O crescimento e a retomada em campos de produção de petróleo e gás offshore, a recuperação da produção de petróleo e gás onshore (em terra), a diversificação de empresas no Espírito Santo com o Plano de Desinvestimento da Petrobras e aumento da produção de pelotas de minério de ferro.
Esses são alguns fatores que explicam a indústria extrativa do Estado — que abrange setores como petróleo, mineração e madeireiras, por exemplo — ter crescido 48% no mês de agosto em relação ao mesmo mês de 2022, depois de alguns anos com queda na produção. Foi a sétima alta consecutiva registrada pelo Estado no segmento, assim como o seu melhor desempenho desde julho de 2010 (59,3%).
Na indústria em geral, o Espírito Santo também teve alta em comparação ao mesmo período do ano passado. A Produção Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 10, aponta que o Espírito Santo cresceu 26,3% em relação a agosto de 2022.
O gerente do Ambiente de Negócios do Observatório da Indústria da Findes, Nathan Diirr, destacou que a produção de petróleo cresceu 45% e a de gás natural subiu 64% nessa base de comparação. O aumento ocorreu, segundo ele, por alguns fatores:
Já a produção capixaba de minério de ferro pelotizado cresceu 19,6% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionada pelas plantas de Tubarão, segundo relatório trimestral da Vale.
"O setor de petróleo e gás tem essa característica de gerar um encadeamento produtivo com outros setores. Então, é uma janela de oportunidade para o Espírito Santo esse novo cenário. A gente veio acompanhando sucessivas quedas, e o ano de 2023 parece que é um ano de retomada desse setor. Isso impulsiona a cadeia fornecedora, a geração de empregos, a geração de royalties e participações especiais no Espírito Santo e aumenta as exportações, o que aumenta renda e emprego no Estado", destaca Diirr.
Com isso, a perspectiva é de aumento na produção para os próximos meses, segundo a economista-chefe do Observatório da Indústria da Findes, Marília Silva. “Se até o ano passado o cenário era de recuo na produção de petróleo e gás natural no Estado, a partir deste ano as expectativas giram em torno da redução da curva de queda e até mesmo no aumento de produção”, explica.
A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, lembra que a área extrativa é uma parte importante da economia do Estado e que o bom desempenho deixa a indústria mais otimista. Destaca ainda que 2023 vem sendo um ano positivo para o setor, em especial o extrativo.
“Isso ocorre principalmente quando olhamos para trás. Em 2022, esse foi um segmento que apresentou resultados negativos (-18,7%). A indústria capixaba representa 27,4% da economia do Estado e a extrativa (commodities como petróleo, gás, minério) tem um peso de quase um terço desse valor. Por isso, quando ele vai bem, todas os setores ganham”, explica.
O crescimento de 26% da produção industrial em agosto no Estado foi o segundo melhor resultado do país, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte, que teve aumento de 49,8% na análise agosto a agosto. Em comparação a julho, a produção industrial do Espírito Santo cresceu 5,2%, também o segundo mais acentuado do Brasil, depois do Amazonas (11,5%).
Em julho, o Estado já havia registrado crescimento de 31,7% comparado ao mesmo mês do ano anterior. Segundo o Observatório da Indústria da Findes, foi o 10° melhor resultado se comparado o mês de um ano com o mesmo do ano anterior da série histórica da PIM, que é realizada desde 2002.
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