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Petroleiros param atividades em terminal que recebe combustíveis em Vitória

Petroleiros param atividades em terminal que recebe combustíveis em Vitória

Terminal recebe derivados de petróleo que chegam por navios no Porto de Tubarão. Categoria, porém, afirmou que a paralisação não deve ter impactos no abastecimento

Publicado em 9 de fevereiro de 2020 às 22:52

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Terminal Aquaviário da Petrobras em Vitória recebe combustíveis que chegam pelo Porto de Tubarão. (Transpetro / Divulgação)

greve dos petroleiros chegou ao 9º dia neste domingo (9) com mais uma unidade da Petrobras no Espírito Santo afetada. Além do prédio administrativo conhecido como "base 61" da estatal, em São Mateus, e da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares, que já sentiam impactos do movimento, os grevistas paralisaram também parte das atividades no Terminal Aquaviário de Vitória (Tevit), localizado na retroárea do Porto de Tubarão.

Principal porta de entrada de combustíveis da Grande Vitória, o terminal recebe derivados de petróleo por navio-petroleiro e abastece as empresas distribuidoras com gasolina e óleo diesel, por exemplo.  O terminal opera óleo combustível para as indústrias locais e abastece navios com diesel marítimo e com bunker, utilizando barcaças. A estrutura é operada pelas empresas Transpetro e BR Distribuidora. O sindicato diz que a paralisação não deve afetar o abastecimento de combustíveis na Grande Vitória. 

Estação de Tratamento de Petróleo de Fazenda Alegre, em Jaguaré, também chegou a ser paralisada pelos grevistas ao longo da semana, mas já teve suas operações normalizadas. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), não há nenhuma plataforma paralisada no Espírito Santo até o momento. Porém, conforme apurou A Gazeta, a troca de escala dos trabalhadores embarcados, prevista para esta semana, pode mudar isso. No Estado do Rio de Janeiro já são 27 plataformas de produção afetadas.

No caso do terminal de combustíveis de Tubarão, o secretário de Finanças do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), Davidson Lomba, explicou que neste domingo parte do pessoal não entrou para trabalhar na unidade, o que deve ser intensificado nos próximos dias.

Um comunicado do sindicato enviado pelas redes orienta os trabalhadores do Tevit que se dirijam ao edifício sede da Petrobras na manhã desta segunda (10) ao chegarem na entrada do Complexo de Tubarão.

Petroleiros fizeram ato em frente a sede da Petrobras em Vitória. (FUP / Divulgação)

"Iniciamos o processo de greve do terminal hoje (domingo). Amanhã (segunda) e depois vão fazer o corte de contingência. Estamos tentando atender a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), parando só o efetivo mínimo, e vamos negociar com a Transpetro quais atividades serão impactadas", disse Lomba.

Segundo o sindicalista, o objetivo é que o movimento não traga impactos negativos para a população. "Inicialmente estamos fazendo uma greve sem afetar a sociedade." Questionado se pode haver dificuldade de abastecimento de combustível na Grande Vitória por causa da paralisação, ele negou. "Essa não é a nossa ideia, não queremos que tenha impacto. Nós não queremos paralisar a produção que afeta a sociedade", afirmou.

A GREVE

O movimento grevista dos petroleiros já chega a 13 Estados, com adesões em 92 unidades da Petrobras. Já são 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país, informou a FUP.

Estação Fazenda Alegre, unidade de tratamento de petróleo da Petrobras em Jaguaré, chegou a ser afetada pela greve. (Geraldo Campos Jr)

A categoria reivindica a revisão do fechamento da fábrica de fertizantes Fafen no Paraná e o cumprimento de cláusulas de Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) da Petrobras e de suas subsidiárias. Eles também manifestam-se contra a política de preços de combustíveis da estatal.

O QUE DIZ A PETROBRAS

Segundo a Petrobras, as paralisações estão impactando as produções e que não há nenhuma unidade totalmente parada - apenas funcionando com um número menor de empregados.  A estatal afirmou que iniciou a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a paralisação dos petroleiros.

A estatal explicou que a medida foi autorizada pela Justiça, uma vez que a ordem judicial de manter em serviço o mínimo de 90% do efetivo - determinada na semana passada pelo ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) - não vem sendo cumprida pelos sindicatos.

A Petrobras também havia informado anteriormente por meio de nota que "considera descabidas as justificativas apresentadas pelos sindicatos, uma vez que todos os compromissos firmados na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho vigente vêm sendo integralmente cumpridos".

"A Companhia vem atuando para garantir o acesso normal às unidades e o revezamento de turnos dos seus profissionais, ainda que se faça necessária a busca da Justiça, para fazer valer seus direitos, tendo obtido decisões liminares que garantam a continuidade e a segurança das operações. É válido lembrar que a companhia respeita integralmente todas as decisões da Justiça e espera o mesmo comportamento dos sindicatos que representam a categoria dos petroleiros, e também de seus empregados", afirmou a empresa.

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"A companhia destaca que todas as medidas previstas nos padrões da empresa e na legislação trabalhista serão aplicadas quando cabíveis. Ressaltamos a imperatividade do cumprimento dos contratos de trabalho e da garantia das condições adequadas de operação. Destacamos que, até o momento, nossas unidades seguem operando dentro dos padrões de segurança, com acionamento de equipes de contingência quando necessário", completou o texto.

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