As limitações impostas pela pandemia da Covid-19, que ocasionou a interrupção das aulas presenciais no Espírito Santo, piorou todos os índices de educação na rede estadual de ensino. As informações foram repassadas, na manhã desta terça-feira (13), pelo secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, em coletiva de imprensa.
Na ocasião, a pasta divulgou o resultado das avaliações diagnósticas, realizadas pelos estudantes do 3º ano do ensino fundamental à 3º série do ensino médio, com o objetivo de identificar a aprendizagem escolar durante o primeiro ano de pandemia.
As avaliações, realizadas no formato presencial e virtual, aconteceram em duas etapas. A primeira, entre os dias 15 e 17 de julho de 2020, com mais de 82 mil estudantes. A segunda, com diferentes conteúdos, entre os dias 1º de março a 9 de abril deste ano, por mais de 118 mil estudantes.
No ensino fundamental, as disciplinas avaliadas foram Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia e Língua Inglesa. Em todas as matérias, os estudantes apresentaram queda de aprendizado ao comparar o aprendizado adquirido em 2020 e 2021.
Já no ensino médio, as avaliações diagnósticas traziam questões de Língua Portuguesa, Matemática, Língua Inglesa, Biologia, Física e Química, também apresentando queda no aprendizado em todas as disciplinas.
O secretário destaca que todos os gráficos vão mostrar uma queda. "Vemos com muita clareza o impacto que a pandemia trouxe sobre o aprendizado. Isso não é nenhuma novidade. Todos os estudos e projeções já mostravam essa tendência. Agora precisamos nos planejar para fazer uma intervenção", acrescenta.
A partir dos resultados obtidos por meio das avaliações diagnósticas, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) vem realizando algumas ações. “Em primeiro lugar, fizemos uma análise detalhada dos resultados por componente curricular, aluno, turma, série, escola e superintendência. A partir daí, fizemos uma intervenção customizada, de maneira a dar atenção a quem mais precisa e fortalecer a quem menos precisa. Vale lembrar que, mesmo quem precisa menos, precisa muito. Os resultados não foram só de queda, mas em termos absolutos, nos encontramos numa escala muito preocupante de aprendizados”, explica Vitor.
A Sedu também realizou a readequação curricular, tendo como foco as habilidades estruturantes; implementação do Programa de Fortalecimento de Aprendizagem em todas as escolas, além da elaboração de materiais de apoio para os alunos, elaborados pela Gerência de Educação Infantil e Ensino Fundamental (GEIEF) e Gerência de Ensino Médio.
Para o segundo semestre de 2021, também baseado nos resultados nas avaliações diagnósticas, a Sedu planeja ações para reverter a queda do aprendizado dos estudantes.
AÇÕES PLANEJADAS PELA SEDU:
Devido à pandemia da Covid-19, o governo do Estado determinou a suspensão das atividades presenciais nas escolas em março de 2020. A retomada das aulas presenciais ocorreu em setembro para o ensino superior e em outubro nos outros segmentos.
Em 2021, o ano começou com a expectativa de volta à normalidade, porém, mal havia começado o período letivo e o governo determinou a quarentena, de 18 de março a 4 de abril, quando todo o Estado foi para o risco extremo. Foi o momento mais crítico da pandemia, com a proibição de diversas atividades, inclusive educacionais.
As escolas foram obrigadas a fechar as portas em 22 de março, embora algumas tenham começado quatro dias antes. A partir de 5 de abril, só estavam autorizadas as atividades presenciais em municípios de risco baixo. Depois, gradativamente, as aulas nas instituições de ensino passaram a ser autorizadas, mesmo em cidades com classificação moderada ou alta, com medidas qualificadoras específicas e seguindo os protocolos de segurança determinados.
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