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Promotoria vai investigar preço abusivo de alimentos e álcool em gel

Promotoria vai investigar preço abusivo de alimentos e álcool em gel

Variação de preço acima do comum começou a ser observada em itens relacionados à saúde, mas também já é vista nos produtos que compõem a cesta básica

Publicado em 31 de março de 2020 às 20:07

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Pandemia de coronavírus: supermercados amanhecem lotados em Vitória
Supermercados ficaram cheios nas primeiras semanas de isolamento social. (Ricardo Medeiros)

Ministério Público do Espírito Santo (MPES) vai investigar, por meio da Promotoria do Consumidor, o aumento abusivo no preço de diversos produtos nos supermercados. Inicialmente, houve um acréscimo no valor dos produtos ligados à saúde – como álcool em gel e máscaras. Porém, segundo a promotora Sandra Lengruber, essa variação de preço também começa a ser observada nos produtos que compõem a cesta básica.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica na Grande Vitória ficou 5% mais cara em março. Segundo o Departamento, a alta dos preços é motivada pela crise do coronavírus.

A promotora explica que, ao ser verificado o aumento do preço de determinado produto, toda a cadeia de vendas deverá ser investigada. “É preciso fazer isso para ver qual dos atores da cadeia aumentou o preço do produto de forma abusiva: se foi quem produz, se foi quem transporta, quem revende ou o supermercadista”, explica Lengruber.

Para tentar evitar o aumento de preços fora da normalidade, a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) assinou um compromisso com o Ministério Público para garantir que o valor dos produtos fique dentro da normalidade.

SUPERMERCADOS RECLAMAM DE FORNECEDORES

Se, por um lado, o consumidor reclama do preço praticado nos supermercados durante a crise do coronavírus, os representantes dos supermercadistas culpam os fornecedores pela inflação da cesta básica.

“A gente sabe que a economia é regida pela lei da oferta e da procura. Só que, infelizmente, em função da realidade que estamos vivendo, alguns fornecedores aumentaram muito o preço de produtos”, conta Hélio Schneider, superintendente da Acaps.

Um exemplo é o preço do leite em caixinha. Há cerca de 15 dias, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) acionou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) devido ao aumento do preço do produto – em alguns Estados, o reajuste variou de 40% a 50%.

Segundo Hélio Schneider, há os aumentos que são comuns nessa época – ele cita como exemplo os produtos que usam trigo em sua produção. “O nosso trigo é importado e negociado em dólar. Como o dólar disparou, é natural que haja um aumento. Mas não é natural quando o aumento é observado em algo que produzimos aqui”, observa.

CONSUMIDOR PODE AJUDAR NA INVESTIGAÇÃO

Sandra Lengruber garante que o consumidor – um dos principais interessados na manutenção dos preços dentro de um patamar normal – também pode ajudar na investigação quando um produto fica mais caro repentinamente. Para isso, porém, é importante registrar o item específico que teve o aumento e o local onde ele está sendo vendido.

“Os consumidores conhecem os preços dos produtos – principalmente os da cesta básica. Às vezes, recebemos a informação de que o preço do leite aumentou. Mas isso é muito genérico. Precisa ser mais específico: o leite X era vendido por Y e agora custa 2Y no supermercado Z. Aí sim, conseguiremos iniciar uma investigação”, explica Lengruber.

As denúncias podem ser encaminhadas para a Promotoria do Consumidor pelos seguintes e-mails: [email protected][email protected]

MOVIMENTO NOS SUPERMERCADOS TEM CAÍDO NOS ÚLTIMOS DIAS

Segundo o superintendente da Acaps, depois de uma explosão na procura por produtos em supermercados nas últimas semanas, agora as lojas têm apresentado um movimento mais dentro do normal.

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“O movimento acalmou bastante. Só que a gente não sabe até onde esse problema vai. Temos que analisar o hoje e pensar no futuro com muito bom senso, para que o amanhã seja o menos traumático possível”, conclui Schneider.

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