Quem tem filhos pequenos deve ouvir com frequência a pergunta: “Você pode comprar esse brinquedo pra mim?” Mais do que responder sim ou não, esse e outros questionamento semelhantes podem ser o pontapé para iniciar uma conversa importante sobre educação financeira. Um tema que pode — e deve — ser introduzido já na infância.
Ter esse bate-papo sobre dinheiro desde cedo ajuda as crianças a desenvolverem hábitos saudáveis, a tomar decisões mais conscientes, principalmente de compras, e a evitar problemas como dívidas no futuro, explica a líder regional da XP em Minas Gerais e no Espírito Santo, Cecília Perini.
Não existe uma idade correta para introduzir o assunto, mas é importante estar atento ao desenvolvimento cognitivo e emocional de cada fase da infância.
“Para crianças de 3 a 5 anos, uma dica é utilizar jogos simples, como brincar de supermercado, contar moedas e até ler histórias. Dos 6 aos 12 anos, é possível iniciar o uso de jogos educativos e ensinar sobre orçamento da família, poupança e gastos responsáveis. Na adolescência, a partir dos 13 anos, já é possível envolvê-los em conversas sobre orçamento pessoal, como poupar para alcançar seus objetivos e até decisões financeiras simples do dia a dia”, explica Cecília Perini.
Uma boa estratégia para iniciar a educação financeira na infância é a famosa mesada. Com um valor fixo mensal, os pais ajudam as crianças a darem seus primeiros passos na gestão das finanças pessoais, aprender a poupar e até a gastar de forma consciente, diferenciando necessidades e desejos.
Ao perceberem a importância de fazer escolhas mais inteligentes e conscientes, as crianças aplicam esse aprendizado não apenas na administração do dinheiro, mas também em outras áreas da vida. Elas começam a valorizar melhor seu tempo, focando em atividades que realmente têm significado e nas relações pessoais, entendendo a relevância do equilíbrio, da paciência e do respeito.
Os pais sabem a importância dos exemplos dados em casa na educação. E no que diz respeito à educação financeira, não é diferente. O ideal é que as famílias demonstrem preocupação e interesse em falar sobre dinheiro, consumo consciente e investimentos, pensando na melhor valorização de sua renda.
Não existe um formato ideal, tudo depende do que ficou acordado em relação ao uso da mesada. Se a criança for usar para lanches na escola, é possível que o dinheiro em espécie seja mais indicado. Já nos casos em que a criança deseja poupar o dinheiro para uma compra maior, a conta digital pode ser mais adequada.
Desde 2023, uma resolução do Banco Central permite que menores de 16 anos sejam titulares de contas bancárias, desde que autorizadas por pais ou responsáveis.
Na hora de investir o dinheiro das crianças é importante considerar o planejamento financeiro e os objetivos da família. O horizonte de tempo também é um ponto que deve ser observado na tomada de decisão sobre qual é o melhor produto para ajudar a garantir um futuro financeiro para os pequenos.
Segundo a líder regional da XP em Minas Gerais e no Espírito Santo, alguns investimentos recomendados são:
Para que esse planejamento seja feito de forma assertiva é muito importante buscar orientação de um assessor de investimentos, pois ele apoiará o cliente na avaliação das melhores opções de investimento de acordo com o perfil e os objetivos da família.
“A educação financeira infantil vai além de apenas administrar dinheiro; é ensinar sobre escolhas, vida e futuro. A chave é manter o diálogo aberto e contínuo, ajustando as conversas conforme eles crescem e suas necessidades mudam", afirma a planejadora financeira”, afirma Cecília Perini.
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