O processo de concessão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) está começando a ganhar contornos mais claros. De acordo com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a concessão deverá ser por meio de um modelo misto, com a concessão das atividades e venda da empresa. O ministro falou sobre o assunto na manhã desta quarta-feira (03), em uma conferência com o deputado federal Evair de Melo (PV).
Segundo o ministro, os estudos sobre o modelo de concessão ainda estão sendo feitos, mas o modelo misto é bem-visto. Deve ser utilizado o modelo de concessão com venda da empresa. Ele vai trazer uma flexibilidade maior no sentido de promoção do investimento adensamento da área, gestão do canal, e um aumento da capacidade, disse Tarcísio de Freitas.
Esse estudo deve ficar pronto no segundo semestre. Assim que ficar pronto, iremos submetê-lo à audiência pública. Vamos ouvir a sociedade, o setor produtivo, para que no ano que vem a gente possa fazer o primeiro leilão, acrescentou o ministro, destacando que este primeiro leilão deverá servir como exemplo para a concessão de outras Companhias Docas.
O que ainda não está claro é como será a divisão das áreas da empresa. Segundo o Secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni, o modelo utilizado deverá ser híbrido.
Hoje a Codesa é composta por áreas em Vitória, Vila Velha e Barra do Riacho. A ideia é que se tenha apenas um contrato para que a concessionária possa explorar as três áreas. Mas os espaços têm características diferentes, então podemos fazer a concessão das áreas de Vitória e Vila Velha e criar uma autorização para Barra do Riacho, melhorando o potencial de expansão daquela região, explicou Piloni.
Segundo Diogo Piloni, o Espírito Santo tende a se beneficiar muito com o projeto BR do Mar, que deve ser enviado pelo Executivo ao Congresso nas próximas semanas. Segundo ele, o projeto tem como objetivo aumentar o transporte de produtos por cabotagem, ou seja, entre os portos nacionais.
Hoje, apenas 11% do nosso transporte é feito por cabotagem, e quase 70% desse total é só petróleo e combustíveis. Então a cabotagem de outros produtos é só de 3% a 4% do transporte de cargas no Brasil. Como o Espírito Santo está inserido nas escalas das principais linhas de cabotagem, ele tem muito a se beneficiar com este projeto, comentou.
O ministro Tarcísio de Freitas também ressaltou a natureza portuária do Estado. O Espírito Santo tem uma vocação incrível para os portos. Recentemente terminou o aumento do calado em Vitória, também recentemente assinamos a autorização para o Petrocity, em São Mateus. Temos acompanhado com muito interesse o terminal da Imetame, que também é muito importante para o Estado, então temos uma vocação portuária que está sendo exercida em plenitude, destacou.
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