A Secretaria do Estado de Educação (Sedu) detalhou nesta quinta-feira (28) como será a volta às aulas nas redes estadual e municipal de ensino em 2021. Também participaram da coletiva de imprensa os secretários de Educação da Grande Vitória e o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), representando as demais secretarias municipais de Educação do Espírito Santo. Veja o vídeo.
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Encerramento da coletiva
A transmissão da coletiva de imprensa, por meio da plataforma Zoom, foi encerrada.
Monitoramento da frequência escolar
"Nunca deixamos de monitorar a frequência, só adaptamos a forma de fazer isso. Na escola existe a chamada. Quando há trabalho remoto, a frequência é aferida de outra maneira, por exemplo com devolutivas de atividades. Manteremos o modelo híbrido e também o monitoramento da frequência neste ano. Até para evitar o fenômeno da evasão, que é importante".
"O Estado não obrigou os municípios a retornarem até o dia 1 de março"
“Ninguém é obrigado a fazer o que estamos anunciando. O Estado não obriga o município e o município não tem obrigação de tomar a decisão pelo retorno até o dia 1 de março. Compreendemos que estamos em uma pandemia, mas, ao mesmo tempo, há opção dos gestores e também há uma realidade cruel para os estudantes, que estão há um ano sem aulas presenciais, com todos os desdobramentos que isso traz, já que a escola não é só ambiente de ensino e aprendizagem. Tirando o termo 'obrigatoriedade', voltaremos até o dia 1 de março".
"Testagem não é pré-requisito para a volta"
“Planejamos a volta de acordo com os protocolos estabelecidos, tanto do ponto de vista pedagógico quanto da biossegurança. Mas a definição técnica, assim como autorização para volta às aulas, passam pelas autoridades de saúde, estadual e municipais. As outras atividades, que não de educação, já voltaram. Fizemos os testes destes profissionais ao longo da volta deles, não é pré-requisito para o retorno fazer a testagem. Estamos nos mobilizando para ver a viabilidade de fazer a testagem mais de uma vez na rede estadual. Mas não é pré-requisito para a volta às aulas”, disse Vitor de Ângelo.
Alunos e professores com comorbidades
“O grupo com comorbidades não ficará sem atividades, mas o que é recomendado é que façam atividades remotas. De qualquer maneira, o profissional estará na linha ativa de trabalho"
Reprovação dos alunos
Para a rede estadual, o ciclo de ensino é contínuo entre os anos de 2020/2021. "Só criamos um ciclo que em vez de um ano, tem dois anos. Ao final deste ano teremos a possibilidade sim de aprovação ou reprovação. As provas deste ano contarão para fins de promoção ou não ao final do ano".
Data para vacinar professores
“Não temos uma data específica ainda para vacinar os professores. Temos assistido aos percalços. Temos apenas a fase, dentro do grupo de prioridades. E os professores estão em quarto, ou último. Estamos acompanhando a luta, mas a data não temos ainda".
Secretária de Vitória fala sobre prioridade da área da saúde para a imunização
“Chamamos todas as associações, fóruns, entidades para conversar. Ainda estamos neste diálogo. Por um lado estas entidades acabam colocando o retorno mediante vacina e por outro lado sabemos da dificuldade com a vacina em âmbito nacional. Nem todos os profissionais da saúde, da linha de frente, estão vacinados. Nosso posicionamento é de que a educação é prioridade, mas a saúde é uma prioridade ainda anterior à nossa. Temos que garantir um retorno seguro nas condições que temos”, disse a secretária de Educação de Vitória
Vacinação dos professores
"Há uma tendência de que a vacinação dos professores demore um pouco ainda. Há um plano a ser seguido. Nosso governo tem tentado junto ao governo federal abordar sobre a importância de trazer os professores para o início da fila de prioridade. Por enquanto não temos tido sucesso nesse diálogo, infelizmente. Tudo que podemos fazer, temos feito".
Autonomia dos municípios
“Com relação aos municípios, alguns já devem voltar agora. Mas em todas as situações, já que primeiro de março será a data de volta, há um processo em cada município para agilizar compras. O governo do Estado sempre esteve à disposição para ajudar, mas existem processos que fazem parte da autonomia e da prerrogativa dos municípios. O processo pode estar atrasado em relação a isso, mas não será inviabilizada a volta nestes municípios", disse o secretário Vitor de Ângelo.
Aulas em Vila Velha devem voltar em fevereiro
"Temos a preocupação da saúde dos profissionais e alunos. Foi criado um comitê que faz análise. Retornaremos em fevereiro, os profissionais já retornaram, inclusive, que estão tendo a acolhida necessária para iniciar. A nossa preocupação é formar o professor da rede municipal, a fim de que estejamos todos juntos, em um formato definido a partir das realidades, respeitando a identidade de cada escola".
O município da Serra: alguns insumos ainda não chegaram ao município
"Decidimos iniciar a capacitação dos professores. Alguns insumos não chegaram, como máscaras. As unidades da Serra ficaram prejudicadas. A questão da capacitação pedagógica está sendo trabalhada. Nosso retorno se dará a partir de 1 de março, por etapas. A Serra decidiu fazer consulta aos pais para saber quantos mandariam os alunos à escola. Dado importante para que organizemos o planejamento".
"A Universidade Federal de Juiz de Fora auxiliará no processo de avaliação diagnóstica"
“Complementando sobre a avaliação diagnóstica, sempre falamos da necessidade do aluno, de que ele não pode ser prejudicado. Fizemos reanálise curricular. Temos alinhamento entre rede estadual e municipais. Vamos contar também com a parceria do Estado e com a Universidade Federal de Juiz de Fora, que auxiliará no processo de avaliação diagnóstica. Havendo o retorno presencial, na maioria das escolas já há possibilidade de usar os laboratórios de informática”, disse o representante da Undime.
Direito de escolha das famílias
“A liberdade dos municípios é total, cada rede tem autonomia para decidir o modelo. Cada rede pode usar de uma forma de trabalho. O direito de escolha vai permanecer sim com as famílias. Nas redes estaduais, no ano passado, se cogitou diferente. Mas o entendimento com o MP e com a DPES é que seria importante manter essas decisões com a família. No caso da rede estadual, fizemos avaliação diagnóstica ano passado, mas reaplicaremos. O primeiro trimestre retomaremos os conteúdos de 2020 e fazer uma avaliação diagnóstica. A partir do resultado, passaremos nos dois próximos trimestres, os conteúdos de 2021 e reforço diagnóstico com relação ao resultado da avaliação. Daí a importância da presença dos alunos no processo".
Os modelos de retorno
“Primeiro gostaria de esclarecer os modelos. A aula presencial ou atividade presencial, é a que tínhamos antes da pandemia. O oposto é a atividade totalmente remota; o híbrido é o meio-termo. Há redes que disseram que vão voltar presencialmente (3), outras remotamente e outras em modelo híbrido. A partir de março, todas voltarão. Essas definições sempre têm como referência o mapa de risco, que tem três classificações: o baixo, na cor verde, o moderado, na amarela, e o alto na cor vermelha. A atividade escolar pode acontecer presencialmente no baixo e moderado. Enquanto neste local o risco for alto, a escola fica fechada, independente do modelo adotado. Essa decisão tem pelo menos uma semana de duração, com a mudança do mapa", explicou Vitor de Ângelo.
Educação infantil
"Em relação a 92% dos municípios que responderam, disseram que voltarão às aulas até fevereiro, o restante até março. Em relação às creches, 26% dos municípios disseram que retornam de forma semi-presencial ou presencial. 27% disseram que não retornariam, o restante não teve definição específica. Alguns municípios estão com dificuldade em termos de adquirir insumos, também por conta dos processos licitatórios. A rede estadual fez a opção de repassar a verba para as escolas, então as próprias unidades adquiriram seus insumos".
15% do Estado não definiu o formato da volta às aulas
“Estivemos dialogando. É preciso deixar claro que cada município tem autonomia. Ao realizar a troca de gestão, percebemos que houve uma troca da maioria dos secretários. Em conjunto, montamos um questionário de mais de 40 questões relacionadas à possibilidade de retorno. Quero destacar que, em torno de eixos, perguntamos de que forma seria o retorno - presencial, híbrido ou remoto -, como seria para a educação infantil, como seria a questão da aquisição dos insumos. Até ontem (27) a unanimidade dos 78 municípios respondeu. Dos 78, 94% já instituiu comitês. A forma do retorno, nós temos 15% do Estado que ainda não definiu se volta agora de forma remota, híbrida ou presencial. 3 municípios até o momento definiram que retornam totalmente de forma presencial. 24 de forma remota e 35 de forma híbrida. O retorno vai acontecer entre os dias 3 de fevereiro e 1 de março", disse o representante da Undime.
"A partir de 1 de março todas as redes públicas do ES terão escolas abertas para atividades presenciais"
"Tivemos a decisão de consenso de que no máximo até primeiro de março, as redes voltarão com as atividades presenciais, num modelo híbrido durante um bom tempo, respeitando os protocolos e dentro da liberdade de cada gestor, dentro da liberdade de escolher, como se dará a volta, se por etapa ou contemplando atividades específicas. A decisão consensual é de que é importante voltar às aulas presenciais, observando os protocolos e a classificação do mapa de risco como referência. Retomada entre 3 de fevereiro e 1 de março. O mês de fevereiro é um mês curto, então para que algumas redes consigam se organizar, mais algumas semanas poderiam ser necessárias. Quem estiver pronto, já vai começar e outras redes darão início ao calendário letivo, às vezes em um modelo remoto. Mas a partir de 1 de março todas as redes públicas do ES terão escolas abertas para atividades presenciais, segundo definições dos gestores".
"A mudança de ano foi um detalhe", diz secretário
"Desde o início da pandemia tivemos muitos alinhamentos, entre as secretarias municipais, estadual e a Undime. Discutimos não somente os protocolos de biossegurança. Criamos um subgrupo e discutimos readequação do currículo e várias ações para dar resposta efetiva aos desafios que a pandemia sobre a nossa área. Com a virada do ano e a chegada de novos gestores, as pessoas que estão chegando se deparam com desafios que são novos para elas. Foram estabelecidas conversas e em um segundo momento o governo do Estado, por meio da Sedu, participou destas conversas. A mudança de ano foi um detalhe, o enfrentamento da pandemia é contínuo", disse Vitor de Ângelo.
Início da coletiva
A coletiva, prevista para começar às 9h30, começou com atraso às 10h. A entrevista se dá em formato online, por meio da plataforma Zoom. O secretário de Estado da Educação, Vitor de Ângelo, abriu o evento.
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