Um estudo desenvolvido pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) aponta quais os desafios da indústria e quais ações os empreendedores, a academia, e o governo estadual devem tomar para que o setor produtivo seja mais eficiente. O trabalho aponta projetos de curto, médio e longo prazo para que as indústrias cheguem melhores em 2035.
O estudo está sendo desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). A ideia inicial, segundo conta do diretor executivo do Ideies Marcelo Saintive, é criar um panorama para cada um dos 17 setores de negócios que fazem parte da Findes.
A partir desta terça-feira (28), algumas das ações a serem desenvolvidas pelos setores vão ser apresentadas diariamente em uma série de matérias em A Gazeta. Representantes dos 17 setores vão ser ouvidos para falar sobre os desafios e potencialidades do setores e onde o Estado pode chegar em 2035 caso as ações de curto, médio e longo prazo sejam implementadas.
Esse trabalho é um planejamento estratégico. A data, 2035, tem a ver com a comemoração dos 500 anos de colonização do solo espírito-santense, mas é um processo contínuo. Estaremos, o tempo inteiro, revisando essas ações para ver o que funcionou, o que não deu certo, e quanto já se desenvolveu, explica Saintive.
Os estudos - chamados de Rotas Estratégicas para o Futuro - estão sendo divididos por áreas. Dois já estão prontos: o dos setores Agroalimentar e Indústria do Café e o de Biotecnologia. Em março, deve ser entregue o de Petróleo e Gás, e até maio a rota de Confecção, Têxtil e Calçados.
O estudo é feito com a participação de três grandes atores: o governo do Estado, os industriais e a academia. Reunimos essas pessoas para chegarmos num consenso e determinar quais são as ações mais importantes para cada setor. Depois, as ações são divididas entre os atores, explica o diretor executivo do Ideies - destacando que o consenso entre os atores nem sempre é simples.
Os assuntos tratados pelas rodas são educação, sustentabilidade, política de estado, articulação e integração, entre outros temas. Para cada um dos temas existem ações mais urgentes a serem tomadas e outras com visão a longo prazo.
A gente também mostra as tendências, não só econômicas, mas tecnológicas para os setores. O objetivo é mostrar por onde o setor pode caminhar e quais são os desafios que ele deve enfrentar, resume Saintive, dizendo que o projeto todo tem a intenção de fazer as 17 rotas num prazo de dois anos.
Ao iniciar as pesquisas para o desenvolvimento da roda do setor de Biotecnologia, Saintive se mostrou surpreso com a estrutura das indústrias. Ninguém apostava nesse setor. Algumas pessoas até se perguntavam se fazia sentido fazer uma rota sobre Biotecnologia. E nós descobrimos que existem várias empresas, que a academia tem linhas de pesquisa e só faltava unir isso tudo, comenta.
Se as empresas de Biotecnologia causaram uma boa surpresa, a falta de pesquisas no setor de Petróleo e Gás geraram certo incômodo, como revelou o representante do Ideies. O setor é tão importante para o Estado, mas ele ainda tem baixo aproveitamento de linhas de pesquisa nessa área. E essa é uma das ações que estamos sinalizando na rota, destaca.
O Espírito Santo está num momento único de possibilidades. Agora, é aproveitar e atacar essa agenda de desenvolvimento econômico, desenvolvimento dos setores e simplificação burocrática e implementar essas ações, lembra Saintive.
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