Dor de cabeça, febre e cansaço. Esses podem ser sintomas causados pela infecção por Covid-19, mas também são sinais apresentados por pessoas que acabaram de receber a vacina contra o coronavírus. A "confusão" de sintomas e as duas reações imunológicas, segundo especialistas, não diminui a importância do imunizante.
Como as doses só devem ser aplicadas em indivíduos que não estejam infectados, uma questão naturalmente surge nessas horas: o que fazer caso você teste positivo dias após receber a vacina?
Os imunizantes, que são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), atuam na redução dos riscos de internações e de mortes, mas não impedem a infecção pela doença. Além disso, demoram alguns dias para protegerem o organismo.
O imunologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Daniel Gomes afirma que um teste positivo após receber a vacina não tem qualquer interferência sobre a eficácia do imunizante.
De acordo com o especialista, a aplicação da vacina incentiva uma resposta imunológica. O mesmo é induzido quando há uma infecção. Porém, não é recomendado que as duas reações aconteçam ao mesmo tempo no organismo.
Segundo Daniel Gomes, o esforço do sistema imunológico deve ter uma prioridade: combate ao vírus ou formação da proteção com a vacina. Receber o imunizante enquanto infectado poderia dividir a atenção do organismo.
O infectologista Crispim Cerutti Júnior, também professor da Ufes, reforça que não há mudanças na eficácia da vacina com o resultado positivo após se imunizar. Ele chama atenção para o tempo de desenvolvimento de anticorpos.
Em caso de teste positivo dias depois da vacinação, o médico Crispim Cerutti chama a atenção para alguns riscos diferentes dependendo da fase de imunização:
Para garantir que a aplicação tenha o efeito esperado, é recomendado que o indivíduo não esteja infectado pela doença. É necessário um intervalo de 30 dias entre a infecção e a aplicação da vacina, qualquer que seja a dose, segundo especialistas.
O infectologista Crispim Cerutti Júnior explica que a infecção e a vacinação ao mesmo tempo podem criar uma "confusão" no organismo, porque são dois estímulos simultâneos para o desenvolvimento da imunidade contra a Covid. O médico lembra que os sintomas da doença são parecidos com sinais apresentados por recém-vacinados.
"Se uma pessoa teve contato com alguém infectado ou apresenta sintomas da Covid, é interessante esperar um intervalo de um mês antes de se vacinar. A testagem é uma possibilidade e, apesar da alta sensibilidade, tem uma fase de falso negativo, depende da quantidade de dias. A pessoa pode fazer o teste, mas não é uma certeza", aponta o especialista.
Professora da Universidade Vila Velha (UVV), a médica infectologista Jacqueline Oliveira detalhou que os 30 dias devem começar a ser contados a partir do primeiro primeiro dia de sintoma ou do teste positivo. O intervalo também é indicado para pacientes assintomáticos.
Em qualquer um dos casos citados, os médicos Crispim Cerutti, Daniel Gomes e Jacqueline Oliveira garantem que não há necessidade de repetir a mesma dose da vacina. O imunizante recebido dias antes do teste positivo tem sua eficácia comprovada, conforme explicado.
Ainda de acordo com os infectologistas, o acompanhamento da doença deve ser feito da mesma forma, considerando a gravidade dos sintomas e o isolamento adequado.
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