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Morte em ambulância no ES: empresa de remoção narra socorro a jovem

Morte em ambulância no ES: empresa de remoção narra socorro a jovem

Removida Emergências contou, em nota, o que teria acontecido desde o início da transferência até a morte de Kevinn Belo Tomé da Silva, dentro de ambulância, na porta do Himaba

Publicado em 4 de maio de 2022 às 20:18

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Pela primeira vez desde a morte de Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, a empresa que realizou a transferência do adolescente de ambulância se manifestou sobre o caso. Em nota de esclarecimento divulgada nesta quarta-feira (4), a Removida Emergências Médicas deu detalhes do que teria acontecido entre a saída em Cachoeiro de Itapemirim, na Região Sul do Espírito Santo, e o falecimento do jovem já em Vila Velha, na Grande Vitória, em frente ao Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba).

Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, morreu neste sábado (30) após uma parada cardíaca e aguardar horas para dar entrada no Himaba
Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, morreu neste sábado (30) após uma parada cardíaca e aguardar horas para dar entrada no Himaba. (Acervo da família)

O comunicado começa com uma manifestação de solidariedade aos familiares e amigos do jovem de 16 anos. Em seguida, cita que há "informações distorcidas sobre o caso" e que "vem a público esclarecer os fatos". Prestadora de serviços para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a empresa afirmou que:

Além disso, a Removida confirmou que o adolescente estava anteriormente internado no Pronto-Atendimento Paulo Gomes (em Cachoeiro de Itapemirim) e que, embora a ambulância usada (UTI Móvel) seja o "tipo de remoção médica com o maior nível de recursos, não se compara a uma UTI hospitalar", como a do Himaba.

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Nota de esclarecimento

Clique para conferir o posicionamento na íntegra da Removida Emergências Médicas sobre a morte do adolescente Kevinn Belo Tomé da Silva no último sábado (30), em Vila Velha

Tamanho de arquivo: 410kb

O QUE DIZEM AS PARTES

Anteriormente, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também havia afirmado que uma vaga estava garantida para atender ao Kevinn no pronto-socorro do Himaba. O secretário Nésio Fernandes classificou o caso como "negligência" e "omissão" por parte das duas médicas intensivistas que estavam de plantão.

Ambas foram afastadas previamente pela Sesa, que defendeu que a medida é prevista no código de conduta do hospital. No entanto, o afastamento foi criticado pela Associação Médica do Espírito Santo (Ames) e o Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-ES), que o receberam como um "pré-julgamento".

Responsável pela defesa das profissionais, o advogado Jovacy Peter Filho reforçou as críticas e defendeu que não houve omissão. Em entrevista à TV Gazeta na terça-feira (3), ele alegou que a vaga reservada ao Kevinn era de enfermaria e que não havia respirador livre para o jovem.

No mesmo dia, após as afirmações dadas pelo advogado, a Secretaria de Estado da Saúde emitiu uma nova nota em que garantiu que todos os leitos do pronto-socorro contam com recursos adequados para atendimento de quadros críticos e o protocolo é garantir a assistência e estabilização do paciente.

MORTE APÓS QUATRO HORAS DE ESPERA: RELEMBRE O CASO

O adolescente Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, morreu na madrugada do último sábado (30), após esperar durante quatro horas por atendimento dentro de uma ambulância estacionada na porta do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.

Devido ao grave estado de saúde, ele precisou ser transferido do Pronto-Atendimento (PA) de Paulo Pereira Gomes, em Cachoeiro de Itapemirim. A saída da unidade aconteceu por volta das 22h30 de sexta-feira (29). Já a chegada ao hospital na Grande Vitória se deu cerca de duas horas depois.

Vídeos gravados por um parente de Kevinn mostram o desespero da família, diante das negativas de atendimento. Em um deles, dá para ouvir a médica da ambulância explicando que o caso era "gravíssimo". Por volta das 4h30, o adolescente teve uma parada cardíaca e morreu.

Para os familiares do jovem, o episódio configurou negligência e assassinato. Revoltados, eles registraram um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil — assim como a direção do Himaba, horas depois. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Administrativamente, o hospital faz uma apuração interna sobre o ocorrido. Devido à representação da Sesa, o Conselho Regional de Medicina também abriu uma sindicância, cujo prazo para conclusão é de 90 dias prorrogáveis e que pode resultar em um processo contra as médicas envolvidas.

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