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R$ 9 bilhões em investimentos no ES vão criar 17 mil empregos em 2020

R$ 9 bilhões em investimentos no ES vão criar 17 mil empregos em 2020

A Gazeta mapeou 10 projetos privados de grande porte que estão previstos para sair do papel em 2020. Entre eles, a nova fábrica da Suzano em Cachoeiro e do Porto Central, em Presidente Kennedy

Publicado em 11 de janeiro de 2020 às 06:00

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Fábrica da Fibria, que se fundiu a Suzano: gigante vai investir em grandes projetos no ES. (Fribria/Divulgação)

Após seis anos andando para trás ou de lado, a economia brasileira deve voltar a crescer de forma substancial em 2020. No Espírito Santo, essa retomada deve ser impulsionada por grandes projetos privados que estão sendo destravados após os anos de crise. São empreendimentos de grande porte previstos para sair do papel neste ano e que vão criar milhares de empregos e atrair bilhões de reais em investimentos.

A Gazeta mapeou pelo menos 10 anúncios recentes de projetos privados de Norte a Sul do Estado. São empreendimentos em grandes portos multiuso, obras ambientais, novas plantas industriais e construção de imóveis que, juntos, vão demandar R$ 8,9 bilhões em investimentos e abrir 17,3 mil postos de trabalho em 2020.

Para o cálculo, foram considerados projetos confirmados para se iniciarem neste ano ou que já tinham começado mas que continuarão em andamento por empresas como Vale, ArcelorMittal Tubarão e Café Cacique.

O maior projeto dessa carteira, sem dúvidas, é o do Porto Central, que deve ter as obras iniciadas até junho em Presidente Kennedy, no Sul do Estado. O complexo portuário de águas profundas já tem todas as licenças emitidas para iniciar a construção e, neste primeiro semestre, terá que cumprir condicionantes ambientais.

Só nesse empreendimento, o investimento estimado é de R$ 3,5 bilhões, com previsão de criação de aproximadamente 4 mil empregos ao longo de toda a obra, sobretudo para trabalhadores especializados em construção pesada.

Outro grande projeto portuário aguardado pelos capixabas e que começará a sair do papel em 2020 é o do Imetame Porto, em Aracruz, no Norte do Estado. Trata-se de um terminal multiuso que receberá investimentos de R$ 700 milhões e prevê abrir 1,1 mil vagas.

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O crescimento dos portos é uma demanda antiga do Espírito Santo e que é fundamental para a nossa infraestrutura, permitindo ao Estado se conectar com o mundo. É um tipo de investimento grande, que precisa de confiança para fazer, e que não vai impactar a economia apenas durante a implantação, mas trará crescimento constante depois também, comentou o economista Eduardo Araújo

Eduardo Araújo
Economista
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GRANDES EMPRESAS

Companhias que estão entre as maiores que já atuam no Estado também devem investir pesado em 2020. Projetos oriundos do Termo de Compromisso Ambiental (TCA) de Vale e ArcelorMittal em Tubarão para reduzir a emissão de poeira e poluentes estão na lista dos empreendimentos que vão criar empregos.

No caso da mineradora, cerca de R$ 845 milhões ainda devem ser investidos entre 2020 e 2023, sendo que R$ 114 milhões já estão em fase de contratação. A estimativa é de que sejam realizadas 1,4 mil novas contratações em 2020.

Já a Arcelor continuará com a execução de empreendimentos ambientais de R$ 1,14 bilhão, porém as vagas de emprego já foram preenchidas. A siderúrgica tem ainda três projetos que devem continuar em 2020: o de construção de uma planta de dessalinização de água do mar, o da instalação da quarta bateria de fornos, e reformas nas baterias dos fornos 2 e 3.

Outra gigante que vai voltar a investir no Espírito Santo é a Suzano (que no ano passado se fundiu com a Fibria). Em dezembro, a empresa de celulose anunciou que vai investir em três grandes projetos em terras capixabas: a modernização da planta industrial de Aracruz, a ampliação da base florestal da empresa pelo Estado e a construção de uma fábrica de papel tissue (de baixa gramatura, como guardanapos e toalhas de papel) em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul.

A marca vai aportar nesses três investimentos um total de R$ 933 milhões, criando 1.100 empregos. Para Léo de Castro, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Sistema Findes), os anúncios dessas grandes empresas reforçam o otimismo para este ano. “Se a indústria capixaba não cresceu em 2019, foi porque tivemos problemas com essas três grandes empresas”, disse o executivo em referência a queda de 14% da produção industrial do Estado entre janeiro e outubro do ano passado.

“A Suzano, por exemplo, precisou fazer um freio de arrumação forte para reduzir a oferta de celulose. A Vale está prometendo religar suas duas usinas que foram desligadas por conta de Brumadinho. Então, acreditamos que vão performar melhor em 2020. As três juntas (Vale, Arcelor e Suzano) têm carteira de investimentos superior a R$ 3 bilhões e isso vai puxar toda a cadeia de fornecedores para cima também”, comentou.

NOVAS FÁBRICAS

Para além dos investimentos de grandes companhias e de projetos que já eram aguardados, 2020 promete ser o ano da implantação de novas fábricas no Estado. Só na reta final de 2019, houveram anúncios de plantas industriais da Britânia e da Brinox, em Linhares, no Norte; da fábrica de papel da Suzano, em Cachoeiro; além da planta da Café Cacique, também em Linhares, esta já iniciada.

Para o secretário estadual de Desenvolvimento, Marcos Kneip, o fato de várias empresas estarem buscando vir para o Espírito Santo é fruto de um conjunto de fatores, que vão desde a localização estratégica ao ambiente de negócios positivo.

“Somos um Estado organizado, que é nota A em gestão fiscal desde 2012. Isso nos permite ter um lugar com boa qualidade de educação - o que se reflete em boa mão de obra -, com pouquíssimos roubos de carga e onde é possível retirar o alvará de forma simples e digital”, afirmou.

O secretário disse ainda acreditar que, como os incentivos fiscais no Estado têm data para acabar, as empresas estão adiantando seus projetos. “Isso além do fato dos sinais de que a economia está voltando a tracionar e que, se confirmar essas expectativas, será bom para o Brasil e também para o Estado”.

Kneip ainda citou outros projetos potenciais para 2020, como a ampliação das plantas industriais de WEG, Biancogres e Zenglen; e a continuidade de projetos de ampliação das linhas de transmissão que estão em andamento. Há ainda a expectativa pelo início da construção da plataforma P-71 pelo Estaleiro Jurong Aracruz e de investimentos privados no setor de óleo e gás.

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