Um vasto litoral, com mais de 400 quilômetros de extensão. Não é à toa que o Espírito Santo conquistou a vocação para atuar no mercado exterior, levando mercadorias brutas e acabadas produzidas em território local para o mundo inteiro.
Apesar desse talento natural para o setor logístico, o Estado, no entanto, precisa destravar megaprojetos portuários e ferroviários para expandir o trabalho de transporte de cargas e depender menos de commodities, como café, minério de ferro, petróleo e gás.
Essas mercadorias foram responsáveis por derrubar em 6,78% as vendas do Estado para fora do país em 2022. Somente com o minério, houve retração de 18,56% no ano. Os semifaturados de ligas de aço tiveram contração de 60,34% e os grãos de café, 12,33%.
O Estado quer abrir caminhos para também escoar mais produtos, como soja e outros grãos, principalmente os do Centro-Oeste brasileiro. Isso tudo depende, no entanto, de obras.
Levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) mostra que, até 2026, o Estado deve receber aproximadamente R$ 15 bilhões em investimentos para transporte de cargas por meios marítimo, rodoviário e ferroviário.
Além da promessa de instalação de novos portos na costa capixaba, complexos já maduros também vão investir com foco em transformar o território local em referência logística.
R$ 15 bilhões
É o investimento que o Estado deve receber para melhorias no transporte de cargas por meios marítimo, rodoviário e ferroviário, até 2026
Um dos principais investimentos no Estado será feito pela Quadra Capital, proprietária da Vports, antiga Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e concessionária do Porto de Vitória até 2057.
Além de melhorar a infraestrutura, a empresa — a primeira desse setor privatizada no país — vai aportar R$ 55 milhões na recuperação estrutural de todo o complexo portuário.
Outros R$ 34 milhões serão aplicados na recuperação dos berços dos terminais Peiú e de São Torquato e mais de R$ 270 milhões na modernização do canal de acesso. Também serão destinados R$ 10 milhões como contrapartida na reforma de armazéns e em melhorias urbanas no acesso.
R$ 55 milhões
É o valor que será investido pela Vports na recuperação estrutural de seu complexo portuário
Além das mudanças para melhorar o fluxo portuário, a nova operadora também está buscando novos contratos. Já firmou o primeiro após a privatização com a empresa TechnipFMC, por um prazo de cinco anos e meio para a Base de Vitória.
Nesse novo contrato, com o acréscimo de área negociada, a capacidade de produção do local será duplicada, reforçando o potencial do Porto de Vitória como uma estratégia para suporte ao setor de óleo e gás.
Além da revitalização do Porto de Vitória, também terão peso a construção do Porto Central (R$ 8,2 bilhões), em Presidente Kennedy; a expansão do Portocel (R$ 2 bilhões); e a continuidade das obras do Porto da Imetame (R$ 1,7 bilhão), os dois projetos em Aracruz.
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