Uma das missões de um policial militar é proteger vidas e há quase sete anos o soldado Jean Zanon Venturim Ronconi, de 29 anos, trabalhava para isso. Mas desde o último dia 8 de maio, ele se viu diante de um inimigo invisível e difícil de superar: a Covid-19. Para o lamento da família, de amigos e da corporação, Jean não conseguiu vencer a luta contra a doença e veio a óbito neste domingo (24), entrando para o triste quadro de vítimas da doença no Estado.
Segundo a mãe do policial, a cozinheira Júlia de Souza Zanon Venturin Ronconi, de 49 anos, o filho começou a apresentar sintomas da doença no início do mês e, por vezes, procurou atendimento. Na terceira ida ao hospital, Jean foi internado e já encaminhado para o tratamento imediato, pois apresentava sintomas do novo coronavírus.
"Ele começou a sentir febre e teve vômitos a partir do dia 8. O Jean foi com a esposa no Hospital da Polícia Militar, em Vitória, onde foi atendido e liberado. Na terça-feira (12), ele retornou ao HPM porque seguia com sintomas, mas foi novamente recomendado a voltar para casa. Na quinta-feira (14), ele continuava febril e foi novamente ao hospital. Desta vez fizeram uma tomografia e ele foi internado. Como estava com sintomas fortes, ele foi entubado e, à noite, o transferiram para o Jayme (Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves), na Serra", disse a mãe do militar, que era lotado na Companhia de Força Tática do 7º Batalhão da PM, em Cariacica.
Mesmo internado e recebendo o tratamento no hospital, o quadro clínico do soldado seguiu piorando. Ainda assim, a família vivia a expectativa de ver a sedação diminuída a partir desta segunda-feira (25).
Morador do bairro Oriente, em Cariacica, Jean era membro da Igreja Metodista Wesleyana de Nova Brasília. Religioso e constante nas celebrações, o soldado tocava bateria e era admirado. A perda repentina mobilizou a comunidade e a mãe do militar disse que tem recebido mensagens de carinho e apoio de pessoas até de outros continentes. O militar deixa uma esposa e um enteado, filho dela.
Jean foi sepultado às 11 horas desta segunda-feira, no Cemitério São Jorge. Familiares, amigos e militares pretendem homenageá-lo pela dedicação à família e pelos serviços prestados à corporação na qual ingressou em 2013. Nas redes sociais do soldado, pessoas próximas ao militar postaram centenas de mensagens o homenageando e lamentando a morte dele.
Em gratidão ao empenho para salvar o filho, a mãe do militar está preparando cerca de 100 pacotes com palha italiana para entregar aos profissionais que cuidaram do filho no Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, e pretende distribuir aos técnicos, médicos e enfermeiros.
Em nota, a Polícia Militar lamentou a morte do soldado e comunicou estar apoiando à família do policial.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta