A fábrica de papel que a Suzano vai construir no Espírito Santo ficará em Cachoeiro de Itapemirim e serão investidos R$ 130 milhões no negócio. As informações foram confirmadas na manhã desta quinta-feira (19) pelo presidente da companhia, Walter Schalka, em coletiva de imprensa realizada no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, com o governador Renato Casagrande.
A Gazeta antecipou na noite de quarta-feira (18) os planos da companhia em construir uma planta para produção de papéis higiênicos no Sul do Espírito Santo. Segundo o diretor-executivo de Bens de Consumo, Luís Bueno, o local exato onde a fábrica vai ser instalada deverá ser decidido nos próximos dias.
Alguns terrenos estão sendo avaliados pela empresa. Mas o executivo adiantou que será um espaço com área de aproximadamente 100 mil metros quadrados (m²), sendo 40 mil m² deles de área construída e acessos para a unidade.
A perspectiva é que a fábrica fique pronta no quarto trimestre de 2020 e tenha capacidade de produzir 30 mil toneladas por ano de papel higiênico. A unidade, que vai fabricar papéis higiênicos de folhas duplas e triplas das marcas Mimo e Max Pure, vai ter o foco no mercado interno, sendo o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e Minas Gerais os principais clientes. A matéria-prima que abastecerá a unidade será produzida pela própria Suzano na unidade Mucuri, no Sul da Bahia.
O empreendimento vai gerar cerca de 300 empregos diretos e indiretos durante a obra e 200 empregos diretos e indiretos na operação, além de fomentar a cadeia de fornecedores de suprimentos e insumo. De acordo com os executivos, a prioridade será por mão de obra local.
Entre as razões para a escolha da região do Sul do Estado está a facilidade de acesso à BR 101 e a proximidade com grandes mercados consumidores. Além disso, como a Suzano já tem fábrica na Bahia, ao instalar a planta no Sul capixaba ela evita concorrer com uma unidade tão próxima.
Além da fábrica de papel higiênico, a Suzano anunciou outros investimentos que juntos totalizam R$ 933,4 milhões. Um deles é a modernização da planta já existente em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, com previsão de R$ 272,4 milhões em investimentos.
As obras vão ampliar a eficiência energética da fábrica, aumentar a competitividade e a geração de energia limpa, cujo excedente será colocado nas redes de transmissão do sistema brasileiro. Durante a execução do projeto, que terá duração de 24 meses, serão criados aproximadamente 300 postos de trabalho
A Suzano vai ainda direcionar recursos para a expansão da sua base florestal, hoje um dos desafios da empresa, que sofreu o impacto da seca nos últimos anos e teve sua área de plantio reduzida no Estado.
A companhia planeja investir R$ 531 milhões nesse projeto, por meio de aquisição ou arrendamento de áreas rurais, plantios, conduções e tratos culturais. A iniciativa deve gerar 300 empregos diretos e indiretos nos dois primeiros anos após a obtenção das licenças, além de estimular a cadeia de fornecedores da região e o recolhimento de impostos.
Os projetos, segundo o presidente da Suzano, Walter Schalka, serão viabilizados a partir da utilização de créditos de ICMS acumulados pela empresa em função de suas atividades de caráter essencialmente exportador no Estado. A utilização desse mecanismo será possível a partir de uma lei enviada pelo governo do Estado e aprovada pela Assembleia Legislativa, em junho deste ano.
A legislação prevê que as companhias que enviam seus produtos para o exterior possam utilizar os créditos de ICMS acumulados na compra de equipamentos e na negociação para pagamentos de impostos e multas. Ela condiciona ainda que, para uma empresa usufruir desse mecanismo, é preciso apresentar um plano de investimentos ao Executivo.
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