Mais da metade dos adultos no Espírito Santo já completou o ensino básico. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2022, divulgada em 7 de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a primeira vez que o levantamento mostra um percentual maior do que 50% de pessoas com de 25 anos ou mais com o ensino médio completo.
Essa é a primeira divulgação de dados educacionais após a pandemia. Por conta da mudança na forma de coleta implementada emergencialmente durante o período de distanciamento social, a divulgação dessas informações foi suspensa em 2020 e 2021, retornando agora com os resultados para 2022.
A pesquisa existe desde 2016. Naquele ano, o nível de adultos com ensino básico era de 46,3% no Estado. No ano passado, esse nível chegou a 52,1%. A maior variação aconteceu entre os capixabas com ensino superior, que eram 14,7% da população adulta e, agora, são 18,5%, o que equivale a 144 mil pessoas a mais com o diploma de uma faculdade ou universidade.
Em relação ao ensino superior, porém, os dados mostram uma desigualdade no recorte de cor e raça. Enquanto 26% das pessoas brancas terminaram a faculdade — o equivalente a um em cada quatro —, apenas 13,6% de pretos e pardos obtiveram o mesmo grau de instrução.
A manutenção dos alunos na escola e a universalização do ensino básico estão entre as metas do Programa Nacional de Educação, como explicou o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação do Espírito Santo e secretário de Educação de Jerônimo Monteiro, Vilmar Lugão de Britto. Segundo ele, essa política contribuiu bastante para que fossem criadas ações que permitissem o acesso e, sobretudo, a permanência do aluno na escola.
Ele aponta também uma pressão do mercado de trabalho por profissionais com um mínimo de qualificação. Para Vilmar, a necessidade de ter uma formação para conseguir emprego incentiva a continuidade dos estudos. "As exigências hoje não são poucas. As pessoas sentiram a necessidade de ter uma ascensão educacional para obter emprego."
A subsecretária de Educação Básica e Profissional da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), Andrea Guzzo, afirma que, no Espírito Santo, há mais alunos se formando na última etapa, que é o ensino médio.
Contudo, ela avalia que a pandemia prejudicou o andamento dos bons resultados e fez com que fossem reavaliadas as políticas para permitir que os estudantes voltem para a escola e concluam os estudos.
"Lançamos, depois da pandemia, um programa de distorção idade-série na parte final do ensino fundamental, que vai do sexto ao nono ano. Justamente como uma forma de minimizar os impactos da pandemia, considerando que muitos alunos abandonaram as aulas e, quando voltaram, ficaram com essa distorção", diz.
O programa consiste em criar turmas para alunos do sexto e sétimo anos, mas que tenham idade para estar no nono ano. Eles têm um currículo diferenciado que os permite, a partir de uma avaliação final, ingressar no ano seguinte já na série correta para a idade do aluno.
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