Um alerta emitido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) acrescenta ainda mais risco ao cenário de doenças infectocontagiosas no mundo. Além da pandemia de coronavírus e a epidemia de Influenza, agora a preocupação está na possibilidade uma nova onda de gripe aviária.
O perigo, segundo especialistas, é quando há uma "transmissão sustentável" para seres humanos - o que ainda não ocorreu no Brasil. A transmissão da doença acontece quando humanos entram em contato com aves contaminadas.
A mensagem divulgada pela OIE considera os surtos registrados em países da Ásia e da Europa. Portanto, sem risco iminente para a América do Sul. Em entrevista à Reuters, a presidente da OIE, Monique Eloit, afirmou que o aumento de casos nos dois continentes pode gerar um número crescente de variantes do vírus. Os surtos, em sua maioria, têm sido causados pela cepa H5N1.
Com uma alta taxa de letalidade, o subtipo H5N1 da gripe aviária foi responsável por 850 pessoas infectadas desde o início da proliferação entre humanos, na década de 1990: metade dos infectados morreu, informou a OIE.
Essa dimensão, de acordo com o infectologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo Crispim Cerutti Júnior, ainda está distante dos brasileiros. O médico explica que é comum o surgimento de gripes aviárias, uma vez que a Influenza é um vírus com muitas variantes entre as aves. A atenção, segundo Cerutti, deve ser ao observar se haverá casos registrados em humanos, criando uma "transmissão sustentável".
A presidente da OIE disse ainda que não é necessário alarmismo quando os primeiros casos são registrados em humanos. Porém, tudo depende de quantas pessoas são infectadas pela cepa.
A doutora em epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo Ethel Maciel ressalta que a gripe aviária, até o momento, não representa um problema para os humanos. Ela explica que a doença não é transmitida entre as pessoas, uma vez que a transmissão acontece somente pelo contato com aves contaminadas.
Ethel lembra que a gripe aviária é causada pela Influenza A, com os subtipos H5N1, H5N8, H7N9 e H9N2.
A gripe aviária é uma doença causada pelo vírus da Influenza A que infecta as aves. É raro que a gripe aviária contamine os humanos.
A transmissão acontece quando humanos entram em contato com aves contaminadas, não sendo possível a infecção de uma pessoa em contato com outro indivíduo. Se contaminada por uma ave, a pessoa pode ter sintomas semelhantes aos da gripe. Mas a gripe aviária também pode provocar complicações mais graves.
Crispim Cerutti afirma que, considerando infecções por outros vírus, as manifestações clínicas podem ser semelhantes, como dor de garganta, febre, tosse, falta de ar, fraqueza e calafrio.
Medidas de controle comuns e muito importantes são o rápido abatimento das aves infectadas e desinfecção das granjas. A Organização Mundial de Saúde recomenda cuidado no transporte de aves, proteção dos profissionais que trabalham na área, além da vacina contra a Influenza.
Especialistas dizem que a gripe aviária não é motivo de preocupação no Brasil. Demandado pela reportagem de A Gazeta, o Ministério da Saúde informou que nenhum caso de gripe aviária foi notificado no Brasil. A pasta disse que monitora os casos da doença pelo mundo e que está tomando todas as medidas para o controle da gripe aviária em território nacional.
As consequências mais importantes da circulação da gripe aviária são os números de casos e mortes entre humanos em decorrência do vírus. Mas ao registrar um surto de gripe aviária, é normal que as aves sejam abatidas para conter os casos. Há ainda o risco de restrições comerciais entre países.
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