A greve dos petroleiros, que chega nesta segunda-feira (10), ao décimo dia, começa a ameaçar a produção de petróleo nas plataformas do Espírito Santo que ficam em mar aberto (offshore) e que pertencem à Petrobras. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), na Bacia de Campos, já são 27 plataformas paralisadas total ou parcialmente. O movimento atinge as embarcações, contudo, localizadas na parte do Rio de Janeiro, mas podem avançar para a porção capixaba.
De acordo com o coordenador interino do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro), Valmisio Hoffmann, quatro plataformas localizadas geograficamente na porção carioca da Bacia de Campos já são administradas pela Petrobras no Espírito Santo: P-50, 52, 55 e 62.
Essas plataformas ficam na divisa do Rio com o Espírito Santo. Elas têm trabalhadores cariocas e capixabas e reduziram a produção. Agora nós perdemos o contato com elas e não sabemos dizer quanto estão produzindo. O movimento está crescendo e existe a possibilidade de que nos próximos dias as plataformas que fiquem no Estado também sejam paralisadas, disse Hoffmann.
Procurada, a Petrobras informou que as unidades estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência quando necessário, e que não há impactos na produção até o momento.
As informações do Sindipetro dão conta de que há paralisações no Terminal Aquaviário da Petrobras, em Vitória e na Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares. Pela manhã os trabalhadores fizeram uma plenária em frente à sede da Petrobras, no bairro Mata da Praia, em Vitória.
Na semana passada, o prédio administrativo conhecido como "base 61" da estatal, em São Mateus, a Estação de Tratamento de Fazenda Alegre (EFAL), em Jaguaré, e a própria UTGC, em Linhares, já haviam sentido os impactos do movimento. Outra ação que chamou a atenção na Grande Vitória foi a entrega de vouchers para o abastecimento com desconto.
Em todo o Brasil, 92 unidades do Sistema Petrobras, em 13 estados do país, registraram adesões ao movimento. Segundo a Federação Única dos Petroleiros o que significa que cerca de 20 mil trabalhadores estão em greve.
Os petroleiros cobram a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), previstas para terem início na próxima sexta-feira, 14, e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.
Além de informar que as unidades estão operando nas condições adequadas, a estatal afirmou que iniciou a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a paralisação dos petroleiros.
A empresa já havia informado anteriormente que a medida foi autorizada pela Justiça, uma vez que a ordem judicial de manter em serviço o mínimo de 90% do efetivo - determinada na semana passada pelo ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) - não vem sendo cumprida pelos sindicatos.
A Petrobras também havia informado que "considera descabidas as justificativas apresentadas pelos sindicatos, uma vez que todos os compromissos firmados na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho vigente vêm sendo integralmente cumpridos".
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