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Variante brasileira do coronavírus é identificada no Espírito Santo

Variante brasileira do coronavírus é identificada no Espírito Santo

Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (12) que nova cepa da Covid-19 foi identificada em dez Estados, incluindo o ES

Publicado em 13 de fevereiro de 2021 às 07:41- Atualizado há 4 anos

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Coronavírus
SarsCov-2 é o vírus que causa a Covid-19. (Pixabay)

A variante brasileira do coronavírus, chamada de P.1, já foi identificada no Espírito Santo e em outros nove Estados. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Ministério da Saúde.

Alvo de análises devido à possibilidade de ser mais transmissível, a variante foi identificada em janeiro no Amazonas, onde já responde pela maioria dos casos observados, segundo a Fiocruz.

Agora, dados compilados pelo grupo técnico de vigilância do ministério apontam que ela já foi identificada em outros nove Estados.

Variante brasileira do coronavírus é identificada no Espírito Santo

Em três deles, Pará, Roraima e Ceará, a variante foi identificada em casos isolados – alguns deles, inclusive, sem vínculo epidemiológico com o Amazonas.

Em outros seis (Paraíba, Piauí, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro), a variante foi observada em casos importados do Amazonas, ou seja, em que houve análise e sequenciamento genômico de amostras de pacientes que estiveram no Estado.

O Ministério da Saúde também divulgou informações sobre outras duas variantes encontradas em outros países e que também são alvo atual de preocupação.

É o caso da variante do Reino Unido, já identificada em São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro, por meio da análise de casos isolados, segundo a pasta. Já a variante identificada na África do Sul ainda não tem registro de circulação no Brasil.

OUTROS ESTADOS

De acordo com dados divulgados pela Fiocruz/Ministério da Saúde, nos Estados que fazem divisa com o Espírito Santo já foram identificadas:

Na principal ponte aérea com o Espírito Santo, o Estado de São Paulo já documentou 36 linhagens distintas do SARS-COV-2.

VIGILÂNCIA GENÔMICA

Atualmente, a chamada vigilância genômica é feita na rede de saúde principalmente por três laboratórios: Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Adolfo Lutz e Instituto Evandro Chagas. A cada mês, um número específico de amostras é enviado pelos estados a esses locais.

Além desses, outros laboratórios públicos e privados também fazem essas análises. A falta de recursos e dificuldade em obter insumos, no entanto, dificultam a expansão dessa vigilância, necessária para identificar novas variantes do Sars-CoV-2.

Em nota, o ministério diz que, "desde a primeira informação de possíveis casos de variantes da Covid-19, tem emitido comunicados aos estados orientando a ampliação do sequenciamento de rotina dos vírus SARS-CoV-2, o contínuo fortalecimento das atividades de controle da Covid-19 e a investigação de casos".

Recentemente, a pasta iniciou um projeto-piloto para analisar 1.200 amostras de coronavírus, na tentativa de ampliar a vigilância. O trabalho deve envolver quatro laboratórios (Adolfo Lutz, Evandro Chagas e os laboratórios de saúde pública da Bahia e de Minas Gerais).

"Importante salientar que o sequenciamento genético não é um teste para confirmação da doença, sua finalidade é para monitoramento da circulação de uma variante diferente. Não sendo necessário, portanto, que todas as amostras positivas para Covid-19 por RT-PCR sejam encaminhadas para sequenciamento", aponta a pasta.

Na terça, a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta em seu boletim epidemiológico sobre a possível redução da ação de anticorpos neutralizantes, capazes de bloquear a ação do vírus no organismo, pela variante P.1.

De acordo com a organização, "as mutações encontradas na variante P.1 podem reduzir a neutralização por anticorpos; no entanto, estudos adicionais são necessários para avaliar se há mudanças na transmissão, severidade ou ação de anticorpos neutralizantes como resultado dessa nova variante".

Já foram identificadas, em todo o mundo, dezenas de linhagens distintas do vírus, mas apenas algumas causam preocupação e necessitam de investigação --é o caso das chamadas VOCs (sigla em inglês para variantes de preocupação).

Em geral, as VOCs possuem mutações em regiões chamadas domínio de ligação com o receptor, ou seja, são áreas diretamente associadas à entrada do vírus nas células, notadamente na proteína S do Spike (de espícula, o gancho que o Sars-CoV-2 usa para entrar nas células).

SESA DIZ QUE HÁ CINCO LINHAGENS NO ESTADO

De acordo com a Secretaria de Saúde (Sesa), há cinco linhagens do coronavírus do Espírito Santo.  Duas delas foram identificadas ao longo do ano de 2020: a B.40, relacionada aos primeiros casos de Covid-19 no Estado, e a B.1.1.33, que foi encontrada em pacientes de transmissão comunitária.

Este ano, três novas linhagens foram identificadas pela Sesa: a B.1.1.28 foi rastreada em janeiro em um paciente de transmissão comunitária sem relação com os 36 pacientes oriundos de Manaus recebidos pelo Espírito Santo para tratamento da Covid-19. 

A linhagem P1 foi identificada exclusivamente em pacientes oriundos de Manaus.

Já a P2 foi constatada em um paciente de Manaus e em um funcionário do Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra. Segundo a Sesa, não é possível confirmar se os casos têm relação, pois a positividade dos testados aconteceu num período inferior a 48h do contato. Além disso, o funcionário já apresentava sintomas de exantema e prurido nos dias anteriores ao contato assistencial com pacientes de Manaus.

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