O setor das indústrias de madeira e móveis no Espírito Santo é um dos que tem ótima perspectiva de crescimento para os próximos anos. Os produtos capixabas já são comercializados em grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, e Belo Horizonte. Até 2035, a perspectiva é de que se torne um dos maiores produtores de móveis do Brasil.
Os últimos dados do setor apontam que os capixabas estão na 6ª posição do ranking nacional. Mas com investimentos sendo feitos nas áreas certas e com a atração de filiais de empresas localizadas em outros Estados, o Espírito Santo pode chegar a ser o segundo ou terceiro polo moveleiro do Brasil. É sobre este setor a terceira matéria da série que fala a respeito os setores industriais do Espírito Santo e as rotas de desenvolvimento traçadas pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), governo do Estado e academia, para estimular o crescimento dessas áreas.
Quem faz a projeção otimista é Luis Soares Cordeiro, presidente do Conselho Administrativo da Placas do Brasil - empresa que se instalou no Espírito Santo no fim de 2018 e vende placas de MDF, essenciais para a fabricação de móveis.
O setor moveleiro está muito bem equacionado aqui no Estado. Acredito que no menor aumento de demanda a gente vai ver este setor crescer. O Espírito Santo já tem uma grande tradição na fabricação de móveis e ficou ainda mais competitivo com o aumento da oferta de placas de MDF, avaliou Cordeiro.
Tal aumento da demanda pode chegar com a recuperação da construção civil, que se recupera da pior crise da história no Espírito Santo. A retomada nos dois setores anda de mãos dadas, já que havendo novos imóveis entregues serão necessários móveis para preencher os ambientes.
Outro ponto a favor do Estado, na avaliação de Cordeiro, é a localização geográfica, que facilita o envio dos produtos para as regiões Nordeste e Sudeste. Pense em uma empresa do Rio Grande do Sul, principal polo moveleiro do Brasil. Quando ela vende para o Norte ou Nordeste são cinco mil quilômetros de estradas para enviar o produto. Aqui, a gente já está na metade do caminho, destacou.
A atração de empresas já estabelecidas em outras regiões do país deve ser, segundo Cordeiro, a principal ação a ser tomada. Muitas empresas do Sul do Brasil já estão com sua capacidade produtiva no limite. Devemos atrair essas empresas para o Espírito Santo porque aqui temos benefícios da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), tem mão-de-obra, tem a questão logística e tem matéria-prima, destaca.
Condições para abastecer essas empresas nós temos. Nossa capacidade instalada na fábrica é para produzir 30 mil m³ e metade disso é o que o Espírito Santo tem demandado - isso é um volume bem significativo. Já o nosso excedente vai é vendido para alguns locais do Nordeste, acrescenta Cordeiro.
Quem vê as projeções otimistas para o setor de madeira e móveis pode não imagina que nos últimos anos ele vinha perdendo sua força. Segundo Luis Soares Cordeiro, as margens dos empresários estavam reduzidas.
A gente estava precisando trazer matéria-prima de fora. Isso aumenta o custo da produção e diminui a margem de lucro. Desde 2013, com o consumo baixo e a queda na construção civil a indústria moveleira sofreu demais, recorda. Mas, agora, é hora de virar a chave.
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