O mês de fevereiro marca o início do ano letivo nas escolas pelo Brasil. Em meio a taxas recordes de infecção pela variante Ômicron, pais e responsáveis demonstram muita preocupação e dúvidas em relação aos riscos de contaminação, em especial de crianças com menos de 5 anos, público que ainda não é contemplado com a vacinação contra Covid-19.
De acordo com o pediatra e coordenador da Região Sudeste da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Rodrigo Aboudib, a instituição entende que é fundamental o retorno das aulas, mas isso passa por uma parceria entre escola e família.
“Os pais também têm papel importante no retorno às atividades escolares. Cabe a eles ficarem atentos ao surgimento de sintomas e, neste caso, não mandar os filhos à escola. Caso tenha algum adulto em casa com sintomas, essa criança não deve ir para escola também.” reforça.
O pediatra explica que as aulas presenciais em escolas da rede pública ou particular que adotam os protocolos sanitários exigidos pela Secretaria de Estado da Saúde do Espirito Santo (Sesa) são seguras. Os cuidados básicos também precisam continuar: a manutenção do distanciamento, do uso de máscaras e a higienização das mãos.
Uma das principais preocupações nessas voltas às aula é com crianças menores de 2 anos, faixa etária que não deve usar máscaras pelo risco de sufocação. O infectologista Crispim Cerutti Junior destaca que o controle da higienização constantemente das mãos da criança, do ambiente e dos objetos (brinquedos, chupetas e mamadeiras) são fundamentais para garantir uma margem de segurança maior, além de contar com cuidadores bem instruídos e vacinados.
"Não é impossível que haja transmissão porque as crianças podem trazer consigo o vírus do seu ambiente domiciliar. O que tem se cercar de cuidados é que o ambiente da creche não seja fonte de infecção dessas crianças. Então isso é bem plausível quando você cuida bem do ambiente e de quem cuida das crianças." afirma.
A reportagem de A Gazeta entrou em contato com algumas escolas de educação infantil da Grande Vitória, para saber quais cuidados que estão tomando nesse retorno das aulas. Na Pueri Dei, em Vila Velha, os brinquedos são higienizados todos os dias. "A gente coloca para as crianças usarem, tem o momento de compartilhamento da rotina, após o uso retira-se tudo para limpeza para no outro dia colocar novamente", conta a diretora Michela Orlandi Cosmo.
Em Vitória, a Jeito de Ser faz triagem diária nas crianças. "Para entrar, é medida a temperatura, as mãos são higienizadas e ela passa pelo tapete sanitizante. Só depois de todo esse processo ela entra em sala. Lá, troca a sandália que veio da rua por outra que já fica higienizada pela escola", explica a diretora Adriana Dalla Bernardina.
Na Monet, também na Capital, as crianças não brincam no pátio ou usam o refeitório com outras turmas. "É um sistema de bolhas. Elas só convivem com a turma delas. Entre uma turma e outra se faz a higienização", afirma a diretora Camila Cunha Lobo.
Uma dúvida recorrente entre pais e responsáveis tem a ver com qual a máscara seu pequeno deve usar. De acordo com Crispim Cerruti Junior, como a Õmicron é uma variante com uma alta frequência de transmissão, o ideal seria uma infantil do tipo PFF2/N95 de uso extra hospitalar, que é fixada nas orelhas, e é bem adequada para as crianças maiores de dois anos.
Além da PFF2/N95 e das cirúrgicas descartáveis infantis, o infectologista destaca a possibilidade da utilização da máscara de pano por cima das cirúrgicas e as de pano com três camadas.
"O uso da máscara é mais importante do que o tipo da máscara. Qualquer tipo é melhor que nenhuma. Ás vezes a criança não tem acesso à melhor, então que ela use uma descartável e use corretamente."
Na hora de colocar a máscara na criança, certifique-se de que ela seja grande o suficiente para cobrir totalmente a boca e o nariz da criança e que esteja bem ajustada ao tamanho do rosto (sem espaços sobrando nas laterais).
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), indica o uso de quaisquer máscaras só a partir dos 2 anos de idade. Os cuidados com a PFF2/N95 são os mesmos passados para gente grande: recomenda-se a troca após oito horas no rosto, ou se ela ficar suja ou molhada.
Atenção: esse modelo não deve ser lavado, nem limpo com álcool. Para reutilizar, basta deixar a máscara pendurada, ou guardada em um saco plástico, por três a sete dias para inativar possíveis vírus na superfície. Se notar qualquer sinal de desgaste, é hora de jogá-la fora.
Para os pequenos que não se adaptarem, uma alternativa é utilizar uma máscara cirúrgica descartável com a de pano por cima. Dessa forma, você aumenta o número de camadas e melhora a vedação. A SBP orienta, acima de tudo, que a garotada seja ensinada sobre o manejo correto através do exemplo e de maneiras lúdicas.
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