O período de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) começa na próxima segunda-feira (22). Neste ano, porém, diversas mudanças serão implementadas no processo seletivo, que é a principal porta de entrada para as universidades públicas do país.
Uma das novidades é que a seleção, que vai até o dia 25, acontecerá apenas no começo do ano e não terá uma segunda edição em junho, como ocorreu nos anos anteriores. Dessa forma, a classificação do candidato definirá se ele ingressará no primeiro ou no segundo semestre, conforme explica o professor e diretor de comunicação da Gama Pré-Vestibular, Paulo Victor Scherrer.
“Antes eram duas edições, uma no começo e outra no meio do ano, mas isso causava muita duplicidade de vagas. O aluno ficava ocupando duas vagas, porque se inscrevia no começo do ano, e depois, no meio do ano, ia e se inscrevia em outra instituição, e se passava, cancelava a matrícula na primeira instituição, mas como o curso já tinha começado, a vaga ficava ociosa.”
Além do Sisu único, estudantes quilombolas agora também têm direito à reserva de vagas no ensino superior, assim como no ensino técnico. A mudança foi sancionada em novembro do ano passado.
Outra alteração também foi implementada na Lei de Cotas: candidatos pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência concorrerão às vagas reservadas apenas se não alcançarem, inicialmente, as notas para ampla concorrência.
Isto é, a classificação agora dependerá inicialmente do desempenho do estudante no Enem, sendo que todos os candidatos competirão juntos, sem distinções de seleção. Ou seja, caso um aluno que faça parte dos grupos que podem concorrer às cotas passe em ampla concorrência, este não faz uso da cota e, portanto, não ocupa vaga enquanto cotista.
“Existe também uma cota para quem tem renda baixa, que antes era de um salário mínimo e meio per capita (por pessoa), e agora passou para um salário mínimo per capita, então menos gente vai conseguir ocupar esse critério de renda baixa. Isso tem alguns reflexos. O primeiro é que os alunos que não têm renda baixa (considerando esse critério) vão aumentar. As vagas independentes de renda, dentro das cotas, vão ficar mais concorridas”, observa Scherrer.
A reserva de vagas para esses grupos permanece como era antes, isto é, será proporcional à quantidade de pessoas assim autodeclaradas no estado da seleção, conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Neste ano, serão disponibilizadas, ao todo, 264,2 mil vagas, que serão distribuídas em 127 instituições federais de ensino superior. No Espírito Santo, por exemplo, serão oferecidas quase 7 mil vagas por meio do Sisu, segundo dados preliminares do Ministério da Educação (MEC), sendo 5.026 chances na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e 1.907 no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes).
A inscrição no Sisu é gratuita, e todos os estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 podem realizá-la, por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.
É preciso que o candidato tenha obtido nota acima de zero na prova de redação, e que não tenha participado do Enem 2023 na condição de treineiro (candidato que não concluiu o ensino médio e participa do exame para fins de autoavaliação).
Uma ferramenta idealizada pela edtech (empresa de tecnologia educacional) Gama Pré-vestibulares permite que os candidatos que fizeram o Enem simulem, a partir das notas, quais as chances de aprovação em cada instituição de ensino superior.
No Simulador Sisu, os estudantes devem informar as notas em linguagens, ciências humanas, ciências da natureza, matemática e redação e filtrar, e escolherem filtros de busca, como o curso que desejam estudar, local ou instituição.
A partir daí, será possível verificar, com base nas notas de corte de anos anteriores, quais as chances de aprovação em cada instituição: alta, média, ou baixa, considerando a nota de corte média das instituições nos processos seletivos anteriores.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta