O programa Bolsa Família é uma forma de transferência de renda para as famílias pobres e extremamente pobres de todo o Brasil. Em nível nacional, cerca de 13,5 milhões de famílias são atendidas.
No Espírito Santo, uma das famílias beneficiadas é a da dona de casa Irani Estevão, 37, moradora de Água Doce do Norte, Região Noroeste do Estado. Irani cria os quatro filhos sozinha. O único dinheiro que recebe, pouco mais de R$ 200, é o que vem pelo Bolsa Família.
Apesar das dificuldades, Irani luta para que os filhos não tenham o mesmo destino. Orgulhosa, ela destaca o sucesso do filho - único da turma a ser convidado para participar da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
“Eu imagino um futuro muito melhor para eles. Quem tem quatro filhos, igual eu tenho, tem que se orgulhar. Esse meu, de 12 anos, foi um dos melhores alunos da sala. Fechou o bimestre com 30 pontos (máximo possível) e foi selecionado para fazer a prova do OBMEP. Foi o único da sala que conseguiu no meio de um monte de aluno”, conta com orgulho sobre Valdecir, de 12 anos.
A economista Arilda Teixeira, professora da Fucape, destaca que o foco do programa deve mesmo ser a educação e a qualificação. “O Bolsa Família foi criado para, gradativamente, eliminar a miséria no Brasil. O foco é a criança, é a geração futura. Se os pais, os avós, não tiveram oportunidade, os filhos devem ter”, comenta a professora.
Ela acredita que, se bem utilizado, o programa deve efetivamente retirar as pessoas da extrema pobreza. Se, de fato, isso acontecer, Arilda imagina que chegará o dia em que o Bolsa Família deixará de ser essencial para o país.
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“Mas uma questão tem que ser vista com muita atenção. Se o ensino público não conseguir alfabetizar as crianças, no médio e longo prazo o programa irá se tornar numa espécie de ‘esmola permanente’, num sistema no qual a criança não irá conseguir aproveitar a chance que tem”, alerta.
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