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A cada quatro dias, uma criança é diagnosticada com câncer no ES

A cada quatro dias, uma criança é diagnosticada com câncer no ES

De janeiro a novembro deste ano, 80 novos casos de câncer infantil foram descobertos no Estado, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No Brasil, cerca de 20 crianças ou adolescentes são diagnosticadas com câncer todos os dias

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 19:58

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A cada quatro dias uma criança é diagnosticada com câncer no ES. (Anderson Alcântara Flickr )

A cada quatro dias uma criança e adolescente, com idade entre zero a 19 anos, é diagnosticada com câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Espírito Santo. As informações são do relatório da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP),  que mostra que neste ano,  até novembro de 2019, 80 novos casos foram descobertos no Estado. Todos os dias, mais de 20 crianças e adolescente são diagnosticadas com a doença no país. 

O relatório foi formulado com informações das secretarias estaduais de saúde fornecidos ao painel de Monitoramento do Tratamento Oncológico (Painel-Oncologia), do Ministério da Saúde, e alerta para o aumento de 80% de novos caso no país de 2013 para 2018. Entre 2013 e novembro deste ano, mais de 41 mil crianças e adolescentes receberam resultados positivos de novos exames de detecção de tumores

Segundo o relatório, o Estado registrou 82 novos casos em 2013. Em 2014, foram 109 diagnósticos de câncer. No ano de 2015 foram 113 novos casos, e, em 2016, os registros de crianças com câncer aumentaram para 126. Já em 2017, o índice caiu para 108 casos, e em 2018 voltou a crescer, atingindo 125 diagnósticos. 2019, até o mês passado, já soma 80 novos casos.

SINTOMAS

A médica oncologista pediatra Glaucia Perini Zouain Figueiredo explica que, diferente do câncer que atinge adultos, o infantojuvenil não apresenta fatores claros para a prevenção. Por isso, os pais precisam ficar atentos às queixas dos filhos. 

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O câncer de adulto é evitável por causa dos fatores ambientais, como a forma de alimentação e o uso de cigarro, por exemplo. A criança e o adolescente não apresentam claramente esse fatores. Então o câncer infantojuvenil não é uma doença que possibilite prevenção

Glaucia Perini Zouain Figueiredo
Médica oncologista pediatra
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A médica destaca que os tipos de câncer mais comuns nesta faixa etária são as leucemias, tumores no sistema nervoso central e linfomas. “O mais comum são as leucemias. São cerca de 30% dos casos, seguido de tumores do sistema nervoso central, cerca de 15%, depois os linfomas, com 14% dos casos, e ainda os tumores menos frequentes, que são os ósseos e abdominais”, diz.

Gláucia aponta ainda os sinais do câncer nas crianças. No caso da leucemia , os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças. “Na leucemia a criança fica mais pálida e desanimada, o que pode ser confundido com anemia por falta de ferro. Sangramentos são frequentes, muitas vezes no nariz. Essas coisas vêm em conjunto. É uma febre que acomete a criança por 10 dias sem causas aparentes, surgimento de ínguas, caroços pelo corpo e dores ósseas”, alerta a médica, que aponta ainda os sintomas do câncer no sistema nervoso central e linfomas.

A cada quatro dias, uma criança é diagnosticada com câncer no ES

“Quando o câncer é no sistema nervoso central a criança apresenta dor de cabeça e vômito, principalmente pela manhã. Além disso, há perda de habilidade adquirida, como de força dos braços. Já os linfomas causam dores no corpo e febre frequente”, conclui.

CHANCES DE CURA

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Luciana Rodrigues Silva, os números confirmam a importância da detecção do câncer em seu estágio inicial, o que melhora as chances de cura. Ela salienta ainda que o médico pediatra também tem papel essencial no diagnóstico do câncer, pois infelizmente muitos pacientes no Brasil ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença em estágio avançado.

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É importante valorizar as queixas das crianças e levá-las regularmente ao pediatra. Na maioria das vezes, elas sinalizam para doenças comuns da infância. Mas, em alguns casos, pode ser uma condição mais séria

Luciana Rodrigues Silva
Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
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A presidente do Departamento Científico de Oncologia da SBP, Denise Bousfield, enfatiza que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária entre zero e 19 anos é de 64%, segundo dados disponibilizados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

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“É imprescindível nas primeiras décadas de vida difundir o conhecimento sobre os efeitos dos fatores de risco na expectativa média de vida da população. E também desenvolver estratégias preventivas que envolvam diversos setores da sociedade, visando mudanças no modo de vida, focando na prevenção do câncer na idade adulta”, afirma.

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