Quem anda no ônibus da linha 009, no transporte municipal de Vila Velha, que faz o trajeto entre os bairros Vale Encantado e Praia da Costa, está sentindo falta de algo bem peculiar: o tradicional abraço, o aperto de mão e o sorriso escancarado do motorista do coletivo Gildásio Leite, de 42 anos.
É que, assim como diversos outros profissionais que não puderam ficar em casa nos últimos meses, Gildásio teve que mudar sua rotina de trabalho para manter as atividades essenciais em funcionamento, sem deixar de ajudar no combate ao coronavírus no Estado.
A Gazeta conta um pouco das histórias desses trabalhadores na nova série de reportagens "ProfissõES na Pandemia". Entre as mudanças, o distanciamento social e a consequente redução no contato físico.
"Saudade de abraçar e cumprimentar meus passageiros. O nosso sorriso hoje, com o uso necessário da máscara, tem que ser feito com o olhar. Hoje a gente sente o quanto faz falta um abraço", comenta o motorista de ônibus, que já chegou até a participar de confraternizações com os passageiros, de tão querido que é por quem usa o coletivo: "Estou na torcida para isso passar, para gente poder se encontrar de novo".
Gildásio atua na área há 17 anos e, nessas quase duas décadas de carreira, nunca imaginou passar por uma situação dessas: enfrentar uma pandemia que assusta o mundo inteiro e conviver com equipamentos de segurança que jamais pensaria em ter que usar dentro de um ônibus, como máscara e álcool em gel.
"No início, tive medo por ser uma coisa nova e por ser muito assustador. Mas a gente foi criando uma rotina de cuidados, com as normas da empresa, que diminuem os riscos. Porque não tem jeito, a gente precisa trabalhar, não pode parar e entende a importância do nosso papel", afirma Gildásio.
Além de se preocupar com a própria saúde e com a vida dos passageiros, o motorista pensa muito nos pais, que moram com ele em Viana, ao respeitar as normas de segurança. "Os dois fazem parte do grupo de risco. Então, eu chego do trabalho pelos fundos da casa, vou direto para o banho e já coloco a roupa para lavar", conta ele.
Desde o início de maio, o uso de máscaras passou a ser obrigatório dentro dos ônibus no Espírito Santo. Essa é uma das medidas de combate ao avanço da Covid-19 no território capixaba, que ajudam a proteger a vida de todos que dependem do transporte público, como alerta o simpático motorista.
Gildásio Leite
Motorista de ônibus
"Usando a máscara, você protege a sua vida, a vida do passageiro que senta ao seu lado e a vida de quem está trabalhando para garantir o seu deslocamento"
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.