Diante do dia nacional da Saúde, 5 de agosto, e em meio ao distanciamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, em que principalmente as crianças se viram em casa com aulas e rotinas quase 100% on-line, a reportagem de A Gazeta conversou com especialistas para entender o que pode ser feito para manter as crianças ativas e saudáveis, mesmo com este panorama de "novo normal". O desafio é vencer o sedentarismo causado pelo uso constante de dispositivos móveis, como os tablets e celulares, e buscar uma alimentação balanceada com opções criativas, viáveis e saborosas.
De acordo com a nutricionista e comentarista da CBN Vitória, Roberta Larica, é interessante, em se tratando de alimentação para os pequenos, trabalhar com ingredientes ou receitas que elas já conheçam. "Como por exemplo, os bolinhos, os cookies, os muffins e tal, e, aos poucos, podemos ir fazendo trocas saudáveis, como trocar o trigo pela farinha de aveia, o açúcar do bolo por demerara, incluir uma chia na receita, uma verdurinha no muffin salgado. Dessa forma, você inclui itens que trazem saúde sem modificar o sabor. A aceitação é bem melhor", disse.
Para ela, é possível inclusive incluir as crianças no processo de preparo dos alimentos. "A culinária é um ponto legal que costumo trabalhar com as minhas filhas, levar as crianças para a cozinha para fazer receitas divertidas! Crianças amam tudo que envolve colocar a mão na massa. E para substituir o excesso de doces de uma forma que elas gostem, é possível usar banana para adoçar bolinhos, trocar o açúcar comum por açúcar mascavo ou demerara e incentivar o consumo de frutas", ressaltou.
Para o educador físico e também especialista em educação física infantil, Flávio Brandão, para obter o melhor aproveitamento do tempo em casa, as crianças podem se exercitar por meio de atividades lúdicas. "É possível investir, por exemplo, em circuitos, brincadeiras em forma de exercícios, pintura, dança, interpretação de histórias, jogos, etc. Dá para montar circuitos aproveitando a coordenação motora, agilidade, flexibilidade, velocidade e a energia que a criança tem, modelando de acordo com as limitações e as necessidades de cada uma", explicou.
Como exemplos de recursos disponíveis em casa, Brandão sugeriu a utilização de cordas, bancos, cadeiras, mesas, tapetes, e de itens que permitam a mobilidade, incluindo saltos, corrida, agachamentos, de forma divertida. "Os responsáveis podem acrescentar músicas que a criança goste ou então o pai pode acompanhá-la na prática, para motivá-las ainda mais", acrescentou.
Para quem tem pouco espaço disponível, deve-se priorizar atividades como pintura e desenhos, os jogos de tabuleiro, as mímicas, os fantoches, os contos e atividades lúdicas que não demandem movimentos amplos. "Exemplos disso são as clássicas 'morto-vivo', passa anel e batata quente", descreveu.
O importante, segundo o profissional, é respeitar as limitações e necessidades da criança. "Se ela tiver necessidade de maior gasto calórico, deve-se aumentar a intensidade dos exercícios. Mas se a criança não tem essa necessidade, já vale a diversão. As brincadeiras, atividades, circuitos, podem ser elaborados para ocupar o tempo, trabalhando as aptidões físicas e mentais. E, se os pais não tiverem tempo, criatividade ou até mesmo paciência, deve ser procurado um profissional da área para auxiliar no processo", recomendou.
Para os muito pequenos, é importante lembrar que existem brincadeiras e jogos específicos para cada idade, assim como adaptações que podem ser feitas para incluir os que já são um pouco mais velhos. "Com 3 ou 4 anos já dá para começar as atividades lúdicas, com brincadeiras, jogos, brinquedos, a arte por meio da dança. Não existe uma fórmula obrigatória de se exercitar, não é como para o adulto. Mas existem atividades próprias como formas de diversão e ocupação de tempo e uma vantagem é que a criança dificilmente sente lesão muscular, a não ser que caia e quebre o pé, torça algo ou se corte. Para isso é sempre importante utilizar um espaço seguro, sem objetos cortantes e adotar cuidados que já tomamos no dia a dia", concluiu.
A nutricionista Roberta Larica deixou duas receitas para fazer sucesso com a criançada. Confira.
Cookies de chocolate
Ingredientes:
Modo de Preparo: Juntar a manteiga, o açúcar, o ovo e a água num bowl (vasilha). Bater com o mixer até virar um creme liso. Juntar as farinhas, o chocolate em pó, o fermento, o bicarbonato e a chia e mexer bem com uma espátula até a massa ficar homogênea. Levar para geladeira por 15 minutos. Forrar uma assadeira com papel manteiga. Modelar bolinhas de massa e colocar na assadeira, com espaço entre elas de dois dedos para a massa crescer. Levar ao forno a 180 graus por aproximadamente 15 minutos ou até o fundo dele ficar corado. Colocar para esfriar em um prato.
Dica: Se quiser, coloque no meio da massa gotinhas de chocolate, pedacinhos de castanhas e sementinhas tipo gergelim.
Suflê de legumes
Ingredientes:
Modo de Preparo: Refogar a cebola e o alho no azeite. Acrescentar os vegetais picadinhos. Temperar a gosto. Separar as claras das gemas e reservar. Bater no liquidificador o inhame, a água, a fécula de batata, o fermento, as gemas e o sal. Colocar esse creme no refogado, juntar a salsinha. Cozinhar até engrossar. Bater as claras em neve. Misturá-las delicadamente no refogado. Colocar para assar em pirex untado com azeite até dourar.
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