Uma greve contra demissões em massa paralisou parte do transporte de petróleo no Espírito Santo. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro), todos os trabalhadores - cerca de 150 - da base 61 da Petrobras, localizada em São Mateus, cruzaram os braços.
A ação é nacional e em todo o Brasil a greve mobiliza cerca de oito mil petroleiros, segundo informa a Federação Única dos Petroleiros (FUP). A greve está sendo registrada em 17 bases da Petrobras em dez Estados: Amazonas, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, além do Espírito Santo.
A paralisação de hoje não impactou a produção, mas sim o transporte do petróleo que é feito pelas carretas aqui no Estado. Amanhã vamos fazer a greve em outro ponto e aí sim pode haver paralisação da produção, diz o coordenador interino do Sindipetro, Valmisio Hoffmann.
Segundo Hoffmann, o início da greve na base de São Mateus foi estratégica. A Petrobras já anunciou que vai fechar a base 61 aqui em São Mateus até o fim do ano. Os trabalhadores vão ficar sem emprego e não podemos ver isso sem fazer nada, destaca Hoffmann. Segundo ele, a empresa já demitiu quase 400 empregados concursados no Paraná e mais de mil terceirizados.
Durante a manhã desta segunda-feira (3), os grevistas chegaram a fechar a BR 101, em São Mateus. A rodovia ficou fechada por cerca de 20 minutos. Os manifestantes disseram não terem planos para fechar a BR na parte da tarde.
Por meio de nota, a Petrobras afirmou que "considera descabidas as justificativas apresentadas pelos sindicatos, uma vez que todos os compromissos firmados na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho vigente vêm sendo integralmente cumpridos".
"A Companhia vem atuando para garantir o acesso normal às unidades e o revezamento de turnos dos seus profissionais, ainda que se faça necessária a busca da Justiça, para fazer valer seus direitos, tendo obtido decisões liminares que garantam a continuidade e a segurança das operações. É válido lembrar que a companhia respeita integralmente todas as decisões da Justiça e espera o mesmo comportamento dos sindicatos que representam a categoria dos petroleiros, e também de seus empregados", informa a empresa.
"A Companhia destaca que todas as medidas previstas nos padrões da empresa e na legislação trabalhista serão aplicadas quando cabíveis. Ressaltamos a imperatividade do cumprimento dos contratos de trabalho e da garantia das condições adequadas de operação. Destacamos que, até o momento, nossas unidades seguem operando dentro dos padrões de segurança, com acionamento de equipes de contingência quando necessário", completa o texto.
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