A redução da taxa básica de juros Selic para 3% ao ano anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nesta quarta-feira (6) trará diversos impactos para a economia. Um dos principais será na rentabilidade de aplicações financeiras.
A nova mínima histórica vai representar menos retorno para boa parte dos investimentos mais conservadores, como a caderneta de poupança, Tesouro Selic e títulos como CDB e LCI pós-fixados. A começar pela poupança, a aplicação mais usada no Brasil tende a ficar com rendimento abaixo da inflação, ou seja, há risco de perder dinheiro.
Isso porque, conforme explica o planejador financeiro e sócio da Alphamar Investimentos Renan Lima, a poupança está rendendo apenas 70% da Selic mais a Taxa Referencial, que no momento está zerada. Com isso, o investimento em um ano ficaria em 2,10%, abaixo da inflação, projetada de 2,84% pelo Banco Central para os próximos 12 meses.
E onde colocar o dinheiro da poupança sendo que os investimentos de risco mais elevado, como as ações em bolsa, também estão em baixa por causa da pandemia do coronavírus? Onde investir para não perder dinheiro?
Lima responde com o que não fazer: "Investir em apenas um tipo de aplicação". Ou seja, agora é hora de diversificar a carteira de investimentos com várias opções não relacionadas entre si, considerando o objetivo que se tem para aquele dinheiro.
"É preciso ter a carteira diversificada porque se um for mal, o outro pode ir bem e isso compensa. Mas isso depende do objetivo do investidor. Para quem usava a poupança como um lugar para guardar um dinheiro que vai usar no curto prazo, o Tesouro Selic segue sendo a melhor opção", aconselha.
Além de renderem um pouco mais, os títulos do Tesouro são mais seguros, pois, na prática, você está emprestando dinheiro para a instituição financeira mais confiável do Brasil e com menor risco de calote: o governo. É possível começar investindo no Tesouro a partir de R$ 30.
"O brasileiro precisa enxergar o Tesouro Selic como a nova poupança, sobretudo quem usa como reserva de emergência ou para algo no curto prazo. Além da segurança e rentabilidade melhor, a liquidez dele é maior, não precisando esperar os 30 dias da poupança para haver o rendimento", diz Lima.
Para quem tem planos para o dinheiro de longo prazo, ou seja, não vai retirá-lo rapidamente, há outras opções de maior risco mas que tendem a render mais, como títulos de renda fixa mais longo, até do próprio Tesouro, com vencimento em 2031 por exemplo, que já rende mais.
"Você pode ter uma parte do dinheiro nesses investimentos de longo prazo, se for seu objetivo. Além do próprio Tesouro, há as opções de renda variável, como os fundos multimercados, onde você delega a um gestor a responsabilidade de onde investir para ter maior rentabilidade, até ações e fundos imobiliários", avalia o sócio da Alphamar.
Renan Lima, porém, volta a ponderar: "É como montar um time de futebol. Não pode colocar todo mundo na mesma posição pra jogar, tem que ter uns no ataque, outros na defesa, e etc. É preciso pensar os investimentos assim: diversificar a carteira para poder vencer, no caso ganhar mais dinheiro".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta