As vendas do comércio do Espírito Santo voltaram a crescer em maio com a flexibilização do isolamento social no Estado. De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (8) pelo IBGE, ocorreu um aumento de 27,1% no consumo em relação ao mês de abril, período de maior rigor nas medidas de enfrentamento ao novo coronavírus. Porém, o Estado ainda registra mau desempenho no acumulado do ano, com retração de 5,9%.
Em abril, mês com ações mais fortes de combate ao avanço da Covid-19, o comércio do Estado retraiu 17,9%, levando a pior queda nas vendas em 20 anos. Com isso, a maior parte das lojas, principalmente, na região da Grande Vitória, manteve-se fechada por todo o mês, funcionando apenas os estabelecimentos considerados essenciais.
O comércio voltou a reabrir na região a partir de 11 de maio. Para isso, as lojas tiveram que se adequar e cumprir as novas regas impostas pelo governo estadual. Dentre elas, a abertura deveria ser em dias alternados e em horário reduzido. O funcionamento também fica condicionado ao mapa de risco produzido pelo Estado.
Assim como no Espírito Santo, no geral, em todo o país, no mês de maio, o volume de vendas do varejo teve resultado positivo, crescendo 13,9%.
No acumulado de janeiro a maio de 2020, no Espírito Santo, o comércio varejista ampliado - que inclui também as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material e construção - retraiu 5,9%. Tecidos, vestuário e calçados teve o pior resultado, queda de 35,1%. Seguido por livros, jornais, revistas e papelaria (-27,2%) e combustíveis e lubrificantes (-21,1%).
A queda no acumulado do ano só não está maior porque três segmentos vem apresentando resultado positivo. São eles: materiais de construção (15,5%), hipermercados e supermercados (9,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,1%).
Já no acumulado dos últimos 12 meses, o Espírito Santo está com uma saldo negativo de -0,3, puxado principalmente por livros, jornais, revistas e papelaria (-32%), Tecidos, vestuário e calçados (-9,1%) e combustíveis e lubrificantes (-8,9%). Em alguns setores houve crescimento, como a de venda de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,5%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (6,2%) e hipermercados e supermercados (4,6%).
Em todo o país, em maio, o comércio varejista cresceu 13,9% na comparação com o mês anterior, após um recuo recorde de 16,3% em abril. É a maior alta da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2000. A pesquisa registrou resultados positivos nas 27 Unidades da Federação que foram pesquisadas.
Na série sem ajuste sazonal, em relação a maio de 2019, o comércio varejista caiu 7,2%. No acumulado do ano, o varejo recuou 3,9%. Já o acumulado nos últimos 12 meses se manteve estável em 0,0%.
Já no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 19,6% em maio em relação a abril. Em relação a maio de 2019, o comércio varejista ampliado recuou 14,9%. O acumulado no ano registrou queda de 8,6%, contra recuo de 6,9% no mês anterior. O acumulado nos últimos 12 meses foi de -1,0%.
De acordo com o IBGE, o volume de vendas no varejo em maio indicou uma recuperação do comércio varejista nacional após dois meses de queda devido ao cenário de pandemia e isolamento social iniciado em março de 2020. O crescimento representa uma recuperação dos meses anteriores, com níveis recordes no campo negativo, tanto no comércio varejista, quanto no comércio varejista ampliado.
"Porém, essa recuperação não foi suficiente para inverter o sinal nos demais indicadores, como na comparação interanual, que registrava -17,1% em abril, passando a -7,2% em maio. No ano, o comércio continua intensificando o ritmo de queda, passando de -3,1% até abril para -3,9% até maio. Nos últimos meses, o ritmo de crescimento diminui desde março de 2020, sendo nulo em maio (0,0%) no caso do comércio varejista, e invertendo o sinal no caso do comércio varejista ampliado (-1,0%)", diz o IBGE.
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