Surfar queima, em média, 600 calorias por hora, além de contribuir para tonificar pernas, braços e abdômen. Assim como acontece após outras atividades de alta demanda física, uma coisa é certa: a fome. Foi atenta a isso que Cléria Schneider Portes teve a ideia de criar a coxinha gigante na Praia do Solemar, em Jacaraípe, Serra.
Conhecida como Gaúcha, Cléria veio do Rio Grande do Sul para o Espírito Santo. Ela trabalhou por anos em restaurantes gaúchos aqui no Estado até dezembro de 2003, quando abriu o quiosque exatamente no point do surfe da Praia do Solemar.
Como em outros estabelecimentos da praia, o intuito era vender, entre outras coisas, salgados, mas ela logo percebeu ainda faltar um diferencial para atrair a clientela. “Por que não aumentar o tamanho de tudo o que eu já tinha?”, questionou-se.
Cléria Schneider Portes
Comerciante
"Observei que os surfistas, após pegarem as suas ondas ou em meio a campeonatos, sentiam muita fome. Eles comiam um petisco, mas não se sentiam saciados. Foi aí que tive a ideia de trazer um pouco da fartura do Rio Grande do Sul para os salgados e aumentei o tamanho da coxinha. Pronto! Ela se tornou o carro-chefe do quiosque"
Aumentar o tamanho da coxinha foi o suficiente para tornar a Gaúcha uma referência no município. Ela elevou o seu faturamento em cerca de 50% comercializando, em média, 140 coxinhas durante um final de semana no verão. Fora da temporada a média cai para 30 unidades por dia. A ideia também se estendeu a outros salgados como quibes, empadões e pastéis, e é o carro-chefe da casa há 13 anos.
Com o tempo, porém, seu ponto de vendas mudou. Gaúcha não mais vende seus quitutes gigantes com os pés na areia da praia, como era no começo. Atualmente, a lanchonete Gaúcha: na onda do surf fica localizada na Avenida Timbiras, exatamente em frente ao point de surfe onde tudo começou. Os salgados, que pesam meio quilo, são vendidos por R$ 9 e se tornaram uma referência para surfistas, ciclistas, turistas, banhistas ou simplesmente para os apaixonados por coxinhas.
Apesar da mudança de local, a Gaúcha garante que a qualidade permanece a mesma. “Sempre que entra um funcionário novo eu faço de questão de ensinar todas as etapas de produção para que a pessoa deixe do mesmo padrão”, explica.
PELO MUNDO
Reiver Felipe Schneider, filho de Cléria e atualmente responsável por administrar as vendas do estabelecimento, comenta que o sucesso dos salgados gigantes já ultrapassou os limites do Estado e até do país.
“Vem gente de todos os lugares experimentá-los, especialmente a coxinha. Eu não sei como eles ficam sabendo, pois não fazemos muita propaganda. Os mineiros, por exemplo, quando vêm, levam dezenas para seus familiares comerem em Minas Gerais. Já teve gente levando até para os Estados Unidos”, revela.
Os estudantes Lucas da Cruz e Gabriel da Costa, ambos de 16 anos, provaram a coxinha pela primeira vez, uma recomendação do amigo Arthur Porto, 17, frequentador habitual do espaço. Para a ocasião, a dupla deixou de almoçar. “Arthur tinha falado que a coxinha era grande. Eu comi a metade e já estou satisfeito. Vale a pena!”, disse Gabriel.
Os planos da Gaúcha agora são outros: ela está terminando o curso de Enfermagem e planeja atuar na área, deixando a administração da lanchonete com o filho. “A coxinha gigante não vai acabar nunca, é uma referência para todo mundo aqui na praia”, reitera.
Mesmo convicta de sua decisão, ao atravessar a rua para ir à praia Gaúcha não tem dúvidas. “Essa areia me trouxe mais do que a ideia de fazer coxinha gigante. Ela só me trouxe coisa boa. Estar aqui com os pés no chão e sentir esse vento, é diferente”.
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