Os chefões da Telexfree, Carlos Costa e Carlos Wanzeler, já deixaram o presídio em Viana onde estavam presos desde terça-feira (17). A Justiça determinou a soltura dos dois nesta quinta (19).
Os empresários foram detidos pela Polícia Federal durante a Operação Alnilam, na Grande Vitória, que investiga suposta ocultação de valores envolvidos com as atividades da Telexfree no Brasil. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que administra o sistema penitenciário do Estado, eles estavam nas celas do Centro de Detenção Provisória de Viana II (CDPVII), em cumprimento da prisão preventiva. Os dois deixaram o local por volta das 21h40.
Mas em decisão nesta quinta, o desembargador do Estado Paulo Cesar Morais Espírito Santo deu uma liminar revogando a detenção dos dois. O advogado dos acusados, Rafael Lima, explicou que o argumento usado para a defesa dos clientes foi que não há contemporaneidade no caso. Ou seja, não há implicação social por agora, já que o crime de que são acusados ocorreu em 2014.
No momento da prisão, na terça, Carlos Costa estava em seu apartamento na Praia da Costa, em Vila Velha, e Wanzeler seguia para a academia. Eles foram encaminhados ao Departamento Médico Legal (DML) para exames, antes de serem encaminhados ao presídio.
Há indícios de os empresários terem usados recursos obtidos de maneira fraudulenta e que estavam escondidos em contas de laranjas para bancar o show de Paul McCartney, realizado em Cariacica, em novembro de 2014. O caso foi revelado com exclusividade por A Gazeta.
A polícia não confirma a relação da prisão com a presença do ex-Beatle na Grande Vitória, mas as informações divulgadas até agora pelas autoridades revelam uma atuação semelhante para manter bens em nome de terceiros escondidos dos investigadores.
A nova investigação que levou à detenção dos líderes, que está em segredo de Justiça, tem como alvo principal transações financeiras para lavagem de dinheiro. Segundo informações iniciais da PF, recursos que não tinham sido alcançados na Operação Orion, que decretou sequestro e bloqueio de bens em 2014, eram movimentados por terceiros.
Parte desse dinheiro foi usada para comprar imóveis que eram alugados para garantir uma renda aos empresários, de acordo com as autoridades. No site da Justiça Federal do Espírito Santo, em um outro processo envolvendo lavagem de dinheiro, o Ministério Público Federal, ao fazer a denúncia, disse que o líder da Telexfree, Renato Alves, foi usado para comprar imóveis para Carlos Costa.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta