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Vitória vai ampliar carga horária de escolas e incluir Inglês na grade mais cedo

Vitória vai ampliar carga horária de escolas e incluir Inglês na grade mais cedo

Mudanças passam a vigorar a partir do ano que vem. Também poderão ser ofertadas aulas de música, educação financeira e Libras, entre outras

Publicado em 22 de novembro de 2021 às 18:28

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Na educação, Vitória também foi pioneira no enfrentamento à pandemia. Isso porque foi a primeira cidade da Grande Vitória a estar com estudantes presencialmente em sala de aula.
Na educação, Vitória também foi pioneira no enfrentamento à pandemia. Isso porque foi a primeira cidade da Grande Vitória a estar com estudantes presencialmente em sala de aula. (Jansen Lube/Prefeitura de Vitória)

Os alunos da rede pública municipal de Vitória vão estudar meia hora a mais por dia a partir do ano que vem. A prefeitura da Capital anunciou nesta segunda-feira (22) uma reestruturação do ensino que inclui também a adoção de novas disciplinas como inglês, prática científica e projeto de vida.

Segundo as mudanças, os alunos do turno matutino vão estudar até o meio-dia (este ano o horário de saída é 11h30) e os do turno vespertino ficarão na escola até as 18h (hoje, 17h30). A mudança resultará em mais 100 horas anuais nas unidades de ensino para cada estudante e é obrigatória para todos.

Para as unidades em tempo integral, cujo horário é das 7h às 16h30, e para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), com aulas das 18h às 22h, o horário permanece o mesmo.

“Nos incomodou muito a nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e foi a partir desse reflexo que partimos para buscar soluções, ou seja, temos um grande desafio pela frente, que é trazer uma educação que seja minimamente igual, com oportunidade para todos os nossos estudantes e que não atenda apenas determinados bairros ou territórios da cidade”, afirmou o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Quando cita o Ideb, o chefe do executivo municipal refere-se ao fato de que Vitória é a cidade da Região Metropolitana com maior investimento por aluno, mais que o dobro do segundo lugar (Serra), porém só alcança o quinto melhor resultado no exame nacional.

Segundo a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, 52% dos alunos que chegam ao terceiro ano do ensino fundamental não estão alfabetizados.

52%
DOS ALUNOS DE VITÓRIA CHEGAM NO 3º ANO DO FUNDAMENTAL SEM SABER LER E ESCREVER

“A gente vê diferença do Cmei (creche) e do ensino fundamental. O Cmei na nossa Capital tem público de todos os níveis, inclusive socioeconômico. Mesmo pessoas que têm como pagar, acreditam na educação infantil de Vitória. Isso não continua no ensino fundamental. Quem tem condição de pagar, muda a criança de escola. É uma questão de confiança. Mas a educação tem que ser para todos. Eu não posso falar para uma família que não tem condição de pagar, que o filho vai ter uma educação de menor qualidade”, afirma.

NOVAS DISCIPLINAS

Está prevista uma padronização curricular para as escolas municipais. Até este ano, cada unidade teve autonomia para escolher quantas aulas de Português ou Matemática serão ofertadas por turma. Contudo, a partir do ano que vem, todos os alunos terão acesso ao mesmo currículo.

Outra mudança para 2022 é a adição de novas disciplinas. Todos os estudantes, do 1º ao 9º ano, terão aulas de Língua Inglesa, Prática Científica e Projeto de Vida na rede municipal.

“A Prática Científica trabalha o pensamento investigativo, trazendo para o estudante a curiosidade. O Inglês é importante para que eles conheçam outras culturas. E o Projeto de Vida vai ajudar essas crianças a se conhecerem, conhecerem as possibilidades do mundo e pensar no que vão fazer. Claro que uma criança de seis anos não sabe o que vai fazer da vida, mas a gente quer que ela tenha algum desejo de chegar, de ocupar um espaço que ela quiser”, explica a secretária.

Também está prevista uma parte diversificada em que serão ofertadas aulas de práticas experimentais, como educação financeira, libras e música. Cada escola vai poder escolher qual disciplina vai ofertar naquela unidade. Será possível trocar de opção a cada ano. Veja detalhes no final da matéria.

PLANEJAMENTO DO PROFESSOR

A meia hora extra de aula no fim de cada turno era, em geral, utilizada como tempo de planejamento. Então, para que fosse possível ampliar o tempo do aluno da escola, a prefeitura teve que rever também esses horários que os professores precisam se dedicar para preparar as aulas.

“Atualmente, o aluno sai às 11h30 e o professor fica na escola até meio-dia fazendo o planejamento. Agora, a ideia é colocar o planejamento na organização curricular. Hoje ele tem 20 aulas com o estudante e cinco de planejamento, e vai passar a ter 18 aulas com estudantes e sete de planejamento”, explica.

AS PRÁTICAS EXPERIMENTAIS QUE PODERÃO SER OFERECIDAS NAS ESCOLAS

  • Educação Empreendedora e Financeira: desenvolver nos alunos, habilidades para administrar suas finanças de forma consciente, sem prejudicar o meio ambiente, a partir de um conjunto de comportamentos mais conscientes, munidos de informações, reflexões e atividades práticas que permitirão a construção de um pensamento financeiro e empreendedor que esteja de acordo com seus objetivos de vida.

  • Educação Socioambiental: temas que transversalizam os componentes curriculares e oportunizam (re)conhecimento e atuação individual e coletiva nos territórios da cidade no contexto de uma realidade global, visando à sustentabilidade e melhorias na qualidade de vida das pessoas, ao estabelecer uma relação saudável com o ambiente.

  • Iniciação Científica: desenvolvimento da criatividade, curiosidade, pensamento crítico, de forma que os estudantes saibam fazer indagações e compreendê-las.

  • Libras: identidade e compreensão do uso da Língua Brasileira de Sinais em seus contextos.

  • Música: estimular a musicalidade e seu caráter humanamente integrador e transformador, contribuindo para o cultivo da sensibilidade, criatividade, escuta, percepção, atenção, imaginação.

  • Tecnologias Educacionais: aliar a tecnologia ao ensino a fim de qualificá-lo, sendo essa uma das possibilidades de articular os usos das tecnologias aos processos pedagógicos desenvolvidos nas escolas.

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  • Território do viver: pesquisas, reflexões e práticas sobre os saberes locais, e culturais, e as inter-relações que estimulam o sentimento de pertencimento, bem como, a construção de nossa identidade local, como forma de oportunizar criativamente aos estudantes estudar as singularidades de seu território, onde se manifestam as experiências individuais e coletivas, de modo a estabelecer uma escuta ativa e promover uma participação ativa.

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