O ano de 2020 ficou marcado por episódios de racismo que chocaram o Brasil e o mundo. Entre os casos mais emblemáticos, a morte de George Floyd, um homem negro, de 46 anos, que teve o pescoço pressionado pelo joelho de um policial por mais de oito minutos nos Estados Unidos, em junho deste ano.
Nesta mesma época, o Brasil ainda tentava recuperar-se do luto pela morte do menino João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, assassinado em maio durante uma operação das polícias Federal e Civil, no Rio de Janeiro. Após ser morto dentro de casa, o corpo do adolescente foi levado por policiais em um helicóptero, só sendo localizado pela família 17 horas depois, em um Instituto Médico Legal (IML).
Já em novembro João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois homens brancos em um supermercado Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite do dia 19, véspera do Dia da Consciência Negra.
Em resposta contra o preconceito, que não só nega direitos e oportunidades, mas muitas vezes é concretizado com assassinatos de pessoas negras, manifestações aconteceram em diversos lugares do mundo, inclusive no Espírito Santo, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Em um misto de tristeza e revolta, milhares de pessoas gritaram que "vidas negras importam".
Embora sejam maioria nas tristes estatísticas de assassinatos, os negros ainda são minoria nas oportunidades de acesso às universidades e em cargos de ascensão no mercado de trabalho. Com apoio e ações afirmativas, alguns deles conseguiram mudar essa realidade, alcançando posições de liderança no Espírito Santo.
Porém, ao chegarem ao sucesso, um segundo problema: muitas vezes eles olham para o lado e percebem que são os únicos negros em posições de liderança e destaque. Seja na medicina ou na política, eles contam porque não querem mais ser os únicos negros nesses ambientes privilegiados.
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