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Empresas exportadoras do ES são ameaçadas pelo coronavírus

Empresas exportadoras do ES são ameaçadas pelo coronavírus

Empreendimentos das áreas de petróleo, celulose, rochas ornamentais e mineração têm maior tendência para serem afetados.  Impacto vai depender da duração da pandemia

Publicado em 14 de março de 2020 às 08:00

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Coronavírus já se espalhou por todos os continentes. (Denisis Magilov/ Stock Adobe)

As empresas do Espírito Santo que vendem seus produtos para outros países são as mais ameaçadas pelos impactos do coronavírus, segundo avaliam especialistas da área econômica. As alterações podem acontecer tanto no volume de vendas quanto no preço dos produtos.

O economista-chefe da Apex Partners, Arilton Teixeira, lembra que os principais produtos exportados pelo Estado são petróleo, rochas ornamentais, celulose, minério de ferro, pelotas, aço e café. Logo, as empresas dessas áreas têm maior tendência para ser afetadas.

“O Espírito Santo é um grande exportador de commodities e esses produtos são os que mais devem sofrer os impactos do coronavírus. Vários países estão registrando uma redução na produção. Assim, os insumos que as empresas do Estado vendem passam a não ser tão comercializados”, avalia.

Empresas exportadoras do ES são ameaçadas pelo coronavírus

Num primeiro momento, as indústrias chinesas foram as mais afetadas – havendo ainda hoje muitos registros de paralisação. Logo depois a Itália passou a adotar medidas de contingência. Com o aumento de casos registrados nos Estados Unidos, existe a possibilidade de que o país também reduza sua produção.

Como o Estado tem fortes relações comerciais com esses países, a venda de commodities para eles deve cair por conta do coronavírus. "Quão forte vai ser essa queda? Só depois de ver o quanto essa propagação vai durar e quais outros países ela vai atingir que será possível responder isso”, comenta Teixeira.

EMPRESAS MUDAM ROTINA PARA EVITAR CONTAMINAÇÕES

A empresa, no entanto, afirma que ainda não sofreu qualquer impacto material com relação à doença e que foram criados comitês técnicos de crise para gerir as ações resultantes do coronavírus, que as viagens de negócios e eventos não-essenciais foram cancelados ou postergados e que onde existem mais casos de coronavírus a Vale implementou a rotina de trabalho remoto.

Outras empresas tomaram medidas semelhantes. Por meio de nota, a Petrobras informou que suspendeu viagens para o exterior, incluindo todos os treinamentos programados. Em todos os aeroportos de onde saem voos para unidades offshore, como é o caso de Vitória, está sendo feita a aferição de temperatura no embarque.

“Colaboradores voltando de viagens ao exterior a trabalho ou em férias ficarão em home office por 7 dias. A companhia também vai suspender temporariamente eventos e reuniões presenciais com mais de 20 pessoas e dará preferência a reuniões on-line”, acrescentou a nota da Petrobras.

ArcelorMittal Tubarão informou que, internamente, a empresa tem orientado seus empregados a evitarem viagens não urgentes para países onde um surto tenha ocorrido ou com escala nessas regiões, e priorizado a realização de encontros via videoconferência. O home office está previsto para casos de contingência.

A Simec Cariacica, também do setor siderúrgico, informou que está realizando o monitoramento das informações sobre os casos no Brasil e no Estado e atualizando os empregados quanto às condutas a serem adotadas pela empresa.

PREJUÍZO PODE CHEGAR À ECONOMIA DOMÉSTICA

Empresas que não exportam, mas que atendem às grandes exportadoras também podem ser afetadas pelo coronavírus, ainda que numa proporção um pouco menor.

“Pode levar um tempo maior, mas se a situação se prolongar, a economia doméstica pode ser atingida. Reduzindo as atividades das grandes indústrias elas vão passar a não precisar de tantos serviços e produtos de empresas menores”, analisa Arilton Teixeira.

O economista e doutor em Ciências Contábeis Felipe Storch Damasceno lembra que negócios que levem à aglomeração de pessoas também podem começar a sofrer, visto que é de se esperar que locais com muitas pessoas passem a ser evitados.

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“Shopping centers, academias, cinemas, teatros, shows e eventos em geral devem começar a sentir mais os efeitos da pandemia. Todos os setores na cadeia produtiva também devem ser afetados. Por exemplo, se um evento é cancelado, quem estava contratado para servir a alimentação, fazer o cerimonial, decorar, musica... Tudo é cancelado e todas as empresas envolvidas sofrem”, avalia.

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