Agora, as testemunhas conseguirão ficar de frente para os jurados na hora de prestar depoimento. Da forma que estava antes, as testemunhas ficavam no meio do salão, de frente para o juiz e de costas para os jurados. Com a mudança, as testemunhas ficam de frente para os dois, tanto juiz quanto jurados.
Médica que presenciou crime prestará depoimento
Mais cinco testemunhas de acusação devem ser ouvidas nesta terça-feira (24). Dentre elas, uma amiga e colega de trabalho de Milena, que foi testemunha do crime. Está previsto ainda o depoimento de Douglas Gottardi, o irmão de Milena, que tem a guarda das filhas da médica. O investigador que faz parte do caso também deve depor hoje.
Segunda etapa de audiências é iniciada
Os seis réus já chegaram ao Fórum Criminal José Mathias de Almeida Netto, no Centro de Vitória, onde o julgamento está sendo realizado. A entrada dos presentes foi autorizada às 9h15, e a segunda etapa dos depoimentos será iniciada a partir de agora.
Mãe de Milena chega ao fórum
Zilca Gottardi, mãe de Milena, chega ao fórum para acompanhar o segundo dia do julgamento dos responsáveis pela morte da filha.
Chegada dos réus
Pelo menos três réus dos seis acusados por tramar e executar o assassinato da médica Milena Gottardi, em setembro de 2017, chegaram ao fórum para o segundo dia de depoimentos. Dentre eles está Hilário Antônio Fiorot Frasson, ex marido da médica e ex-policial civil.
Veja o que aconteceu até agora no julgamento
As audiências do primeiro dia de julgamento começaram por volta das 10h15 e terminaram aproximadamente às 21h30h de segunda-feira. Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas. Confira aqui um resumo dos acontecimentos do dia.
Segundo dia de audiências
O primeiro dia de julgamento dos acusados de envolvimento na morte da médica Milena Gottardi durou quase 12 horas. Os trabalhos serão retomados nesta terça (24), às 9h, também no Fórum Criminal José Mathias de Almeida Netto, no Centro de Vitória.
Encerrado primeiro dia de julgamento
O primeiro dia de julgamento dos acusados de envolvimento na morte da médica Milena Gottardi terminou por volta de 21h30, após ouvir o depoimento de quatro testemunhas de acusação ao longo desta segunda-feira (23). A sessão será retomada às 9 horas desta terça (24).
Médica tinha medo e se sentia pressionada
A amiga da médica, ainda no depoimento, lembrou de uma festa que as duas foram juntas. Milena estava bastante nervosa e, ao ser questionada, disse que não aguentava as pressões de Hilário. Nessa conversa, a médica mostrou um áudio para a amiga, em que o ex-policial a questionava: “Por que você não me atende, filha da puta? Vou fazer sua cara de farofa”. Essa ameaça teria acontecido cerca de dois meses antes do crime. A amiga orientou Milena a denunciá-lo, mas ela não queria prejudicá-lo. Ela disse que a pressão e o medo eram tamanhos que a médica pedia que os amigos a acompanhassem até o carro. Na antevéspera do assassinato, a médica apareceu com maquiagem exagerada, o que não era habitual. Isso chamou a atenção da amiga, que questionou o que havia acontecido. Milena desconversou e disse que outra hora explicava. Dois dias depois, estava morta.
Amiga de Milena foi assediada
Em depoimento durante o julgamento, uma amiga de Milena Gottardi relatou ter sido assediada por Hilário Frasson. Ela contou que o ex-policial havia tirado fotos suas na rua e colocado em um grupo de aplicativo de mensagem. Além disso, mandava recados, elogiando a sua aparência. Chorando muito, ela falou ainda que tem medo de Hilário, que já foi ameaçada por ele, e só aceitou prestar depoimento em consideração às filhas de Milena.
Saída mais cedo da escola no dia do crime
O ex-policial Hilário Frasson tentou retirar as filhas da escola mais cedo no dia do assassinato de Milena Gottardi. No entanto, como não havia nenhum comunicado da família à instituição para autorizar a saída antecipada, ele ficou aguardando no pátio. Relato da coordenadora da escola, testemunha no julgamento, aponta que ele demonstrava estar bastante nervoso. Era o dia de Hilário buscar as meninas, mas o comportamento fugia à rotina das crianças, que não foram liberadas.
Milena era monitorada
A segunda testemunha, Lívia Maria Araújo Maia, relatou que Milena sabia que estava sendo seguida e monitorada pelo telefone e por aplicativos. "Ele monitorava as conversas de Milena no WhatsApp. Quando ele viu que ela conversou com um advogado, ele disse que ia tomar a guarda das meninas. Foi a primeira vez que Milena viu ele agir com mais agressividade. Milena chorava muito por medo de perder as filhas", contou a testemunha. Lívia ainda afirmou que Hilário tinha todas as senhas de Milena, como códigos de banco, celular e redes sociais.
Terceira testemunha presta depoimento
Começou agora o depoimento da terceira testemunha, Fernanda Coutinho Lopes Raposa, chamada pela acusação. Ela era coordenadora da Escola Crescer, onde as filhas de Milena estudavam.
Milena morreu no dia em que assinaria o divórcio
A segunda testemunha a depor no julgamento dos seis acusados pela morte de Milena Gottardi, na tarde desta segunda-feira(23), foi a médica nefrologista Lívia Maria Araújo Maia, amiga de Milena. Ela relatou, em seu depoimento, que Milena morreu no dia em que assinaria o divórcio. "Ela levou o tiro no dia 14 de setembro. E assinaria o divórcio no dia 15, dia em que ela teve a morte declarada."
Mãe de Milena fala sobre sensação de que justiça será feita
Logo após o sorteio dos jurados, quando o juiz anunciou que os réus entrariam no Tribunal, Zilca Gottardi, mãe de Milena, pediu para deixar o salão do júri. Ela afirmou que sentiu uma "energia boa" ao olhar para os jurados que vão participar do julgamento, mas que "não teve coragem" de olhar para as pessoas que são apontadas de planejar a morte de sua filha. "Pedi para sair. Mas ao olhar para o pessoal lá dentro, a gente sentia um olhar de justiça, uma calmaria para nós. Só não queria participar."
"O que ele pode fazer é assumir sua responsabilidade", diz advogado de executor
O advogado de Dionathas Alves Vieira, Leonardo da Rocha Souza, relatou que o rapaz, apontado como executor de Milena, está bastante emocionado com o caso, e que irá colaborar para o esclarecimento dos fatos. “Essa emoção não é só porque ele está preso mas porque ele tem consciência da gravidade da conduta que ele fez. Ele sabe também que não pode trazer a doutora Milena de volta, mas o que ele pode fazer, me parece que ele vai fazer, é assumir sua responsabilidade e colaborar com o esclarecimento de todos esses fatos."
Defesa alega autoritarismo no discurso do Ministério Público
A defesa dos acusados de tramar e executar o assassinato da Milena Gottardi, em setembro de 2017, emitiu uma nota afirmando que o Ministério Público do Espírito Santo está sendo arbitrário durante o processo. "Não quer aceitar o exercício da defesa. O que nós fizemos foi juntar provas dentro do devido prazo legal e conforme as regras do Código de Processo Penal (CPP). Não estamos entendendo esse posicionamento da promotoria". No dia 16, dias antes do julgamento, defesa de Hilário Frasson juntou suposto e-mail de médica a provas.
Com atrasos, julgamento pode só terminar no domingo (29)
O julgamento dos seis acusados de tramar e executar o assassinato da Milena Gottardi, em setembro de 2017, começou com mais de uma hora de atraso, na manhã desta segunda-feira (23). Por conta disso, nem todas as testemunhas que estavam previstas para serem ouvidas nesta data devem conseguir prestar depoimento, o que fez os promotores estimar que o julgamento termine apenas no domingo. Antes, a previsão era de que a conclusão ocorresse até sexta-feira (27).
"Já sofri muito", diz mãe de Milena, ao deixar fórum
A mãe de Milena, Zilca Gottardi, abriu mão de participar do primeiro dia de julgamento dos seis acusados de tramar e executar o assassinato da médica. "Eu não tinha coragem de olhar para aquelas seis pessoas, pedi para sair". Ela relatou sentir-se calma, com a impressão de que a justiça será feita, mas não quis acompanhar os depoimentos. "Eu estava me sentindo calma, mas não queria participar, pois iam arranjar tanta coisa para falar sobre minha filha e eu já sofri muito.”
Milena relatava que Hilário era agressivo com as filhas
Amiga de Milena e primeira testemunha a ser ouvida, Aline Fraga relatou, em seu depoimento, que a médica estava apreensiva com sua segurança. “Ela falava que ele (Hilário) tinha um comportamento obsessivo e brigava com as filhas, principalmente a mais velha, e que em casa eles levavam uma vida em regime militar, que o Hilário não deixava as crianças brincarem em casa, que era um relacionamento abusivo."
"A gente só está aguentando (o júri) porque alguém tem que ficar lá", diz tio
O tio de Milena, Geraldo Gottardi, relatou que a família encontra dificuldade em acompanhar o julgamento dos seis envolvidos no assassinato da médica. A mãe de Milena, Zilca Gottardi, pediu, nesta manhã, para não ter contato com os réus. "A gente só está aguentando porque alguém tem que ficar lá. Mas ficar olhando para eles… A gente sabe o que eles faziam, a gente sabe. Então é difícil", destacou Geraldo.
Médica desconfiava de que estava sendo seguida
Aline Fraga, a primeira testemunha do julgamento dos seis acusados de tramar e executar o assassinato da Milena Gottardi relatou, em seu depoimento, que Hilário, em várias ocasiões, foi ao Hucam, que a médica desconfiava que estava sendo seguida e que ele a monitorava até pelo celular. “Ela parou de enviar mensagens, só falava pessoalmente.”
Milena foi alertada por amiga sobre risco de ser morta
Aline Fraga, amiga de Milena, foi ouvida como primeira testemunha do julgamento dos seis acusados de tramar e executar o assassinato da médica. Ela trabalhava com a vítima em duas unidades hospitalares. Grávida de 38 semanas, Aline relatou, em seu depoimento, que chegou a avisar a médica sobre o risco que estava correndo. “Quando ela me relatou que tinha escrito uma carta, e o que nela constava, alertei a Milena de que aquilo era uma ameaça e que ela corria o risco de ser morta”.
Primeira testemunha ouvida era amiga de Milena
A primeira testemunha foi uma amiga da médica que falou sobre as preocupações que Milena externava para os colegas no ambiente de trabalho, além de alguns detalhes do relacionamento com Hilário.
Primeira testemunha de acusação dá depoimento
Os jurados acabaram de ler a pronúncia do juiz, que é a decisão que levou os seis réus a julgamento. Agora terá início o depoimento da primeira testemunha. A primeira representante de acusação, a depor será uma mulher, grávida de 38 semanas. Deram prioridade ao depoimento dela para a liberá-la o mais rápido possível, devido à gestação avançada.
Testemunhas serão escutadas por videoconferência
Duas testemunhas do julgamento dos seis acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi vão ser ouvidas por videoconferência. Será a primeira vez que o Tribunal do Júri de Vitória lançará mão deste recurso, que já vem sendo utilizado em algumas modalidades de audiências, principalmente após a pandemia de Covid-19, e que agora será adotado também no júri popular. As duas testemunhas apresentaram problemas de saúde e foram autorizadas a prestar seu depoimento on-line.
Dias antes do julgamento, defesa juntou suposto e-mail de médica a provas
Um e-mail foi anexado, na última segunda-feira (16), como uma nova prova, ao processo onde vão ser julgados os seis acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi. O advogado Leonardo Gagno, que faz a defesa do ex-marido Hilário Frasson, afirma que a mensagem foi escrita por Milena e que foi localizada no computador de Hilário — e que por isto fez o registro em cartório de uma ata notarial, há dois anos. No texto do e-mail, a médica relata estar “confusa”, “que precisava de um tempo para pensar”, que “foi incentivada por algumas pessoas” a recorrer a uma medida judicial contra ele e que sua “consciência pesou” diante de sua “postura precipitada”. (Com informações de Vilmara Fernandes)
Milena deixou carta antes de ser assassinada pedindo socorro
Logo após o assassinato da médica Milena Gottardi, sua família encontrou, em meio aos seus documentos, uma carta registrada em cartório. Nela foram relatados suas angústias, as dificuldades em seu processo de separação e até o medo de ser morta. Milena fez ainda um pedido: se algo acontecesse com ela, que a guarda das filhas fosse entregue a seu irmão, Douglas Gottardi. O documento foi entregue à polícia, que em outubro de 2017 confirmou, após realização de laudo grafotécnico, que a carta foi escrita e assinada pela médica. Ela foi confeccionada exatos cinco meses e nove dias antes do crime. O assassinato aconteceu em 14 de setembro daquele ano.
Começa a leitura das peças do processo
Leitura teve início por volta das 11h10.
Quatro mulheres e três homens são escolhidos como jurados
Outro ponto foi a escolha dos jurados. Foram selecionados os sete jurados, sendo quatro mulheres e três homens. Ao longo do processo houve 10 recusas de mulheres e três recusas de homens. Também houve duas dispensas, uma tinha familiar no processo e outra foi dispensada por problemas médicos.
Réus serão julgados juntos
O julgamento começou às 10h15. O juiz informou que um advogado de defesa solicitou que réus fossem julgados em separado, mas ele tomou a decisão de não desmembrar. Assim, todos os réus serão julgados juntos.
Caso Milena Gottardi: réus chegam ao julgamento
"Espero que a justiça seja feita", diz chefe do MPES
A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Luciana Gomes Ferreira de Andrade, compareceu ao Fórum Criminal José Mathias de Almeida Netto, no Centro de Vitória, nesta segunda-feira (23) para acompanhar o primeiro dia do julgamento dos acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi. "Vim hoje de verde, na esperança de que a justiça seja feita. Todas as vidas importam, mas a vida de Milena é simbólica", declarou. (Com informações de Vilmara Fernandes.)
Júri que vai decidir futuro dos réus já foi escolhido
Após atraso, julgamento foi iniciado às 10h15, com escolha dos jurados. São sete pessoas entre 25 que compareceram ao tribunal. Um sorteio selecionou quem vai avaliar o caso.
Amigos e familiares se reúnem em frente ao fórum
Amigos e familiares de Milena Gottardi exibem faixas e cartazes em frente ao Fórum Criminal no Centro de Vitória, onde ocorre o julgamento dos seis réus envolvidos no assassinato da médica, em setembro de 2017.
Caso Milena Gotttardi: amigos e familiares em frente ao fórum
Quatro anos depois, família de Milena tem medo de acusados
Os familiares de Milena Gottardi aguardam com muita expectativa o julgamento e a condenação dos seis acusados pelo assassinato da médica, em 2017. Em entrevista concedida para A Gazeta, em fevereiro, o irmão Douglas e a mãe Zilca Gottardi relataram que vivem com medo dos acusados serem soltos e esperam que a Justiça seja feita para terem paz.
Perfil dos jurados
Ainda não é possível saber as características dos sete jurados escolhidos, se a maioria é homem ou mulher, ou se há um equilíbrio.
Julgamento começa com escolha de sete jurados
O primeiro momento do julgamento dos assassinos de Milena será a escolha dos jurados. No local, estão disponíveis 25 pessoas, mas por meio de sorteio sete serão escolhidos. Defesa e acusação poderão contestar um dos selecionados.
Vinte e oito testemunhas serão ouvidas
Uma grávida de 38 semanas será a primeira testemunha ouvida entre os nove representantes de acusação. Já a defesa contará com 19 depoimentos de pessoas ao lado dos réus.
Trama é vista por promotores como 'concretização do mal'
Os três promotores de Justiça que atuam no julgamento dos seis apontados como os responsáveis pelo assassinato da médica Milena Gottardi, morta em setembro de 2017, afirmam que o crime foi executado com tamanha crueldade, premeditação e frieza que os deixou chocados. Para os representantes do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), na trama é possível “enxergar a concretização do mal". (Com informações de Vilmara Fernandes.)
Testemunhas pedem para que réus sejam afastados durante depoimentos
As testemunhas de acusação pediram para não prestarem depoimento na frente dos réus. O pedido foi atendido. Dessa forma, na hora que eles forem depor, os réus serão retirados do salão do júri. O Ministério Público informou que quer ouvir o maior número de testemunhas de acusação ainda hoje.
Mãe de Milena não quer nem olhar para os réus
A mãe da médica Milenna Gottardi pediu para não ter nenhum contato com os réus envolvidos no assassinato da filha. O crime ocorreu em setembro de 2017. Diante disso, quando eles forem entrar no salão do júri, ela será avisada, para sair e voltar depois, de forma que nem mesmo precise olhar para eles.
Início do julgamento tem atraso
O julgamento estava previsto para começar às 9h, mas atrasou, pois uma testemunha ainda não chegou u e estão esperando a presença de todos os participantes para dar início. A estimativa é de que o julgamento se estenda até mais tarde.
Vídeo mostra como será o julgamento
Seis pessoas vão ser julgadas pelo assassinato da médica Milena Gottardi, morta em 14 de setembro de 2017. No vídeo abaixo você poderá conhecer o espaço e entender como será a distribuição no ambiente, onde ficarão o juiz, os promotores, jurados, os réus e os seus advogados. Confira:
Advogadas protestam contra violência
Membros da Comissão da Mulher Advogada, da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Espírito Santo (OAB-ES), estendem cartazes em frente ao Fórum pedindo por fim da violência contra a mulher.
Em vídeo, executor pede perdão à família de Milena
Em setembro de 2019, a reportagem de A Gazeta conversou com exclusividade com Dionathas. Ele é o único dos seis réus que admitiu ter participação no crime. No dia 14 de setembro de 2017, após simular um assalto, ele atirou na médica. Um dos disparos atingiu a cabeça de Milena, que teve a morte declarada no dia seguinte. O acusado disse, na ocasião, acreditar que deve um pedido de perdão não somente para a família da vítima, mas para toda a sociedade capixaba.
Irmão e mãe de Milena chegam ao fórum
Douglas (irmão) e Zilca Gottardi (mãe) chegam ao Fórum para acompanhar o julgamento das seis pessoas apontadas como as responsáveis pelo assassinato da médica Milena Gottardi.
Chegada de advogados
O advogado do ex-marido da vítima e ex-policial civil Hilário Antonio Fiorot Frasson., Rodrigo Bandeira de Mello, foi o primeiro dos advogados a chegar e já entrou para o Fórum.
Julgamento será fechado ao público
O julgamento dos seis réus apontados como responsáveis pelo assassinato de Milena não será aberto ao público. Somente poderão ter acesso ao salão do Tribunal do Júri Popular as pessoas ligadas diretamente ao processo. A medida foi tomada por causa da pandemia do coronavírus e da necessidade de se manter o distanciamento social. Só será liberada a entrada de dois familiares da vítima e de cada réu, além dos seus advogados de defesa. A imprensa também poderá acompanhar as audiências.
"A gente precisa desta tranquilidade", diz primo de Milena
Tranquilo e confiante em um julgamento que condene os acusados, o primo de Milena, o comerciante Marcos Gottardi foi um dos primeiros familiares a chegar ao local do júri. "A família já tem um tempo esperando esta solução postergada legalmente, mas é o caminho e acredito que desta semana não passe. A gente precisa desta tranquilidade. Minha tia (mãe de Milena) está muito desgastada, toda vez que volta a história, é mais um desgaste para ela e para nós também. A gente está aguardando e esperando que seja feita de fato justiça."
Familiares e amigos pedem Justiça pela morte de médica
Os primeiros familiares e amigos da médica Milena Gottardi já estão em frente ao Fórum Criminal de Vitória para o julgamento, que terá início às 9 horas. Com camisas que lembram da pediatra e cartazes cobrando por justiça, eles se encaminham para o local onde os acusados vão entrar.
Julgamento
Começa hoje, às 9 horas, o início do julgamento das seis pessoas apontadas como as responsáveis pelo assassinato da médica Milena Gottardi. Dentre elas está o ex-marido da vítima e ex-policial civil Hilário Antonio Fiorot Frasson. O crime aconteceu em 14 de setembro de 2017, quando a médica encerrava um plantão. A previsão inicial do Tribunal de Justiça é de que o julgamento prossiga até a próxima sexta-feira (27).
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