Abandonada, Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) no Espírito Santo tem propostas para retomada das atividades
Abandonada, Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) no Espírito Santo tem propostas para retomada das atividades. Crédito: Fernando Madeira

Trilhos abandonados podem dar lugar a metrô de superfície na Grande Vitória

Conselho Estadual de Ferrovias discute projetos para a retomada das atividades da linha férrea que passa por três municípios da região

Tempo de leitura: 3min
Vitória
Publicado em 26/09/2023 às 18h49
Atualizado em 27/09/2023 às 21h03

A desativação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) no Espírito Santo é atribuída à inviabilidade econômica de seu trajeto, que tem um alto custo de operação. Mas existem propostas para a retomada das atividades, entre as quais adotar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o chamado metrô de superfície, no traçado da estrada de ferro desativado na Grande Vitória

A ideia surgiu no Conselho Estadual de Ferrovias, que discute iniciativas para recuperar a FCA. O coordenador da entidade, Pedro Bragança, conta que têm sido feitos estudos de viabilidade para usar a linha férrea e, no trecho que interliga os municípios de Vila VelhaCariacica e Viana, uma alternativa seria o VLT. Após implantação, o modal ainda poderia ser integrado ao Sistema Transcol

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Estação de Argolas, Vila Velha, poderia ser usada no VLT. Crédito: Fernando Madeira

"Essa região, com alto índice populacional, poderia aproveitar a ferrovia, assim como foi feito em Santos (São Paulo). Auxilia no transporte de passageiros, a exemplo das grandes metrópoles", opina. 

Engenheiro de Transportes e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Rodrigo de Alvarenga Rosa ressalta que, para qualquer projeto de transporte, é indispensável fazer uma pesquisa de origem e destino, isto é, saber de onde partiriam as viagens e para onde seguiriam.

Para ele, o VLT, que é uma demanda antiga na Região Metropolitana, pode até ser uma alternativa de modal para a Grande Vitória, mas usando apenas o traçado e não recuperando a estrutura atual da ferrovia, cujo investimento seria muito elevado. Segundo o professor, algo em torno de US$ 1,5 milhão por quilômetro, o equivalente R$ 7,5 milhões. 

Na opinião de Rodrigo Rosa, uma opção seria aproveitar as áreas da linha férrea que ainda não estão totalmente ocupadas porque a desapropriação é outro obstáculo. Ele também avalia que, para o metrô de superfície, Viana não teria tanta demanda. O ideal, nesse caso, seria incorporar a Serra ao trajeto que, sendo o município mais populoso do Estado, certamente teria mais passageiros para usufruir do transporte.

O professor destaca que, em termos de segurança, velocidade e conforto, o VLT é superior ao BRT (faixas exclusivas para ônibus), por exemplo, e, o que é muito importante na avaliação de Rodrigo Rosa, melhor ambientalmente. "A questão é saber se há ou não interesse de investir."

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi questionada se a implantação do VLT é uma alternativa que pode ser considerada. Em nota, a assessoria aponta que, sim, mas que cabe ao Ministério dos Transportes estabelecer a diretriz de política pública para a utilização da linha férrea. O órgão federal foi procurado para falar da possibilidade e explicou que todo o trajeto da FCA está em estudo, tanto as partes ociosas, a exemplo do traçado no Espírito Santo, quanto as partes que estão em funcionamento, e, portanto, não existe ainda uma definição sobre o trecho que corta os municípios capixabas. 

governo do Estado não atendeu a demanda sobre o possível uso da FCA. 

Ferrovia: Estrada de Ferro Leopoldina, em Argolas, Vila Velha; trilhos
Linha férrea em Argolas, Vila Velha: proposta de interligar a Grande Vitória por metrô de superfície na antiga ferrovia. Crédito: Fernando Madeira

A primeira vez que o metrô de superfície apareceu como uma proposta de mobilidade urbana foi em 1982. Desde então, várias ideias foram sendo colocadas pelas autoridades. Porém, nenhuma vingou e o governo do Espírito Santo decidiu adotar em 2012 o Bus Rapid Transit (BRT), um modelo de transporte que usa ônibus, mas especifica faixas exclusivas e garante mais agilidade. Apesar de ser a alternativa aprovada até agora, a implementação desse sistema também não aconteceu.

Atualização

27 de setembro de 2023 às 21:01

Após a publicação da reportagem, o Ministério dos Transportes atualizou as informações que haviam sido passadas, inicialmente, em julho. O texto foi alterado. 

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Estação de Viana. Fernando Madeira
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Estação de Araguaia, em Marechal Floriano. Matéria especial sobre ferrovias
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Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim
Estação de Cachoeiro de Itapemirim

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