Com a conta de luz cada vez mais cara diante do reajuste de tarifas e das bandeiras tarifárias, uma parcela cada vez maior de consumidores tem procurado formas de reduzir suas despesas com energia elétrica. Neste contexto, uma das alternativas é gerar a própria energia, que pode levar a uma redução de até 95% no valor pago mensalmente.
Diversas empresas do Espírito Santo já produzem energia para consumo próprio e, em alguns casos, comercialização do excedente. Mas, o número de consumidores residenciais gerando eletricidade em território capixaba também segue avançando.
Atualmente em território capixaba, cerca de 11,8 mil clientes entre comerciais, residenciais e rurais, são mini ou micro geradores de energia (MMGD), atuando com a chamada geração distribuída, sendo 9,6 mil clientes na área de concessão da EDP Espírito Santo, de acordo com a concessionária.
A energia solar costuma ser a opção mais viável, uma vez que é possível adaptar imóveis já existentes para receber as placas fotovoltaicas responsáveis pela captação da luz. A produção total realizada no Estado alcança 149,8 quilowatts (kW), segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para fins de comparação, em 2021, o parque de energia solar do país chegou a 10 gigawatts (GW). Ou seja, o Espírito Santo é responsável por algo em torno de 1,5% desse total.
Embora seja um processo considerado relativamente simples, quem pretende produzir a própria energia precisa seguir uma série de passos.
O diretor comercial da Enphase no Brasil, Lucas Troia, observa que a primeira coisa a se fazer é buscar por uma empresa capacitada, que saiba dar os direcionamentos necessários a cada caso. Essa mesma prestadora de serviço será responsável por elaborar um projeto de instalação e listar os equipamentos para a geração de energia.
O investimento total varia de acordo com o consumo de energia. Há imóveis cuja conta de luz mensal fica em torno de R$ 300, enquanto em outros pode chegar, por exemplo, a R$ 5 mil. Para uma residência padrão, o investimento médio é estimado entre R$ 25 mil e R$ 30 mil.
Troia destaca que, com os aumentos constantes da conta de energia, o retorno do investimento é cada vez mais rápido. Além disso, desde que seja feita a escolha de materiais adequados, é possível passar algumas décadas sem precisar trocá-los.
Uma vez que o projeto de instalação esteja finalizado, um requerimento será feito junto à concessionária de energia local.
“Além de ajudar a escolher os equipamentos que você vai utilizar, focando sempre na questão da garantia, da qualidade dos equipamentos, afinal, energia solar é um projeto de longo prazo, a empresa precisará elaborar esse projeto. Somente após a aprovação da concessionária é que será feita a instalação dos módulos.”
Entretanto, o executivo explica que após a instalação, a concessionária ainda precisará realizar uma vistoria para ter certeza de que foi feita de acordo com o projeto. A partir daí, é feita a fixação de um medidor bidirecional, que lê a entrada e a saída de energia. É a etapa final do processo.
O gestor executivo de atendimento comercial da EDP Espírito Santo, Edson Barbosa da Silva Júnior, esclarece que é somente a partir daí que é possível iniciar a geração de energia. E há várias situações em que essa produção pode ser utilizada.
“É possível optar pelo autoconsumo no local onde é feita a geração, ou, quando tem mais de uma instalação, pode reunir essa produção para utilizar em um local específico, neste caso, o autoconsumo remoto. Além disso, é possível se unir com outras unidades produtoras por meio da geração compartilhada, temos os empreendimentos de múltiplas unidades, que seriam, por exemplo, prédios e condomínios.”
O gestor explica que, em situações de autoconsumo, a legislação permite a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a tarifa de energia, limitada à geração de 1 megawatt (MW).
Nos casos em que a produção for superior e maior do que o consumo, a energia excedente pode ser utilizada como crédito em até 60 meses (5 anos).
“O crédito de energia vem sempre na fatura de energia do cliente, que mostra a energia que foi gerada e a consumida, para facilitar para ele fazer na verificação. Considerando que existe tributação, entre outras questões, a conta nunca zera por completo, mas com um projeto bem feito em que a capacidade de geração seja superior ao consumo, pode reduzir a conta em até 95%.”
Sim, inclusive em prédios, embora cada caso precise ser avaliado individualmente.
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