Com uma localização privilegiada no mapa do Brasil, o Espírito Santo é vizinho dos principais centros consumidores do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas, além de estar perto dessas principais economias brasileiras, o Estado se destaca por outro benefício ainda maior: os 400 quilômetros de litoral que abrigam complexos portuários amplos e diversificados e que ainda devem receber novos condomínios logísticos.
Por terminais como os Portos de Vitória e de Tubarão, em Vitória, e Portocel, em Aracruz, passam cerca de 40% dos produtos que chegam ou saem do Estado. Parte dessas mercadorias ainda é transportada por rodovias antes de embarcar nos navios, mas a infraestrutura ferroviária, que liga o ES ao centro do Brasil, como a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) ajuda a levar essas cargas até os navios.
Essa posição estratégica é um grande diferencial para o desenvolvimento econômico e social, pois, além de favorecer as empresas que se instalam no Estado para atender ao mercado consumidor interno nacional, ainda reforça a vocação do Espírito Santo para o comércio exterior, um dos setores mais fortes da economia capixaba.
Mesmo enfrentando os efeitos da crise mundial agravada pela pandemia da Covid-19, os fluxos de comércio exterior em território capixaba do primeiro semestre de 2021 superaram os valores registrados no mesmo período do ano anterior, auge da turbulência econômica causada pela nova doença.
64% de alta
nas exportações em 2021
De janeiro a julho, as exportações capixabas alcançaram US$ 4,2 bilhões, com alta de 64% em relação ao mesmo período de 2020 em todos os segmentos de atividades econômicas, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado (Findes), com destaque para a expressiva recuperação das exportações das indústrias extrativas.
O secretário de Estado de Inovação e Desenvolvimento, Tyago Hoffmann, destaca a importância dos incentivos fiscais, enquanto políticas públicas estratégicas de desenvolvimento da economia, para impulsionar os empreendedores que desejam explorar as potencialidades logísticas do Espírito Santo, tanto para atividades de distribuição de produtos, quanto para o processo de industrialização.
Tyago Hoffmann
Secretário de Inovação e Desenvolvimento do Estado
"Muitos empresários começam atuando no Espírito Santo com centros de distribuição de produtos, atraídos pela posição geográfica privilegiada do Estado, que é cortado por importantes rodovias, tanto no sentido Norte-Sul quanto no sentido Leste-Oeste, além de portos e ferrovias. Isso faz com que o Espírito Santo seja muito competitivo e atrativo para atividades de distribuição e e-commerce em todo o Brasil e para o exterior. Essa vocação acaba impactando também no processo de industrialização, pois as fábricas acabam se instalando no Estado"
Hoffmann destaca ainda o trabalho de prospecção ativa de empresas, desenvolvido pelo poder público, para que a indústria que decida se instalar no Espírito Santo se conecte a uma rede integrada de fornecedores e clientes. “Conseguimos desenvolver um adensamento de cadeia produtiva no Estado que reforça nossa vocação tanto para atender ao mercado consumidor interno nacional, quanto para o comércio exterior”, ressalta.
Na avaliação do economista Orlando Caliman, o Fundap - o mecanismo de incentivo à importação criado no início da década de 1970 - desempenhou um papel importante na qualificação do Estado para o comércio exterior. “Qualificou empresários, empresas e pessoas no setor. Hoje nossa plataforma logística evoluiu muito”, aponta.
O diretor-presidente do ES em Ação, Fábio Brasileiro, ressalta que os atuais investimentos que estão sendo feitos no setor rodoviário e portuário darão grande alavancagem para a economia capixaba a médio e longo prazo. “Temos vetores de crescimento já bem desenhados no Estado. Mas é importante ter maior capilaridade da infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária para ganharmos em competitividade. Para isso, precisamos aumentar nossas conexões com outros Estados, principalmente por meio de ramais no interior. A consolidação da concessão da BR 262 é decisiva nesse processo de retomada da economia capixaba”, pontua.
Outras mudanças que devem contribuir para o avanço logístico do Espírito Santo é a obra do primeiro trecho da ferrovia Vitória-Rio. A previsão é de que a construção contemple inicialmente de Anchieta a Cariacica ou mesmo vá até Santa Leopoldina, na Região Centro-Serrana, do Estado.
O empreendimento será impulsionador dos portos no litoral Sul. Um dos terminais já consolidados é o de Ubu, em mãos da Samarco, e que tem capacidade ociosa para movimentar cargas além de pelotas de minério. Em Presidente Kennedy, o Porto Central, em construção, também será atendido, mas será ainda mais beneficiado quando as obras da ferrovia chegarem até a cidade.
Na Região Norte capixaba, a novidade é a inclusão de três cidades na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene): Aracruz, Itaguaçu e Itarana.
Especialmente Aracruz, que já conta com Portocel e que tem obras de um um novo porto em andamento, o da Imetame, deve se tornar um dos principais polos logísticos do Estado. A medida deve trazer um saldo de desenvolvimento e atrair indústrias, principalmente voltadas para exportação, para se instalar na região e aproveitar os benefícios fiscais e linhas de crédito mais vantajosas.
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