Há exatamente um mês, em 22 de março de 2024, a Região Sul do Espírito Santo foi atingida por fortes chuvas, que deixaram algumas cidades debaixo d'água e um saldo de 20 mortes, 18 delas apenas em Mimoso do Sul. O município, que teve centenas de casas e lojas invadidas pela força das águas, foi o que mais sofreu as consequências do temporal e, até hoje, luta para se recuperar da tragédia.
A Gazeta voltou à cidade e vai publicar ao longo da semana série de reportagens sobre a luta para a recuperação. O vídeo acima mostra o esforço de moradores e comerciantes para limpar ruas, reconstruir imóveis, reabrir as portas. E para lidar com o luto. Os estragos causados pela chuva ainda são visíveis, com muita lama, escombros e entulhos por todos os lados. Mas também fica claro o desejo de todos de reerguer a cidade.
"Hoje já está dando para respirar, já está mais aliviado. A gente está começando a organizar", conta Maria José Narduci, com quem a reportagem se reencontrou nesta nova visita a Mimoso do Sul. Há um mês, ela teve a casa invadida pela água até o teto. "Agradeço a Deus a todo momento que nós estamos vivos, porque muitas vidas foram embora", diz.
Alguns moradores conseguiram limpar suas casas, mas o cenário ainda é de destruição. A maioria do comércio perdeu todas as mercadorias e está de portas fechadas e, em duas igrejas do município, a lama nem sequer foi retirada. Os restaurantes da cidade ainda não voltaram a funcionar.
"Isso aqui estava tudo revirado; a água chegou até a metade do segundo andar", conta Roseli Macedo, atendente de uma das poucas padarias que estão abertas, mesmo assim precariamente, com a maior parte das prateleiras vazias.
Mimoso do Sul: a luta da cidade para se reerguer após fortes chuvas
A tragédia
Uma nova medição dias após a tragédia em Mimoso do Sul aponta que a cidade pode ter recebido impressionantes 600 milímetros de chuva em um curto intervalo de tempo, entre a noite do dia 22 e a manhã de 23 de março.
Entre as 18 pessoas que morreram na cidade, cinco delas estavam em um abrigo para pessoas com deficiência física, onde a água chegou ao segundo andar. As vítimas mais jovens são Heloisa Cornélio Pastor, de 7 anos, e Leonardo Fernandes Medeiros de Souza, de 6 anos, ambos soterrados em suas casas no distrito de Conceição do Muqui, na zona rural do município.
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